quarta-feira, 26 de junho de 2019

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – JUNHO DE 2019


E o mês de junho já está indo embora, o que significa que já se foi metade do ano de 2019. O tempo realmente parece voar, mais rápido do que os carros e motos dos campeonatos do mundo do esporte a motor, mas já falei tanto disso que parece mais do que óbvio a esta altura. Mesmo assim, para manter a tradição, todo fim de mês é hora de mais uma postagem da Cotação Automobilística, com uma avaliação de alguns dos principais acontecimentos do panorama do mundo da velocidade nestas últimas semanas, com meus comentários de costume a respeito. Estejam ou não de acordo com minhas opiniões, espero que apreciem e curtam o texto, no tradicional esquema de sempre: em alta (cor verde), na mesma (cor azul), e em baixa (cor vermelha). Uma boa leitura a todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística do mês que vem, com as avaliações dos acontecimentos do mundo das corridas no mês de julho. Até lá, então...



EM ALTA:

Lewis Hamilton: Indiferente ao que tem acontecido na pista, Lewis Hamilton caminha inexoravelmente rumo ao seu sexto título com uma facilidade que está até irritando quem esperava um campeonato com alguma disputa. Como a Ferrari está fora de combate, esperava-se uma oposição ao menos mais firme por parte de Valtteri Bottas, mas o finlandês negou fogo nas últimas etapas, em especial no Canadá, onde esteve apagado na corrida, sem conseguir duelar com a dupla da Ferrari. Com o resultado, Bottas já está quase 40 pontos atrás de Hamilton, esfriando o ânimo daqueles que imaginavam que Valtteri ao menos ajudaria a manter as aparências de que duelaria a fundo pelo título. Mas, com Hamilton pilotando o fino, o inglês praticamente não tem tido adversários na temporada, em especial pelos adversários potenciais não terem equipamentos competitivos o suficiente para ameaça-lo. E não é porque pilota o melhor carro que Lewis vai se acomodar. Frente a uma Ferrari mais competitiva em Montreal, Hamilton forçou Sebastian Vettel ao erro que acabaria por definir a prova, e ciente da punição do rival, fez apenas o necessário para levar mais um triunfo, e evitar riscos desnecessários, para azar da torcida, que esperava um duelo renhido pela vitória. E em Paul Ricard, o pentacampeão não deu chances a ninguém, marcando uma pole com autoridade, e liderando a corrida de ponta a ponta. Os recordes de Michael Schumacher, que pareciam imbatíveis, já estão sob ameaça de serem superados pelo inglês. O de vitórias corre até o risco de cair ainda este ano, e o de títulos, igualado ao fim do ano que vem. Alguém duvida que ele conseguirá se tornar o maior de todos os tempos em estatísticas? Enquanto não tiver adversários que possam dar combate, é a sina que a F-1 viverá, infelizmente...

Alexander Rossi: O vice-campeão da Indycar na temporada 2018 mostra que está a fim de conquistar o título de vez este ano. Com uma grande regularidade, Rossi tem se mantido quase sempre no pódio nas últimas corridas, e já está dando um suadouro em Josef Newgarden, especialmente depois da espetacular vitória em Elkhart Lake, onde o americano assumiu a ponta na largada e não deu chances a ninguém na corrida, vencendo com uma grande vantagem, e reduzindo sua diferença para o piloto da Penske, ainda líder na classificação, para apenas 7 pontos, vantagem considerada perigosa para Josef tentar administrar em caso de um mau fim de semana nas próximas corridas. Rossi tem se mantido longe de confusões, e mostra que está conseguindo combinar seu estilo agressivo com um lado mais estratégico nas corridas, procurando garantir o melhor resultado possível. E o piloto já começa a ser disputado para 2020, quando ainda não tem contrato. Roger Penske já está de olho no rapaz, a exemplo do que fez quando contratou Josef Newgarden e Simon Pagenaud. E Michael Andretti também não vai querer perder sua grande estrela. Neste cabo de guerra, Andretti certamente terá o apoio da Honda, que não vai querer ver um de seus principais nomes se bandear para um time da rival Chevrolet, e ficar restrita a Scott Dixon como sua única estrela na competição. Quem vai ganhar esta disputa? Enquanto isso, Newgarden que fique esperto, pois já está com Alexander no seu retrovisor, e qualquer passo em falso pode ser fatal para perder a liderança da competição.

Marc Márquez: Se já era difícil bater Marc Márquez na pista, em condições normais, o que acontece quando o atual campeão da classe rainha do motociclismo ainda tem uma sorte danada? Sem tirar os méritos do piloto da Honda, que já venceu 4 provas na temporada, mas na última corrida, em Barcelona, sua tarefa acabou facilitada por uma presepada de seu companheiro de equipe Jorge Lorenzo, que acabou tirando da corrida com um acidente três potenciais rivais que poderiam ter dificultado seu triunfo. Com isso, a “Formiga Atômica” abriu 37 pontos de vantagem na classificação, uma diferença que será muito difícil de ser descontada por seu principal rival, Andrea Dovizioso, que precisa agora contar com pelo menos dois finais de semana ruins por parte de Márquez se quiser equilibrar a disputa, algo que parece muito difícil de acontecer em condições normais. O único percalço de Marc no ano foi sua queda em Austin, onde ficou sem pontuar, situação pouco comum nos últimos tempos. Em todas as outras provas, Marc esteve no pódio, lutando até o último momento pela vitória, mas aceitando numa boa quando não vence, por ter a ciência de que seus rivais não estão demonstrando a constância necessária para conseguir ameaça-lo seriamente. Um Marc cerebral, mas tão veloz quando antes, é o pior cenário para os rivais, que infelizmente ou não tem equipamento, ou não tem tido sorte nas corridas. E Márquez, que não tem nada a ver com a situação dos rivais, apenas faz sua parte na pista, e prepara-se para garantir mais um título para ele e sua escuderia.

Jean-Éric Vergne: o atual campeão da Formula-E deu um grande passo para ser o primeiro piloto a conquistar um bicampeonato na categoria de competição de carros monopostos elétricos, ao vencer o ePrix de Berna, e abrir uma imensa vantagem na classificação, graças principalmente à péssima classificação de Lucas Di Grassi, que largando entre os últimos na prova suíça, teve de fazer uma corrida de recuperação para averbar apenas um 9º lugar na corrida, enquanto o francês da equipe Techeetah largava na pole e vencia a corrida praticamente de ponta a ponta, mas sem nunca deixar de ser pressionado por Mith Evans, da Jaguar, que esteve sempre perto de ameaçar a liderança de Vergne durante a prova. Foi o 3º triunfo do piloto na atual temporada, que se caracterizou por uma grande variedade de pilotos vencendo corridas, mas que no momento em que mais precisava, soube se impor para assumir o favoritismo na luta pelo título. Restando apenas duas corridas em Nova Iorque, e com 32 pontos de vantagem para Di Grassi, o vice-líder, Vergne tem tudo para administrar os resultados, e chegar a seu segundo título. Mas, como a melhor defesa é o ataque, podem apostar que, se tiver condições, o francês tentará conquistar o título do bi com chave de ouro, a exemplo do que fez na temporada passada, quando podia correr por resultados, mas partiu para lutar pela vitória sem deixar os rivais tentarem algo. E ele certamente não vai deixar os concorrentes tentarem aprontar algo novamente...

Disputas na Indycar: Enquanto a F-1 tem se queimado com punições que estragam as corridas por conta de regras imbecis e até antidesportivas, em nome muitas vezes do excesso de preocupação com a segurança, na Indycar a situação é bem diferente, e temos presenciado excelentes duelos, onde os pilotos podem dar o seu melhor, até mesmo com direito a alguns toques e saídas de pista, sem maiores consequências (leia-se acidentes), e principalmente, sem punições esdrúxulas que acabam com a emoção das disputas por posições por receio de algum erro ou excesso. E a diferença tem sido gritante, com a F-1 a afogar-se burocracia de suas próprias regras, sem consideração com as situações das corridas, enquanto na categoria dos Estados Unidos a torcida vibra com as disputas “pra valer” entre seus pilotos, que até cometem alguns erros no calor da disputa, mas são relevados em preservação do espírito da competição na pista, com comissários e fiscais intrometendo-se somente o necessário, em casos mais graves, e realmente relevantes, uma atitude mais do que saudável por parte da direção da Indycar, que com isso dá muito mais credibilidade ao seu campeonato, livrando-o de polêmicas desnecessárias, e provando que é possível competir em alto nível sem o excesso de frescuras que tem acometido a F-1 em seu pedestal de vidro que pode se quebrar a qualquer momento se não olhar para seus exageros e mudar sua postura. E a Indycar vem se mostrando uma excelente opção ao marasmo da F-1, com duelos que andam muito em falta na categoria máxima do automobilismo, que quando tem alguma briga na pista, ainda fica pairando sempre a ameaça de alguma punição por alguma infração do seu maldito regulamento...



NA MESMA:

Brasil ainda fora do calendário da Formula-E: A categoria de carros de competição elétricos divulgou o calendário da sua próxima temporada, e o Brasil, mais uma vez, não fará parte da competição, algo que já deveria ser mais do que esperado, até porque ter aval da FIA para sediar uma etapa da competição é mera formalidade, uma vez que não é a F-E em si que promove as corridas nos países e cidades por onde passa, mas promotores locais que firmam contratos para receber as corridas da competição, algo que infelizmente não tivemos até o presente momento, apesar de várias fofocas envolvendo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e até Porto Alegre, mas sem nenhuma confirmação prática que resultasse em algum acordo potencial para receber uma corrida. A imagem do Brasil como um país sério e responsável, infelizmente, não é das melhores, e a competição para receber uma etapa da F-E no futuro próximo anda bem acirrada, com vários países observando a possibilidade de receberem uma prova do certame, que vem crescendo bastante e terá a entrada oficial de Mercedes e Porsche na próxima temporada, chegando a 24 carros no grid, número maior de competidores do que na F-1. Parece que nossa única participação continuará sendo com a presença de alguns pilotos, como Lucas Di Grassi, Felipe Massa, e a possibilidade de retorno de Nelsinho Piquet ao grid da categoria, uma vez que existem rumores de que o brasileiro está sendo sondado pela Porsche para assumir um de seus cockpits. E convenhamos, para o atual momento de nossa economia, já pode ser considerado muita coisa...

Toyota campeã no Mundial de Endurance: Foi o título mais óbvio dos últimos tempos a Toyota vencer a classe LMP1 do Mundial de Endurance (WEC), já que era o único time de fábrica na competição na classe, e que por isso, tinha regras que, embora visassem tentar diminuir a diferença de performance para as equipes privadas na mesma categoria, nunca foram ameaçadas em momento algum, vencendo de braçada praticamente todas as provas da “super season” 2018-2019, que contaram inclusive com duas edições das 24 Horas de Le Mans. O que era um pouco menos óbvio, mas só um pouco, era de qual carro seria campeão, e é claro que, com Fernando Alonso no carro Nº 8, a escolha da marca japonesa era privilegiar este protótipo, para capitalizar com a presença do bicampeão de F-1. Mesmo assim, a turma do carro Nº 7 até que ainda deu o ar da graça na competição, de modo que a definição do título acabou vindo somente na última corrida, em Le Mans, neste ano. Só não foi mais maçante porque corridas de endurance sempre podem apresentar algumas surpresas, especialmente em Le Mans, e por isso, sempre haveria a possibilidade, ainda que pequena, de algo fugir ao script programado pela Toyota. Mas tudo deu certo, e apesar de alguns percalços, pode-se dizer que a equipe da marca japonesa conquistou um título onde correu praticamente sozinha no mais estrito termo da expressão. Não se pode culpar os japoneses pelo domínio mais do que óbvio que impuseram, mas sim os dirigentes da competição, que não souberam adequar as regras de modo a dar aos times privados da classe LMP1 melhores chances de competição com a Toyota. E tudo deve continuar na nova temporada 2019-2020, enquanto não vem o novo regulamento com os chamados hypercars, que devem substituir os protótipos LMP1, na temporada 2020-2021, quando se espera que o equilíbrio de forças seja diferente do atual.

Equipe Ferrari na temporada 2019: Depois de um brilho momentâneo na etapa do Canadá, onde Sebastian Vettel conquistou a pole-position, e não fosse a punição polêmica de bloquear Lewis Hamilton premeditadamente no retorno à pista após uma breve escapada, poderia ter vencido a corrida, onde contou também com a boa performance de Charles LeClerc, o time de Maranello infelizmente voltou à rotina que tem protagonizado nesta temporada, mostrando-se incapaz de fazer frente à Mercedes, e tendo que se preocupar com a Red Bull nos seus calcanhares. Mas ruim é ver o time ainda tentando encontrar um rumo para melhorar sua performance. No primeiro treino livre em Paul Ricard, Vettel chegou a testar um novo bico e até um novo assoalho, para ver se melhorara o desempenho do SF-90, e com isso, aparentemente o piloto não conseguiu chegar a um bom acerto com o carro de volta às peças “convencionais”, já que os novos dispositivos testados aparentemente não deram os resultados esperados. E, embora LeClerc tenha apertado Valtteri Bottas no finalzinho da corrida, foi mais por falha do finlandês do que por performance mesmo do monegasco, enquanto Vettel, superado pela dupla da McLaren na classificação do grid, acabou ficando atrás de Max Verstappen na corrida, depois de se livrar de Carlos Sainz Jr. e Lando Norris no início da corrida, sem conseguir ameaçar o holandês da Red Bull. Agora, o time italiano afirma que vai tentar reduzir um pouco a velocidade do carro em reta com o objetivo de melhorar o desempenho nas curvas, um dos pontos fracos detectados no comportamento do bólido atual. Resta saber se vai conseguir os resultados esperados...

Local do GP Brasil de F-1: E continuam as fofocas de onde será realizado o Grande Prêmio do Brasil de F-1 de 2021. O presidente Jair Bolsonaro chegou até a conversar com Chase Carey, presidente do grupo proprietário da F-1, o Liberty Media, sobre a promessa de termos o GP no Rio de Janeiro daqui a dois anos, no futuro autódromo de Deodoro, cujo desenho da pista já foi divulgado por aí há algum tempo. Mas, ao mesmo tempo, as negociações sobre a renovação da corrida em Interlagos, em São Paulo, ainda seguem em frente, e a pista paulistana faz suas obras de adequação para atender às exigências de modernização exigidas tanto pela FIA quando pela F-1, e é prematuro decretar o fim da corrida no autódromo José Carlos Pace, ainda mais quando nem se começaram as obras do sempre futuro novo autódromo carioca na área de Deodoro, cuja construção, a esta altura do campeonato, precisaria ser feita a toque de caixa, para justificar a opção da F-1 correr na nova pista. Novos circuitos não entram assim de qualquer jeito no calendário da categoria máxima do automobilismo nos dias atuais, sendo necessário um adequado planejamento, e garantias de sediar a corrida, devido aos investimentos milionários que uma operação desse porte exige, para não mencionar que, no Brasil, tudo costuma ser ainda mais complicado do que já costuma ser em países onde tudo funciona direitinho. Teoricamente, ainda há tempo hábil para se construir o novo autódromo, mas quem vai pagar a construção do novo complexo de automobilismo, que não prevê apenas a pista onde a F-1 correria, ainda mais em um momento onde o governo não tem dinheiro para gastar em tal tipo de projeto, e que nem deveria fazê-lo, pois há muitas outras prioridades mais importantes, e o leque de empresas que poderiam se interessar em tal empreitada é bem reduzido, devido aos valores a serem gastos. Melhor aceitarem a corrida em Interlagos por vários anos ainda, e irem desenvolvendo esse projeto da pista de Deodoro com a calma e prudência que se deve dar a tal tipo de empreendimento, e não se tentar aventuras irresponsáveis que acabem por queimar ainda mais a imagem de nosso país no meio automobilístico...

Ultrapassagens na F-1: Apregoadas como grande esperança para tornar as disputas entre os pilotos mais fáceis e frequentes, as novas regras aerodinâmicas implantadas nos carros da categoria máxima do automobilismo até aqui não demonstraram a eficiência que se esperava, depois do trabalho que se teve para implantá-las. Se a pista de Barcelona, onde já se previa uma corrida monótona, mostrou mais do mesmo, apesar das novas regras, a corrida em Paul Ricard, um circuito “das antigas”, e que onde deveria se ver ao menos mais disputas, apesar de algumas mudanças no traçado, como a chicane no meio da reta Mistral, foi tremendamente decepcionante para quem esperava mais emoção, e até as disputas no pelotão intermediário foram escassas. E parece que o público até previu no que ia dar, pois os torcedores que compareceram ao autódromo de Le Castelet foram em número bem menor do que no ano passado, quando a pista retornou à competição, depois de quase 30 anos de ausência. Mesmo com o longo trecho de reta na pista francesa, apesar da chicane, nem mesmo o uso do DRS facilitou e melhorou as disputas por posições como se esperava. Como desgraça pouca é bobagem, até os novos pneus da Pirelli este ano estão contribuindo para a monotonia das disputas, por apresentarem uma durabilidade que faz com que a imensa maioria das equipes optem por estratégias quase iguais, diminuindo as possibilidades de performances variadas pela escolha dos compostos. E, para piorar tudo, com as tentativas de ultrapassagens exigindo maiores riscos, os pilotos ficam mais ariscos de tentar algumas manobras com o receio de tocarem no adversário, e ainda por cima, tomarem punição por causa disso, ou coisa pior até. E, infelizmente, não temos passado uma corrida ultimamente sem que haja alguma punição, o que faz com que times e pilotos fiquem ainda mais reticentes em adotar estratégias e manobras mais arriscadas, e com isso, oferecendo menos chances de ultrapassagens na pista, para infelicidade dos torcedores. Não era isso que a F-1 imaginava no início do ano, e parece que as novas regras foram outro tiro no pé, sem os resultados esperados por todos...



EM BAIXA:

Jorge Lorenzo: O piloto espanhol continua com sua maré de azar e maus momentos no campeonato da MotoGP. Sem conseguir andar próximo ao companheiro de equipe na Honda, o pentacampeão Marc Márquez, Lorenzo chegou a ir até o Japão, para ver se conseguia se entender melhor com o pessoal da fábrica japonesa, além de pedir por algumas modificações que tornem o comportamento da moto nipônica um pouco menos “arisco” e “nervoso”, um estilo ao qual ele está tendo trabalho para se adaptar, e não sendo o único a competir com as motos da Honda a sentir esta dificuldade. Mas logo na primeira oportunidade após essa visita à Terra do Sol Nascente, Lorenzo promoveu um verdadeiro “strike” no início da etapa da Catalunha, em Barcelona, ao cair da moto e levar junto Andrea Dovizioso, da Ducati, e a dupla da Yamaha oficial, Valentino Rossi e Maverick Viñales, para o chão, acabando com as corridas deles e de si próprio. Indiretamente, acabou favorecendo seu companheiro de equipe, que sem oposição, rumou para mais uma vitória na temporada, e disparando na classificação rumo à conquista do sexto título. Lorenzo foi crucificado por Viñales, apesar de ir se desculpar com os pilotos e assumir a culpa por errar a freada e estragar as corridas deles, mas pelo visto, o sonho de voltar à luta pelas vitórias com mais frequência e à luta pelo título na nova equipe está virando um pesadelo que parece não ter fim. Jorge ainda não está com a cabeça a prêmio, mas se continuar desse jeito, não vai demorar para a Honda preferir até rescindir seu contrato do que mantê-lo mais um ano na escuderia, como prevê o contrato com o piloto, que assinou até o fim de 2020 com a equipe oficial da marca nipônica. Urge reagir e virar a situação, mas Lorenzo vai conseguir? Muita gente acha que não...

Regulamentos exagerados que asfixiam a F-1: Com punições que tolhem a competição, seja na pista ou fora dela, a categoria máxima do automobilismo ajuda a espantar fãs que desejam ver corridas na sua mais pura essência, forçando-os a procurar isso em outros certames, como na MotoGP ou na Indycar, ou nas classes GT do WEC, ou o campeonato do IMSA Wheater Tech nos Estados Unidos, onde as disputas na pista não tem sofrido com a ingerência do excesso de regras e burocracia que estão deixando a F-1 engessada, onde as regras são tudo, e que se preciso for, sacrificando a competição. Vettel venceu mas não levou a vitória no Canadá por uma punição que os comissários consideraram merecida em uma manobra onde o alemão foi considerado culpado de retorno perigoso à pista e de bloquear premeditadamente o rival Hamilton, com direito a muitas vaias da torcida pelo ocorrido. Isso só serve para inibir e prejudicar a competição, que já não vem sendo o que se esperava, com o domínio acachapante da Mercedes e de Lewis Hamilton na atual temporada, o que tem diminuído o interesse dos torcedores. Como se não bastasse, várias regras técnicas ainda não revelam mais efeito prático nos dias de hoje, como a obrigação de largar com os pneus do melhor tempo no Q2, ou comprometem a qualidade do show com limites ridículos de componentes que os pilotos podem usar por temporada, como no caso de apenas 3 unidades de potência por temporada. Os comissários até poderiam deixar pelo menos a disputa mais livre na pista, mas são obrigados a cumprir com as regras impostas pelo regulamento, que como vociferou Vettel, até com certa razão, deveria ser queimado pelos estragos que vem causando à competição. Lógico que todos que estão ali tem de cumprir o regulamento imposto, mas por outro lado, não tem de aceita-lo também de forma passiva, quando as regras prejudicam a competição. Uma lei pode ser tremendamente injusta, mas enquanto não for revogada, deve ser respeitada, mas também ser contestada, para que seja extinta ou modificada. O regulamento da F-1 precisa se várias revisões, e não é de hoje que isso precisa ser feito. Infelizmente, a FIA parece caminhar na direção oposta, mostrando que mudar as regras vai ser um trabalho mais complicado do que parece, porque as últimas mudanças, como as novas regras aerodinâmicas dos carros desta temporada, parecem ter sido um verdadeiro tiro pela culatra até o presente momento. E se o público cansar de ser tratado como idiota, não vai demorar a ir para outras paragens, um risco que a F-1 não pode continuar ignorando.

Volta de Fernando Alonso à F-1: Quando se despediu da F-1 no final do ano passado, cansado da falta de perspectivas com a McLaren, Fernando Alonso deixou em aberto a possibilidade de, dependendo das circunstâncias, voltar à categoria máxima do automobilismo, caso vislumbrasse uma oportunidade competitiva para um retorno em 2020. E a McLaren, seu ex-time, em que pese ainda ser ligado ao grupo, ocupando o cargo de embaixador da escuderia inglesa, vem mostrando progressos interessantes nesta temporada, sendo a 4ª colocada no campeonato de construtores, e motivando especulações se poderia estar melhor se o asturiano ainda estivesse ao volante dos carros laranja. Foi o que bastou para pipocarem boatos de que Alonso poderia retornar mesmo ao cockpit no próximo ano como piloto titular da McLaren. Mas Andreas Seidl, novo chefe de equipe do time de Woking, já adiantou que a escuderia está satisfeita com sua atual dupla de pilotos, e que não tem o objetivo de trazer o espanhol de volta a seus carros, a princípio com o objetivo de realizar algum treino com Fernando este ano. Mas, mesmo com Alonso agora estando sem compromissos oficiais para o restante do ano, o time preferiu dividir o russo Sergey Sirotkin com a Renault na posição de piloto reserva, o que dá entender que o espanhol já não teria o mesmo cartaz e preferência dentro do time como antes, algo que teria ficado ainda mais patente depois do fracasso do projeto Indy500 deste ano, onde nem mesmo o talento de Alonso conseguiu garantir a classificação do carro no grid da corrida. Pelo visto, os planos de Fernando de tentar retornar à categoria máxima do automobilismo já não são mais tão simples do que ele imaginava, tanto que ele mesmo chegou a declarar que só volta em um “carro que lhe permita ser campeão”. Pelo visto, Alonso terá de aceitar que seu tempo na F-1 acabou de vez. E com seu histórico de complicar o ambiente interno dos times por onde passou, dificilmente alguém tentará correr o risco de contratá-lo, fora o elevado salário que o espanhol cobraria, ainda por cima...

Performance de Pierre Gasly na Red Bull: O piloto francês da Red Bull que se prepara para ser detonado no time dos energéticos. Por mais que a escuderia afirme que o plano da equipe é manter sua dupla de pilotos intacta até o final do ano, Helmut Marko já andou defenestrando Gasly em vários momentos neste primeiro semestre, e infelizmente, a cada corrida em que o francês fica longe de Max Verstappen, mais um prego vem sendo colocado em seu caixão. O dilema do time dos energéticos é quem colocar no lugar de Pierre, pois na Toro Rosso, Danill Kvyat já não se bica com o holandês, e Alexander Albon ainda não comprometeu, mas também não entusiasmou, tendo sido superado pelo russo até o presente momento na temporada. Os rumores de uma possível contratação de Nico Hulkenberg, que vem sendo superado por Daniel Ricciardo na Renault, não podem ser ignorados, por mais que ambas as partes digam que não há nada neste sentido. Se Gasly não der uma incrementada em seus resultados, será rifado por Marko sem dó nem piedade, como o dirigente já fez com vários outros pilotos de talento, mas que não renderam como ele desejava, não importando as circunstâncias. O único trunfo do francês seria a possível falta de opções para substitui-lo, uma opção altamente arriscada e sem garantias. Max Verstappen já mostrou que é um piloto fora de série, como poucos na categoria, talvez perdendo apenas para Lewis Hamilton no quesito velocidade e arrojo. O problema é a Red Bull exigir um desempenho igual de Gasly, que não é um piloto ruim, mas até agora não demonstrou ser também um fora de série como o holandês. E para Marko, só interessa se for fora de série, do contrário...

Equipe Hass na temporada 2019: O time de Gene Hass teve uma boa temporada em 2018, onde só não obteve melhores resultados devido às estripulias de sua dupla de pilotos, com Romain Grosjean a ter cometido vários erros além de ter sofrido vários azares durante a maior parte do ano, enquanto Kevin Magnussem aproveitou muito bem as oportunidades, mas também se envolveu em algumas confusões pelas pistas. E este ano, o time dos Estados Unidos até começou com boas perspectivas, mas infelizmente, o rumo visto até agora acabou se revelando outro, com uma performance deficiente do carro, com problemas para se entender com os novos pneus da Pirelli, para não mencionar que sua dupla de pilotos também não está colaborando como deveria. Grosjean continua numa maré de azar, mesmo cometendo poucos erros, enquanto Magnussem comprometeu suas chances ao bater bisonhamente no Canadá durante a classificação e ainda bater boca com o time pelo rádio durante a prova, deixando o ambiente nos boxes da escuderia meio tenso. A paciência do time com ambos os pilotos pode acabar a qualquer momento, e para azar tanto de Grosjean quanto de Magnussem, existem opções no horizonte já sendo avaliadas pela direção do time, como o jovem Pietro Fittipaldi, cujos testes realizados até agora com o time ganharam vários elogios do corpo técnico, e sendo um forte candidato a titular no próximo ano. Obter bons resultados é a única opção para ambos manterem seus empregos na escuderia, mas a tarefa fica difícil quando o carro não ajuda como deveria. O time tem um grande trabalho pela frente para pelo menos tentar brigar para ser o melhor do “resto”, como era esperado no início do ano, e até chegou a dar indícios de que brigaria firme pela 4ª posição entre os construtores na temporada. Infelizmente, não apenas a performance oscilou mais do que a própria Hass esperava, como seus pilotos também não ajudaram como se esperava. E o resto do ano pode ser bem complicado, tanto para os pilotos como para o time em si...

 



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