Semana que vem inicia-se o campeonato da F-1, com o Grande Prêmio da Austrália. Neste momento, equipes e pilotos da categoria já estão a caminho do outro lado do mundo, para se adaptarem com mais facilidade ao horário local, além de aproveitar, por alguns momentos, o belo clima que só os australianos conseguem proporcionar em uma semana de GP. Mas, no próximo final de semana, também terá início o campeonato 2011 da Indy Racing League, que tenta reacertar o seu rumo, e recuperar um pouco do prestígio que a antiga F-Indy tinha em seus melhores dias.
Até o fechamento desta coluna, pelo menos 24 pilotos estavam confirmados para disputar a temporada de forma regular. E destes, apenas 3 brasileiros firmes no grid: Hélio Castro Neves, sempre na equipe Penske (12ª temporada no time de Roger Penske); Bia Figueiredo, na Dreyer & Reinbold; e Vitor Meira, na Foity. Tony Kanaan ainda está acertando sua participação na competição, uma situação constrangedora para uma categoria que se pretende recuperar seu prestígio, se não consegue ter lugar para um piloto campeão como o brasileiro, que possui inegável qualidade técnica, arrojo e garra. Tony tinha conversas adiantadas em especial com duas escuderias, a KV e a Newmann-Hass, mas até o presente momento, nada oficial foi divulgado, mas as chances de Tony alinhar no grid semana que vem são bem favoráveis. Alguns times ainda tentam fechar o orçamento para alinhar um segundo carro, e mais um ou outro piloto pode surgir no grid semana que vem. Mas as vagas são escassas: a direção da categoria resolveu limitar o número de participantes das corridas em 26, exceção claro, às 500 Milhas de Indianápolis. A justificativa é melhorar a competitividade da categoria, uma medida de eficácia tremendamente duvidosa, e que já vimos, pode surtir o efeito contrário, vide o ridículo limite de carros que a F-1 adota há mais de 10 anos e nunca atingido.
Ganassi e Penske devem dominar, mais uma vez, o campeonato. São os melhores e mais estruturados times. A Penske reforçou seu esquema de 3 carros, mantendo sua trinca de pilotos de 2010. Já a Ganassi dobrou sua estrutura, criando um “segundo” time, que embora seja tudo parte da mesma empresa, se comportarão como estruturas separadas na competição. O favoritismo fica com os pilotos da divisão “principal” da Ganassi, Scott Dixon e Dario Franchiti; e a trinca da Penske. Os demais times devem fazer figuração. A Andretti, considerada a 3ª força da categoria, deve sentir a perda de Tony Kanaan, que dava o principal rumo técnico no acerto dos carros do time. Michael Andretti não se esforçou para manter o piloto brasileiro, e resta saber agora se não vai lamentar sua ausência nesta temporada.
As demais escuderias tentarão abocanhar o que sobrar, mas as chances são pequenas. Outro ponto em que a IRL anda devendo à antiga F-Indy, onde a maior competitividade era a regra, não a exceção, como vem ocorrendo nos últimos anos. Este será a última temporada de uso dos chassis Dallara, bem como dos atuais motores aspirados da Honda. A partir do ano que vem, os times usarão um novo modelo de chassi “básico” que poderá ser customizado livremente pelas escuderias. Novos motores também deverão surgir, ajudando a dar uma revigorada técnica na categoria, que usa os mesmos carros e propulsores há praticamente 10 anos sem mudanças quase. A categoria por pouco não perdeu os pneus da Firestone, que havia declarado que sairia do certame no fim deste ano: a fabricante voltou atrás e confirmou sua permanência até 2013. E este ano a IRL adotará uma novidade, que será a relargada “dois-a-dois” nas corridas, ao invés da tradicional fila indiana usada até o ano passado, após cada período de bandeira amarela. A intenção é facilitar eventuais tentativas de ultrapassagem nas relargadas, algo que estava difícil no sistema de fila indiana. Espera-se que os pilotos não exagerem na dose, para evitar possíveis acidentes neste momento, uma vez que em alguns circuitos, especialmente os de rua, o espaço de pista costuma ser bem mais restrito. Outra novidade é que a prova de encerramento do campeonato, em Las Vegas , terá 5 convidados “especiais”, e um prêmio também especial de cerca de US$ 5 milhões, se um destes convidados vencer a corrida. A intenção é criar um atrativo extra para a prova final do campeonato.
Para a temporada, resta saber se a Bandeirantes, que tem os direitos de transmissão, vai se acertar, evitando o esquema “roleta-russa” visto nos últimos anos, o que deixou o fã de corridas bem desapontado com a maneira como várias corridas foram apresentadas, ora no canal aberto, ao vivo, ora em VT compacto, ora na TV paga, etc. Estabilidade de transmissão e horários claros são essenciais para se fidelizar o fã do automobilismo. Nos Estados Unidos, a categoria continua capengando, com a maioria das provas sendo transmitidas através da Versus, canal pago que nem de longe se compara a uma ESPN. Apenas 5 das 16 provas serão transmitidas em canal aberto, no caso, a rede ABC.
Resta saber se a IRL conseguirá ou não melhorar seu status de categoria automobilística este ano. Se não conseguir piorar, provavelmente já terá sido uma vitória. Mas a saudade da antiga F-Indy continua batendo forte, lembrando o quanto se perdeu quando ela deixou de existir, sobrando isso que temos hoje. E já que é isso o que se dispõe, que tenham sorte de conseguir melhorar o quanto puderem. E que venha a bandeira verde...
Calendário da Indy Racing League 2011:
DATA
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CORRIDA
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TIPO DE CIRCUITO
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27/03
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Grande Prêmio de São Petesburgo
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Urbano
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10/04
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Grande Prêmio do Alabama
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Misto
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17/04
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Grande Prêmio de Long Beach
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Urbano
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01/05
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Grande Prêmio do Brasil
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Urbano
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29/05
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Oval
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11/06
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Grande Prêmio do Texas
|
Oval
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19/06
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Grande Prêmio de Milwaukee
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Oval
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25/06
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Grande Prêmio de Iwoa
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Oval
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10/07
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Grande Prêmio de Toronto
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Urbano
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24/07
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Grande Prêmio de Edmonton
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Misto
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07/08
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Grande Prêmio de Mid-Ohio
|
Misto
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14/08
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Grande Prêmio de New Hampshire
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Oval
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28/08
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Grande Prêmio de Sonoma
|
Misto
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04/09
|
Grande Prêmio de Baltimore
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Urbano
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17/09
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Grande Prêmio do Japão
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Oval
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02/10
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Grande Prêmio do Kentucky
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Oval
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16/10
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Grande Prêmio de Las Vegas
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Oval
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Pilotos e equipes de 2011 (confirmados até o fechamento desta coluna):
Equipe
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Pilotos
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Penske
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Hélio Castro Neves
Will Power
Ryan Briscoe
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Ganassi
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Scott Dixon
Dario Franchiti
Graham Rahal
Charlie Kimball
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Andretti
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Marco Andretti
Danica Patrick
Mike Conway
Ryan Hunter-Reay
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Dreyer & Reinbold
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Bia Figueiredo
Justin Wilson
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Newmann-Hass
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James Hinchcliffe
Oriol Servia
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Dale Coyne
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Sebastién Bourdais (*)
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Panther
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JR Hildebrand
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Foity
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Vitor Meira
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Fischer
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Ed Carpenter
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HVM
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Simona de Silvestro
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KV
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Takuma Sato
E.J. Viso
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Conquest
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Sebastian Saavedra
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Sam Schmidt
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Alex Tagliani
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(*) = A confirmar.
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