E o mês de outubro está indo embora, e pessoalmente, foi um mês muito complicado para mim, e que dificilmente será superado. Por isso mesmo, não vou me perder em delongas, e vamos logo ao que interessa, que é mais uma edição da Cotação Automobilística, analisando alguns dos acontecimentos ocorridos neste mês de outubro, com alguns comentários e análises a respeito, no velho esquema de sempre: EM ALTA (cor verde); NA MESMA (cor azul); e EM BAIXA (cor vermelha). Uma boa leitura a todos, e até a próxima Cotação Automobilística, no fim do mês que vem, com a avaliação dos acontecimentos do mundo da velocidade do mês de novembro, e quem sabe, estarei também em melhor estado de espírito...
EM ALTA:
Ferrari: O time italiano vem crescendo nesta reta final da temporada da F-1. Conseguiu uma vitória categórica na Itália, diante de sua torcida, elevando o otimismo para as etapas seguintes da competição. Depois de uma prestação abaixo do esperado em Singapura, reacendendo temores de expectativas exageradas, o time de Maranello corrigiu seu rumo e obteve uma dobradinha com autoridade nos Estados Unidos, colocando-se à frente até mesmo da McLaren, que vinha sendo a favorita nas etapas anteriores. E depois de ver Charles LeClerc triunfar nas etapas de Monza e Austin, a Ferrari ainda averbou mais um triunfo na Cidade do México, com Carlos Sainz a largar na pole-position e comandar a corrida de forma firme e segura, onde só não fez nova dobradinha por LeClerc ter escapado da pista na parte final da corrida e terminado em 3º. A pontuação constante já colocou a Ferrari na vice-liderança do campeonato de construtores, deixando a Red Bull para trás, mas a meta agora é chegar na McLaren, que já está à vista logo à frente, e com chances reais de ser alcançada, e até ultrapassada. O time italiano, cotado para ser o maior adversário da Red Bull no início do campeonato, havia perdido parte do ritmo com um pacote de atualizações que não deu muito certo a partir de Miami, cedendo seu lugar de protagonista desafiante para a McLaren, e em alguns momentos, até para a Mercedes, mas aparentemente conseguiu corrigir seu desenvolvimento, e voltou a ter um desempenho sólido. O título de pilotos é inviável, mas o título de construtores seria um prêmio mais do que inesperado, e muito bem-vindo para a escuderia, que se prepara para vir ainda mais forte em 2025. Mas que já pretende encerrar 2024 no topo.
Jorge Martin: O piloto da Pramac vem conseguindo manter firme a liderança na briga pelo título da classe rainha do motociclismo em 2024. Depois de perder em 2023 por culpa de seus próprios erros, em que pese ter levado a disputa até a última etapa, e ter sido colocado como o candidato mais forte em parte da reta final, o objetivo agora é não repetir os mesmos erros, e ficar ainda mais focado em manter a constância de resultados, ponto em que se deu melhor que o rival Bagnaia em algumas corridas, sendo sempre um forte adversário, mas sabendo manter melhor o controle, a fim de evitar problemas nas corridas. Nem sempre conseguiu, mas até aqui, Jorge vem errando menos que “Pecco”, e é por isso que ele está na liderança da competição, tendo conseguido se manter na pista mais vezes nas corridas do que o atual bicampeão mundial. O espanhol quer mostrar à Ducati que foi um erro não terem promovido ele ao time de fábrica, e quer sair por cima, levantando a taça de campeão mundial, e o título de campeão reinante para sua nova escuderia em 2025, a Aprilia. Por enquanto, ele vem trocando resultados com Bagnaia nas últimas corridas, mas tem conseguido marcar bem o italiano, para evitar sofrer uma reviravolta na classificação. E pretende manter o olho aberto para evitar qualquer chance de que isso ocorra. E tem tudo para conseguir, resta saber se conseguirá de fato.
Disputa na F-1: A segunda metade da temporada de 2024 está sendo uma agradável surpresa para quem gosta de disputas. Não apenas a McLaren, mas agora também a Ferrari, estão fazendo o campeonato pegar fogo. Por mais que Max Verstappen ainda esteja conseguindo se segurar na liderança do campeonato de pilotos, evitando a aproximação mais rápida de Lando Norris, as corridas tem trazido vários duelos, e no que tange ao campeonato de construtores, a surpresa é ver a Ferrari chegando forte, e podendo ameaçar até mesmo a McLaren, que vinha sendo a favorita algumas corridas atrás, com ambos os times já deixando a Red Bull na saudade. O time dos energéticos, aliás, continua capengando, e se não fosse pelo tricampeão holandês, estaria sendo coadjuvante nestas últimas provas, não tendo vencido mais nenhuma prova após a corrida da Espanha. No segundo pelotão, a Haas superou as rivais, e está em 6º lugar na classificação, enquanto a Williams ganhou gás com a demissão de Logan Sargeant e sua substituição por Franco Colapinto. E na Visa RB, o time também entrou em ebulição com a disputa entre Yuki Tsunoda e Liam Lawson para ver quem se habilita à Red Bull em 2025. As decepções são Aston Martin, que já jogou a toalha este ano, e a Mercedes, que no meio do ano parecia ter encontrado o caminho para pelo menos voltar a brigar pelo pódio, e até por vitórias, e agora perdeu novamente parte do rumo, mas felizmente McLaren e Ferrari estão dando novo ar às vitórias na competição, e promovendo algumas boas brigas na pista, sem esquecer os perrengues que temos visto entre Lando Norris e Max Verstappen quando se encontram na pista. O ano promete terminar com mais duelos.
Equipe Haas: A escuderia estadunidense até que começou o ano meio desacreditada, mas vem conseguindo fazer uma boa temporada. Como sempre, é Nico Hulkenberg quem tem conseguido aproveitar as melhores oportunidades, mas a verdade é que o carro do time de Gene Haas melhorou durante o ano, proporcionando ao piloto alemão mostrar seu talento, e conseguir obter resultados interessantes. E mais recentemente, fez um acordo com a Toyota para ganhar mais uns trocados em troca e parceria técnica limitada. Coincidência ou não, a Haas fez boas exibições tanto nos Estados Unidos, sua terra, quanto na prova do México, onde Kevin Magnussen lavou um pouco a alma dos resultados ruins no restante da temporada, com os dois pilotos marcando pontos, algo muito positivo, tanto que a escuderia vai se consolidando na 6ª posição do campeonato, abrindo vantagem para a principal rival pela posição, a Visa RB, que ensaiou fins de semana positivos nas duas corridas, mas não conseguiu muita coisa, e perdeu a chance de tentar equilibrar a briga. A nova gestão de Ayao Komatsu vai se mostrando eficiente e competente, e a Haas resgata um pouco de seu autorrespeito, e com um pouco de sorte, pode até tentar uma boa melhora em 2025.
Franco Colapinto: O piloto
argentino já virou a sensação deste fim de temporada da F-1. Substituindo o
estadunidense Logan Sargeant, dispensado por falta de resultados e bater
demais, Franco estreou na prova de Monza, já marcou pontos em Singapura e nos
Estados Unidos, e já vem deixando Alexander Albon sentindo a pressão de ter um
companheiro de time forte, levando o piloto até a cometer alguns erros nestas
últimas provas. Tivesse a Williams dispensado Sargeant ao fim da temporada
passada e promovido o argentino para esta temporada desde o início do ano, eles
certamente nem teriam ido atrás de Carlos Sainz Jr. para a temporada de 2025,
diante do desempenho que Colapinto vem demonstrando. Um desempenho que já está
chamando a atenção de outras equipes, como a Red Bull e a Sauber, que poderiam
lhe arrumar uma posição de titular já para o próximo ano, enquanto em Grove ele
voltará a ser piloto reserva e de testes, pelo menos no próximo ano. Diferente
a impressão causada por Nyck De Vries em 2022, a forma como Franco vem
pilotando tem causado uma impressão mais sólida, já tendo disputado 5 corridas,
e mostrando estar à vontade com o carro, tentando tirar dele tudo o que é
possível, o que o tem levado até a alguns erros, mas pelo menos mostrando muita
determinação e capacidade. Agora o da Williams desafio é oferecer uma chance ao
piloto de se manter ativo, e ao mesmo tempo não perde-lo para a concorrência,
já que sua dupla titular está fechada por pelo menos as próximas duas
temporadas.
NA MESMA:
Disputa na MotoGP: O duelo entre Jorge Martin, do time satélite da Pramac, e Francesco Bagnaia, do time de fábrica da Ducati, segue pegando fogo, com o espanhol tendo conseguido abrir alguma vantagem na reta final da competição, faltando apenas duas corridas para fechar o campeonato. Mas Bagnaia, apesar de alguns percalços e de ter tido alguns desempenhos um pouco abaixo do esperado, ainda não está derrotado, e tem chance de virar a luta e chegar ao terceiro título consecutivo pela casa de Borgo Panigale. Mas Jorge Martin vem com tudo, e vai dar tudo por tudo, até porque pode ser sua última chance de ser campeão, pelo menos no curto prazo, já que ano que vem irá defender a Aprilia, que nos dois últimos anos não conseguiu entrar na briga pelo título como vinha prometendo fazer. É um duelo homem a homem, e o menor erro na pista pode ser fatal. No ano passado, Martin parecia ser o grande favorito, mas Bagnaia conseguiu reagir e vencer a disputa. Este ano o espanhol parece bem mais capaz do que o italiano, mas a briga só vai terminar na última corrida, e tudo ainda pode acontecer entre os dois. A pressão será muito forte, tanto nos pilotos quanto em seus respectivos times. Quem irá conseguir aguentar? Quem irá fraquejar? Não dá para fazer nenhuma aposta segura. O pega promete ir até a última volta da temporada, e tem tudo para ser eletrizante. Pelo sim, pelo não, a Ducati encerrou o desenvolvimento da GP24, com o objetivo de não interferir na disputa entre os dois pilotos, caso algum deles não se acertasse com as evoluções da moto. Portanto, a disputa será na pista, e que vença o melhor, para delírio dos torcedores.
Fórmula 1 permanece na Bandeirantes: Quando todo mundo já dava por favas contadas o retorno da categoria máxima do automobilismo mundial à TV Globo, sua antiga casa, eis que a situação parece ter sofrido uma reviravolta, e a temporada de 2025 seguirá sendo transmitida pelo Grupo Bandeirantes. O rolo teria sido desencadeado pelas condições contratuais de ruptura do acordo, válido até o fim do ano que vem, que não teria sido aceito pela emissora paulista, e com a Liberty Media ficando sem apresentar uma opção mais viável para encerrar a contenda. Enquanto não sabemos todos os detalhes dessa história, por enquanto parece que a F-1 vai continuar onde está desde 2021, para alegria de muitos torcedores, que sabem que o tratamento que receberia em sua antiga casa não seria o mesmo que tem atualmente. De seu lado, contudo, a Globo continua aparentando tranquilidade a respeito do assunto, embora um anúncio do retorno da competição à emissora nunca tenha sido feito oficialmente, apesar de já correr solto por aí. Vamos ver no que vai dar toda essa conversa, e pelo menos torcer para que a Bandeirantes consiga colocar tudo em ordem, e seguir transmitindo a categoria em 2025. Já em 2026, a história provavelmente deverá ser outra...
Lando Norris: O piloto da McLaren continua tirando a vantagem de Max Verstappen na liderança do campeonato, e se aproximando do holandês, mas a um ritmo muito baixo se quiser de fato conquistar o título de 2024 da F-1. Lando pode ter desperdiçado o melhor momento para demolir a vantagem do rival, uma vez que agora tem de lidar com a concorrência forte da Ferrari, que venceu as últimas duas corridas, chegando à sua frente e impedindo o piloto da McLaren de vencer e conseguir descontar mais pontos. Lando também precisa aprender a ser mais agressivo nas disputas de posição com o holandês, que vem até extrapolando nas defesas na pista, tentando de todo modo inviabilizar uma ultrapassagem, de modo que se quiser mesmo brigar para valer, terá de ir para cima do mesmo modo, e não se deixar mais intimidar pelo tricampeão holandês. Norris até já parece ter se dado conta disso, mas até o presente momento, ainda vacila um pouco nestes momentos, dando ao adversário a chance de continuar mantendo posição na pista. E pior, a cada corrida, é uma chance a menos de conseguir alcançar o holandês mais rapidamente, dificultando cada vez mais as chances de Lando o alcançar na classificação. O inglês também precisa errar menos, especialmente nas classificações e largadas, pontos cruciais para se começar bem uma corrida de F-1. Nos Estados Unidos ele vacilou na largada e se permitiu ficar atrás do piloto da Red Bull, indo recuperar a posição somente na parte final da corrida. É preciso mais, se quiser destronar Verstappen. Ele sabe disso, mas vai conseguir? A cada corrida a menos, vai ficando mais complicado...
Equipe Mercedes: o time alemão ensaiou um retorno às primeiras colocações a meio da temporada, dando a entender que poderia até se intrometer nas disputas do pódio, e quem sabe, beliscar vitórias em alguns momentos. Porém, desde a etapa da Holanda, a equipe prateada perdeu força, e se não decaiu tanto a ponto de voltar para onde estava no início do ano, também não conseguiu voltar mais à frente como se esperava com as últimas atualizações, onde o time praticamente não conseguiu se entender com o carro, que ora parece ter um desempenho firme e sólido, ora nega performance. Com isso, mesmo o pódio parece ter virado um sonho difícil, ainda mais com a Ferrari voltando a andar muito forte e vencer corridas, disputando com a McLaren o título de construtores da temporada. No duelo interno, George Russell e Lewis Hamilton tem acumulado vitórias pontuais um sobre o outro, mas sem conseguir obter os resultados esperados desde meados do ano. E cada um de seus pilotos teve reveses complicados no Circuito das Américas tentando entender as novidades do carro, que chegou a ser revertido para a especificação antiga por Russell, enquanto Hamilton ainda tenta se entender com as novidades que parecem mais um downgrade do que um upgrade. Dessa forma, a Mercedes já parece conformada em terminar o ano como 4ª força, já que não mostra condições de alcançar McLaren, Ferrari e Red Bull na classificação, mas ao mesmo tempo não tem como ser ameaçada pela Aston Martin. É o que terão neste fim de temporada, e começando a se concentrar apenas para o ano que vem.
Max Verstappen: O tricampeão
holandês segue firme rumo ao tetracampeonato, e como de costume, continua a
render polêmicas, agora pelo modo como vem se digladiando com Lando Norris na
pista. Nos Estados Unidos, o piloto da Red Bull usou tudo o que tinha a seu
favor, inclusive fazendo o rival sair da pista na tentativa de ultrapassagem,
sendo que ele também saiu da pista na manobra. Já no México, o duelo agressivo
por parte de Max acabou lhe rendendo punições e a crítica de Norris, que acusou
o rival de pilotar de forma perigosa. Verstappen parece perder um pouco a
cabeça quando se sente acossado, e viu-se na Cidade do México um comportamento
similar ao apresentado pelo piloto na Hungria, onde incapaz de confrontar a
dupla da McLaren na luta pela vitória, cometeu várias estripulias, chegando a
ter um incidente com Lewis Hamilton que comprometeu sua chance de ter um melhor
resultado. Da mesma forma, o modo exagerado como foi para cima de Norris na
Cidade do México não era necessário, diante da grande vantagem que o piloto
ainda desfruta, podendo jogar com o regulamento, de modo que poderia ter obtido
uma posição final melhor, e com isso, minimizado os prejuízos, o que também
poderia ter feito em Budapeste. Desse modo, ele teria perdido menos pontos de
vantagem, como vem conseguindo fazer em várias corridas, diminuindo as chances
de Norris de alcança-lo de forma mais efetiva. É verdade que a torcida gosta de
pilotos agressivos e arrojados, capazes de fazer manobras que levantam o
público nas arquibancadas, mas o consenso de que Verstappen começa a extrapolar
pode ser um tiro no próprio pé do holandês, que já declarou que não vai aliviar
de modo algum. Mas a questão não é aliviar, apenas de não exacerbar o duelo
além dos limites. Até agora Max tem tido sorte, mas e se no seu próximo exagero
ele cavar sua própria cova, sofrendo um abandono, e até uma punição ainda mais
pesada? Ele tem talento suficiente para não precisar ficar fazendo isso, mas
parece precisar pensar mais com a cabeça para não perder as estribeiras nestes
momentos.
EM BAIXA:
Oscar Piastri: O australiano vinha andando pau a pau com Lando Norris durante boa parte do campeonato da F-1 em 2024, mostrando-se como opção para liderar o time, mas o inglês assumiu a primazia da luta pelo título contra Max Verstappen, e mesmo prometendo ajudar, não pareceu muito entusiasmado com a idéia. Segundo alguns, se Norris for campeão, seria mais complicado para Piastri desafiar o colega com status de campeão mundial dentro da escuderia, mas claro que, verdade ou não, não há como saber da veracidade de tal atitude. Mas, seja lá como for, Piastri teve classificações desastrosas tanto nos Estados Unidos quanto no México, e com isso, não teve como “ajudar” Lando nas duas etapas, pois precisou vir lá de trás para tentar sua recuperação nas provas, o que até fez bem, mostrando sua determinação e a qualidade do carro da McLaren, conseguindo alcançar a zona de pontuação. Mas este azar de largar no fundo do grid, caindo logo no Q1, causou prejuízos à escuderia inglesa, que sem pontuar a fundo com seus dois pilotos, vem observando sua liderança no campeonato de construtores já sendo ameaçada pela Ferrari. Piastri também foi alvo de cutucadas psicológicas e fofocas por parte da Red Bull, com Max Verstappen alfinetando possíveis “ajudas” que o australiano precise dar a Norris, afirmando que ele não se sujeitaria a isso (lembram de Interlagos em 2022?), como que insinuando para Oscar manter seu espaço e recusar tal proposta; além de boatos de que Helmut Marko poderia estar de olho no piloto para substituir o holandês em uma possível saída dele da escuderia, possivelmente em 2026. Pode não ter nada a ver mesmo, mas o fato é que Piastri poderia estar ajudando mais o time se não estivesse dando o azar de sair lá de trás nos últimos GPs, e mesmo que tenha sido só o azar, isso acaba deixando-o sem cacife para manter uma luta interna contra Norris pela primazia das atenções da escuderia, principalmente para 2025.
Sergio Perez: O piloto mexicano vem tendo um fim de temporada realmente sem ter o que mostrar, e sem conseguir encontrar justificativas mais plausíveis para sua performance completamente aquém do esperado. O mexicano caiu no Q1 em sua corrida de casa, no México, de onde saiu completamente zerado e com um desempenho pífio, além de ter parado o carro no lugar errado do colchete de largada, e já tinha mostrado resultado apenas mediano nos Estados Unidos. E ficando com isso com seu lugar cada vez mais na corda bamba. Chegou-se a cogitar que o piloto anunciaria sua aposentadoria da F-1 em casa, na Cidade do México, deixando a Red Bull para 2025, apesar do contrato em vigor até para 2026, o que o piloto reafirmou que irá cumprir, não pensando em pendurar o capacete. Mas está sendo complicado justificar a presença de Perez no time no atual momento da competição, uma vez que ele não consegue tirar do carro o que Verstappen parece conseguir com naturalidade. Com Liam Lawson mostrando muito mais capacidade que Daniel Ricciardo, Yuki Tsunoda clamando por uma chance de guiar o carro do time principal, e Helmut Marko começando a olhar para Franco Colapinto, nunca as chances de Perez ficar na Red Bull estiveram tão ameaçadas, com alguns chegando até mesmo a dizer que ele não termina a temporada deste ano.
Renault oficialmente fora da F-1: E a marca francesa bateu o martelo oficialmente, e está fora da categoria máxima do automobilismo a partir de 2026. Seu time na competição, a Alpine, deverá competir com motores da Mercedes, que irá perder a Aston Martin para a Honda, e assim manterá seu fornecimento para quatro times na competição. É o fim de uma longa história iniciada pelo grupo francês ainda nos anos 1970, quando chegou à F-1 causando sensação com a introdução do motor turbo, que viria a dominar a competição na década seguinte, e mesmo nos momentos onde esteve fora oficialmente, na prática sempre esteve participando de forma não-oficial, com seus propulsores sendo fornecidos indiretamente. Infelizmente, os custos de desenvolvimento dos atuais motores da competição são muito altos, e a direção da Renault avalizou a idéia de passar a competir com motores de terceiros ao invés de desenvolver o seu próprio, procurando gastar menos. Ruim para vários funcionários da fábrica em Viry-Chatillon, que ou foram dispensados ou remanejados, com alguns deles já encontrando novos empregos em outras escuderias. Ao menos os últimos trabalhos da Renault não serão perdidos, uma vez que os projetos das novas unidades de potência para o novo regulamento de 2026 parecem ter sido comprados pela GM, em seu projeto de adentrar a F-1 em 2028 como fornecedora de motores e parceria técnica da equipe Andretti, de forma a não começar seus trabalhos do zero. Mas fábricas vem e saem da F-1, e agora é ficar na expectativa se ela retornará um dia, para dar andamento à sua história na competição.
Aston Martin: O time de Silverstone já jogou a toalha em 2024, e resolveu encerrar oficialmente o desenvolvimento do modelo AMR24 para se concentrar unicamente no modelo do próximo ano. A escuderia não se vê ameaçada pela Haas na pontuação do campeonato, e sem condições reais de tentar buscar a Mercedes, as expectativas agora estão concentradas unicamente na chegada de Adrian Newey ao time, o que acontece só no próximo ano, de modo que a escuderia só poderá contar com o primeiro projeto do mago das pranchetas em 2026, na estréia do novo regulamento técnico. A expectativa é que Newey possa colaborar no desenvolvimento do carro do próximo ano, e oferecer melhores possibilidades de resultados. Definitivamente, a equipe mostra que ainda tem muito o que aprender se quiser ser um time de ponta, já que no ano passado já havia apresentado uma certa incapacidade de conseguir desenvolver seu carro adequadamente, tendo perdido força conforme a temporada avançava em sua segunda metade, apesar do excelente carro produzido, que em determinado momento era o segundo melhor do grid, perdendo apenas para a Red Bull. Mas este ano, com um projeto que nem de longe chegou a ser tão competitivo quanto o de 2023, a incapacidade do time em desenvolver o carro só ficou ainda mais evidente, pois o bólido que já não era muito competitivo, foi ficando cada vez mais para trás, e só não caiu ainda mais porque os times do segundo pelotão se mostraram ainda piores durante o ano, o que impediu um maior vexame por parte da Aston Martin. Resta esperar que as lições sejam devidamente aprendidas, e a escuderia consiga acertar seu rumo em 2025, mirando a temporada de 2026.
GP da Índia fora da MotoGP: E a Índia parece não ter conseguido mesmo segurar suas chances de tentar se manter no calendário da classe rainha do motociclismo. A corrida, que já tinha sido cancelada este ano, não foi confirmada no calendário provisório da categoria para o próximo ano, com seu lugar sendo ocupado pelo retorno da Hungria, que fará a estréia de seu novo circuito, o Balaton Park, que já poderia ter estreado nesta temporada, não fossem problemas burocráticos relativos à documentação e finalização de alguns trabalhos na pista para receber a MotoGP, que desta forma acabou realizando uma segunda prova na pista de Misano. Com isso, a Índia parece andar em baixa para sediar competições do esporte a motor de elite. Na década passada, recebeu a F-1 por um curto período, e nunca mais foi cogitada de voltar ao calendário. Mais recentemente, o país também perdeu sua etapa da Formula-E, e agora, fica também sem a MotoGP, que em um momento de expansão de seu calendário, preferiu outras pistas, como o retorno a Brno, na República Tcheca, ao invés de continuar tentando viabilizar a corrida indiana. Pelo visto, o país anda com um tremendo pé frio no que tange a sediar competições automobilísticas e similares.