quarta-feira, 1 de outubro de 2025

FLYING LAPS – SETEMBRO DE 2025

            Já chegamos ao mês de outubro, entrando no último trimestre de 2025. Logo chegaremos a 2026, e parece até que foi ontem que este ano começou. E todo início de mês é hora de mais uma nova sessão da Flying Laps, relacionando alguns acontecimentos ocorridos no mundo da velocidade nesse último mês de setembro, sempre com alguns comentários rápidos a respeito de cada assunto. Portanto, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no próximo mês, trazendo notas sobre os acontecimentos deste mês de outubro. Até lá, então, pessoal...

Confirmando as expectativas, Will Power encerrou sua carreira na equipe Penske, após mais de uma década e meia defendendo a escuderia de Roger Penske na Indycar. O piloto australiano estava no time desde 2009, quando foi contratado para substituir emergencialmente o brasileiro Hélio Castro Neves, à época enfrentando um processo legal na justiça dos Estados Unidos referente a fraude e sonegação de impostos. Com a absolvição de Hélio, o brasileiro retomou seu posto de titular na Penske, mas Power ficou como reserva, sendo promovido a titular a partir de 2010, e de lá para cá, foi várias vezes postulante ao título, tendo sido bicampeão da categoria. Mas mesmo sendo o melhor piloto da Penske na temporada 2025, Power revelou que resolveu sair, em busca de novos desafios, preferindo tentar novos ares do que permanecer na escuderia, que até teria lhe oferecido proposta de renovação para 2026. O modo como a relação se desgastou, inclusive com o time enrolando demais para tratar da renovação, foi apenas mais um dos fatores que contribuíram para o estremecimento do vínculo. E Power não deixou o pessoal ficar muito tempo na expectativa: a Andretti anunciou a contratação do piloto australiano, que irá ocupar a vaga que era de Colton Herta no time, que assim, fecha a sua trinca titular para a próxima temporada, contando ainda com Marcus Ericsson e Kyle Kirkwood, que seguem firmes no time.

 

 

A Penske também confirmou o que todos esperavam: David Malukas será o novo piloto do time, após ter feito boa temporada na Foyt, que nos últimos anos vem recebendo apoio operacional e técnico em parceria com o time de Roger Penske. O boato de que Malukas ocuparia um lugar na Penske já vinha desde o início da temporada, especialmente diante do fato do contrato de Will Power se encerrar justamente no fim da temporada 2025. Mas não dava para garantir que isso fosse efetivado, dependendo de como a temporada se desenvolveria, o que, na pior das possibilidades, poderia manter David por mais um ano no time de A.J. Foyt, e com isso, talvez até perder o piloto, caso ele recebesse uma proposta que considerasse vantajosa de outro time na categoria. O anúncio também fecha o trio titular da Penske para 2026, mantendo Josef Newgarden e Scott McLaughlin.

 

 

Colton Herta, que foi vice-campeão da Indycar na temporada de 2024, deixa o time da Andretti para tentar a sorte na F-2, visando obter os pontos necessários para conquistar a super-licença que o habilite a competir na F-1. A temporada mais fraca do californiano em 2025 frustrou as expectativas de conseguir a pontuação faltante, de modo que agora o plano é fazer uma boa competição no campeonato de acesso à F-1, para fechar a conta. Paralelamente, Colton também foi anunciado como piloto reserva e de testes da Cadillac, o novo time que estréia na categoria máxima do automobilismo em 2026, de modo que Herta irá estar em todos os fins de semana de GPs, mesmo sem etapas da F-2, acompanhando a F-1. Teoricamente, pode-se especular que Herta poderia ser  promovido a titular do time em 2027, mas a Cadillac já se antecipou em desmentir tal projeto, dizendo que ainda é precipitado tomar tal decisão. O time norte-americano já confirmou sua dupla titular para a temporada de estréia em 2026, composta pelo finlandês Valtteri Bottas, e pelo mexicano Sergio Perez, e dá a entender que ambos seguirão no time também em 2027, apostando na experiência de ambos para construir uma base sólida e competitiva para a nova escuderia na F-1. A Cadillac entende que Herta é uma aposta para o futuro, mas primeiro, o piloto precisa se acostumar aos novos monopostos, e às pistas européias, que ele não conhece. Por isso, além da necessidade de obtenção dos pontos da super-licença, o piloto terá a chance de conhecer os circuitos pelos quais a F-1 passa, além de ter mais intimidade dos procedimentos de um time da F-2 e F-1. Por isso mesmo, eles entendem que não há necessidade de apressar a estréia de Herta, o que jogaria pressão desnecessária para o piloto em 2026, que o faria pensar demasiado no compromisso de estar na F-1 já em 2027. É claro que tudo pode mudar até lá, mas de início, é preciso ver como Herta irá se sair na F-2. Ele troca a Indycar, onde já é um nome conhecido, para se aventurar em uma categoria onde será praticamente um novato e um nome quase desconhecido. Para Gabriel Bortoleto, Herta tem todas as condições de se adaptar à F-2 e brilhar na competição. Resta saber se terá um carro competitivo que lhe permita mostrar suas qualidades.

 

 

Outro comunicado oficial que saiu é a da entrada da Citroen na Formula-E. O Grupo Stellantis, que já participa da competição fornecendo trens de força à Penske, assumiu a gestão da equipe Maserati, que era a antiga Venturi, que em dificuldades financeiras, corria o risco de deixar o grid, e fazer a lista de competidores do certame diminuir ainda mais, com a saída da McLaren da competição. A parceria com a Penske é de fornecimento de trens de força, apenas, uma situação que incomodava a Stellantis, que desejava ter maior poder de comando sobre a escuderia, algo que Jay Penske era contra. E com a crise da Maserati, eis que surgiu a oportunidade de assumir um outro time, que já usava seus trens de força, sobre o nome de uma das marcas do grupo, a Maserati. Assim, pelo menos o time continua no grid, e a F-E, se perde a marca Maserati, ganha a Citroen, outro nome icônico do automobilismo, que volta oficialmente a uma competição depois de vários anos de ausência, desde que encerrou seu time de fábrica no Mundial de Rali. Outro detalhe confirmado oficialmente foram os pilotos, que serão o bicampeão Jean-Éric Vergne, e Nick Cassidy. Ambos terão a missão de tentar levar o novo time adiante. A Venturi, em seu melhor momento, quase conquistou um título de pilotos com Edoardo Mortara, alguns anos atrás. Quando a equipe se tornou Maserati, esperava-se manter o nível de competitividade, mas a performance decaiu, e a nova escuderia nunca repetiu o mesmo desempenho na nova era Gen3. Agora, contudo, é esperar para ver como se dará a performance da escuderia sob o novo nome, e com sua nova dupla de pilotos. Talento e capacidade não lhes faltam: Vergne é o único bicampeão da F-E em sua curta história, e Cassidy já bateu na trave da conquista do título por duas vezes, mostrando que sabe como chegar lá, basta ter um carro competitivo, e uma boa estratégia de corrida. Veremos se a Citroen chegará para brilhar na competição, como tem intenção…

 

 

Romain Grosjean voltou a pilotar um carro de F-1 neste mês de setembro. Por ocasião do teste de pneus da Pirelli na pista de Mugello, visando os novos compostos que equiparão os carros da categoria máxima do automobilismo em 2026, os times presentes na pista, Haas, Red Bull, e Ferrari, usaram os carros da temporada de 2023, conforme manda o regulamento para este tipo de atividade. E Grosjean esteve de volta na pista, pilotando para a Haas, justamente seu último time na competição, por onde correu em 2020. O piloto, aliás, não terminou aquela temporada devido ao acidente fortíssimo sofrido no GP do Bahrein, quando após ter um toque de outro carro, atingiu o guard-rail da pista de Sakhir com extrema violência, ao qual o carro pegou fogo. Romain, contudo, conseguiu escapar de sofrer ferimentos graves, e conseguiu sair do carro em chamas, tendo como maiores sequelas queimaduras nas mãos, o que o impediu de disputar as duas últimas corridas da temporada. Grosjean sempre disse que gostaria de voltar a guiar um F-1, mas as circunstâncias nunca ajudaram, e só agora, praticamente 5 anos depois, ele conseguiu realizar o desejo. A Haas, claro, elogiou o empenho do piloto no teste de pneus, que ainda por cima foi realizado com chuva, mas com Grosjean sendo aplaudido pelos mecânicos, e até pelos outros times presentes. De 2021 a 2024, Grosjean participou da Indycar, onde conseguiu até alguns resultados bem razoáveis, mas este ano, sem patrocínio, ele acabou de fora do grid. No mesmo período, o piloto também correu nas 24 Horas de Le Mans e do IMSA Wheatertech.

 

 

E quem pode estar a caminho da Indycar é Mick Schumacher. O filho do heptcampeão Michael Schumacher fará um teste na pista mista do circuito de Indianápolis, pela Rahal/Leterman/Lanigan, programado para o dia 13 de outubro. Mick era um dos nomes possivelmente cogitados pela Cadillac para ser titular na temporada de estréia da equipe norte-americana na F-1 em 2026, assim como o brasileiro Felipe Drugovich, o que acabou não se concretizando. Neste ano, o jovem Schumacher disputa o Mundial de Endurance, pelo time da Alpine, na categoria principal da competição, a Hypercar. O teste, porém, não garante que Mick seja um dos pilotos do time para a temporada 2026 da Indycar, mas certamente poderá abrir portas para uma eventual entrada do jovem Schumacher na competição. A própria direção da equipe também fez questão de afirmar que será apenas um teste, mas de qualquer forma, será uma experiência importante para Mick, afastado das competições de monoposto, desenferrujar um pouco, e ver como é um carro da Indycar, e suas particularidades de pilotagem. Seu pai, Michael, mesmo após pendurar o capacete como piloto de F-1, nas duas oportunidades, nunca fez questão de tentar competir na categoria de monopostos dos Estados Unidos. Será que Mick irá desbravar essa chance, se ela aparecer? Pelo sim, pelo não, a equipe ainda não se decidiu a respeito de quem ocupará o terceiro carro da escuderia, o que abre margem para especulações a respeito da possível entrada de Mick Schumacher como novo piloto da escuderia em 2026...

 

 

Romain Grosjean, aliás, pode até voltar para a Indycar em 2026. O piloto ficou a pé este ano em virtude da falta de apoio financeiro, mas para a próxima temporada, a situação parece bem mais promissora, e a Dale Coyne, time que já defendeu no ano passado, poderia ver o seu retorno, uma vez que, até o presente momento, só tem o nome de Dennis Hauger, campeão da Indy NXT, confirmado até agora. Rinnus Veekay, que correu pela escuderia este ano, até foi convencido a ficar, mas o holandês optou por deixar o time e buscar outras paragens para 2026. Quando deixou a F-1, ao fim de 2020, Grosjean optou pela Indycar em 2021, e foi justamente na Dale Coyne que ele estreou na categoria, tendo feito uma boa temporada, terminando em 15º lugar, com 272 pontos, e até um pódio, o que lhe garantiu um contrato para defender a Andretti, onde ficou em 2022 e 2023, mas sem conseguir repetir as mesmas performances. Sua melhor temporada foi em 2022, quando foi o 13º colocado na temporada, com 328 pontos. No ano seguinte, ele ainda manteve a 13ª posição, mas com apenas 296 pontos. Em 2024, correndo pela Juncos, Romain foi apenas o 17º colocado, com 260 pontos. Será que veremos o retorno de Grosejan à competição

 

 

Nenhum comentário: