A "apresentação" da nova equipe Audi, há algum tempo atrás, deixou a F-1 eufórica, por finalmente convencer a marca a entrar na categoria, cuja estréia ocorrerá oficialmente no próximo ano.
A temporada de 2025
nem começou, mas já tem gente de olho mesmo é em 2026. Da mesma forma como, no
ano passado, o campeonato nem tinha começado, e todo mundo já queria mesmo era
saber da temporada de 2025, devido ao anúncio de Lewis Hamilton passar a defender
a Ferrari este ano. Agora, o assunto que chama a atenção é a presença de dois
novos nomes no grid da categoria máxima do automobilismo: Audi e Cadillac, que
ajudarão a F-1 a sair da mesmice de ter apenas 20 carros no grid, uma vergonha
para aquela que diz ser a maior categoria do automobilismo mundial.
A Sauber sairá de cena, dando lugar à marca das quatro argolas, da mesma forma como, há muitos anos atrás, a Tyrrel, uma equipe tradicional, também deu adeus à sua história, sendo ocupada pela então nova equipe BAR, que transformou completamente o que antes era a escuderia do velho Ken Tyrrel. Hoje, da mesma forma, da Sauber restará mesmo apenas a sede em Hinwill, na Suíça, sendo o restante praticamente tudo novo, diante da reestruturação iniciada no ano passado, e que seguirá sendo levada a cabo durante este ano, com vistas à estréia oficial do nome Audi no grid no próximo ano. O time fundado por Peter Sauber teve várias identidades na última década e meia, e sai de cena sem muito prestígio, diante das circunstâncias enfrentadas ao longo dos anos, que talvez só tenha paralelo na trajetória da atual equipe Aston Martin, fundada lá atrás ainda como Jordan.
Há o que se comemorar pela entrada de Audi e Cadillac no grid da F-1, mas também o que se lamentar. Se a categoria máxima do automobilismo terá duas novas marcas no grid, reforça o caráter mundial da competição. Por outro lado, a picaretagem perpetrada pela FOM/Liberty Media para aceitar, enfim, a entrada da marca estadunidense no grid beira as raias do absurdo e mostra como a F-1 virou um Clube do Bolinha dos mais detestáveis, tudo unicamente pela ganância dos times já presentes em não querer dividir o bolo dos lucros com mais ninguém. E olhe que alguns deles ainda reclamam de “perdas” que sofrerão com mais um time no grid. Deveriam ir tomar naquele lugar, pois ter mais uma equipe na competição é uma parca vitória em nome do esporte, de uma categoria que em seus bons tempos, se comparado ao número de times atuais, já teve treinos de classificação com 30 carros, onde 26 largavam, e os últimos quatro, fossem quem fossem, já podiam embalar as coisas e partir para a próxima corrida, pois só veriam aquela sentados na arquibancada. Hoje, com míseros 20 carros (22 em 2026), todo mundo larga, não se tem mais aquela ansiedade para ver quem ficaria de fora, que poderia ser até de um carro do time campeão, se desse azar ou fizesse alguma burrada na classificação.
Curioso como a Audi foi tão cobiçada pela F-1 por vários anos, e soltaram-se rojões pela confirmação de sua entrada. Mas, a grosso modo, teria sido mais positivo se ela viesse como um novo time, com mais dois carros no grid, que ajudaria a elevar para 24 o número de participantes, junto com a Cadillac, que foi quase completamente vilipendiada, por estar associada à empreitada de Michael Andretti de retornar à F-1 como chefe de equipe, depois de sua passagem mal-sucedida pela McLaren na competição em 1993. O discurso de “agregar valor” não passou de desculpa barata e cretina para os demais times manterem sua galinha dos ovos de ouro a salvo. O esporte teve uma pequena vitória, em um certame onde os negócios são a única coisa que importa, e já vai muito tempo em que quase falam que o esporte que se dane com a maior cara de pau. Mas, com a saída de Michael do projeto, a coisa enfim andou, revelando também outra faceta deplorável da categoria, que nem vale a pena mencionar aqui, por não haver nada de positivo a mencionar a respeito.
A Audi enfim acabou se rendendo à sedução da F-1, mas é verdade que as novas regras de motores a partir de 2026 ajudou neste quesito, pois até então, a marca das quatro argolas pouca importância dava à categoria máxima do automobilismo, algo que sempre soava como ofensa pessoal para a turma da F-1, que sempre se acha o suprassumo do mundo do automobilismo. Para os torcedores brasileiros, a nova escuderia chamará mais atenção por contar com Gabriel Bortoleto, encerrando o jejum de pilotos brasileiros na competição, desde a aposentadoria de Felipe Massa. O brasileiro estréia este ano na escuderia, ainda como Sauber, e terá uma temporada toda sem cobranças para ir pegando a mão de como é um F-1, procurando aprender o que for possível com Nico Hulkenberg, o nome da experiência no projeto da equipe alemã, enquanto Bortoleto, se fizer bem o seu papel, será o nome do time para o futuro. Se é verdade que a Audi não entra para ser figurante, a F-1 infelizmente representa um desafio completamente diferente, em não foram poucas as marcas de sucesso no mundo do esporte a motor que já naufragaram em suas investidas na categoria máxima do automobilismo apesar de seus currículos em outras paragens. Resta esperar que ela saiba se preparar adequadamente.
No que tange à
Cadillac, os investimentos estão sendo feitos, com vistas à marca fazer o seu
debut como fornecedora de motores próprios a partir de 2028. As duas primeiras
temporadas serão feitas com propulsores da Ferrari, e neste momento, a nova
escuderia trata de diversos assuntos, entre eles, a escolha dos pilotos. E um
dos nomes que pode vir a ser efetivado é do mexicano Sergio Perez,
recém-demitido da Red Bull. O outro nome já é até meio manjado, do
estadunidense Colton Herta, atualmente piloto do time Andretti na Indycar. A
escolha combinaria juventude e experiência, com Perez a ser este último,
enquanto Herta representaria aquele. Por mais que surjam críticas sobre a
possibilidade do mexicano ser escolhido, diante da péssima temporada que fez na
Red Bull, sua contratação seria bem conveniente para os planos do novo time
norte-americano na F-1. Primeiro, claro, a experiência de Sergio em quase uma
década e meia de participação no grid, tendo sido piloto de um time de ponta
nas últimas temporadas, onde conseguiu algumas poles e até vitórias, em que
pese ter sido completamente eclipsado por Max Verstappen. Claro, há também quem
critique a chance que poderia ser dada a Perez afirmando que ele não seria
piloto adequado para liderar o projeto da Cadillac, mas é preciso considerar,
também, que não se pode imaginar a nova escuderia brigando por pódios ou
vitórias logo no primeiro ano, e portanto, mesmo as cobranças seriam menores de
um novo time que ainda está dando seus primeiros passos.
É preciso considerar que, em um outro ambiente, Perez pode ter a chance de reerguer seu nome como piloto. Ele era considerado um dos melhores do pelotão intermediário quando defendeu a Force India/Racing Point, e em um a escuderia com um clima menos conturbado e tóxico como era a Red Bull, o mexicano pode ter a merecida chance de se reerguer, especialmente na primeira temporada, onde as cobranças seria menores, o que também seria proveitoso para Herta. Neste primeiro ano, quaisquer bons resultados seriam lucro, com a escuderia podendo ser cobrada mais efetivamente a partir de 2027, ou de 2028, quando estivesse equipada com seus próprios motores.
Ademais, a contratação de Perez também seria bem-vinda do ponto de vista econômico, diante das empresas patrocinadoras potenciais do mexicano, em especial do conglomerado de Carlos Slim, há anos apoiador do compatriota na sua carreira no automobilismo internacional, para não mencionar os benefícios que a Cadillac obteria junto ao público latino, tanto dentro dos Estados Unidos, como principalmente no México. Sem mencionar também os patrocinadores que embarcariam no projeto para apoiar Herta, e que já estão presentes em seu carro no time da Andretti da Indycar. O californiano, contudo, terá de completar sua pontuação para obter a superlicença da FIA, contando com apenas 32 pontos no momento, insuficientes para isso. Herta precisará fazer uma excelente temporada na Indycar para ganhar os pontos que faltam, e viabilizar sua participação, se for o escolhido. Na impossibilidade dele conseguir o objetivo, o novo time já trabalharia com outro nome em potencial, o sueco Marcus Ericsson, que já defendeu a Sauber na F-1, e até venceu as 500 Milhas de Indianápolis. Ou, numa jogada mais complicada, quem sabe Patricio O’Ward, que inclusive já fez alguns testes na F-1. Seja com quem for, o ponto positivo é a abertura de duas novas vagas no grid, em um certame que pelo regulamento pode ter 24 carros largando, outra regra das mais imbecis que criaram para “dourar” a F-1, e que se revelou um verdadeiro tiro no pé desde que foi criada. Espero sinceramente que apareça mais alguém para tentar a sorte, por mais que a categoria não mereça, mas os fãs do esporte sim, e possamos voltar a ter um grid mais encorpado, e não um grid mixuruca como veio sendo nos últimos anos.
Ainda podemos comemorar a volta da Ford, em associação com a Red Bull, que irá assumir o fornecimento dos trens de força em parceria com a RBPT, a divisão criada pela equipe dos energéticos para gerenciar seus trens de força. Oficialmente, a Ford estava fora da categoria desde o fim de 2004, quando equipava sua própria equipe, a Jaguar, com seus motores, de modo que teremos três novos nomes no grid no próximo ano. Mas, se levarmos em conta que a F-1 está perdendo a Renault, que deixará de produzir motores para a competição, a categoria ganha apenas dois nomes a mais no grid.
Aguardemos, pois, o que estas duas marcas irão oferecer à F-1. Que venha 2026...
Faltando praticamente um mês para o início da temporada de 2025 da Fórmula 1, a categoria começa a se mexer, e no próximo dia 18 fará a apresentação oficial dos times e pilotos da competição, em uma cerimônia em Londres, a partir das 17 horas da tarde, pelo horário de Brasília. O evento será transmitido pelas redes sociais da F-1, com transmissão inclusive pelo You Tube, ao vivo da O2 Arena, na capital britânica. No Brasil, os fãs terão a oportunidade de acompanhar também pelo Bandsports, que irá transmitir tudo ao vivo, não apenas no canal da TV por assinatura, mas também no aplicativo Bandplay, e no site do Grupo Bandeirantes, o band.com.br. O evento também contará com presença do público, sendo que 15 mil ingressos foram vendidos. A apresentação contará não apenas com os carros, mas também com pilotos e chefes de equipe. Apesar de contar com a apresentação dos carros, não está garantido que sejam os novos modelos de 2025, uma vez que os times planejam seus próprios lançamentos, sendo mais provável que usem os carros antigos, mas com as novas pinturas para a temporada deste ano. O evento deve ter cerca de duas horas de duração, e além da apresentação das equipes, também haverá shows e apresentações musicais com a presença de convidados especiais que ainda não foram revelados. A ordem de apresentação das equipes segue invertida a classificação do Mundial de Construtores de 2024, começando pela Sauber, e terminando com o time campeã do ano passado, a McLaren, fechando a noite. E, nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro, será feita a pré-temporada, mais uma vez no Bahrein, e com ridículos apenas 3 dias mais uma vez. A primeira corrida da temporada 2025 é o GP da Austrália, no dia 16 de março.
A Formula-E chega à sua primeira rodada dupla da nova temporada, e o palco é a Arábia Saudita, que usará pela primeira vez o mesmo circuito utilizado pela Fórmula 1, na cidade de Jeddah, ainda que em uma versão reduzida, mas muito mais interessante do que a pista urbana montada nas ruas de Diryah, na zona metropolitana da capital Riad, que nos últimos anos já não permitia aos carros da categoria de monopostos elétricos demonstrarem todo o seu potencial, resultando em corridas pouco atrativas e sem maiores disputas. A primeira corrida do fim de semana será hoje, com largada a partir das 14:05 Hrs., pelo horário de Brasília, com transmissão ao vivo pelo Bandsports na TV por assinatura, e pelo canal do You Tube do site Grande Prêmio. A grande novidade da rodada dupla saudita é a estréia do recurso do “Pit Boost”, reintroduzindo os pit stops na competição, que será utilizado em uma das corridas do fim de semana, no caso, a prova de hoje, enquanto a corrida de sábado será feita no modo normal de costume. Cada piloto fará uma parada obrigatória nos boxes para efetuar uma recarga rápida com duração de 30s, ganhando uma carga extra de energia que deverá ser utilizada depois na corrida, similar ao uso do Modo Ataque. Fica a cargo das equipes e dos pilotos determinar qual será o momento mais apropriado para efetuar a parada nos boxes, e em qual momento usar a carga adicional de potência, promovendo a chance de estratégias diferentes para cada time e piloto ao longo da corrida. Os pit stops eram comuns nas primeiras temporadas da F-E, uma vez que as baterias, naquela época, não tinham autonomia para completar as corridas, de modo que os pilotos precisavam trocar de carro durante as provas, entrando nos boxes, estacionando o carro e pulando para o outro carro, voltando então para a corrida, o que proporcionava uma variável nas provas, e dando a chance dos times e pilotos surpreenderem a concorrência. Quando os carros Gen2 foram introduzidos na 4ª temporada, as novas baterias já permitiam fazer a corrida inteira, de modo que não era mais necessário trocar de carro durante a corrida, com os pilotos parando nos boxes apenas em caso de precisarem trocar pneus ou efetuarem algum reparo nos carros, devido a algum incidente de pista. Por enquanto, o recurso do Pit Boost será usado nas rodadas duplas, e em apenas uma das provas do fim de semana, a fim de proporcionar diferenças entre as duas corridas da rodada.
O recurso do Pit Boost vem sendo desenvolvido há pelo menos duas temporadas, e a idéia era ter feito a estréia do recurso no ano passado, mas os problemas nos testes efetuados com o sistema demandaram muito mais tempo do que se imaginava para serem sanados, e a direção da F-E, obviamente, não queria impor o uso do sistema sem que ele estivesse com um grau aceitável de confiabilidade, com receio de ocorrer falhas que comprometessem o resultado de uma etapa. Basicamente, ele funcionará igual ao Modo Ataque, promovendo um incremento da carga dos carros de 300 para 350 Kw, que poderão ser utilizados em dois momentos após o pit stop obrigatório para os pilotos, que só poderão efetuar uma recarga por vez, obrigando que o time escolha qual piloto vem primeiro para a recarga, além de permitir apenas 3 mecânicos na operação no box. Vamos ver como ele se sai na sua estréia hoje em Jeddah.
Nenhum comentário:
Postar um comentário