O projeto do autódromo de Deodoro: vai ficar só na intenção mesmo, para frustração dos picaretas que tentavam lucrar com as manobras espúrias para erguer a nova pista.
Estamos chegando ao
fim de 2021, e como seria de se esperar, a novela em que se transformou o
projeto do novo autódromo no Rio de Janeiro, na região de Deodoro, não saiu do
papel. E nem irá sair, a julgar por um projeto aprovado em primeiro turno pela
Prefeitura do Rio de Janeiro nesta semana, que cria o Refúgio de Vida Silvestre
(REVIS) justamente no terreno que abrigaria, pelas promessas de alguns
políticos mequetrefes, o majestoso novo circuito carioca, que iria receber não
só a F-1 como também a MotoGP. E um detalhe mais do que interessante: o projeto
foi aprovado quase por unanimidade. Dos 38 vereadores, 37 votaram a favor da
criação do refúgio ambiental, e apenas um votou contra: Carlos Bolsonaro. Uma
obviedade e uma surpresa: a obviedade por votar contra, já que o projeto do
novo autódromo virou mais uma rinha de briga entre o presidente-desastre Jair
Bolsonaro e o governador João Doria. A surpresa, por Carlos Bolsonaro estar exercendo
seu dever como vereador, já que ele tem dado mais expediente em Brasília,
ajudando o pai a tumultuar o Brasil, do que cumprindo com suas obrigações de
parlamentar municipal...
O projeto, de autoria dos vereadores Renato Cinco e Célio Lupparelli, havia sido apresentado em 2019, só agora foi levado a plenário, depois que o panorama político da Cidade Maravilhosa mudou radicalmente em tempos recentes, encontrando ecos mais receptivos, e tratando de resolver uma questão que, se levada adiante, só ajudaria a aumentar o rol das obras de cunho duvidoso e irregulares que empesteiam as administrações públicas brasileiras em todos os seus níveis, com claro prejuízo do erário público, em favorecimento de interesses escusos e pilantragem política das mais rasteiras. E se traduz em uma derrota fragorosa para quem defendia a construção do autódromo pelos meios mais obscuros e irregulares como se planejava fazer, jurando de pés juntos que não haveria, claro, irregularidade alguma, nem prejuízo aos cofres públicos.
O projeto, levado a cabo pela empresa Rio Motopark, tinha o apoio do então governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e do então prefeito do Rio, Marcelo Crivella, aliados de Bolsonaro na meta de levar a F-1 para Deodoro, e com isso, promover uma derrota política a Doria. Bem, Witzel, num raro exemplo de funcionamento da justiça brasileira, foi cassado e Crivella, por sua vez, não conseguiu se reeleger na prefeitura. Como desgraça pouca é bobagem, quando Bolsonaro perdeu seus dois principais aliados políticos no Rio deste projeto, eles já haviam sofrido uma fragorosa derrota com a renovação do acordo do GP Brasil em Interlagos, que passa a se chamar a partir deste ano de Grande Prêmio de São Paulo. Em troca de apoio de ambientalistas, Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro, se comprometeu, em campanha, a não dar continuidade ao projeto do novo autódromo, que seria erguido em uma área de mata nativa e de proteção ambiental, uma discussão que já vinha sendo bem acalorada desde que os planos do novo circuito haviam sido divulgados. Na época da eleição, a Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca), órgão ligado à Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro, havia dado à empresa Rio Motorpark, vencedora da concessão promovida pela prefeitura, a opção de apresentar estudos complementares com o objetivo de conseguir a licença para construção da nova pista, o que em tese, lhe daria chance de um dia ainda tentar tocar a obra. Mas, obviamente, tais estudos nunca foram adiante, e agora, com a aprovação deste projeto de lei pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, tudo fica quase impossível de seguir adiante, uma vez que a criação do Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo preservar os exemplares raros, endêmicos, ameaçados de extinção ou insuficientemente conhecidos sejam da fauna e/ou da flora, além de recuperar a qualidade da água dos mananciais e promover a preservação e/ou recuperação da cobertura vegetal existente no local. Em suma, um belo parque destinado à preservação do meio ambiente.
Mas, devagar um pouco. O projeto foi aprovado em primeiro turno, sendo necessário completar os trâmites legislativos, antes de seguir para sanção ou reprovação por parte do prefeito. Mas, com o número de votos a favor, tendo apenas um voto contra, dificilmente haverá chance de o projeto não ser aprovado. Com o índice de rejeição de Bolsonaro, e mantendo-se fiel à promessa feita aos ambientalistas, Paes tem tudo para, mesmo por interesses políticos, fazer a coisa certa, que será preservar a mata existente em Deodoro, em uma região que precisa e merece muito manter essa imensa área verde, que com os devidos cuidados, pode se converter em uma bela área de preservação ambiental e oferecer também opções de lazer para aquela região da cidade, tão carente de opções e maltratada por várias administrações anteriores. E que se esqueça de uma vez a idéia do novo autódromo naquele lugar.
Interlagos renovou seu contrato e deve receber a F-1 pelos próximos dez anos, garantindo a presença do GP para alegria dos torcedores.
O Rio de Janeiro
precisa e merece ter um novo autódromo, mas que isso seja realizado através de
métodos e atitudes corretas, completamente transparentes, tanto levado a cabo
por empresas privadas, quando por entes governamentais. Que tudo seja feito sem
maracutaias, vigarices, e manobras escusas, com o óbvio desejo de favorecer
vagabundos que não tem nenhum caráter ou compromisso com a ética e honestidade.
Basta lembrar das manobras perpetradas pelos órgãos públicos em conluio com
vários picaretas, que levaram à destruição do autódromo de Jacarepaguá, em nome
da realização dos Jogos Panamericanos, e das Olímpiadas, para a criação dos
parques esportivos de tais eventos, e que hoje, encontram-se sucateados, quando
não abandonados, e mostrando novamente as mais óbvias consequências do
malversamento dos recursos públicos, com enriquecimento de cartolas esportivos
e sua mesquinhez rasa, em favor da especulação imobiliária no local, às custas
da destruição daquele que já foi um dos principais autódromos do Brasil. Por
mais que se prometessem mundos e fundos de que a situação de Deodoro seria
diferente, tudo caminhava para mais uma obra com os mesmos vícios e manobras
escusas de outras empreitadas já vistas neste país. Fosse tudo feito às claras,
com bons planejamentos de preservação ambiental, e sem pilantragens implícitas
de toda natureza, o novo autódromo carioca até poderia ser viabilizado,
tentando conciliar tanto o meio ambiente no local quando as funções de nova
praça esportiva de corridas. Mas, infelizmente, os vigaristas tentaram
implantar mais uma de suas cartadas, e no final, acabaram se dando mal. Uma
situação talvez rara, já que nos últimos tempos, o que mais temos visto neste
país são vigaristas e pilantras, sobretudo na política, se darem bem, e
conseguindo se manterem impunes, e até mesmo posando de “vítimas” quando eram
pegas e presas pela justiça. Quando essa corja sofre uma derrota em seus
planos, é algo para se comemorar, ainda que brevemente, pois ainda há muitas
situações em nosso país que precisariam sofrer o mesmo destino.
O Brasil precisa de novos autódromos, além de revitalizar o seu automobilismo nacional, onde teremos em 2022 a chegada da nova F-4, onde nossos novos talentos poderão competir, em corridas que os fãs nacionais do esporte a motor devem dar o seu apoio e incentivo. Com mais corridas, torna-se natural precisar de novas pistas pelo país. E que o Rio de Janeiro possa recuperar seu lugar no automobilismo nacional, como bem merece estar, como já foi no passado. Sem jeitinhos ou manobras ardilosas. Nosso país merece mais do que isso, e nosso povo, por mais difícil que esteja sendo o atual momento, também...
Nico Hulkenberg, atual piloto reserva da Aston Martinm andou dando uma pequena flertada com a Indycar, tendo participado de um teste com a McLaren na pista do Alabama, e depois de comentários elogiosos de ambos os lados, tanto da parte da McLaren quanto por parte do piloto, sobre as possibilidades de competir no certame de monopostos dos Estados Unidos, como já fazem outros ex-pilotos de F-1 como Romain Grosjean e Marcus Ericsson, eis que Nico alegou razões pessoais para desistir de participar das corridas da Indycar, agradecendo pela oportunidade de testar o carro da categoria, e prometendo revelar seus planos de carreira assim que for possível. Pelo visto, nem sempre as coisas se encaminham como se imaginava. Só podemos imaginar que o piloto deve ter recebido uma oferta melhor em outro lugar para competir. Aguardemos...
Da mesma forma, após várias negociações, a esperada “compra” da Alfa Romeo por parte de Michael Andretti, que retornaria à F-1 como dono de equipe, após sua passagem malsucedida pela McLaren em 1993, não vai acontecer. Basicamente, Michael afirmou que o fracasso nas negociações esbarrou no controle do time, em quem ditaria as ordens na escuderia, onde isso não ficaria bem claro, e já que não adiantaria comprar sem poder mandar, o negócio desandou, pura e simplesmente. As especulações já davam até conta da presença de Colton Herta como companheiro de Valtteri Bottas no time, caso as negociações frutificassem. Mas, olhando friamente, não diria que Andretti e Herta saíram perdendo. Para o piloto, que é uma das sensações da Indycar atualmente, poderia ser um retrocesso na carreira, uma vez que na categoria norte-americana, ele pode dispor de um carro competitivo, capaz de vencer corridas, algo que dificilmente teria na F-1, no estado em que a Alfa Romeo se encontra atualmente. E Michael tem um time capaz de lutar por vitórias, e até pelo título na Indycar, gastando muito menos do que teria de dispender na F-1, só para conseguir marcar pontos, quanto mais tentar pódios, e até mesmo vitórias. O filho de Mario Andretti ainda não desistiu de marcar novamente presença na categoria máxima do automobilismo, mas certamente terá de efetuar outro tipo de operação para alcançar seu intento. Quem sabe promover uma nova escuderia? Muito mais difícil do que adquirir um time que já existe, é verdade, mas com o teto orçamentário, e um bom planejamento, talvez não seja tão complicado como tem sido nos últimos anos. E seria bom a F-1 ter mais times competindo, o que abriria maiores possibilidades de disputa, e ascensão de novos pilotos na competição. Vejamos o que Michael poderá apresentar futuramente nessa empreitada...
Começaram hoje os treinos oficiais para o Grande Prêmio do México, e confirmando as expectativas, Max Verstappen deve fazer a festa no autódromo Hermanos Rodriguez, pelo que se viu hoje nos treinos oficiais, onde o holandês meteu praticamente meio segundo sobre seu rival Lewis Hamilton. E o fato de Sergio Pérez ter ficado logo atrás mostra como o modelo RB16B está com desempenho melhor do que o modelo W12 da Mercedes. O piloto mexicano, aliás, tem a oportunidade de conquistar seu melhor resultado em casa desde que estreou na F-1, e com chances até de vitória, mas esta, dependendo exclusivamente do que acontecer com Verstappen na corrida, uma vez que o time já admite que, se for necessário, fará o jogo de equipe para favorecer o holandês, para aumentar ainda mais sua vantagem no mundial. Mesmo assim, os torcedores já encheram o autódromo hoje, e deve receber ainda mais torcedores neste sábado, e principalmente no domingo, matando a saudade da categoria máxima do automobilismo, uma vez que no ano passado, devido à pandemia da Covid-19, não houve corrida no México. O duelo entre Red Bull e Mercedes dá a tônica do fim de semana, onde Hamilton e seu time terão de ser precisos em todos os aspectos, do acerto à estratégia de corrida, para tentar bater Verstappen e a Red Bull, que na prova de Austin, semana retrasada, foram arrojados na estratégia e pegaram a equipe alemã no contrapé, a exemplo do que a própria Mercedes já havia feito no início da temporada, no Bahrein. Com 12 pontos de vantagem na classificação, Verstappen pode aumentar essa folga para 18 pontos, no resultado mais óbvio, de Max vencer a corrida e Hamilton ser o 2º colocado. A menos que a Mercedes consiga obter uma bela reviravolta no acerto de seus carros neste sábado, a tendência é o heptacampeão ter de suar para até terminar em 2º, porque Pérez vai querer fazer bonito diante de sua torcida, e pela primeira vez tendo carro para tanto, subir ao pódio é objetivo primordial. Nos últimos dois GPs Pérez conseguiu cumprir com sua missão de ajudar o time a marcar pontos, obtendo dois 3ºs lugares. Se ele puder ser o 2º lugar, excelente, porque o time certamente não deixará que Verstappen fique sem a vitória, caso Sergio esteja liderando o GP. E o que Valtteri Bottas poderá fazer para ajudar Hamilton nesta luta? O finlandês foi um pouco mais rápido que Lewis hoje, mas Bottas costuma ser leão de treino, e mesmo assim, a diferença que Valtteri levou de Verstappen foi de mais de 0s4, o que indica que, se ele quiser ajudar o companheiro de equipe, o melhor é sair da frente, e tentar segurar o ímpeto de Pérez para evitar que o mexicano lute pelos degraus mais altos do pódio. Vamos ver se a disputa será equilibrada, e que tenhamos uma boa corrida.
Max Verstappen deu as cartas nos treinos hoje no México. Momento complicado para Lewis Hamilton tentar uma reação no campeonato na luta pelo título.
Outra disputa ferrenha no GP do México será entre McLaren e Ferrari, que duelam pela 3ª posição do campeonato. Pelos treinos de hoje, o time de Maranello saiu na frente, e tem boas chances de tomar a posição do time de Woking no resultado de domingo. Os carros vermelhos conseguiram andar aproximadamente 0s6 mais rápidos do que os carros laranjas, demonstrando também um ritmo de corrida mais consistente. Se a McLaren não reagir amanhã, Lando Norris e Daniel Ricciardo vão comer poeira de Carlos Sainz Jr. e Charles LeClerc. Vai ser outra briga a ser acompanhada com atenção pelos fãs da velocidade.
A MotoGP inicia hoje os treinos para sua penúltima corrida da temporada 2021, e com um desfalque: Marc Márquez estará ausente neste final de semana em Portimão, Portugal, onde será disputada a prova. O piloto da Honda sofreu um acidente em um treino off-road no último final de semana, e embora não tenha sofrido maiores problemas, o diagnóstico médico apontou para uma concussão cerebral, nada grave, mas por precaução, uma vez que o piloto relatou não estar se sentindo bem, foi decidido que ele não disputaria esta corrida. Em seu lugar, a Honda escalou Stefan Bradl, que já substituiu o espanhol no início desta temporada, quando Márquez ainda estava se recuperando do acidente sofrido no início do campeonato do ano passado, que exigiu várias cirurgias. Marc vinha em um bom momento na temporada, tendo vencido as duas últimas corridas, e aproximando-se do TOP-5 da classificação do campeonato, numa bela recuperação. Dependendo da situação, a “Formiga Atômica” pode desfalcar a Honda na corrida final, em Valência, que será realizada na semana que vem, na Espanha. O piloto deverá passar por novos exames até lá, para comprovar ou não sua presença na prova. O Fox Sports exibe o GP de Portimão ao vivo neste domingo, a partir das 10:00, pelo horário de Brasília.
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