Pois é, nem bem começamos o ano de
2019, e o mês de janeiro já ficou para trás. Apesar de os principais
campeonatos do mundo do automobilismo ainda não terem começado, foi uma mês bem
variado de disputas, entre elas o Dakar, e ainda tivemos a etapas iniciais de
alguns certames, entre eles o Mundial de Rali, e o IMSA Wheater Tech. Portanto,
é hora de mais uma sessão Flying Laps, com alguns tópicos sobre alguns destes
acontecimentos ocorridos no mês de janeiro, sempre com alguns comentários e
observações. Então, uma boa leitura a todos, e até a próxima sessão Flying
Laps, no mês que vem...
Nasser Al-Attiyah chegou ao
tricampeonato no rali Dakar. O piloto catariano, que já havia vencido a
competição nas edições de 2011 e 2015, teve uma performance constante e
conseguiu escapar dos problemas ao longo do rali na edição deste ano. A cada
etapa, ele foi aumentando gradualmente sua vantagem para os concorrentes, e deu
à Toyota o seu primeiro título no mais famoso rali do mundo. E não faltaram
oponentes de peso ao catariano nesta disputa. Sébastien Loeb bem que tentou, mas
no final, teve que se contentar com a 3ª posição final na competição dos
carros, com a PH-Sport, com 1h54min18s de desvantagem para Al-Attiyah. Vencedor
no ano passado, Carlos Sainz deixou até a aposentadoria de lado para voltar às
areias do deserto e tentar mais um título, mas uma quebra de suspensão em seu
carro o fez ficar fora da luta pelo título, tendo terminado a disputa ao
volante da X-Raid na 13ª colocação, com quase 10 horas de desvantagem. Será que
“El Matador” volta em 2020 para tentar de novo? Quem tentou, e estava dando
combate a Al-Attiyah, era Stéphane Peterhansel. O “Mister Dakar”, com 13
títulos na competição, acabou sendo forçado a desistir perto do final, quando
seu navegador David Castera passou a enfrentar problemas nas costas. A dupla,
que já tinha tido inúmeros azares e percalços, ficou fora de combate. Quem
também tentou, mas não conseguiu ameaçar o domínio de Al-Attiyah foi Cyril
Despres. Pentacampeão no Dakar quando competia nas motos, o francês terminou a
disputa em 6º lugar, com quase 3 horas de atraso para o campeão.
Nas motos, a
KTM mais uma vez reinou nas areias do Dakar. A marca austríaca averbou nada
menos do que as três primeiras colocações na categoria motos, com o título de
campeão ficando com o australiano Toby Price; que chega ao seu segundo título
na prova, depois de ter vencido o Dakar em 2016, também com a KTM. Matthias
Walkner, também da Austrália, e campeão no ano passado, também com a marca
austríaca, acabou em 2º lugar, quase 10 minutos atrás de Price. O inglês Sam
Sunderland fechou o pódio completo para a KTM ao ser confirmado em 3º lugar,
com pouco mais de 13 minutos de atraso. Na disputa de caminhões, a russa Kamaz
mais uma vez também reinou na prova de 2019, com o trio do veículo formado por Eduard
Nikolaev/Evgeny Yakovlev/Vladimir Rybakov garantindo o 1º lugar, secundados
pelo trio Dmitry Sotnikov/Dmitrii Nikitin/Ilnur Mustafin logo atrás, com cerca
de 25 minuto de atraso. Na disputa dos UTVs, a dupla brasileira Reinaldo Varela
e Gustavo Gugelmin, que foi campeã no ano passado, bem que tentou chegar ao
bicampeonato, mas acabou tendo de se contentar mesmo com a 3ª colocação geral
na categoria, que acabou vencida pela dupla Francisco “Chaleco” López e Álvaro
Quintanilla, ambos do Chile. Aliás, os brasileiros até que foram bem nos UTVs:
a dupla Marcos Baumgart e Kleber Cincea finalizaram o rali em 6º lugar; Cristian
Baumgart e Beco Andreotti ficaram em 9º. E o português Miguel Jordão, que teve
o brasileiro Lourival Roldan como navegador e parceiro, fechou o Dakar na 7ª
posição no geral.
Das areias escaldantes dos desertos
peruanos para o frio europeu, os pilotos do off-road continuam acelerando
forte. No início do campeonato 2019 do Mundial de Rali, Sébastien Ogier estreou
o ano com o pé direito no acelerador, ao averbar sua 7ª vitória no Rali de
Monte Carlo, prova que abre a temporada do mais importante campeonato de rali
do mundo. Ogier está de volta à Citroen, e o retorno foi mais do que comemorado
pela marca francesa. Aliás, o triunfo obtido pelo francês nesta etapa marcou a
100ª vitória da Citroen na competição. Mas a vitória de Ogier foi no braço:
Thierry Neuville, defendendo a Hyundai, esteve nos calcanhares do francês
durante toda a etapa, e terminou na 2ª posição, a meros 2s2 de diferença para o
rival da Citroen, uma vantagem beeeem apertada, em se tratando de uma
competição off-road. Aliás, Neuville também não pode baixar a guarda em nenhum
momento: Ott Tanak, da Toyota, também andou muito forte na etapa inaugural do
WRC 2019, fechando a prova em 3º lugar, com 2min15s de atraso para Ogier.
Depois de ser campeã no Dakar deste ano, parece que a marca japonesa também vai
querer brilhar na luta pelo título do Mundial de Rali. E Sébastien Loeb, que
volta ao certame, mesmo que não a tempo integral, não perdeu os ponteiros de
sua alça de mira: o eneacampeão da categoria foi o 4º colocado, na sua estréia
pela Hyundai, terminando 2min28s atrás de Ogier. Mas Loeb precisou ficar
esperto, pois Jari-Matt Latvala ficou grudado em sua caixa de câmbio,
terminando a etapa em 5º, a apenas 1s. Qualquer descuido por parte de Loeb
teria sido fatal. Citroen, Hyundai, Toyota... Parece que teremos uma boa
disputa no Mundial de Rali em 2019. Preparem-se para muita lama, poeira, e
aceleradas nos mais variados locais.
O Mundial de Rali de 2019 terá um total
de 14 etapas. Já foi disputada a prova inicial da competição, o Rali de Monte
Carlo. As demais provas serão, em ordem cronológica: 14 a 17.02 - Rali da
Suécia; 07 a 10.03 - Rali do México; 28 a 31.03 - Rali da Córsega; 25 a 28.04 -
Rali da Argentina; 09 a 12.05 - Rali do Chile; 30.05 a 02.06 - Rali de
Portugal; 13 a 16.06 - Rali da Sardenha; 01 a 04.08 - Rali da Finlândia; 22 a
25.08 - Rali da Alemanha, 12 a 15.09 - Rali da Turquia; 03 a 06.10 - Rali do
País de Gales; 24 a 27.10 - Rali da Espanha; e 14 a 17.11 - Rali da Austrália. Quem
será o campeão de 2019? Ogier vai querer manter sua atual coroa, mas Neuville
vai querer mostrar que merece ser campeão também. E Loeb, mesmo não disputando
todas as provas, será que entra fundo na briga pelo título? A disputa promete
ser bem acirrada entre todos eles, e a batalha apenas começou...
Fernando
Alonso adicionou mais um troféu à sua carreira. O piloto espanhol, que havia
conseguido vencer no ano passado as 24 Horas de Le Mans, foi o grande vencedor
das 24 Horas de Daytona, prova inaugural do IMSA Wheater Tech Sportscar, o
campeonato de endurance dos Estados Unidos. Defendendo o carro Nº 10 da equipe
Wayne Taylor, ao lado dos pilotos Kamui Kobayashi, Jordan Taylor e Renger van
der Zande, o asturiano mostrou sua velocidade na pista do Daytona International
Speedway, travando duelos com vário pilotos, entre eles os brasileiros Hélio
Castro Neves e Felipe Nasr. Quando veio a chuva, Alonso foi um dos que menos
erraram no aguaceiro que se transformou a corrida, e assumiu a liderança da
prova quando Nars, então o líder, acabou escapando na primeira curva, no piso
molhado. O brasileiro tentou reagir e ir à caça do asturiano, mas a intensidade
da chuva obrigou a direção de prova a paralisar a corrida, em virtude das más
condições de visibilidade e aderência. Mas não foi apenas por isso que Fernando
venceu a prova. Toda a equipe do carro 10 andou forte durante todas as horas da
corrida, e Alonso cumpriu sua parte do trabalho à perfeição, fazendo a diferença
na competição entre os protótipos DPi. E na bandeirada final, com a corrida não
sendo reiniciada devido à chuva, e encerrada na duração de 24 horas, tivemos
brasileiros na 2º e 3ª posição. Felipe Nasr garantiu a 2ª posição, em companhia
do compatriota Pipo Derani e do estadunidense Eric Curran ao volante do
Cadillac DPi Nº 31 da equipe Action Express, com a diferença de 13s458 para o
carro Nº 10 da Wayne Taylor. Na 3ª posição, Hélio Castro Neves levou o carro Acura
DPi Nº 7 da Penske, ao lado de Ricky Taylor e Alexander Rossi ao pódio, com
13964 de desvantagem. Rubens Barrichello terminou em 5º lugar, pela equipe JDC-Miller,
ao lado de Misha Goikhberg, Tristan Vautier e Delvin DeFrancesco, com 7 voltas
de desvantagem, depois de terem problemas com uma batida durante a corrida. E
tivemos vitória brasileira na classe GTLM: Augusto Farfus, chamado às pressas
pela equipe da BMW para substituir Tom Blomqvist, ajudou a levar o carro Nº 25
da marca bávara ao triunfo em sua classe, ao lado dos pilotos Connor de
Phillippi, Philipp Eng e Colton Herta. Felipe Fraga, que correu no Mercedes Nº 33
junto com Jeroen Bleekemolen, Ben Keating e Luca Stolz, finalizou a prova em 7º
lugar da classe GTLM.
Marcos
Gomes, Victor Franzoni, Chico Longo e o italiano Andrea Bertolini, tiveram a
Ferrari Nº 13 da equipe Via Italia largando na pole na classe GTD, mas o carro
teve dificuldades nas primeiras horas da corrida, e ficaram na 9ª posição, uma
volta atrás do vencedor na respectiva classe. Bia Figueiredo, que correu em um
time só de mulheres da Meyer-Shank Racing, na companhia de Simona de
Silvestro, Katherine Legge e Christina Nielsen, terminou na 13ª colocação. Daniel
Serra também não teve sorte, com a Ferrari Nº 51 da equipe Spirit of Race se
acidentando durante o turno de Paul Dalla Lana e teve que abandonar, deixando
seus companheiros Mathias Lauda e Pedro Lamy frustrados também. Christian
Fittipaldi, em sua despedida das pistas como piloto, não deu sorte com vários
problemas que afetaram o seu carro durante a corrida, impossibilitando-o de
tentar a 4ª e última vitória em Daytona, terminando em 9º lugar, com 20 voltas
de atraso para Fernando Alonso.
Quem também esteve presente nas 24 Horas
de Daytona foi Alessandro Zanardi. E na pista. O italiano, bicampeão da F-CART
em 1997 e 1998, e que perdeu as pernas em um violento acidente numa etapa da
categoria na Alemanha, em 2001, fez parte da equipe oficial da BMW na categoria
GTLM, pilotando o carro Nº 24, em companhia de Jesse Krohn, John Edwards e Chaz
Mostert. Infelizmente, o grupo de pilotos enfrentou inúmero problemas e
percalços, que os impediram de conseguir uma performance similar ao do carro Nº
25, vencedor na classe na prova. Por isso, eles acabaram terminando em 9º e
último lugar na classe GTLM, 18 voltas atrás do carro que acabou campeão com
Augusto Farfus ao volante, junto com Connor de Phillippi, Philipp Eng e Colton
Herta. Mas Zanardi tratou de declarar que, problemas à parte, competir em
Daytona teve mais bons momentos do que ruins. E, quem conhece a história de vida
do piloto italiano, que quase morreu em 2001 no acidente que o privou de suas
pernas, sabe que esta disputa foi mais uma grande vitória de Alessandro, que
não poupou elogios a Farfus, na condução do outro carro da equipe, a quem
creditou boa parte do mérito da vitória do carro Nº 25, em especial nos duelos
travados sob chuva, onde o brasileiro mostrou talento, perícia, e velocidade
para superar os adversários na pista em condições traiçoeiras. Mesmo que seu
carro tenha terminado em último, Zanardi foi mais uma vez vencedor. Palmas para
ele!
Jorge Lorenzo já começou 2019 com alguns
problemas. O piloto espanhol, que deixou a Ducati para ser o novo companheiro
de Marc Márquez na equipe oficial da Honda precisou passar por uma cirurgia, em
virtude de uma fratura no osso escafoide da mão esquerda, o mesmo que havia
fraturado no acidente sofrido na Tailândia, na temporada passada. Com isso,
Lorenzo perderá a primeira sessão coletiva de testes da MotoGP na
pré-temporada, na pista de Sepang, nesta semana, na Malásia, mas garantiu que
estará pronto para a segunda sessão coletiva, marcada para os dias 23 a 25 de
fevereiro. Lorenzo classificou o acidente que sofreu, lesionando o osso
novamente, como “ridículo”. Mas a cirurgia correu bem, e o espanhol estará em
forma total para a estréia da temporada 2019, em março, no Qatar.
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