Trazendo novamente um de meus
antigos textos, esta coluna foi publicada em 9 de outubro de 1998, e tratava da
conquista do título de “novato do ano” na então F-CART, por parte de Tony
Kanaan, em seu primeiro ano nas categorias Indy. E, de lá para cá, nosso
intrépido baiano voador teve uma longa carreira, não tão vitoriosa quanto se
poderia esperar, devido às temporadas em que não teve um equipamento decente em
mãos, como nestes dois últimos anos, mas sempre mostrando o seu talento, que o
levou a ser campeão da Indy Racing League em 2004, pelo time de Michael
Andretti, seu ponto alto na categoria, ao lado do triunfo nas 500 Milhas de
Indianápolis de 2013. O texto traz um breve resumo da carreira de Tony até ali,
tendo sido campeão da Indy Lights em 1997 com a equipe Tasman, que o promoveu à
categoria principal naquela temporada, ocupando a vaga que era de outro
compatriota, André Ribeiro, que havia ido para a Penske.
No mais, algumas notas rápidas sobre
alguns acontecimentos da semana no mundo da velocidade. Uma boa leitura a
todos, e em breve trago mais textos antigos por aqui...
KANAAN, NOVATO DO ANO
Em
um ano de magros resultados no campeonato da F-CART, já conquistamos pelo menos
um prêmio de consolação: Tony Kanaan faturou, comn seu 3º lugar no GP de
Houston, domingo passado, o troféu de novato do ano na categoria (o “Rookie of
The Year”). Para melhorar ainda mais o astral do piloto, ele ainda é o melhor
brasileiro no campeonato, com 86 pontos. Gil de Ferran é o segundo melhor
brasileiro, com 67 pontos. Ambos estão, respectivamente, em 9º e 12º lugar na
classificação.
É
mais um título no currículo deste baiano nascido no dia 31 de dezembro de 1974.
Antoine Rizkallah Kanaan começou sua carreira no automobilismo em 1985, nas
provas de kart. E Tony arrasou: faturou os títulos de 1986 a 1990 do campeonato
paulista de kart. Em 1988, faturou também o título brasileiro da categoria. A
partir de 1991, ele começou a correr nos monopostos, disputando neste ano a
F-Ford brasileira. No ano seguinte, foi a vez de disputar o certame nacional da
F-Chevrolet.
A
partir de 1993, Kanaan embarcou para a Europa, onde iniciou correndo pela
F-Opel Européia, terminando o campeonato em 7º lugar, com 74 pontos. O passo
seguinte foi a F-Alfa Boxer italiana, e nosso baiano voador detonou a
concorrência: em 10 etapas disputadas, faturou 5 corridas e conquistou o título
da categoria. Em 1995, foi a vez da F-3 italiana, onde ficou apenas em 5º lugar
no campeonato, com 111 pontos. Como tantos outros pilotos brasileiros, Tony
ficou sem boas perspectivas de seguir carreira no Velho Continente, e buscando novas
oportunidades, veio para os Estados Unidos disputar a Indy Lights em 1996.
Apesar do período de adaptação à categoria, terminou o certame de estréia com o
vice-campeonato, com 2 vitórias e duas pole positions. Em 1997, Tony faturou
mais um título ao vencer o campeonato da Indy Lights com 2 vitórias e 3 poles.
Foi um ano dominador da equipe Tasman, pois além de Tony conquistar o título da
categoria, ganhou também o vice-campeonato com seu outro piloto, o também
brasileiro Hélio Castro Neves, mais uma fera brazuca a tentar a sorte em terras
do Tio Sam.
Este
ano, Tony subiu à F-CART, também pela equipe Tasman. Steve Horne apostou no
jovem baiano para reerguer seu time na categoria, depois da desastrosa
temporada de 1997, quando correram a maior parte da temporada com o chassi
Lola, que revelou-se problemático e pouco competitivo. E, até o presente
momento, está conseguindo tudo o que esperava de Tony.
Como
todo calouro, Kanaan não escapou de passar pela tradicional batida no muro de
um oval, o que se deu logo no início da temporada. Mas, já “batizado”, Tony
mostrou que aprendeu rápido as manhas da categoria principal, pontuando
regularmente nas etapas do Japão, Long Beach, e Nazareth. Depois, seguiram-se
provas azaradas sem pontos. Assim como nossos demais pilotos, Kanaan também
enfrentou vários altos e baixos. Algumas provas foram por água abaixo, como em
Vancouver, onde disputava até com chances potenciais de vencer a corrida, e
acabou sendo tocado por Paul Tracy, sendo forçado a abandonar a prova. Mas em Laguna Seca e Houston
Tony conseguiu se livrar dos azares, e com corridas calculadas e bem feitas,
disparou na classificação, superando diversos outros concorrentes.
Com
duas etapas para encerrar a temporada, Tony ainda se permite sonhar com uma
vitória em seu ano de estréia. E o prestígio do piloto subiu muito, a ponto da
Chip Ganassi ter tentado levá-lo para substituir Alessandro Zanardi em seu
time. Mas Steve Horne não liberou o piloto brasileiro. Além de acreditar no seu
jovem talento, Horne também está providenciando a reestruturação da Tasman, com
vistas a disputar o título no próximo ano, e Kanaan é peça fundamental para que
o time vá para a frente.
Bons
ventos o levem, Tony. Pé para acelerar e cabeça para pensar durante a corrida,
isso ele já mostrou que tem de sobra...
Mário Haberfeld encerrou o campeonato inglês de F-3 com chave de ouro.
Já com o título conquistado, o brasileiro não deixou por menos e venceu a
última etapa do campeonato, em Silverstone. Fechando a festa brasileira,
Haberfeld, com 218 pontos, teve ainda Enrique Bernoldi, outro brasileiro, como
vice-campeão, com 163 pontos. Na terceira colocação do campeonato, mais um
brasileiro, Luciano Burti, com 137 pontos. Uma trinca verde-amarela no
campeonato inglês de F-3, considerado o mais importante do mundo, para deixar
os britânicos na sobra. Warren Hughes foi o melhor representante da ilha,
ficando em 4º na classificação final, com 131 pontos...
Neste fim de semana acontece a última etapa da F-Indy (IRL). O palco é
o Las Vegas Motor Speedway, em Las Vegas.
Kenny Brack lidera a classificação do campeonato. Será também
a última prova do atual campeão, Tony Stewart, na categoria. Stewart vai
disputar a Nascar a partir do ano que vem.
Michael Doohan conquistou domingo passado no GP da Austrália o
pentacampeonato mundial da categoria 500cc da Motovelocidade. Alexandre Barros
fez mais uma excelente prova e terminou em 4º lugar, ocupando agora a 5ª
posição no campeonato da categoria.
Pedro Paulo Diniz fechou contrato esta semana com a equipe Sauber para
ser piloto do time suíço pelos próximos dois anos na F-1. Diniz terá como
companheiro de equipe o francês Jean Alesi. Johnny Herbert, atual piloto da
escuderia, já acertou com a Stewart para a próxima temporada, onde vai correr
junto com Rubens Barrichello. Um dos favoritos à disputa pela vaga deixada por
Diniz na equipe Arrows é o brasileiro Ricardo Rosset.
A equipe Walker planeja crescer de produção em 1999 no campeonato da
F-CART. Para isso, além de reestruturar a escuderia, Derrick Walker já acertou
correr com dois carros no campeonato da próxima temporada. Gil de Ferran
continuará como piloto principal, enquanto o segundo carro será pilotado pelo
japonês Naoki Hattori, apoiado pela Honda...
A Fórmula 1 tem tudo para ver a maior disputa oficial de fábricas
automobilísticas no início do próximo século. Além da presença da Mercedes,
Ford e Peugeot apoiando times da categoria, na companhia da carismática e
tradicional Ferrari (leia-se Fiat nos bastidores), teremos o retorno da Honda e
da BMW. A Renault, que deixou a categoria oficialmente no ano passado, já
estuda um retorno na temporada de 2001. A isto some-se a possível estréia da
Volkswagen no ano 2000. Essa disputa promete ser boa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário