quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

FLYING LAPS – JANEIRO DE 2025

            Já chegamos ao mês de fevereiro de 2025. E já tivemos algumas competições neste mês de janeiro, além de alguns outros acontecimentos no mundo da velocidade, então, é hora de mais uma edição da Flying Laps, recapitulando alguns destes acontecimentos ocorridos no primeiro mês de 2025, com comentários rápidos a respeito dos tópicos, como de costume. Portanto, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps, já no início de março, e recapitulando alguns dos acontecimentos deste mês de fevereiro de 2025...

A Porsche pintava como grande favorita para o ePrix da Cidade do México, segunda etapa da nova temporada da Formula-E, mas no final, quem saiu com a vitória foi a Nissan, que viu Oliver Rowland triunfar na parte final da corrida e jogou água na tequila do time alemão, que até dominou a maior parte da corrida, inclusive com sua dupla monopolizando a primeira fila do grid, e liderando em boa parte da prova. Porém, um safety car na parte final da corrida acabaria por influenciar o destino da vitória. Oliver Rowland, que já vinha fazendo uma corrida forte, e acossava a dupla da Porsche, tinha pego a ativação do modo ataque quando, pouco depois, houve um Safety Car diante do acidente de David Beckmann, da Kiro. Parecia que o inglês teria o azar de ver seu período de potência extra desperdiçado, mas a corrida foi liberada com o piloto ainda dispondo de 1 minuto de Moto Ataque. E ele partiu para cima dos líderes, superando três pilotos, Jake Dennis, Pascal Wehrlein, e Antonio Félix da Costa, assumindo a liderança antes que findasse o tempo de potência extra. Mas tudo poderia mudar novamente, pois surgiu outra bandeira amarela, desta vez com o acidente de Mith Evans, da Jaguar. Mas Rowland soube se defender quando a pista foi liberada, e conseguiu cruzar a linha de chegada em primeiro lugar, seguido pela dupla da Porsche, que fechou o pódio. A festa da Porsche, apesar da derrota da vitória para a Nissan, não foi desprezível. Além de ocupar a maioria do pódio, a marca alemã ainda viu Jake Dennis, da Andretti, time cliente dos propulsores alemães, fechar em 4º lugar, numa performance bem competitiva. Quem também teve motivos para comemorar foi a DS Penske, que fez o 5º e 6º lugares, com Jean-Éric Vergne na frente de Maxximilian Gunther. Outro time a conseguir colocar seus dois carros na zona de pontos foi a Maserati, com Stoffel Vandoorne numa boa 7ª colocação, e Jake Hughes fechando a zona de pontos em 10º. Nyck De Vries mais uma vez chegou aos pontos com uma Mahindra que parece ter a perspectiva de melhores dias, com um 8º lugar, enquanto Nico Muller também colocou os dois carros da Andretti no TOP-10, ao cruzar a linha na 9ª posição.

 

 

Com o resultado da etapa do México, Antonio Félix da Costa, da Porsche, assume a liderança da competição, com dois segundos lugares, chegando aos 37 pontos. A vitória de Oliver Rowland o levou para a vice-liderança, ao lado de Mith Evans, ambos com 25 pontos. Atual campeão, Pascal Wehrlein vem em 4º, com 21 pontos. Taylor Barnard, que foi o 3º colocado em São Paulo, fecha o TOP-5, com 16 pontos. No campeonato de equipes, a Porsche está disparada na frente, com 58 pontos, com a McLaren na vice-0liderança, com 27 pontos, enquanto Nissan e Jaguar vem logo atrás, com 25 pontos cada uma. E a Mahindra ocupa um honrosa 5ª posição, com 22 pontos. Em termos de resultados, quem saiu desfalcada nestas duas primeiras etapas da nova temporada da F-E é a Jaguar, com Nick Cassidy a ter ficado zerado nas duas provas, e Mith Evans, apesar da vitória em São Paulo, se acidentou na Cidade do México e não pontuou. E, na Nissan, que vai se confirmando como ameaça à força do duo Porsche-Jaguar, só não avançou mais porque apenas teve a vitória de Rowland no México, sendo que o inglês ficou fora dos pontos em São Paulo por ter sofrido punição de uso de mais força que o permitido, e Norman Nato está zerado até aqui. E, diante da discrepância de resultados entre Nato e Rowland, já há quem pergunte se o time poderá efetivar Sérgio Sette Câmara, seu novo piloto de testes, no lugar de Norman, se o piloto não corresponder. Mas, no presente momento, isso ainda é visto como prematuro, e sem confirmação alguma, se bem que onde há fumaça, pode haver fogo...

 

 

Também ainda é cedo para a Kiro avaliar se foi uma boa idéia dispensar Câmara para atender à demanda da Porsche, sua nova fornecedora de trem de força, para colocar David Beckmann em seu lugar. David até agora está zerado na competição, com Dan Ticktum tendo conseguido os únicos pontos da escuderia no Brasil, onde marcou 4 pontos. O desempenho do time, aliás, que tinha seu principal ponto fraco no deficiente trem de força usado nos últimos anos, melhorou obviamente com o uso da nova unidade de força alemã, mesmo defasada, mas o time parece que não conseguiu de livrar de outros percalços, e praticamente passou em branco na etapa do México, para não mencionar o acidente de Beckamann, que pode ficar com sua imagem comprometida se não começar a andar mais perto de Ticktum, como Sérgio Sette Câmara fazia, e por vezes, até mesmo à frente do inglês...

 

 

Se a estréia do novo conjunto Lola/Yamaha não foi frutífera no Brasil para Lucas Di Grassi, o panorama vivenciado na Cidade do México não foi muito mais animador em termos de resultado. Apesar do conjunto mostrar potencial para evolução, piloto e equipe classificaram a atuação na prova mexicana de pífia. Para começo de conversa, eles falharam na classificação, escolhendo os momentos errados para tentarem as melhores voltas, o que fez Di Grassi largar apenas em 17º lugar. E depois, na corrida, outro erro crasso foi tentar deixar para o fim da prova a ativação do modo ataque, porém as entradas do Safety Car praticamente arruinaram o intento, uma vez que o brasileiro não pode efetuar as duas ativações do recurso, como manda o regulamento. Lucas conseguiu efetuar apenas uma ativação, e mesmo assim, não conseguiu usar todo o tempo disponível. Como manda a regra, o piloto acabou punido, e terminou o ePrix da Cidade do México apenas em 20º lugar, sendo o último entre os que receberam a bandeirada de chegada. Di Grassi foi realista em dizer que o novo conjunto, que está estreando na Formula-E, ainda precisa melhorar muito para que a ABT possa sonhar sequer com pódios, antes mesmo de pensar em vencer. E parece que vai demandar muito trabalho, o que pode indicar que toda a temporada será de vacas bem magras para o time.

 

 

Neste início de 2025 tivemos mais uma edição do Dakar, realizado novamente apenas na Arábia Saudita, para onde a competição se mudou, literalmente “comprada” pelos petrodólares sauditas, que tentam usar o esporte para se mostrarem como uma nação mais moderna e aberta ao mundo, algo que ainda está longe de acontecer, com alguns costumes locais, em especial em relação às mulheres, ainda deixando muitíssimo a desejar. E, para felicidade da torcida local, Yazeed Al-Rajhi, da equipe Overdrive Racing, sagrou-se campeão na categoria carros, levantando o troféu em seu país natal. Grandes figuras da história dos ralis, como Sébastian Loeb e Carlos Sainz deram azar nesta edição, tendo sofrido problemas com acidentes em seus carros logo nas primeiras etapas e sendo forçados a abandonar a competição, até a contragosto, como Loeb, que reclamou de ter sido forçado ao abandono quando afirmava que seu carro ainda tinha condições de seguir na disputa, o que foi negado pela organização do rali. Henk Lategan, da Toyota, ficou com o 2º lugar na competição, com Mattias Ekström, da Ford, fechando o pódio com o 3º lugar. Nasser Al-Attiyah, que já venceu o Dakar, foi o 4º colocado, tendo tido vários percalços ao longo da disputa que o impossibilitaram de repetir o feito. O brasileiro Lucas Moraes, da Toyota, teve altos e baixos na competição, chegando até a vencer algumas etapas, mas tendo desempenho complicado em outras, o que explica ter finalizado o Dakar apenas em 14º lugar, uma posição à frente do compatriota Marcelo Gastaldi, da equipe Century, que terminou em 15º.

 

 

Nas motos, a KTM conquistou seu 20º título no Dakar, um breve alento para a séria crise financeira que a marca austríaca enfrenta, que pode comprometer até mesmo sua participação na MotoGP. Daniel Sanders garantiu o título, derrotando Tosha Schareina, da Honda, por uma diferença de pouco menos de 9 minutos. A marca nipônica, aliás, colocou 4 competidores entre os seis primeiros colocados, nas posições 2, 3, 5 e 6. O único “intruso” foi Luciano Benavides, que conquistou a 4ª colocação para a KTM. Na disputa da classe dos UTVs, o troféu de vencedor ficou com Brock Heger, do time do eneacampeão do Mundial de Rali Sébastien Loeb, com Francesco López Contardo, da equipe Can-Am finalizando em 2º lugar, e Alexandre Pinto, do time Old Friends, fechando o pódio em 3º. Já na categoria dos caminhões, os peso-pesados do rali, o Dakar 2025 coroou mais uma vez Martin Macík, da MM Technology, ao lado do navegador Frantisek Tomasek e do mecânico David Svanda, que chegaram ao título com mais de duas horas de vantagem para o trio formado por Mitchel van den Brink, Moisés Torrallardona e Jarno Van De Pol, da equipe Eurol Rallysport, que por sua vez, garantiu a 2ª colocação com uma diferença de apenas 5 minutos e pouco sobre o trio Ales Loprais, David Cripal, e Darek Rodewald, da equipe Instatrade Loprais.

 

 

O Mundial de Rali (WRC) começou a temporada 2025, com o Rali de Monte Carlo, e mais uma vez, a sensação foi de que nada mudou no principal campeonato off-road do mundo: deu Sébastien Ogier no degrau mais alto do pódio, o que configurou um recorde para o piloto, que com o triunfo na edição deste ano, acumula nada menos que 10 vitórias no Rali de Monte Carlo. Não foi uma vitória fácil, já que Ogier chegou à frente do companheiro Elfyn Evans no time da Toyota por apenas 18s de vantagem. Os triunfos anteriores de Ogier em Monte Carlo foram nas edições de 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2021, 2023, e 2024. Em 2020, o triunfo ficou nas mãos de Thierry Neuville, o atual campeão do WRC; e em 2022, foi de Sébastien Loeb, que venceu a prova seis vezes. A próxima etapa do campeonato é o Rali da Suécia, que será realizado neste mês de fevereiro.

 

 

A Indycar está de casa nova na TV dos Estados Unidos. A partir desta temporada o campeonato será transmitido pela Fox, que anunciou neste mês de janeiro os principais nomes de seu time de transmissão. Townsend Bell e James Hinchcliffe, ex-pilotos que já disputaram a categoria, e que já tinham experiência de comentaristas quando o campeonato era transmitido pela NBC, foram confirmados como comentaristas pela emissora, que surpreendeu mesmo foi com a escolha do britânico Will Buxton como o narrador das etapas da competição. No seu currículo, Buxton já trabalhou na Indy anos atrás, também pela NBC, na função de repórter dos boxes. Maso profissional se notabilizou em sua passagem na Fórmula 1, quando foi apresentador dos conteúdos digitais da categoria máxima do automobilismo para o YouTube, e também na F1TV. Ele também apareceu nas seis temporadas da série documental ‘Drive to Survive’, da Netflix, opinando sobre os eventos do Mundial. A Indycar espera iniciar uma nova era nas transmissões da competição, depois de anos sendo veiculada pela NBC, que dividia as corridas entre seu canal aberto e seus canais fechados, a exemplo do que a Bandeirantes fazia durante várias temporadas em que exibiu as provas.


 

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