quarta-feira, 5 de junho de 2019

FLYING LAPS – MAIO DE 2019


            E já chegamos no mês de junho, quase terminando metade do ano de 2019, que logo, logo, entrará em seu segundo semestre. O tempo sempre parece voar, como se tivesse a velocidade do mundo do esporte a motor. E todo início de cada mês é hora da sessão Flying Laps, comentando alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade ocorridos no mês de maio, que não puderam ser citados nas colunas semanais regulares, desta vez com um destaque maior nos campeonatos da Formula-E e MotoGP, que estão tendo muito mais disputa e duelos que a Fórmula 1, o que de certa forma não é tão difícil assim, se considerarmos a situação da categoria máxima do automobilismo. Então, aproveitem e curtam o texto, com os tradicionais comentários sobre cada uma delas. Um boa semana para todos, e até a próxima sessão Flying Laps do mês que vem...


Estava muito bom o campeonato da Formula-E na atual temporada. Depois de 8 provas, com oito vencedores diferentes, enfim, era hora de cair na real, e na etapa de Mônaco, vimos o primeiro piloto a repetir uma vitória. E a honra coube ao atual campeão da categoria, o francês Jean-Éric Vergne, da Techeetah, que subiu ao degrau mais alto do pódio de Monte Carlo, e reafirmou sua força na disputa ao título da competição. O piloto largou na pole-position da pista monegasca, e tal qual na F-1, o circuito de rua mais charmoso da costa do Mediterrâneo, lá se manteve, apesar dos ataques insistentes de Oliver Rowland, da e.dams, que tentou de todas as formas superar o rival na pista, sem sucesso. A prova de Mônaco foi mais tranquila que as corridas anteriores, mas houve alguns percalços. Lucas Di Grassi, da Audi, lutava para tentar chegar mais à frente, após largar numa péssima 13ª posição no grid, mas acabou levando um toque de Alexander Sims, da Andretti, e com isso abandonou a corrida, marcando o seu primeiro abandono na atual temporada. Já Felipe Massa, da Venturi, com time e piloto correndo em casa, mostrou a melhor atuação de Felipe na competição até agora. Largando em 4º, Massa manteve-se firme entre os primeiros, e aproveitou o erro de Pascal Wehrlein para ganhar a 3ª posição, que manteve até a bandeirada, para subir ao pódio pela primeira vez no certame de carros de competição monopostos totalmente elétricos. Wehrlein bem que tentou dar o troco, mas Felipe conseguiu segurar bem a posição. O alemão da equipe Mahindra teve de se contentar com o 4º lugar. Sébastien Buemi, vencedor da edição anterior deste ePrix, largou em 5º, e chegou na mesma posição, um pouco eclipsado pelo desempenho do colega de equipe Rowland. Postulantes ao título, Sam Bird (Virgin) e Antonio Félix da Costa (Andretti), tiveram um dia negativo em Monte Carlo, abandonando a prova devido a acidentes, resultado que compromete um pouco suas esperanças de chegar ao título da competição. E o brasileiro Felipe Nasr não retornou ao cockpit da equipe Dragon, preferindo permanecer no IMSA Wheater Tech Sportscar. E não é difícil imaginar o motivo: Maximilian Gunther, que voltou ao seu posto no time de Jay Penske, foi o primeiro a abandonar a etapa monegasca, depois de largar em último. Jerôme D’Ambrosio, que também tem esperanças de lutar pelo título, cruzou a linha de chegada apenas em 11º, ficando sem marcar pontos, depois de uma corrida difícil tendo largado em 19º.


Definitivamente, Lucas Di Grassi parece ter algumas pistas onde costuma andar muito forte na Formula-E. Uma delas é o circuito Hermanos Rodriguez, na Cidade do México, mas podemos dizer que a pista do aeroporto de Tempelhof, em Berlim, é um local que costuma ver grandes exibições do piloto brasileiro da equipe Audi. E Lucas fez uma corrida forte, largando em 3º, para superar sem muitas dificuldades Stoffel Vandoorne, da HWA, e em seguida partir para cima de Sébastien Buemi, que largou na pole-position, mas não conseguiu resistir ao ataque de Lucas, que assumiu a liderança, e a partir dali, comandou a etapa como bem quis, controlando seu ritmo para ser o segundo piloto a vencer duas corridas na atual temporada. O brasileiro ainda marcou a volta mais rápida da corrida, mostrando como estava no domínio da situação, e posicionando-se firme na luta pelo título. Buemi fez uma corrida consistente, voltando a subir ao pódio, depois de um longo período onde ficou à sombra de seu companheiro de equipe na e.dams, Oliver Rowland, que nesta etapa terminou em 8º. O pódio foi completado por Jean-Éric Vergne, que fez outra corrida vigorosa, para colher outro resultado consistente, que o manteve na liderança do campeonato, colocando-se definitivamente na luta pelo bicampeonato na categoria de carros monopostos elétricos. Depois de abandonar em Mônaco, Antonio Félix da Costa teve mais sorte, e foi o 4º colocado. Depois do pódio em Monte Carlo, Felipe Massa não teve um bom dia em Berlim, largando em 19ª, e finalizando apenas em 15º. Seu companheiro, Edoardo Mortara, largou em 16º e terminou em 11º, mostrando que a Venturi não conseguiu encontrar o melhor acerto na pista de Tempelhof. Rival de Vergne no campeonato, e companheiro de equipe na Techeetah, André Lotterer ficou fora de combate nesta corrida. Sam Bird, por sua vez, teve um pouco menos de azar que em Monte Carlo, mas mesmo assim, não teve muito o que comemorar de um 9º lugar que definitivamente não o ajuda em praticamente nada na tentativa de voltar à luta pelo título, que algumas corridas atrás até estava no meio dos favoritos.


Finda a etapa de Berlim, o campeonato da F-E entra na sua reta final. Há apenas 3 provas para encerrar a quinta temporada da competição, com a etapa nas ruas de Berna, na Suíça, no dia 22 de junho, para encerrar na rodada dupla de Nova Iorque, nos dias 13 e 14 de julho. E depois de muita indefinição, com a oscilação no resultado de vários pilotos, e o fim do rodízio de vencedores diferentes, a disputa vai se afunilando a menos competidores. Atual campeão da categoria, Jean-Éric Vergne lidera o certame, com 102 pontos. Com o triunfo em Berlim, Lucas Di Grassi assumiu a vice-liderança, com 96 pontos. Com o abandono na prova da capital alemã, André Lottter ficou mais para trás, embora ainda seja o 3º colocado, com 86 pontos, à frente de Antonio Félix da Costa, com 82 pontos. O português, aliás, não pode marcar bobeira, pois Robin Frijns vem colado logo atrás, com 81 pontos. Dali para baixo, as chances de algum piloto entrar na disputa pelo título se reduzem bastante. Mith Evans é o 6º colocado, com 69 pontos, 2 à frente de Daniel Abt, e 4 na frente de Jerôme D’Ambrosio. Oliver Rowland é o 9º, com 63 pontos, à frente de Sébastien Buemi, o 10º, com 61 pontos. Vergne e Di Grassi devem ser os duelistas para o título da temporada, embora as possibilidades de haver alguma surpresa ainda existam, embora tenham diminuído bastante. André Lotterer tem andado forte na maioria das provas, e poderia entrar junto na briga. Ou Jean-Éric e Lucas podem ter um azar danado em alguma corrida, e tudo embolar um pouco mais novamente. O balanço da temporada da F-E com os novos carros até aqui vem sendo positivo, em que pese alguns erros cometidos. O desfecho da temporada ainda pode nos reservar várias emoções. Aguardemos para ver o que irá acontecer...


Alguém consegue deter Marc Márquez? A “Formiga Atômica” largou em 3º no GP da Espanha, em Jerez de La Fronteira, e não demorou a assumir a liderança, e rumar firme para a bandeirada, sem que ninguém conseguisse impedir o triunfo do piloto da Honda. Alguns rivais bem que tentaram, mas só puderam tentar, porque Márquez foi soberano na pista da Andaluzia, depois de tomar a dianteira. Alex Rins, da Suzuki, foi o vencedor “moral” da corrida, depois de largar em 9º e escalar o pelotão para terminar numa excelente 2ª colocação, à frente de um até surpreendente Maverick Viñales, que pela primeira vez na temporada teve uma performance positiva numa corrida, e fechou o pódio. Quem negou combate na etapa foi da Ducati, ainda que Andrea Dovizioso tenha terminado em 4º, logo à frente do companheiro de equipe Danilo Petrucci. Valentino Rossi, depois de uma péssima qualificação, precisou tirar leite de pedra da Yamaha para chegar em um suado 6º lugar. E Jorge Lorenzo continua sua fase de “adaptação” à moto da Honda, tendo sido apenas o 12º colocado na bandeirada, depois de largar em 11º. Sensação na qualificação, Fabio Quartararo, da equipe satélite SRT Yamaha, largou na pole-position, tornando-se o mais jovem piloto a largar na frente na classe rainha do motociclismo, mas acabou tendo problemas mecânicos em sua moto, e deixou a corrida depois de 13 voltas, ficando inconsolável com o azar. Mas o garoto tem tudo para ser uma das sensações da temporada, se tiver um pouco mais de sorte.


E mostrando que está mesmo em ponto de bala, Marc Márquez resolveu faturar mais uma corrida, desta vez o GP da França da MotoGP, disputado no autódromo de Le Mans, no traçado Bugatti. O piloto da Honda começou arrasando já nos treinos, marcando a pole-position, e na largada partiu firme para não dar chances a ninguém. Mas a concorrência bem que tentou atrapalhar: Danilo Petrucci disputou algumas freadas com Márquez, e Jack Miller, mostrando um forte ritmo, até chegou a tomar a dianteira da corrida do espanhol. Mas o australiano da equipe Pramac sucumbiu a Marc, que reassumiu a liderança, e seguiu em frente até a bandeirada, ainda que nunca tenha construído uma vantagem significativa, mas sem permitir que os adversários se aproximassem também. Miller acabaria por ser superado pela dupla da Ducati, que até duelou por algum tempo na pista, para ver quem seria o 2º colocado, mas por fim, Andrea Dovizioso acabou chegando na frente, impedindo que Márquez disparasse na classificação com mais uma vitória. Danilo Petrucci acabou fechando o pódio, em um bom resultado para o time de Borgo Panigale. Valentino Rossi largou na 5ª posição, e acabou terminando nesta mesma posição, tendo de dar duro para acompanhar o ritmo dos ponteiros. Paul Spargaró, com a KTM, conseguiu um excelente resultado para a marca austríaca, com o 6º lugar. Depois de marcar a pole na Espanha, e ter de abandonar a corrida com problemas mecânicos, Fabio Quartararo teve uma atuação mais modesta na França, largando em 10º, e ao menos recebendo a bandeirada, em 8º. Já Jorge Lorenzo até que conseguiu uma posição de largada razoável, com o 8º posto, mas na corrida, caiu para trás, e foi receber a bandeirada apenas em 11º lugar. E Alex Rins, da Suzuki, também não teve um de seus melhores dias, terminando a corrida em 10º lugar.


Com três triunfos na temporada, ninguém pode negar que Marc Márquez é novamente o homem a ser batido. Mas as circunstâncias não o permitiram escapulir na classificação como se imaginava. Marc lidera com 95 pontos, mas Andrea Dovizioso está bem perto, com 87 pontos, na vice-liderança do campeonato, mostrando que a Ducati é, mais uma vez, a desafiante da Honda, ainda que o time italiano não pareça estar tão forte como deveria. Mas a verdade é que é Márquez que vem levando a Honda nas costas. A Ducati no momento tem uma dupla um pouco mais homogênea nos resultados, pois Danilo Petrucci, companheiro de Dovizioso, está em 5º lugar, com 57 pontos, 30 atrás de Andrea. Já na Honda, temos Marc na liderança, mas seu companheiro Jorge Lorenzo é apenas o 14º colocado, com meros 16 pontos, ou uma diferença de 79 pontos. Pode-se dizer que a Honda está literalmente correndo com um piloto só até aqui na temporada. Está ficando mal para o Jorge Lorenzo, que até tem algumas boas justificativas, mas a coisa pesa quando se lembra que ele é um tricampeão da MotoGP... Enquanto isso, com uma excelente campanha até agora no ano, Alex Rins está levando a Suzuki à 3ª posição na classificação, com 75 pontos, deixando Valentino Rossi em 4º com 72 pontos. Pelo andar da carruagem, Dovizioso terá a missão de impedir Márquez de ser campeão novamente, ou pelo menos, adiar o quanto puder a conquista de mais um caneco por parte da “Formiga Atômica”, o que muitos já consideram quase inevitável, diante da incapacidade dos adversários de frear o pentacampeão mundial... Será que eles ainda conseguem dificultar as coisas? Muitos não estão botando muita fé nisso...


No campeonato do Jaguar i-Pace eTrophy, os carros elétricos de competição, disputadas nos finais de semana da F-E, Cacá Bueno e Sérgio Jimenez arrepiaram nas provas de Mônaco e Berlim, conquistando duas dobradinhas consecutivas, em 1º e 2º lugares, respectivamente. O resultado colocou Jimenez na liderança do campeonato, faltando apenas as duas corridas de Nova Iorque para finalizar a competição. O rival do brasileiro é Bryan Sellers, o vice-líder, com 101 pontos, enquanto Sérgio tem 107. A disputa promete pegar fogo na rodada dupla nos Estados Unidos. As duas vitórias consecutivas fizeram Cacá Bueno ocupar a 3ª posição, com 91 pontos, e tendo esperanças de embolar a disputa pelo título ainda mais. Veremos quem vai sair vencedor deste duelo...
 



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