quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

ARQUIVO PISTA & BOX – JULHO DE 1999 – 30.07.1999

            Voltando a trazer uma de minhas antigas colunas, esta é do dia 30 de julho de 1999, e o assunto era a disputa da vitória no Grande Prêmio da Áustria daquele ano, que tinha tudo para ser da McLaren, e acabou indo parar nas mãos da rival Ferrari, que reencontrava o seu rumo depois de ficar sem Michael Schumacher, acidentado na prova de Silverstone, onde quebrou uma das pernas. Foi a chance da vida de Eddie Irvinne aquela temporada, e infelizmente, o irlandês não chegou ao título, por culpa de si próprio, mas também por culpa da Ferrari, que em sua política de ter olhos somente para o piloto alemão, dedicava menos esforços ao seu segundo piloto, que às vezes era tratado até como terceiro ou quarto piloto, tamanha a diferença de atenção que havia entre Schumacher e ele. Para a McLaren, a derrota em Zeltweg foi um sinal de que não deveriam baixar a guarda, em uma temporada que não seguiu o script que se imaginava inicialmente, apresentando até mais disputas do que se poderia prever.

            De quebra, alguns tópicos rápidos, como o belo triunfo de Tony Kanaan na US500 no campeonato da F-CART, e a notícia de que a prova de Cleveland sairia do calendário da categoria de monopostos dos Estados Unidos no ano seguinte, o que de fato ocorreu, e que nunca mais voltou a ser disputada, infelizmente, até os dias atuais. Uma boa leitura a todos, e em breve trago outros textos antigos por aqui...

 

PRESENTE ESCOCÊS

 

            Eddie Irvinne falou, falou, e falou. E o que muita gente achava mera bravata e conversa fiada do piloto irlandês acabou virando realidade: vitória da Ferrari no GP da Áustria, e com Eddie Irvinne. Se até então a McLaren achava que o campeonato ficaria mais fácil sem a presença de Michael Schumacher, em recuperação de seu acidente em Silverstone, é bom pensar novamente, pois a situação pode não ser tão fácil quando se imaginava que aconteceria.

            A McLaren, aliás, nem tinha muita razão para temer o piloto irlandês, afinal, no treino de classificação, sua dupla deixou Irvinne para trás em mais de 1s. O que derrubou o favoritismo do time de Ron Dennis foi da estratégia da Ferrari e...David Coulthard! O piloto escocês da equipe inglesa praticamente deu a vitória de presente para o irlandês do time de Maranello.

            A McLaren liberou seus pilotos para a disputa aberta. Até mesmo Coulthard, que até então vinha fazendo uma temporada medíocre, parecia ter reencontrado seu ritmo de competitividade. Nos treinos, David andou forte como há tempos não se via, disputando a pole palmo a palmo com Mika Hakkinen. Na largada, tudo correu bem, mas algumas curvas adiante, aconteceu o que todo mundo viu: Coulthard forçou demais em cima de Mika onde não dava e tocou no carro do finlandês, que rodou e caiu para último na corrida. Pronto, era o melhor presente que Irvinne poderia desejar.

            Mas não foi tão fácil assim como pareceu: Irvinne foi ultrapassado por Rubens Barrichello, e parecia acomodado em sua posição, enquanto David Coulthard ia abrindo vantagem, e lá atrás, Hakkinen vinha passando todo mundo, no seu show de recuperação. Foi aí que a Ferrari derrubou a McLaren na estratégia tantas vezes usada por Michael Schumacher: o irlandês acelerou tudo o que pôde antes de seu pit stop, enquanto Coulthard fez sua troca de pneus e reabastecimento, e voltou mais pesado, sem o mesmo ritmo. Quando Irvinne fez sua parada, a Ferrari fez sua parte, e devolveu o irlandês à pista à frente de Coulthard. E fim de papo: Irvinne venceu a corrida, encostou em Mika Hakkinen no campeonato, e mostrou que mesmo sem Michael Schumacher, a Ferrari é uma ameaça potencial para a McLaren. Hakkinen, em sua prova de recuperação, ainda ficou em 3º lugar na prova austríaca.

            A moral de Zeltweg foi que a McLaren perdeu a corrida. Coulthard fez exatamente aquilo que não podia, e com isso, complicou a situação do time no campeonato. A própria situação do escocês na McLaren pode estar por um fio. Ron Dennis não é de lavar roupa suja em público, mas até este momento, quando a F-1 já está novamente reunida hoje para a disputa do GP da Alemanha, em Hockenhein, o clima parece calmo na McLaren, sem dar mostras de que a situação no time está meio bagunçada.

            Enquanto o time inglês tenta colocar as coisas em ordem para não repetir os mesmos erros, a Ferrari anda exultante com a vitória de Irvinne. Mas nem todos compartilham do mesmo entusiasmo: Jean Todt não subiu ao pódio com o irlandês, como costuma fazer nas vitórias de Michael Schumacher. Todt, que é o diretor da equipe italiana, não gostou do falatório do piloto irlandês sobre sua situação no time desde o acidente do colega alemão. Mas o restante da escuderia não está nem aí para a falação de Irvinne, até porque o piloto irlandês faz o tipo de pessoa que os italianos adoram: polêmico, combativo, irreverente. Já Schumacher, com sua frieza germânica, só é ídolo em Maranello pelo seu retrospecto de melhor piloto da categoria, do contrário, já estaria escorraçado da equipe há muito tempo, se esta também não andasse tão desesperada para sair do seu jejum de títulos, que vem desde 1979.

            Enquanto Irvinne comemora uma virada em sua situação no campeonato, continuam as fofocas sobre quando Michael Schumacher volta. Uns dizem que o retorno só acontece na Itália, em Monza, enquanto alguns prometem que o alemão já estará na pista em Spa-Francorchamps, na Bélgica. Já Schumacher promete ajudar seu colega de equipe a conquistar o título quando voltar, se a situação estiver indefinida. Do jeito que as coisas se desenrolaram em Zeltweg, tudo indica que a McLaren vai ter de suar mais do que esperava para garantir que a fatura esteja liquidada como espera. Hoje, com os primeiros treinos livres em Hockenhein, é de se esperar para ver o quanto a Ferrari pode conseguir em um circuito que é amplamente favorável à McLaren. Se o time italiano se der bem no belo circuito alemão, é bom o time inglês começar a se preocupar...

 

 

Tony Kanaan venceu a US500 praticamente na arrancada final no último domingo. O piloto baiano praticamente ganhou a vitória de bandeja, quando Maximiliano Papis ficou sem metanol na última volta, já com a bandeirada de chegada à vista. Um final eletrizante para a corrida, que este ano é a única prova de 500 Milhas do campeonato da F-CART. Com isso, Kanaan, que chegou a estar entre os últimos colocados na corrida, dá uma revigorada em sua posição no campeonato, que este ano parecia não conseguir repetir a mesma performance de 1998, quando a Tasman tinha uma estrutura menor do que a atual. O Ibope anda aumentando nas transmissões feitas pela TVS/SBT, mas nem por isso Sílvio Santos se manca e volta a exibir as corridas ao vivo, ou no mínimo, num horário mais condizente. Lamentável...

 

 

O GP de Cleveland vai sair do calendário da F-CART no próximo ano. Além de desentendimentos com o grupo promotor da corrida, a CART tem intenção de realizar uma corrida na Europa, possivelmente na Alemanha, e outra em Las Vegas, em um circuito urbano. Uma pena, pois a pista montada no aeroporto Burke Lakefront sempre proporcionou boas corridas.

 

 

Fofocas pipocam em Hockenhein sobre os motores da próxima temporada na F-1: com uma atuação pífia até o momento, a Prost pode perder os motores da Peugeot, que dizem estar cansada da falta de resultados na categoria e poderia pular fora. A Mercedes, por sua vez, poderia equipar uma segunda equipe com as versões anteriores de seus motores, a exemplo do que a Ferrari faz com a Sauber. E comenta-se que a Renault pode voltar oficialmente à F-1. Já no que tange à Ford, o time de fábrica, a Stewart, será o único a usar os motores em 2000. A Minardi, outra equipe a usar o motor Ford nesta temporada, ainda não encontrou um novo propulsor para o próximo campeonato.

 

Um comentário:

saidhbhinzaharias disse...

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