quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

ESPECIAL FORMULA-E 2018/2019


            O ano de 2018 pode ter acabado para a grande maioria das competições automobilísticas, mas é chegada a hora da Formula-E, o campeonato de competição de carros monopostos totalmente elétricos dar a partida em seu 5º campeonato, e com um novo carro, novos pilotos, novas etapas, e até novos times. E para ficarem um pouco por dentro de tudo, eis uma matéria com a apresentação geral da nova temporada da categoria, que promete muita disputa e emoção, a exemplo do que vimos nas temporadas anteriores. Uma boa leitura, e preparem-se para a emoção em alta voltagem dos carros elétricos...



FORMULA E 2018/2019: LARGADA PARA A SEGUNDA GERAÇÃO

Categoria dos carros elétricos dá a largada para a segunda geração de carros em sua quinta temporada, com novos participantes, e em firme crescimento.

Adriano de Avance Moreno

A Arábia Saudita (acima) abre a nova temporada da F-E, que conta com muitas novidades em sua 5ª temporada, a começar pelos novos carros (abaixo), que possuem um visual completamente diferente dos anteriores.
         A Formula-E prepara-se para dar início a mais uma temporada. Mas, não apenas estará iniciando mais um campeonato, como dando o segundo passo de um projeto de começou visto inicialmente com desconfiança por muitos, mas que hoje tornou-se a grande vedete da indústria automobilística, com várias marcas marcando presença oficial na competição, ou planejando seu ingresso para breve.
         Quando deu a largada para o seu primeiro campeonato, em setembro de 2014, muitos viam o lançamento do primeiro certame de competição de carros monopostos elétricos com desconfiança. A tecnologia dos carros de propulsão inteiramente elétrica já era vista como algo para o futuro, mas lançar um campeonato de carros movidos a eletricidade parecia um passo ousado demais, e que poderia resultar em curto prazo em mais um fracasso, como os que ocorreram com a F-Superleague, ou a GP Masters, muito entusiasmantes no começo e na teoria, mas que naufragaram algum tempo depois, sem atingirem o sucesso pretendido.
         Mas Alejandro Agag, em conjunto com a FIA, e com um planejamento metódico e pé no chão, conseguiu não apenas montar o campeonato, como este se mostrou melhor que a encomenda. Atraindo nomes que foram escorraçados na F-1, como Sébastien Buemi, Lucas Di Grassi, Jarno Trulli, Nelsinho Piquet, Bruno Senna, Nick Heidfeld, entre outros, o grid da categoria já mostrava uma boa qualidade no talento de seus competidores. Se a velocidade não era exatamente entusiasmante, em comparação com certames como o WEC, Indycar ou Endurance, as corridas, disputadas em circuitos de rua mundo afora, conseguiram empolgar por bons duelos e disputas, começando a chamar a atenção de fãs do esporte a motor, ainda que muitos até hoje tenham certa resistência para com o certame.
A Nissan ocupou o lugar da Renault na F-E, e terá a missão de manter o nível de performance do trem de força francês junto à equipe e.dams.
         Mas o público conquistado foi o suficiente, assim como o apoio dos patrocinadores que apostaram no novo campeonato, que gostaram do que viram, e começaram a afluir para o novo certame. Mantendo os pés no chão, com uma programação enxuta, custos reduzidos, e controle do desenvolvimento dos equipamentos, a princípio padronizados para todos, mas a partir da segunda temporada com a adoção de powertrains (trens de força) próprios ou fabricados por terceiros, o interesse começou a crescer, ao mesmo tempo em que as corridas continuaram mostrando bons pegas e um equilíbrio de vencedores melhor que outros campeonatos, como o da F-1.
         Some-se a isso a decisão dos países europeus de começarem a banir em algumas décadas os veículos movidos a combustão, e eis o grande mote para as fabricantes de automóveis virem na F-E o palco ideal para o desenvolvimento da tecnologia dos motores e baterias que fazem o diferencial dos carros elétricos. Mantendo chassis monomarca produzidos pela Spark, assim como pneus da Michelin para todos os times, o desafio era aumentar a eficiência dos sistemas de energia, e das baterias, tudo dentro de um limite de custos imposto pela direção da categoria, de modo a impedir a escalada dos custos de competição, que poderia comprometer a saúde financeira dos times participantes, e promover a acessibilidade de futuros novos participantes.
         Empolgação à parte, o certame tornou-se o novo palco de disputas dos grandes fabricantes de veículos e empresas ligadas ao ramo de energia que se lançaram no desafio de produzir veículos elétricos. Renault e Audi, presentes desde o início da competição, tornaram seus times associados (e.dams e ABT) equipes oficiais de fábrica, que ganharam a entrada da Jaguar, e agora, da BMW (em associação com a Andretti Motorsports). Para a próxima temporada, estão previstas as chegadas de Mercedes e Porsche, aumentando ainda mais o leque de participantes. Procurando se concentrar mais na F-1, a Renault promoveu uma troca com uma de suas marcas, colocando a Nissan em seu lugar a partir desta 5ª temporada. Nos Estados Unidos, a Penske Automotive também tem o seu time oficial na competição, através da Dragon, comandada por Jay Penske. Ao lado destes gigantes, temos ainda os grupos da Venturi, DS, Mahindra, e Nio, fabricantes menores, mas que apostam fundo nos carros eletrificados como futuro da indústria automobilística.
         A nova temporada também marca a introdução dos novos monopostos da categoria, após competirem durante quatro anos com os mesmos carros, que foram apenas sendo desenvolvidos paulatinamente, dentro das limitações impostas pelo regulamento, como contenção de custos, assim como o sistema de baterias. Os novos carros, que continuam sendo fabricados pela Spark, mostram um novo e arrojado visual, e como o nome sugere, são a “segunda geração” da F-E entrando em ação, mostrando o crescimento e fortalecimento do certame como não se imaginava desde que foi dada a primeira largada da competição em Pequim em setembro de 2014.
         O novo bólido incorpora o halo, novo dispositivo de proteção para os pilotos, de uma forma muito elegante e natural, além de possuir uma carenagem nas rodas, de modo a impedir enroscos que possam levar a uma decolagem de um carro no toque com o outro. A nova aerodinâmica dos carros também levou a um aumento do downforce, que juntamente com o novo difusor traseiro, deve proporcionar uma excelente aderência sem comprometer o fluxo aerodinâmico atrás do carro, que agora carrega duas mini-asas sobre os pneus traseiros, permitindo aos carros andarem mais próximos uns dos outros, sem perda de sustentação aerodinâmica, o que deve facilitar as disputas de ultrapassagens entre os pilotos. A evolução da aerodinâmica também permite que os carros possam ser bem mais velozes que os da primeira geração utilizada nas temporadas anteriores.
Os novos carros e seus novos sistemas de baterias poderão fazer a corrida inteira e ainda são mais rápidos que os usados nas primeiras temporadas da competição.
         E isso já se vê no incremento de performance dos novos carros. Com velocidades máximas de até 230 Km/h nos trechos mais rápidos dos circuitos, muitos acusavam a F-E de perder até para algumas categorias de base, com carros lentos que só parecem rápidos por correrem em pistas de rua. Por mais que algumas críticas pudessem ser procedentes, era preciso considerar os objetivos da categoria em sua implementação, de ir ganhando desempenho e performance aos poucos, em um projeto de longo prazo, até para evitar que os custos de disputa explodissem e pudessem fazer o certame naufragar. De temporada para temporada, os carros foram ficando ligeiramente mais rápidos, assim como as baterias utilizadas foram ganhando melhor desempenho e durabilidade. Atingidos os objetivos iniciais, era a hora de dar o passo seguinte, com os novos chassis chamados de Gen2.
         E o ganho de performance é notável, com os novos monopostos podendo chegar aos 280 Km/h, sendo muito mais velozes que os antigos carros. A capacidade de aceleração do novo modelo permite sair de 0 para 100 Km/h em 2,8s, muito mais veloz que o modelo antigo.
         Os novos carros também permitirão aos pilotos disputarem a corrida sem precisarem trocar de monoposto durante a prova, como era feito desde a estréia da categoria, em virtude de as baterias não terem autonomia para correr toda a prova. O novo sistema de baterias dos novos carros, com tecnologia fornecida pelo Grupo McLaren, pesa cerca de 380 Kg, substituindo os antigos sistemas de energia que eram fornecidos pela divisão de tecnologia da Williams. As novas baterias permitem uma eficiência muito maior na utilização da energia disponível, e o sistema de recuperação de energia das freadas também ficou muito mais eficiente do que o antigo sistema. A potência máxima, que era de 200 Kw/h, passou para 250 Kw/h, um incremento de 25% de energia para os pilotos utilizarem.
         Sem a troca de carros, os pilotos terão o desafio de administrar sua carga de energia completamente renovado, devendo saber como acelerar firme para fazer a corrida inteira sem ficar sem energia. E, também devido à ausência da troca de carros, os pilotos agora precisarão também cuidar de seus pneus, que precisarão durar também a corrida inteira, lembrando que o novo carro Gen2 é também mais pesado que o antigo chassi usado nas primeiras quatro temporadas.
O time da Andretti, agora impulsionado pelos trens de força da BMW, arrepiou nos testes da pré-temporada, mas rejeita o rótulo de favoritismo dado pelos adversários.
         Entre outras novidades, a F-E irá adotar agora o “Modo Ataque”, manobra inspirada no jogo Mario Kart, onde os pilotos terão a opção de passar por áreas delimitadas junto à pista, mas fora dela, onde poderão ativar o recurso, que lhes permitirá usar um incremento de energia de 25 Kw por um período limitado durante a prova, em um número de ativações e utilização que variará de corrida para corrida, e que só terá todos os seus detalhes conhecidos pelos pilotos algumas horas antes da largada, para evitar que os times tentem fazer simulações de como utilizar melhor o recurso. Este recurso, contudo, pode impactar no gasto de energia da bateria do monoposto, de modo que o piloto precisará calcular se o seu uso será benéfico ou não. Dependendo da situação, o “Modo Ataque” pode acabar comprometendo a reserva de energia do monoposto, obrigando o piloto a diminuir o ritmo para não parar na pista por falta de energia do carro, semelhante à pane seca nos carros da F-1.
O “fanboost”, onde os fãs votam em seus pilotos favoritos, que poderão usar também uma potência extra durante um momento na corrida, continua a ser empregado, com os pilotos mais votados podendo usar o recurso em algum momento da prova para tentar melhorar sua performance, como numa tentativa de ultrapassagem. A novidade é que agora os 5 pilotos mais votados terão acesso ao recurso, que até o último campeonato era restrito aos três pilotos mais votados.
         O formato do evento continua o mesmo, com todas as atividades sendo realizadas no sábado, começando com um treino livre de 45 minutos, e um segundo treino, com 30 minutos. Partimos então para a classificação, com os pilotos divididos em grupos, onde os seis pilotos mais rápidos no cômputo geral irão disputar a Superpole. A conquista da pole-position renderá 3 pontos ao piloto.
         A duração das corridas mudou. A partir desta nova temporada, todas as corridas terão duração limite de tempo de 45 minutos, mais a volta seguinte a este limite. Continua valendo o ponto extra ao piloto que marcar a volta mais rápida da corrida, desde que ele esteja dentro dos 10 primeiros colocados na bandeirada final.
         E teremos também mais carros na pista. Serão 11 times, com 22 pilotos, número superior ao da F-1. Além dos times anteriores, temos a entrada da HWA Racelab, que nesta sua primeira temporada usará o powertrain da Venturi, mas que no próximo campeonato deverá mudar para a Mercedes, que assumirá o time em sua estréia na competição de carros elétricos.
A Audi é um dos times mais fortes da categoria, e certamente vai lutar pelo título. Lucas Di Grassi é seu principal piloto, vice-campeão na última temporada.
         E a disputa na pista promete. Nos testes da pré-temporada, realizados no circuito Ricardo Tormo, em Valência, na Espanha, a recém-chegada BMW, associada ao time de Michael Andretti, andou arrepiando ao fazer sempre os melhores tempos, mostrando que vem disposta para brigar firme pelas primeiras posições. Mas, tal como na F-1, os tempos nos testes precisam ser vistos com algumas reservas, e isso significa que os outros times podem engrossar a disputa pelas vitórias. Mas não deixa de ser uma boa expectativa para o time da Andretti, que até hoje nunca conseguiu resultados de monta na categoria dos carros elétricos.
         Campeã de construtores no último campeonato, a Audi ainda é uma força a ser considerada seriamente. Possui uma dupla experiente e que já venceram corridas, e apesar de ter tido um início de temporada complicado, conseguiu não apenas se recuperar como Lucas Di Grassi ainda foi vice-campeão, embora sem chances de ter disputado o título, em virtude da vantagem aberta pelos concorrentes. Em simulação de corrida nos testes de Valência, Di Grassi “ganhou” a disputa, mostrando que continuará a ser um nome forte na luta pelo título nesta temporada. Depois de passar as primeiras temporadas andando sempre atrás de seu companheiro de equipe brasileiro, Daniel Abt cresceu no último ano, e vem decidido a mostrar que também pode lutar por vitórias e pelo título.
         Campeão atual da categoria, o francês Jean-Éric Vergne vem disposto a manter sua coroa, e vai lutar pelo bicampeonato. A Techeetah mostrou que o equipamento da Renault não era o problema da falta de competitividade vista pela e.dams. Enquanto o time oficial da marca francesa passou o ano em branco, sem que Sébastien Buemi conseguisse vencer uma corrida sequer, a Techeetah, com Vergne, conquistou o título de pilotos, e nos testes da pré-temporada, conseguiu tempos consistentes, mostrando que o francês poderá sim ir em busca de mais um título. De positivo, a Techeetah manteve sua dupla de pilotos, com o campeão Vergne, e Andre Lotterer. De dúvida, a troca do powertrain da Renault pelo da DS, que antes equipava a Virgin, que pode suscitar algumas dúvidas a respeito do acerto do equipamento, mas que a escuderia promete eliminar rapidamente já na primeira corrida.
Campeão atual da F-E, Jean-Éric Vergne vai atrás do bicampeonato.
         A Virgin é outro time que deve continuar andando forte. Manteve o inglês Sam Bird, e agora usará o powertrain da Audi, em busca de melhores resultados. O time, entretanto, não marcou tempos muito expressivos na pré-temporada. Poderia estar escondendo seus trunfos, ou ainda se acertando a seu novo carro e trem de força? Saberemos a resposta muito em breve.
         Depois de um ano complicado, a e.dams parte para o novo campeonato decidida a recuperar seu poderio. Campeã de construtores de anos anteriores, e uma das grandes forças da competição, o time também teve um ano complicado na última temporada, com uma queda de performance abrupta, que acabou alijando Buemi da luta pelo título pela primeira vez desde que a F-E começou a ser disputada. Agora impulsionada pela Nissan, que assumiu a posição da Renault, fica a expectativa se os japoneses manterão a excelência do equipamento desenvolvido inicialmente pelos franceses.
         A Jaguar, em sua terceira temporada, quer continuar crescendo, e se concentrou em ajustes e simulações de corrida nos testes, pouco se aventurando a marcar tempos rápidos para impressionar. Com os concorrentes mostrando força, o time inglês não pode se dar ao luxo de ficar para trás, e manteve sua dupla de pilotos para a nova temporada, visando ter parâmetros confiáveis do desenvolvimento da escuderia na pista.
         A Mahindra é outro time que cresceu no último campeonato, mas negou fogo conforme a temporada foi avançando, e de postulante ao título de pilotos, acabou fora da briga nas etapas finais. Perdeu seu grande nome, Felix Rosenqvist, e dispensou Nick Heidfeld. Agora vem com uma dupla inteiramente nova procurando voltar a crescer.
A Mahindra também quer lutar a fundo pelo título.
         Venturi, Nio e Dragon também são times que procuram melhorar sua performance e conquistar melhores resultados. O time da Venturi contará com Felipe Massa como seu principal destaque. A Nio, que venceu no primeiro ano com Nelsinho Piquet, até hoje busca recuperar a competitividade perdida depois daquela conquista, e vamos ver se desta vez consegue reencontrar o rumo do sucesso. E a Dragon também busca firmar-se na disputa, e finalmente sair do meio do pelotão, ainda mais contando com o poderio do Grupo Penske por trás.
         Tudo indica que a disputa na pista tem tudo para ser renhida e com muitos participantes, tanto na frente quanto no resto do pelotão, o que tem ajudado a categoria a conquistar muitos fãs nestes anos de competição, em especial daqueles que andam enjoados da supremacia da Mercedes na F-1. E é da categoria máxima do automobilismo que chegam alguns nomes que certamente ajudarão a manter em alta o nível do grid da categoria. Além do já citado Felipe Massa, que estreará pela equipe Venturi, teremos também Stoffel Vandoorne, ex-McLaren, na HWA; e Pascal Wehrlein na Mahindra.
         Enfim, é hora de a F-E acelerar para sua nova temporada, continuando a crescer e a atrair o interesse de novas fábricas e patrocinadores, e acima de tudo, dos fãs de competição, e a ficar cada vez mais rápida e interessante. Um resultado altamente positivo para um certame que começou há pouco tempo e era visto com desconfiança por quase todos, menos para aqueles que confiavam no mote da tecnologia dos carros elétricos, e que provaram estar mais do que certos de sua aposta.

O CALENDÁRIO

         A 5ª temporada da F-E já começa com uma estréia, que é a primeira corrida na Arábia Saudita, em Ad Diriyah, distrito de Riad, capital do país árabe. Principal produtor de petróleo do mundo, a Arábia Saudita embarca no campeonato dos carros elétricos de olho no futuro que o mercado automotivo terá, principal consumidor de petróleo, o principal produto de exportação dos árabes. Esta será a única prova que será disputada este ano no novo calendário. A segunda corrida, em Marrakesh, terá lugar em janeiro, e a competição, tal qual o último ano, se encerrará em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em uma rodada dupla no já conhecido circuito montado no bairro do Brooklin.
         Ausente no último ano, a etapa de Mônaco retorna à competição, ainda no mesmo circuito encurtado da disputa anterior. Com os novos carros, houve a especulação de se usar o mesmo circuito da F-1, mas não foi possível chegar a um acordo. Depois de estrear neste ano com uma etapa em Zurique, a Suíça continuará em 2019, mas agora com uma prova em Berna. Roma, Paris e Berlim mantém suas etapas, assim como a Cidade do México e Santiago. E antes estreando a temporada, a China teve sua etapa em Hong Kong alterada para o mês de março, passando a ter também uma nova corrida que será disputada na cidade de Sanya, que será também outra novidade no calendário.
         E ainda não será desta vez que o Brasil fará parte do calendário. Chile e México serão os únicos países da América a sediarem corridas da competição. Para a 6ª temporada, a F-E deve correr na Coréia do Sul, e até o presente momento, não há perspectivas de os monopostos elétricos acelerarem em terras tupiniquins, para tristeza dos fãs nacionais do esporte a motor, depois do que ocorreu na última temporada, quando a etapa nacional, que seria realizada em São Paulo, ter ido para o brejo, em mais uma trapalhada ocasionada pelos políticos de nosso país, infelizmente.

OS BRASILEIROS

Felipe Massa reforça o time de representantes brasileiros nas pistas da F-E.
         O Brasil terá 3 representantes no grid na nova temporada. Primeiro campeão do certame, Nelson Angelo Piquet vai para sua segunda temporada na equipe Jaguar decidido a mostrar serviço. Nelsinho, depois da temporada de estréia, onde conquistou o título da categoria, viu seu time despencar em performance, até que no ano passado, mudou-se para o time da Jaguar, em sua segunda temporada na competição. Piquet foi logo começando a mostrar a velha garra e competitividade, mas a segunda metade do campeonato foi marcada por muitos problemas e azares, que fizeram Nelsinho ficar estagnado na classificação, a ponto de seu parceiro Mith Evans, que não teve tantos problemas, não apenas o alcançar como até passar à sua frente nos pontos. A meta é reverter essa situação, e tentar voltar à luta por vitórias, e pelo título, de onde esteve ausente nos últimos 3 campeonatos.
         Lucas Di Grassi é o principal nome do Brasil na F-E. Defendendo o time da Audi ABT desde o primeiro ano, Lucas foi campeão da 3ª temporada, e no último campeonato, sofreu durante as primeiras provas com problemas de confiabilidade no seu powertrain, ficando praticamente de fora da luta pelo título. Mas, uma vez resolvidos os problemas do equipamento, Lucas não mais deixou de frequentar o pódio, acabando por terminar a 4ª temporada como vice-campeão, em uma recuperação espetacular. A meta, nesta 5ª temporada, não poderia ser menos do que ir em busca do bicampeonato, uma vez que a Audi é o principal nome da competição.
Nelsinho Piquet quer voltar a andar na frente, depois de uma péssima segunda metade de campeonato na última temporada.
         E teremos também a estréia de Felipe Massa, egresso da F-1, após um ano de descanso após pendurar o capacete na categoria máxima do automobilismo, e recarregar suas forças para seu novo desafio profissional na carreira. Felipe defenderá a Venturi, que tem sede em Mônaco, bem perto de sua residência na Europa, e o brasileiro garante que a experiência de pilotagem com o novo bólido elétrico é muito interessante, assim como o desafio de sua condução com o novo modelo Gen2. Se a Venturi mostrar serviço, Felipe garante sua parte na pista, onde voltará a travar duelos com velhos ex-colegas de F-1. O único ponto que incomoda o brasileiro recém-chegado é a necessidade de saber economizar a energia durante a corrida, precisando saber administrar o recurso, o que é visto por ele como um revés, por não poder andar a fundo o tempo todo.

EQUIPES E PILOTOS DA TEMPORADA

EQUIPE
POWERTRAIN
PILOTOS (Número)
Virgin Racing
Audi e-tron FE05
Sam Bird (2)
Robin Frijns (4)
Jaguar Racing
Jaguar I-Type 3
Nelson Angelo Piquet (3)
Mith Evans (20)
Geox Dragon Racing
Penske EV-3
José Maria López (7)
Maximilian Guenther (6)
HWA Racelab
Venturi VFE05
Stoffel Vandoorne (5)
Gary Paffett (17)
Nio Formula E Team
NIO Sport 004
Tom Dillmann (8)
Oliver Turvey (16)
Venturi Formula E Team
Venturi VFE05
Felipe Massa (19)
Edoardo Mortara (48)
Nissan e.Dams
Nissan IM01
Sébastien Buemi (23)
Oliver Rowland (22)
Techeetah Formula E Team
DS e-tense FE.19
Jean-Éric Vergne (25)
Andre Lotterer (36)
BMW Andretti Motorsport
BMW IFE.18
Alexander Sims (27)
Antonio Félix da Costa (28)
Mahindra Racing
Mahindra M5Electro
Jêrome D’Ambrosi (64)
Pascal Wehrlein * (94)
Audi Sport ABT Schaeffler
Audi e-tron FE05
Lucas Di Grassi (11)
Daniel Abt (66)

(*) Pascal Wehrlein será substituído na primeira corrida da temporada pelo piloto Félix Rosenqvist.

CALENDÁRIO DA TEMPORADA 2018/2019

DATA
PROVA
CIDADE - PAÍS
15.12.2018
E-Prix de Ad Diriyah
Riad – Arábia Saudita
12.01.2019
E-Prix de Marrakesh
Marrakesh - Marrocos
26.01.2019
E-Prix de Santiago
Santiago – Chile
16.02.2019
E-Prix da Cidade do México
Cidade do México – México
10.03.2019
E-Prix de Hong Kong
Hong Kong - China
23.03.2019
E-Prix de Sanya
Sanya – China
13.04.2019
E-Prix de Roma
Roma – Itália
27.04.2019
E-Prix de Paris
Paris - França
11.05.2019
E-Prix de Mônaco
Monte Carlo - Mônaco
25.05.2019
E-Prix de Berlim
Berlim - Alemanha
22.06.2019
E-Prix de Berna
Berna – Suíça
13.07.2019
E-Prix de Nova Iorque – Prova 01
Nova Iorque – Estados Unidos
14.07.2019
E-Prix de Nova Iorque – Prova 02
Nova Iorque – Estados Unidos

TRANSMISSÕES

         Como já acontece desde a primeira temporada da categoria, a F-E poderá ser acompanhada pelos fãs brasileiros através do Fox Sports, que promete transmitir todas as corridas ao vivo, mostrando também os treinos livres e o treino de classificação, começando as transmissões sempre com um tempo de folga para a equipe de profissionais encarregada discutir as novidades na competição e responder às perguntas do público.
Uma das grandes forças na Indycar, a Penske também quer brilhar na F-E, através do time da Dragon, comandado por Jay Penske.
A HWA é o mais novo time da categoria, que agora conta com 11 escuderias. Novo time será a porta de entrada da Mercedes no próximo campeonato.

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