sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

NOVOS ARES PARA A F-1 NO BRASIL

A Fórmula 1 terá uma nova casa no Brasil em 2021: a Bandeirantes assume as transmissões da categoria, depois de mais de 40 anos sendo exibida pela Globo.


            E foi batido o martelo: a TV Globo deixou a Fórmula 1 em 2021. O comunicado da emissora, feito na semana passada, dava por encerrada as negociações da empresa com a categoria máxima do automobilismo, depois de mais de 40 anos de transmissões ininterruptas, desde 1981. A Globo já havia informado que deixaria de exibir a categoria no segundo semestre do ano passado, o que gerou incertezas e insegurança nos fãs, ansiosos em procurar saber quem assumiria as transmissões das provas para este ano. A Liberty Media deixou o consórcio liderado pela Rio Motorsports assumir os direitos, mas como já se imaginava, a empreitada deu com os burros n’água.

            O que não deveria ter sido surpresa, depois do modo como trataram a MotoGP, que também havia sido deixada de lado pela Globo, e os direitos assumidos pelo grupo que tinha como trunfo o “novo” autódromo de Deodoro, no Rio de Janeiro, que nem existe ainda, mas que iria “receber” a classe rainha do motociclismo nos próximos anos, tão logo estivesse pronto. O grupo repassou os direitos ao Fox Sports, que assumiu as transmissões do campeonato das duas rodas, mas a Dorna não viu o dinheiro dos direitos, obrigando a Disney, nova dona do Fox Sports, a ter de agir para regularizar a situação e manter as transmissões da categoria.

            Com o buraco se mostrando mais embaixo, a Rio Motorsports desistiu da parada, vendo seus planos do autódromo também naufragarem. Sem alternativas, a Liberty Media voltou a negociar com a Globo. Será que a emissora carioca continuaria com a F-1? Afinal, há algum tempo atrás, a TV Bandeirantes anunciou que não iria mais transmitir as provas da Indycar, mas de última hora, acabou renovando o acordo, pegando muitos de surpresa, para felicidade dos fãs do esporte a motor. Como agora era o Liberty Media que voltou a procurar a Globo, a TV da família Marinho estaria em condições de renovar o contrato em termos melhores do que os propostos inicialmente, depois que a Liberty viu a furada em que tinha se metido com o pessoal da Rio Motorsports. A esperança é que tudo continuasse como antes, com a Globo renovando, e os fãs podendo contar com as transmissões das provas.

            Mas, as semanas foram passando. Entramos em 2021, e nada. E o mês de janeiro chegou ao fim, e tudo continuava sem definição. Estaria a Globo esperando até o último minuto para dar o OK? Ou a situação estaria mais complicada do que o esperado. Novamente, os fãs ficaram apreensivos. E se a Globo não topasse, quem assumiria a empreitada? O Fox Sports foi desmantelado pela Disney, que tentou uma parceria com o SBT para ver se o negócio poderia ser viabilizado, o que não ocorreu. A RedeTV não tinha cacife, e a TV Record não parecia ter interesse no negócio. E ninguém falava da Bandeirantes, embora o canal tivesse um indício importante de que estava reforçando suas transmissões esportivas, quando conseguiu os direitos de transmissão da Stock Car para TV aberta, e com direito a ter os trabalhos de Reginaldo Leme como comentarista, marcando o retorno do veterano jornalista, que havia deixado a Globo no final de 2019, às competições do mundo da velocidade.

Em 1980, foi com a transmissão da Bandeirantes que os torcedores viram a primeira vitória de Nélson Piquet na F-1, ao vencer o GP dos EUA-Oeste, em Longe Beach.

            Pois bem, não deu outra. Confirmada de vez a recusa de renovar com a F-1, eis que a Bandeirantes foi confirmada como nova casa da categoria máxima do automobilismo no Brasil. A notícia circulou já na sexta-feira passada, mas só esta semana a emissora paulista se pronunciou oficialmente sobre o assunto, de modo que os fãs puderam ficar aliviados. Teremos em 2021 a F-1 na TV aberta nacional, mantendo a tradição que já vem desde o final dos anos 1970. O acordo é válido por dois anos, de modo que a F-1 está garantida até 2022 por aqui. Os moldes de transmissão serão similares ao já operado pela Globo: as corridas serão transmitidas ao vivo no canal aberto da Bandeirantes, enquanto os treinos livres e de classificação serão veiculados no canal pago Bandsports.

            Mas não só isso: a emissora conseguiu também os direitos de transmissão das categorias da F-2 e da F-3, que também haviam sido abandonadas pela TV Globo, e irá exibir tudo no Bandsports. Mas, a emissora daria conta do recado de transmitir a F-1, com a mesma competência que a Globo fazia? Ou, pelo menos, manter o nível a que estávamos habituados a assistir nos últimos anos? E ainda dar conta de abarcar também a F-2 e a F-3?

            Para quem não sabe, antes da Globo passar a exibir integralmente a categoria máxima do automobilismo, foi a TV bandeirantes a primeira emissora nacional a transmitir todo o campeonato da F-1. Isso ocorreu em 1980. A Globo transmitia as provas desde 1972, mas de forma esporádica. O impacto do campeonato de Émerson Fittipaldi motivou o investimento da emissora nas transmissões das corridas, mas sem exibir todo o campeonato. Mas, o projeto da equipe Copersucar da família Fittipaldi fez Émerson deixar de ser protagonista nas corridas, de modo que ao fim dos anos 1970, com o baixo interesse do público, a categoria foi repassada para a emissora do Morumbi em 1980, que exibiu todas as corridas, e ao vivo. Com as vitórias de Nélson Piquet, o interesse pela F-1 voltou a renascer no país, e a Globo tratou de pegar de volta os direitos da competição a partir de 1981, os quais manteve até o fim do ano passado. De quebra, trouxe também o narrador Galvão Bueno, que havia se notabilizado na Bandeirantes narrando as provas da F-1.

            E eis que agora a Bandeirantes volta a transmitir a categoria. E ela já entra com cacife na jogada. O primeiro ponto de destaque a favor da emissora paulista é claro, a presença de Reginaldo Leme, que tem quase cinquenta nos de experiência cobrindo a F-1 desde 1972, e que já está na emissora, tendo sido contratado inicialmente para comentar as provas da Stock Car, mas que já foi confirmado também como comentarista das provas da F-1, marcando sua volta à categoria, onde esteve presente pela última vez no GP do Brasil de 2019. E não só ele. Mariana Becker, que atuava como repórter da Globo na maioria das provas da F-1, também deixou a emissora carioca, por não ter tido o seu contrato renovado pela Globo. Mas a jornalista gaúcha não ficou sem emprego, e já foi anunciada como repórter “in loco” da Bandeirantes nas corridas, onde estará presente nos autódromos, mantendo o trabalho que desenvolve desde 2009, quando esteve presente pela primeira vez às provas da F-1.

Reginaldo Leme (acima) foi contratado para comentar as provas da Stock Car, e já está confirmado para fazer o mesmo na F-1, depois de um ano de ausência das transmissões da categoria. E Mariana Becker (abaixo), que vinha exercendo a função de repórter nos GPs há mais de uma década, também já está acertada para continuar com a função na nova emissora.


            Não são nomes desprezíveis. Reginaldo é um dos jornalistas mais conceituados do mundo em se tratando de automobilismo, e seu conhecimento de décadas do automobilismo dá um crédito imenso para o projeto da Bandeirantes de transmitir a F-1. E Mariana Becker, por sua vez, já acumula mais de uma década de experiência nas transmissões da categoria, estando sempre presente nos locais das corridas, o que lhe permitiu acumular vários contatos e acesso junto aos profissionais do meio. Eram nomes que ficaram disponíveis, gente mais do que competente, e que numa incrível sinergia de acontecimentos, voltam a ficar juntos na cobertura da F-1 na nova casa da categoria em terras brasilis, que não será tão desconhecida assim para os fãs.

            Até o fechamento desta coluna, a emissora ainda não havia definido quem será o narrador das corridas. E pode vir a ser outro nome conhecido do meio: Sérgio Mauricio, que nos últimos anos fez a transmissão dos treinos da F-1 no SporTV. Sergio ainda é contratado da Globo, mas estaria na mira da Bandeirantes para ser o narrador das provas da F-1. Isso significa que o pessoal que cuida das corridas da Indycar deve continuar trabalhando com a categoria norte-americana, como Celso Miranda, que já acompanha o certame há muitos anos. Mas nada impede que a Bandeirantes faça algumas mexidas na área, até porque o serviço não se limitará à F-1, mas abrangerá também a F-2 e a F-3, o que pode exigir a contratação de mais profissionais para dar conta de todo o trabalho de transmissão no vídeo. E entre os nomes de profissionais livres no mercado com experiência no automobilismo temos nomes como Lito Cavalcante, Rodrigo Mattar e Flávio Gomes, que foram dispensados de seus mais recentes empregos tanto na Globo como na Fox Sports. A Bandeirantes também conta com os trabalhos de Julianne Cerasoli, que já acompanha a F-1 para as transmissões da Rádio Bandeirantes, que continuará veiculando a F-1. E não podemos esquecer de outro nome importante na equipe técnica de transmissão da Globo durante muitos anos na F-1, que foi o produtor Jayme Brito, que também é marido de Mariana Becker, e já teria auxiliado nas negociações da Liberty com a Bandeirantes. Até o presente momento, não foi anunciada sua contratação pela emissora paulista, mas como seu contrato com a Globo também não foi renovado, muito provavelmente ele também esteja envolvido na montagem da equipe de F-1 na Bandeirantes. Brito podia não aparecer nas transmissões, mas como produtor, seu nome era muito bem relacionado no paddock da categoria, e seria outro nome de peso na área técnica para prestigiar o projeto da F-1 na nova emissora.

            Mas o melhor de tudo é a determinação da Bandeirantes de voltar a ser de fato o “canal do esporte”, apelido que teve nos anos 1980 e 1990, quando sua programação dominical era recheada por diversos eventos, dentro do programa Show do Esporte, comandado pelo saudoso Luciano do Valle, onde foram apresentados diversos esportes até então desconhecidos, ou pouco divulgados no Brasil, entre eles a Fórmula Indy, para onde Émerson Fittipaldi migrou depois do fim do projeto de seu time na F-1. E não é segredo que, nos últimos anos, a transmissão da Globo para a F-1 foi decaindo. Deixou de transmitir os treinos de classificação para exibir um programa de conversas caseiras, e mais recentemente, deixou até de transmitir o pódio das corridas, encerrando as provas logo após a bandeirada, e engatando em seguida outros programas. Até mesmo a cobertura das corridas ficou mais singela, deixando de enviar o time completo para os locais dos GPs: narradores e comentaristas ficavam no Brasil, e era mandado apenas um repórter para os autódromos, com exceção do GP do Brasil. A Liberty Media queria um engajamento maior da emissora no trabalho com a F-1, dando mais atenção aos detalhes de exibição das corridas, como convém a uma categoria de renome e importância internacional. E aí, provavelmente, o bicho pegou feio entre as duas partes.

            Primeiro porque a Globo nunca desistiu de seu estilo de começar a transmissão das corridas “no último minuto”, sem um tempo pré-GP para situar os fãs sobre a corrida. Houve um tempo onde eles até investiram nisso, começando vinte minutos antes, e contando até com a presença de Rubens Barrichello conversando com o pessoal no grid, mas desistiram, voltando ao esquema antigo. E cortar a transmissão sem exibir o pódio, restringindo-o à internet, para onde mandavam os fãs irem após a bandeirada de chegada? Muitos fãs detestaram isso, e nem é preciso dizer que a Liberty Media também não gostou. E, com o novo contrato, vieram as condições e exigências de se melhorar e corrigir essa situação. Mas a Globo, há muito e muito tempo, trata quase tudo que não é dela como um tipo de “acessório” em sua programação, de modo que não é apenas a F-1 que sofria com tal tipo de tratamento. Até mesmo os jogos de futebol, em sua imensa maioria, são exibidos dessa forma, pelo menos no canal aberto. E quem não se lembra de quando a emissora, ainda lá nos anos 1980, passou a cortar as aberturas de desenhos e seriados que exibia, substituindo-os por uma versão diminuta, e os dizeres “Rede Globo apresenta...”? E não custa mencionar que a Globo, nas corridas do ano passado, começou a cortar até mesmo a vinheta oficial de apresentação da F-1, iniciando a transmissão em cima, e colocando bate papo entre seus profissionais no momento da apresentação oficial, algo que a Liberty se esmerou para criar, como identidade visual da categoria máxima do automobilismo. Resumindo, a Globo sendo a Globo como ela se acostumou a ser, ignorando as vinhetas oficiais das atrações.

            Outro ponto de discórdia: a Liberty Media tem o seu serviço de streaming oficial da F-1, o F1TV, o qual já foi lançado em vários países, e conta com várias facilidades para os fãs das corridas, como acesso à cronometragem, câmeras on-board, e acervo de corridas antigas, entre outros mimos, dependendo do pacote a ser assinado. A Globo queria manter o seu monopólio da F-1, algo que a Liberty não iria aceitar. O streaming oficial da F-1, aliás, só não havia sido lançado aqui porque o contrato anterior dava à Globo o direito exclusivo de exibição da F-1. Mas, com o contrato novo, essa era uma das exigências: permitir o seu sistema oficial de streaming por aqui, e oferecer mais opções para os fãs da velocidade.

            Maior audiência massiva da F-1, justamente por ter transmissões das provas em TV aberta, em um dos poucos países onde isso ocorre, os números de audiência da Globo eram um importante trunfo para a Liberty Media, na justificativa de audiência para firmar contratos com patrocinadores, do enorme alcance que a categoria possui a nível global. Certamente, a emissora do Jardim Botânico acreditava que tinha a melhor carta na manga para negociar, e que depois da furada da Rio Motorsports, a Liberty Media certamente estava sem melhores opções, e que a única saída seria aceitar os termos de renovação com a Globo em aspectos mais favoráveis à emissora brasileira. Só que quebraram a cara. Mantiveram suas exigências, e o grupo controlador da F-1 resolveu buscar outra emissora. O resultado está aí. A Globo preferiu não se esforçar tanto quanto poderia para renovar, e antes que fiquem apregoando que isso é mais um sinal da “decadência e falência” da emissora carioca, onde está escrito que eles tinham obrigação de renovar, se não queriam concordar com as condições? Para muita gente, o azar é da Globo, por perder mais um produto, ou simplesmente dar de bruços para ele, como já havia feito com a MotoGP, e outros esportes. Para a Globo, foi uma decisão dela, preferindo fazer outra coisa. Ponto final. A vida segue, e o mais importante é que teremos outra emissora para podermos acompanhar a F-1. Deixemos a Globo para lá, e nos preocupemos com outras coisas mais importantes.

            E a Bandeirantes já promete uma transmissão que irá respeitar os fãs das corridas. Com uma grade de programação mais flexível, haverá mais tempo para dedicar à transmissão das corridas, inclusive com a volta da cerimônia do pódio, o que de cara já é elogiado. Programas pré e pós-corrida também poderão ser feitos. A emissora ainda está planejando como irá fazer isso, mas não é preciso muito esforço para entender o que o fã quer ver, e como quer ser tratado. E, claro, a emissora paulista não encanou com a chegada da F1TV, que inclusive terá a transmissão em português da própria Bandeirantes disponível para os assinantes do serviço. E com a utilização dos serviços de transmissão da Bandeirantes também no sistema de streaming oficial da F-1, os lucros advindos de ambas as transmissões serão repartidos entre a Liberty Media e a Bandeirantes, no esforço conjunto empreendido por ambas as partes, outro ponto que certamente foi recusado pela Globo, de compartilhar os ganhos publicitários obtidos com os anunciantes.

            A transmissão da Bandeirantes também terá um ponto importante a ser enfatizado: como não haverá brasileiros no grid, não há porque adotar nenhum tom ufanista em relação a nossos pilotos. Na Globo, sempre havia necessidade de mencionar nossos pilotos, além de uma insistência de se fazer menção a Ayrton Senna em muitos momentos. Na nova emissora, temos boas chances de vermos uma transmissão mais “sóbria” e “didática” das corridas. Esse detalhe foi lembrado por Flávio Gomes, do site Grande Prêmio, analisando as possibilidades e oportunidades que a nova emissora terá na transmissão da F-1. Resumindo, não será apenas uma questão de ter mais espaço na programação, mas de poder usar melhor esse espaço, de uma forma que não era possível na Globo há muitos anos, que impunha uma política mais “engessada” de como as corridas deveriam ser exibidas.

            E, claro, muitos fãs comemoraram a ausência de Galvão Bueno nas novas transmissões da Bandeirantes. E por mais de um motivo: além dos erros que Galvão vinha cometendo, apesar de sua larga experiência na transmissão das provas desde 1980, o narrador costumava ser muito “estrela”, muitas vezes cortando as participações dos comentaristas e repórteres para dar a sua versão da situação. Isso costumava desbalancear o conteúdo da transmissão, já que Galvão não deixava seus colegas de transmissão fazerem direito o seu trabalho, além de já não fazer uma narração mais contida e, por assim dizer, sóbria. Claro que seu estilo de narrar, empolgando os fãs, era um grande trunfo, mas os fãs já mostraram que mesmo uma narração mais centrada e comedida é bem-vinda, desde que consiga passar os acontecimentos com objetividade e didatismo. A Bandeirantes recebe a F-1 com uma herança de grande monta pelos anos de trabalho desenvolvidos pela Globo desde 1981, mas que andava desgastada no seu modo de trabalhar com o produto, mais por teimosia de impor seu estilo de trabalho a todos os programas. Isso dá a chance perfeita, pelo que já foi mencionado, de efetuar um trabalho de melhor qualidade em relação ao que vinha sendo praticado na antiga emissora.

            Basta saber não incorrer no mesmo erro, e aproveitar a imensa oportunidade que terá a partir de agora. A nova emissora já conta com alguns profissionais que conhecem muito bem a F-1, e o que se pode fazer com ela. Basta ouvir o que eles podem fazer para incrementar a transmissão, e trabalhar pela sua viabilização. Os fãs, certamente, agradecerão muito. É a oportunidade de fazer um trabalho diferenciado, e atrair os fãs do esporte a motor pela F-1 pelo que a categoria é, não pelo que já foi para os torcedores brasileiros quando disputávamos vitórias e títulos, uma época que dificilmente voltará tão cedo, mas que foi o modo como a Globo trabalhou o interesse dos fãs. Se conseguir fazer isso, certamente pode renovar a F-1 para os amantes da velocidade em nosso país.

A Bandeirantes terá de evitar tratar mal a F-1, lembrando de como a emissora aproveitou muito mal as transmissões da Indycar para valorizar a atração em sua grade de programação. Isso pode fazer com que a Indycar seja melhor exibida por aqui também, já que a categoria continua na emissora paulista.

            Mas, nada de nos empolgarmos demais. É preciso ver como isso será feito realmente, e como será feito. Por enquanto, o projeto do trabalho está sendo desenvolvido, e da teoria à prática, ainda vai uma boa distância. Não é uma questão de já pensar no pior, mas apenas de lembrar o que a própria emissora andou fazendo durante alguns anos com as transmissões da Indycar em sua grade, por vezes de forma muito duvidosa e sem critérios claros, desmerecendo o produto que tinha em mãos, e por vezes, fazendo a transmissão só para cumprir contrato, o que gerou muito descontentamento com os fãs também. Aliás, se a emissora estiver mesmo determinada a reviver seus bons tempos de transmissões esportivas, que use a nova experiência da F-1 para incrementar também suas transmissões da categoria de monopostos norte-americana, que merece mais respeito e atenção do que tem recebido em tempos recentes. Todos ganham com isso, uma vez que os fãs da velocidade não ficam restritos a apenas uma competição.

            Que venha, então, a Fórmula 1 2021 na Bandeirantes...

 

 

Um detalhe que muitos podem ter esquecido, mas que no momento não faz a menor diferença: o tema da vitória certamente não poderá ser usado pela Bandeirantes na F-1, já que seus direitos de uso continuam com a Globo. Mas, do que isso adianta? Afinal, nem temos brasileiros no grid da categoria no momento. E quando tivermos, só com muita e muita sorte poderemos vê-los em carros competitivos que permitam subir ao pódio, e muito menos disputar uma vitória, pelo menos a curto prazo, do jeito que as coisas andam...

 

 

Também daremos adeus ao tema de anúncio da F-1, que a Globo usou por tantos anos, e que nos últimos tempos também tratou de reduzir seu tempo de exibição à metade do que era inicialmente. Aliás, a Globo tinha dois temas de apresentação da F-1, embora um deles já não fosse mais usado pela emissora desde os anos 1990, quando preferiu utilizar apenas um. Bom, não dá para ter tudo. Mas se a Bandeirantes usar a música-tema oficial atual da categoria, já estará de bom tamanho...

 

 

Para quem quiser relembrar o tema que deixou de ser usado há muitos anos, eis aqui ele em versão integral, na apresentação da temporada de 1984, no You Tube: https://www.youtube.com/watch?v=atZiHmmKC9o. E aqui, a versão mais completa do tema utilizado nos últimos anos: https://www.youtube.com/watch?v=J3P4gLJ-Q7U.

Um comentário:

Edison Guerra disse...

Perfeita apresentação e análise. Parabéns ao editor!