quarta-feira, 7 de julho de 2021

FLYING LAPS – JUNHO DE 2021

            E já estamos no mês de julho, adentrando o segundo semestre de 2021, ainda aos trancos e barrancos, com os percalços da pandemia ainda varrendo boa parte do mundo, e complicando nossas vidas em muitos aspectos. Apesar disso, o mundo da velocidade segue em frente, com o andamento de seus campeonatos aqui e ali, da melhor maneira possível. E todo início de mês é hora de mais uma sessão Flying Laps, reportando alguns acontecimentos do mundo do esporte a motor mundial ocorridos neste último mês de junho, sempre com alguns comentários rápidos a respeito. Então, como de costume, desejo uma boa leitura a todos, e espero vocês por aqui na próxima sessão Flying Laps no mês que vem...

Lucas Di Grassi espantou o azar na primeira corrida da rodada dupla da F-E disputada em Puebla, no México. O brasileiro conseguiu largar entre os dez primeiros colocados, e foi escalando posições ao longo da prova, que teve pole de Pascal Wehrlein, da Porsche. O piloto, aliás, travou bons duelos na defesa da liderança da corrida, mas seu esforço acabou sendo jogado por terra por um erro primário de sua equipe, que não informou à direção da corrida os pneus que o piloto utilizaria na prova. Isso acabou causando a sua desclassificação da corrida, mas a decisão, voltando a mostrar uma faceta tremenda amadora da categoria de carros monopostos elétricos, foi um verdadeiro anticlímax. Pascal cruzou a linha de chegada em primeiro lugar na bandeirada, para logo a seguir ser comunicada a sua desclassificação da prova pela infração técnica cometida por seu crime, o que deixou o piloto tremendamente chateado. E quem saiu no lucro foi justamente Lucas Di Grassi, que veio superando os concorrentes, e nas voltas finais, já tinha ascendido à 2ª colocação, de modo que o brasileiro da equipe Audi herdou a vitória. Para a Audi, foi um belo dia, já que o time alemão fez dobradinha no pódio, uma vez que René Rast também fez uma excelente prova e terminou em 2º lugar. Edoardo Mortara, da equipe Venturi, fechou o pódio em 3º lugar. De salientar que o azar de Wehrlein não foi apenas dele: seu parceiro de equipe André Lotterer também acabou desclassificado pelo mesmo erro técnico do time.

 

 

Nada como um dia depois do outro, diz o ditado... Bom, isso depende. E Pascal Weherlein que o diga. O piloto da Porsche fez uma boa corrida na segunda prova da F-E em Puebla, mas novamente não conseguiu escapar de uma punição, desta vez por uso incorreto do fanboost, o que fez Pascal perder a 2ª posição na corrida, e ser reclassificado em 4º lugar, após receber uma penalização de 5s no seu tempo de corrida. E a justificativa também beira o ridículo, pois segundo a direção de prova, o piloto da equipe Porsche fez um acionamento tardio de seu fanboost, de modo que com a bateria fraca, não recebeu a potência extra que o recurso disponibilizava. Desnecessário dizer que Wehrlein andou fazendo várias críticas à direção de prova e seus comissários, mais do que justificadas. E. neste caso da segunda prova, se o piloto fez um acionamento com pouca bateria restante em seu carro, isso já não o penalizava, pelo fato de não conseguir aproveitar a potência extra que o fanboost proporciona? Edoardo Mortara venceu a segunda corrida de Puebla com a Venturi, tendo resistido bravamente na disputa com Pascal pela primeira colocação. Com a punição do piloto alemão, Nick Cassidy, da Virgin, ficou com a 2ª posição, enquanto Oliver Rowland, que havia largado na pole-position, fechou o pódio em 3º lugar. Com os bons resultados na rodada dupla do México, Edoardo Mortara é o novo líder do certame da F-E, com 72 pontos. Robin Frijns, da Virgin, caiu para a 2ª posição, com 62 pontos. E o atual campeão, o português Antonio Félix da Costa, da Techeetah, é o 3º colocado, com 60 pontos, empatado com René Rast, da Audi, e Mith Evans, da Jaguar, também com 60 pontos. Logo em seguida bem a dupla da Mercedes, Nicky De Vries, com 59 pontos, e Stoffel Vandoorne, com 54 pontos. A próxima etapa da competição acontece nos dias 10 e 11 de julho, com a rodada dupla em Nova Iorque.

 

 

Na minha opinião, o traçado utilizado pela F-E no autódromo de Puebla foi bem mais interessante que o traçado utilizado no autódromo Hermanos Rodrigues, na Cidade do México. A pista de Puebla possuía maiores opções de traçados, o que permitiu à categoria dos carros elétricos utilizar uma seleção bem interessante, e bem menos truncada e difícil de se ultrapassar do que o traçado do circuito da capital mexicana. Mas, claro, nem tudo foram flores: o asfalto não estava lá muito bom, e para alguns pilotos, se a F-E nunca mais voltar a Puebla, será um grande favor, como foi a opinião de Jean-Éric Vergne sobre a pista e seu asfalto de péssima qualidade. Mas esse não foi o único motivo de reclamação: O local de ativação do modo ataque, se por um lado fez uma utilização inteligente de um trecho de pista ao lado do traçado, por outro lado criou um grande problema, já que os carros retomavam o traçado do circuito em posição perigosa, facilitando incidentes que resultaram em algumas colisões e toques, como o que aconteceu com Lucas Di Grassi na segunda corrida, onde o brasileiro, após ativar seu modo ataque, acabou acertando a traseira de Nicky de Vries, arruinando a corrida do piloto da Mercedes, e motivando uma punição a Lucas, que caiu para o fim do pelotão e chegou em último lugar na corrida, sem ter tido chances de marcar pontos. Se fizerem um recapeamento do circuito, e conseguirem melhorar a posição do modo ataque, a pista de Puebla pode muito bem ser uma excelente opção para sediar a etapa mexicana da competição dos carros monopostos elétricos.

 

 

A Indycar decidiu que não fará uma substituição do GP de Toronto no seu calendário 2021, deixando a temporada atual com 16 corridas, ao invés das 17 provas estipuladas inicialmente. A etapa na metrópole canadense foi cancelada devido à pandemia da Covid-19, e embora os casos no Canadá estejam sob controle, o país permanece com fortes restrições de entrada, já tendo cancelado praticamente todos os eventos esportivos internacionais, como o Grande Prêmio de F-1, que pelo segundo ano consecutivo não pôde ser realizado. E nem mesmo o fato de os Estados Unidos serem um dos mais países mais avançados na vacinação de seu povo, e do pessoal pertencente à Indycar já ter sido totalmente imunizado contra o coronavírus, foi suficiente para as autoridades sanitárias canadenses abrirem uma exceção para receber a corrida nas ruas de Toronto, mesmo sem público presente, no que permaneceram irredutíveis. A direção da Indycar cogitou fazer rodada dupla nas etapas de Mid-Ohio, ou Gateway, mas no final, acabou optando por deixar a competição com uma etapa a menos mesmo, alegando que, com as 16 provas restantes, ainda assim a temporada será altamente satisfatória, com muita emoção para o público.

 

 

Sébastien Ogier teve um mês para ninguém botar defeito em junho. O piloto francês, dono de sete títulos do Mundial de Rali, venceu as duas etapas disputadas no último mês, na Sardenha, Itália; e no Quênia, na África. O triunfo em solo italiano, contudo, não foi das mais fáceis, com Ogier faturando a vitória na etapa por uma diferença de apenas 46s para Elfyn Evans, ninguém menos que seu companheiro de equipe no time oficial da Toyota. O resultado deixou Sébastien na liderança do campeonato, com 106 pontos contra 95 de Evans, uma diferença de apenas 11 pontos. Tendo vencido a etapa de Portugal, contra três triunfos até então de Ogier na competição, Evans parecia prometer engrossar a disputa com o colega de time multicampeão, uma vez que foi 2º colocado na Sardenha, garantindo à Toyota uma dobradinha no pódio. Bem, se Evans planejava isso, a etapa do Quênia foi um balde de água fria para o britânico, que foi apenas o 10º colocado na prova do país africano, e viu Ogier conquistar sua quarta vitória na temporada, abrindo mais vantagem na classificação. Ogier agora tem 133 pontos, contra 99 de Evans, uma diferença de 34 pontos, que pode ser muito difícil de ser descontada. O Mundial de Rali de 2021 chegou apenas à metade de sua disputa, com 6 etapas, restando outras 6 para finalizar a competição, que parece monopolizada pela dupla da Toyota até aqui, com o time nipônico tendo vencido 5 das 6 etapas. Thierry Neuville, da Hyundai, é o 3º colocado no campeonato, mas bem atrás de Ogier e Evans, com 77 pontos. O belga, aliás, tinha tudo para vencer no Quênia, mas um problema de amortecedor acabou provocando o seu abandono, e arruinando a chance de tentar encostar na dupla da rival Toyota, que se afastou ainda mais na dianteira, especialmente Ogier. E Neuville agora tem que se preocupar com seu companheiro de time, Ott Tanak, que foi o único a vencer uma etapa na competição, fora a dupla da Toyota, ao triunfar na prova da Finlândia. Tanak tem 69 pontos, e é o 4º colocado no mundial, vendo as chances de ser bicampeão ficarem cada vez mais distantes, mas tentando ao menos ser o terceiro colocado na competição.

 

A disputa entre Sébastien Ogier e Elfyn Evans promete, mas o britânico vai ter de suar o macacão se quiser complicar as coisas para seu companheiro francês na disputa pelo título. Ogier tem 4 vitórias no ano, contra apenas 1 de Evans, que mesmo tentando manter a constância, começa a ver o francês desgarrar perigosamente. Cada um deles já teve um resultado ruim no ano até aqui: Ogier foi mal na prova da Finlândia, enquanto Evans não teve um bom desempenho no Quênia. Mas, é prematuro afirmar que Ogier está tranquilo na liderança da competição. A vantagem de pontos do francês não pode ser menosprezada, mas em uma competição off-road, cada prova é uma prova, e percalços podem acontecer, tanto com um quanto com o outro, e no caso disso acontecer, tudo pode ficar mais equilibrado, ou degringolar de vez. E não se pode subestimar a experiência de Sébastien, com seus sete títulos, e que vai firme em busca do oitavo título, no ano em que pode encerrar sua participação no Mundial de Rali, antes de partir para novos projetos de carreira. A disputa deve ser intensa até o fim do ano. Mas é bom todo mundo ir se preparando para saudar mais uma conquista no currículo do piloto francês...

 

 

Adiadas pelo segundo ano consecutivo, por força da pandemia da Covid-19, as 24 Horas de Le Mans ao menos terão parte do seu público de volta ao circuito na edição 2021, que será realizada nos dias 21 e 22 de agosto. Foi anunciado que a prova poderá receber um público de 50 mil pessoas no circuito de La Sarthe, cerca de 20% do público normal da prova antes da pandemia. E quem quiser assistir à corrida ainda terá de cumprir as exigências sanitárias, entre elas, apresentar o passaporte sanitária que está sendo utilizado pelo país para controle da situação de cada um em relação à Covid-19. Com a vacinação avançando no Velho Continente, os eventos esportivos começam a ver o retorno de seu público, e para agosto, a previsão é de que os números da pandemia caiam ainda mais, por causa da imunização, o que é uma boa notícia para todos, na esperança de que a vida normal volte após um ano e meio de incertezas e sofrimento por parte de muitos por causa das agruras causadas pelo novo coronavírus. No ano passado, por causa da pandemia, as 24 Horas de Le Mans foram disputadas sem a presença de público nas arquibancadas pela primeira vez em sua história, devido à pandemia, que virou o mundo de cabeça para baixo em 2020, e ainda continua a causar muita confusão em 2021. Se a situação melhorar, quem sabe não autorizem um público maior no circuito? Ainda é cedo para comemorar, contudo, e a organização já avisou que várias das atrações que eram disponibilizadas ao público presente ao autódromo ainda não estarão de volta, como os shows. Isso, só volta mesmo em 2022. Vamos manter a esperança de que tudo melhore, e possamos deixar esse momento tenebroso para trás...

 

 

E a MotoGP teve de cancelar o GP do Japão de 2021, por causa da pandemia da Covid-19. Em seu lugar, entra o GP das Américas, na pista de Austin, Texas, nos Estados Unidos, que havia sido adiado no início do ano, também por causa da pandemia, e agora será realizada no dia 3 de outubro. A troca de provas também fez com que o GP da Tailândia passasse para 17 de outubro. Ao menos, pista por pista, Austin é bem mais espetacular do que Motegi, que esperemos possa retornar em 2022, quando o mundo provavelmente possa ter deixado a pandemia da Covid-19 para trás...

 

 

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