E já chegamos ao mês de dezembro, e estamos perto de fechar o ano de 2023. Realmente, o tempo parece voar, e vimos o encerramento de quase todos os campeonatos do mundo do esporte a motor neste último mês. Mas, nem tudo terminou, e algumas corridas ainda terão lugar neste mês de dezembro, antes que possamos iniciar a jornada de 2024. Mas, antes de nos ocuparmos com isso, é hora de relacionar aqui alguns acontecimentos do mundo da velocidade deste mês de novembro que se foi, em mais uma edição da sessão Flying Laps, como é de praxe, sempre com alguns comentários rápidos sobre os eventos citados. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início de janeiro, já iniciando os trabalhos do próximo ano...
Na rodada dupla realizada pela Stock Car Brasil em Cascavel, neste mês de novembro, Bruno Baptista, da equipe RCM Motosport ficou com a vitória na primeira corrida, depois de uma luta ferrenha com Daniel Serra, da Eurofarma-RC, que cruzou a linha de chegada apenas 0s37 atrás. Bruno havia largado da pole-position, e com a pista úmida, ele conseguiu manter a liderança de ponta a ponta, perdendo-a momentaneamente apenas no momento em que fez o pit stop obrigatório. O pódio foi completado por Guilherme Sallas, da KTF Racing. Já na segunda corrida, quem fez a festa foi Felipe Massa (equipe Lubrax Podium Stock Car Team), ao conquistar sua primeira vitória na categoria nacional, lembrando que seu último triunfo em uma competição automobilística tinha sido no Grande Prêmio do Brasil de F-1, em Interlagos, em 2008, quando perdeu o campeonato para Lewis Hamilton por apenas um ponto, algo que ele contesta agora em uma ação movida contra a FIA devido à maracutaia perpetrada pela equipe Renault na etapa de Singapura, que ele alega ter sido prejudicado. Nesta prova, Átila Abreu, da Pole Motorsport, terminou em 2º lugar, enquanto Ricardo Maurício, da Eurofarma-RC completou o pódio em 3º lugar.
Apesar de ter tido resultados pífios na rodada dupla de Cascavel, onde terminou as duas corridas em 18º e 17º lugares, Gabriel Casagrande (equipe A. Mattheis Vogel) se manteve firme na liderança do campeonato, e vai para a etapa final, neste mês de dezembro em Interlagos, com 15 pontos de vantagem sobre o vice-líder, Daniel Serra (equipe Eurofarma-RC), que fez 2º e 7º lugares nas provas da cidade paranaense. Serra tem 271 pontos, contra 286 de Casagrande). Felipe Fraga, da Blau Motorsport, ocupa a 3ª colocação, com 253 pontos, seguido de perto por Thiago Camilo (Ipiranga Racing), que tem 250. Rafael Suzuki (Pole Motorsport) ocupa a 5ª colocação, com 243 pontos. Rubens Barrichello (Fulltime) é o 6º, com 241 pontos, à frente de Ricardo Zonta (RCM-Motorsport), com 237 pontos. Ricardo Maurício (Eurofarma-RC) é o 8º colocado, com 208 pontos. Felipe Baptista, com 208 pontos; e Guilherme Sallas, ambos da KTF Racing, com 207 pontos, completam o TOP-10 da classificação do campeonato da Stock Car.
A Stock Car, aliás, já anunciou o seu calendário de 2024, composto novamente por 12 etapas, que serão assim distribuídas: 03.03 – Goiânia; 24.03 – Velocitta; 21.04 – interlagos; 19.05 – Cascavel; 30.06 – Velocitta; 28.07 – Goiânia; 18.08 – Belo Horizonte; 08.09 – Santa Cruz; 06.10 – Argentina(*); 27.10 – Velopark (**); 24.11 – Brasília; e 15.12 – Interlagos. A boa novidade do calendário é a corrida de rua que será realizada em Belo Horizonte, um tipo de evento que andava faltando no calendário da competição, mas que ainda depende de viabilização do evento, incluindo o projeto da pista, que deve ser nas imediações do Estádio do Mineirão. A categoria voltará à Argentina mais uma vez, para a etapa de 6 de outubro, mas ainda não foi definido qual o circuito onde a categoria irá se apresentar. E ainda há a chance de a Stock correr no Uruguai. A data marcada para 27 de outubro está marcada no autódromo do Velopark, mas tratativas estão em andamento para que a corrida seja realizada no Uruguai, em local que ainda não foi definido. No caso de as tentativas de negociação falharem, a corrida será de fato realizada no autódromo gaúcho. Após a experiência realizada de uma corrida nas pistas do aeroporto do Galeão, não será em 2024 que a Stock repetirá este tipo de evento, apesar da corrida ter caído no agrado dos pilotos e dos torcedores. Com relação ao aeroporto carioca, infelizmente desentendimentos a respeito dos valores de pagamento para a realização da corrida por ali acabaram por inviabilizar a repetição do feito, ocorrido há pouco tempo atrás, mas é urgente a Stock procurar por alternativas, até para não ficar repetindo pistas na competição, algo que joga contra a capacidade de competição da maior categoria automobilística nacional.
A Alfa Romeo já pulou fora da F-1, com o encerramento de sua parceria com a equipe Sauber, que até a entrada oficial da Audi na competição em 2026, como nova proprietária da escuderia sediada em Hinwill, voltará a usar o seu nome original nas temporadas de 2024 e 2025. A marca italiana, que atualmente pertence ao Grupo Stellantis, até tinha algum interesse em seguir na F-1, tendo iniciado conversas com a equipe Haas, mas o esquema, de apenas patrocinar o time e lhe dar nome, como fez com a equipe suíça nas últimas temporadas, não se mostraram frutíferas, de modo que as negociações para um acordo nos mesmos moldes esfriaram, com a Alfa perdendo o interessem até pela falta de resultados que obteve na parceria com a Sauber. E, de acordo com a montadora, a nova investida agora deverá ser no Mundial de Endurance, que passa por um momento de revitalização de interesse por parte das marcas do mundo do esporte a motor, como a Ferrari, que retornou à competição na classe Hypercars no ano passado. Com duas marcas do conglomerado, DS e Maserati, já engajadas na Formula-E, a Alfa viu que o WEC é o certame onde a Stellantis mais tem a ganhar com um reforço de uma de suas marcas, que poderia se aliar aos esforços que a Peugeot já vem engendrando para retornar oficialmente à competição. Até porque a F-1, com suas restrições cada vez mais idiotas à entrada de novos times, como estamos vendo no caso da Andretti, mesmo com sua parceria do Grupo GM com a marca Cadillac, se mostra cada vez menos interessante, e cheia de frescuras, de modo que tão cedo não deveremos ver novamente o nome da primeira campeã da competição a marcar presença novamente na categoria máxima do automobilismo... Azar da F-1, sorte da Alfa, que não vai se estressar tanto por quem não a merece realmente...
A Fórmula 4 Brasil também divulgou o seu calendário para a temporada 2024, a terceira da competição, desde que o certame foi criado no ano passado. Mais uma vez, cada fim de semana terá rodada tripla, e com oito etapas, teremos um total de 24 provas para a próximo ano da mais nova categoria de base do automobilismo nacional. Confiram as datas e os locais do campeonato 2024: 24/03 – Velocitta (SP); 21/04 – Interlagos (SP); 30/06 – Velocitta II (SP); 28/07 – Goiânia (GO); 06/10 – Argentina; 03/11 – Interlagos II (SP); 24/11 – Brasília (DF); 15/12 – Interlagos III (SP). A novidade é que a categoria irá fazer uma edição na Argentina, acompanhando a Stock Car em terras portenhas, e assim como no caso da categoria TOP, ainda não se sabe onde esta etapa será realizada. A prova de 03 de novembro, mais uma vez, será realizada como preliminar do GP Brasil de F-1. Na temporada atual, a categoria se prepara para realizar sua última etapa, no próximo dia 17 de dezembro, em Interlagos, São Paulo, também acompanhando o encerramento do campeonato da Stock Car Brasil. No certame da categoria de acesso, Vinicius Tessaro, da equipe Cavaleiro Sports, lidera a competição, com 197 pontos. O vice-líder é Matheus Comparatto, da equipe Oakberry Bassani F4, com 173 pontos. Álvaro Cho, da equipe TMG Racing, é o 3º colocado, com 167 pontos.
A Formula-E definiu os detalhes finais para a sua temporada de 2024, onde algumas etapas ainda estavam carecendo de confirmação diante de algumas incertezas. E algumas mudanças foram feitas em relação ao anúncio inicial divulgado no mês de outubro. Agora teremos oficialmente 17 corridas no próximo ano, em 11 locais diferentes. Entre as mudanças, a etapa que era sediada nas ruas de Roma, capital da Itália, foi transferida para a pista de Misano, que já é palco da MotoGP, nos dias 13 e 14 de abril. O motivo foi o forte acidente ocorrida em uma das provas da etapa deste ano, mostrando que a pista urbana montada nas ruas da capital italiana não oferecia a segurança necessária para acomodar a maior velocidade dos carros Gen3, que devem ficar ainda mais rápidos para a temporada do próximo ano, com o melhor entendimento das equipes a respeito de como ajustar e desenvolver o novo bólido. Outra mudança efetuada foi na prova de Portland, que agora também será em rodada dupla no próximo ano, depois da espetacular corrida vista nesta temporada, onde os pilotos correram de forma compacta o tempo todo, em disputas frenéticas de todo mundo com todo mundo, situação que é muito provável de se repetir em 2024, um panorama que os organizadores esperam que também seja visto na pista de Misano. A categoria de carros monopostos elétricos também voltará à China, ausente nos últimos anos, onde também disputará uma rodada dupla em Shanghai, nos dias 25 e 26 de maio. E, claro, já anunciada, teremos também o ePrix de Tóquio, no Japão, em um circuito de rua montado em Odaiba, zona sul da capital nipônica, que receberá os bólidos monopostos 100% elétricos pela primeira vez. Confiram o calendário completo da temporada 2024: 13.01 - Cidade do México, (México); 26.01 – Diriyah I (Arábia Saudita); 27.01 – Diriyah (Arábia Saudita); 10.02 – Hyderabad (Índia); 16.03 - São Paulo (Brasil); 30.03 – Tóquio (Japão); 13.04 – Misano I (Itália); 14.04 – Misano II (Itália); 27.04 – Mônaco; 11.05 – Berlim I (Alemanha); 12.05 – Berlim II (Alemanha); 25.05 – Shanghai I ( China); 26.05 – Shanghai II (China); 29.06 – Portland I (Estados Unidos); 30.06 – Portland II (Estados Unidos); 20.07 – Londres I (Inglaterra); 21.07 – Londres II (Inglaterra).
E segue na justiça dos Estados Unidos a disputa judicial entre o espanhol Álex Palou e a McLaren, iniciada pelo time de Woking depois que o agora bicampeão da Indycar resolveu que não iria honrar o contrato assumido, e ficaria na Ganassi para a temporada de 2024 do campeonato de monopostos dos Estados Unidos. Palou iria assumir também a posição de piloto de desenvolvimento da equipe de F-1, e de piloto reserva e de testes nas datas que não concluíssem com a Indycar. Além de justificar sua decisão, alegando que não sentia mais firmeza do time inglês para leva-lo para a F-1, diante da contratação de Oscar Piastri, por vários anos, ele questiona os valores de indenização pleiteados por Zak Brown na contenda. Como resultado desse contencioso, o mexicano Patrício O’Ward já esteve nas etapas finais da temporada da F-1 junto com o time da McLaren, inclusive participando do treino de novatos realizado após o GP de Abu Dhabi, conduzindo o carro da escuderia inglesa no circuito de Yas Marina, tarefa que seria desenvolvida inicialmente por Palou, antes de seu rompimento, lembrando que o espanhol já não se juntou ao time por ocasião da etapa de Singapura, após o encerramento da temporada 2023 da Indycar, diante da quebra contratual perpetrada pelo piloto, quando anunciou que preferia ficar onde estava, na Ganassi, que seguirá com os serviços do piloto na próxima temporada da Indycar. O piloto já tinha arrumado confusão em 2022, quando resolveu mudar de time sem fazer as devidas comunicações à Ganassi, que entrou na justiça, e garantiu a permanência do piloto para 2023, de modo que em 2024, então, ele se transferiria para o time da McLaren na Indycar, onde visava, claro, uma transferência para o time da F-1. Na época, Daniel Ricciardo já estava em baixa em Woking, de modo que os planos com Palou faziam sentido, fora que o espanhol estava confiante de que, fazendo uma boa temporada na equipe da Indycar, ele seria a escolha óbvia de Zak Brown. Mas Oscar Piastri, mesmo com alguns problemas, saiu-se melhor que a encomenda no time de F-1, após a dispensa de Ricciardo, e da briga para ter o australiano, que também se desentendeu com a Alpine, que achava que teria direito ao seu passe. A boa performance de Piastri deixou todo mundo na McLaren contente, em ver que fizeram uma aposta certeira, mas é óbvio que Álex Palou acabou vendo nisso as chances de ir para a F-1 ficarem em banho maria, fora o risco de, numa temporada complicada, se ver superado por algum dos outros pilotos da escuderia na Indycar, o que poderia minar o seu cartaz frente a um embate com a dupla atual da F-1. Como ele conquistou o título da competição norte-americana este ano, ele voltou a ser o queridinho de Chip Ganassi, e resolveu dar uma banana para Zak Brown, que claro, não gostou da desfeita. As coisas agora mais uma vez serão resolvidas na justiça, e o precedente criado pelo espanhol, que não apenas uma, mas duas vezes, arrumou confusão com contratos assinados, pode complicar potenciais negociações com outros times no futuro. Resta saber o quanto isso terá sido prejudicial à sua carreira, que na pista, no momento, vai muito bem...
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