E já chegamos no mês de junho, quase
terminando metade do ano de 2019, que logo, logo, entrará em seu segundo
semestre. O tempo sempre parece voar, como se tivesse a velocidade do mundo do
esporte a motor. E todo início de cada mês é hora da sessão Flying Laps,
comentando alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade ocorridos no mês de
maio, que não puderam ser citados nas colunas semanais regulares, desta vez com
um destaque maior nos campeonatos da Formula-E e MotoGP, que estão tendo muito
mais disputa e duelos que a Fórmula 1, o que de certa forma não é tão difícil
assim, se considerarmos a situação da categoria máxima do automobilismo. Então,
aproveitem e curtam o texto, com os tradicionais comentários sobre cada uma
delas. Um boa semana para todos, e até a próxima sessão Flying Laps do mês que
vem...
Estava muito bom o campeonato da
Formula-E na atual temporada. Depois de 8 provas, com oito vencedores
diferentes, enfim, era hora de cair na real, e na etapa de Mônaco, vimos o
primeiro piloto a repetir uma vitória. E a honra coube ao atual campeão da
categoria, o francês Jean-Éric Vergne, da Techeetah, que subiu ao degrau mais
alto do pódio de Monte Carlo, e reafirmou sua força na disputa ao título da
competição. O piloto largou na pole-position da pista monegasca, e tal qual na
F-1, o circuito de rua mais charmoso da costa do Mediterrâneo, lá se manteve,
apesar dos ataques insistentes de Oliver Rowland, da e.dams, que tentou de
todas as formas superar o rival na pista, sem sucesso. A prova de Mônaco foi
mais tranquila que as corridas anteriores, mas houve alguns percalços. Lucas Di
Grassi, da Audi, lutava para tentar chegar mais à frente, após largar numa
péssima 13ª posição no grid, mas acabou levando um toque de Alexander Sims, da
Andretti, e com isso abandonou a corrida, marcando o seu primeiro abandono na
atual temporada. Já Felipe Massa, da Venturi, com time e piloto correndo em
casa, mostrou a melhor atuação de Felipe na competição até agora. Largando em
4º, Massa manteve-se firme entre os primeiros, e aproveitou o erro de Pascal
Wehrlein para ganhar a 3ª posição, que manteve até a bandeirada, para subir ao
pódio pela primeira vez no certame de carros de competição monopostos
totalmente elétricos. Wehrlein bem que tentou dar o troco, mas Felipe conseguiu
segurar bem a posição. O alemão da equipe Mahindra teve de se contentar com o
4º lugar. Sébastien Buemi, vencedor da edição anterior deste ePrix, largou em
5º, e chegou na mesma posição, um pouco eclipsado pelo desempenho do colega de
equipe Rowland. Postulantes ao título, Sam Bird (Virgin) e Antonio Félix da
Costa (Andretti), tiveram um dia negativo em Monte Carlo, abandonando a prova
devido a acidentes, resultado que compromete um pouco suas esperanças de chegar
ao título da competição. E o brasileiro Felipe Nasr não retornou ao cockpit da
equipe Dragon, preferindo permanecer no IMSA Wheater Tech Sportscar. E não é
difícil imaginar o motivo: Maximilian Gunther, que voltou ao seu posto no time
de Jay Penske, foi o primeiro a abandonar a etapa monegasca, depois de largar
em último. Jerôme D’Ambrosio, que também tem esperanças de lutar pelo título,
cruzou a linha de chegada apenas em 11º, ficando sem marcar pontos, depois de
uma corrida difícil tendo largado em 19º.
Definitivamente, Lucas Di Grassi parece
ter algumas pistas onde costuma andar muito forte na Formula-E. Uma delas é o
circuito Hermanos Rodriguez, na Cidade do México, mas podemos dizer que a pista
do aeroporto de Tempelhof, em Berlim, é um local que costuma ver grandes
exibições do piloto brasileiro da equipe Audi. E Lucas fez uma corrida forte,
largando em 3º, para superar sem muitas dificuldades Stoffel Vandoorne, da HWA,
e em seguida partir para cima de Sébastien Buemi, que largou na pole-position,
mas não conseguiu resistir ao ataque de Lucas, que assumiu a liderança, e a
partir dali, comandou a etapa como bem quis, controlando seu ritmo para ser o
segundo piloto a vencer duas corridas na atual temporada. O brasileiro ainda
marcou a volta mais rápida da corrida, mostrando como estava no domínio da
situação, e posicionando-se firme na luta pelo título. Buemi fez uma corrida
consistente, voltando a subir ao pódio, depois de um longo período onde ficou à
sombra de seu companheiro de equipe na e.dams, Oliver Rowland, que nesta etapa
terminou em 8º. O pódio foi completado por Jean-Éric Vergne, que fez outra
corrida vigorosa, para colher outro resultado consistente, que o manteve na
liderança do campeonato, colocando-se definitivamente na luta pelo bicampeonato
na categoria de carros monopostos elétricos. Depois de abandonar em Mônaco,
Antonio Félix da Costa teve mais sorte, e foi o 4º colocado. Depois do pódio em
Monte Carlo, Felipe Massa não teve um bom dia em Berlim, largando em 19ª, e
finalizando apenas em 15º. Seu companheiro, Edoardo Mortara, largou em 16º e
terminou em 11º, mostrando que a Venturi não conseguiu encontrar o melhor
acerto na pista de Tempelhof. Rival de Vergne no campeonato, e companheiro de
equipe na Techeetah, André Lotterer ficou fora de combate nesta corrida. Sam
Bird, por sua vez, teve um pouco menos de azar que em Monte Carlo, mas mesmo
assim, não teve muito o que comemorar de um 9º lugar que definitivamente não o
ajuda em praticamente nada na tentativa de voltar à luta pelo título, que
algumas corridas atrás até estava no meio dos favoritos.
Finda a etapa de Berlim, o campeonato da
F-E entra na sua reta final. Há apenas 3 provas para encerrar a quinta
temporada da competição, com a etapa nas ruas de Berna, na Suíça, no dia 22 de
junho, para encerrar na rodada dupla de Nova Iorque, nos dias 13 e 14 de julho.
E depois de muita indefinição, com a oscilação no resultado de vários pilotos,
e o fim do rodízio de vencedores diferentes, a disputa vai se afunilando a
menos competidores. Atual campeão da categoria, Jean-Éric Vergne lidera o
certame, com 102 pontos. Com o triunfo em Berlim, Lucas Di Grassi assumiu a
vice-liderança, com 96 pontos. Com o abandono na prova da capital alemã, André
Lottter ficou mais para trás, embora ainda seja o 3º colocado, com 86 pontos, à
frente de Antonio Félix da Costa, com 82 pontos. O português, aliás, não pode
marcar bobeira, pois Robin Frijns vem colado logo atrás, com 81 pontos. Dali
para baixo, as chances de algum piloto entrar na disputa pelo título se reduzem
bastante. Mith Evans é o 6º colocado, com 69 pontos, 2 à frente de Daniel Abt,
e 4 na frente de Jerôme D’Ambrosio. Oliver Rowland é o 9º, com 63 pontos, à
frente de Sébastien Buemi, o 10º, com 61 pontos. Vergne e Di Grassi devem ser
os duelistas para o título da temporada, embora as possibilidades de haver
alguma surpresa ainda existam, embora tenham diminuído bastante. André Lotterer
tem andado forte na maioria das provas, e poderia entrar junto na briga. Ou
Jean-Éric e Lucas podem ter um azar danado em alguma corrida, e tudo embolar um
pouco mais novamente. O balanço da temporada da F-E com os novos carros até
aqui vem sendo positivo, em que pese alguns erros cometidos. O desfecho da
temporada ainda pode nos reservar várias emoções. Aguardemos para ver o que irá
acontecer...
Alguém consegue deter Marc Márquez? A
“Formiga Atômica” largou em 3º no GP da Espanha, em Jerez de La Fronteira, e
não demorou a assumir a liderança, e rumar firme para a bandeirada, sem que
ninguém conseguisse impedir o triunfo do piloto da Honda. Alguns rivais bem que
tentaram, mas só puderam tentar, porque Márquez foi soberano na pista da
Andaluzia, depois de tomar a dianteira. Alex Rins, da Suzuki, foi o vencedor
“moral” da corrida, depois de largar em 9º e escalar o pelotão para terminar
numa excelente 2ª colocação, à frente de um até surpreendente Maverick Viñales,
que pela primeira vez na temporada teve uma performance positiva numa corrida,
e fechou o pódio. Quem negou combate na etapa foi da Ducati, ainda que Andrea
Dovizioso tenha terminado em 4º, logo à frente do companheiro de equipe Danilo
Petrucci. Valentino Rossi, depois de uma péssima qualificação, precisou tirar
leite de pedra da Yamaha para chegar em um suado 6º lugar. E Jorge Lorenzo
continua sua fase de “adaptação” à moto da Honda, tendo sido apenas o 12º
colocado na bandeirada, depois de largar em 11º. Sensação na qualificação,
Fabio Quartararo, da equipe satélite SRT Yamaha, largou na pole-position, tornando-se
o mais jovem piloto a largar na frente na classe rainha do motociclismo, mas
acabou tendo problemas mecânicos em sua moto, e deixou a corrida depois de 13
voltas, ficando inconsolável com o azar. Mas o garoto tem tudo para ser uma das
sensações da temporada, se tiver um pouco mais de sorte.
E mostrando que está mesmo em ponto de
bala, Marc Márquez resolveu faturar mais uma corrida, desta vez o GP da França
da MotoGP, disputado no autódromo de Le Mans, no traçado Bugatti. O piloto da
Honda começou arrasando já nos treinos, marcando a pole-position, e na largada
partiu firme para não dar chances a ninguém. Mas a concorrência bem que tentou
atrapalhar: Danilo Petrucci disputou algumas freadas com Márquez, e Jack
Miller, mostrando um forte ritmo, até chegou a tomar a dianteira da corrida do
espanhol. Mas o australiano da equipe Pramac sucumbiu a Marc, que reassumiu a
liderança, e seguiu em frente até a bandeirada, ainda que nunca tenha
construído uma vantagem significativa, mas sem permitir que os adversários se
aproximassem também. Miller acabaria por ser superado pela dupla da Ducati, que
até duelou por algum tempo na pista, para ver quem seria o 2º colocado, mas por
fim, Andrea Dovizioso acabou chegando na frente, impedindo que Márquez
disparasse na classificação com mais uma vitória. Danilo Petrucci acabou
fechando o pódio, em um bom resultado para o time de Borgo Panigale. Valentino
Rossi largou na 5ª posição, e acabou terminando nesta mesma posição, tendo de
dar duro para acompanhar o ritmo dos ponteiros. Paul Spargaró, com a KTM,
conseguiu um excelente resultado para a marca austríaca, com o 6º lugar. Depois
de marcar a pole na Espanha, e ter de abandonar a corrida com problemas
mecânicos, Fabio Quartararo teve uma atuação mais modesta na França, largando
em 10º, e ao menos recebendo a bandeirada, em 8º. Já Jorge Lorenzo até que
conseguiu uma posição de largada razoável, com o 8º posto, mas na corrida, caiu
para trás, e foi receber a bandeirada apenas em 11º lugar. E Alex Rins, da
Suzuki, também não teve um de seus melhores dias, terminando a corrida em 10º
lugar.
Com três triunfos na temporada, ninguém
pode negar que Marc Márquez é novamente o homem a ser batido. Mas as
circunstâncias não o permitiram escapulir na classificação como se imaginava.
Marc lidera com 95 pontos, mas Andrea Dovizioso está bem perto, com 87 pontos,
na vice-liderança do campeonato, mostrando que a Ducati é, mais uma vez, a
desafiante da Honda, ainda que o time italiano não pareça estar tão forte como
deveria. Mas a verdade é que é Márquez que vem levando a Honda nas costas. A
Ducati no momento tem uma dupla um pouco mais homogênea nos resultados, pois
Danilo Petrucci, companheiro de Dovizioso, está em 5º lugar, com 57 pontos, 30
atrás de Andrea. Já na Honda, temos Marc na liderança, mas seu companheiro
Jorge Lorenzo é apenas o 14º colocado, com meros 16 pontos, ou uma diferença de
79 pontos. Pode-se dizer que a Honda está literalmente correndo com um piloto
só até aqui na temporada. Está ficando mal para o Jorge Lorenzo, que até tem
algumas boas justificativas, mas a coisa pesa quando se lembra que ele é um
tricampeão da MotoGP... Enquanto isso, com uma excelente campanha até agora no
ano, Alex Rins está levando a Suzuki à 3ª posição na classificação, com 75
pontos, deixando Valentino Rossi em 4º com 72 pontos. Pelo andar da carruagem,
Dovizioso terá a missão de impedir Márquez de ser campeão novamente, ou pelo
menos, adiar o quanto puder a conquista de mais um caneco por parte da “Formiga
Atômica”, o que muitos já consideram quase inevitável, diante da incapacidade
dos adversários de frear o pentacampeão mundial... Será que eles ainda
conseguem dificultar as coisas? Muitos não estão botando muita fé nisso...
No campeonato do Jaguar i-Pace eTrophy,
os carros elétricos de competição, disputadas nos finais de semana da F-E, Cacá
Bueno e Sérgio Jimenez arrepiaram nas provas de Mônaco e Berlim, conquistando
duas dobradinhas consecutivas, em 1º e 2º lugares, respectivamente. O resultado
colocou Jimenez na liderança do campeonato, faltando apenas as duas corridas de
Nova Iorque para finalizar a competição. O rival do brasileiro é Bryan Sellers,
o vice-líder, com 101 pontos, enquanto Sérgio tem 107. A disputa promete pegar
fogo na rodada dupla nos Estados Unidos. As duas vitórias consecutivas fizeram
Cacá Bueno ocupar a 3ª posição, com 91 pontos, e tendo esperanças de embolar a
disputa pelo título ainda mais. Veremos quem vai sair vencedor deste duelo...
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