O ano de 2018 pode ter acabado para
a grande maioria das competições automobilísticas, mas é chegada a hora da
Formula-E, o campeonato de competição de carros monopostos totalmente elétricos
dar a partida em seu 5º campeonato, e com um novo carro, novos pilotos, novas
etapas, e até novos times. E para ficarem um pouco por dentro de tudo, eis uma
matéria com a apresentação geral da nova temporada da categoria, que promete
muita disputa e emoção, a exemplo do que vimos nas temporadas anteriores. Uma
boa leitura, e preparem-se para a emoção em alta voltagem dos carros
elétricos...
FORMULA E 2018/2019: LARGADA PARA A SEGUNDA
GERAÇÃO
Categoria dos carros elétricos dá a largada para a
segunda geração de carros em sua quinta temporada, com novos participantes, e
em firme crescimento.
Adriano de Avance Moreno
A
Formula-E prepara-se para dar início a mais uma temporada. Mas, não apenas
estará iniciando mais um campeonato, como dando o segundo passo de um projeto
de começou visto inicialmente com desconfiança por muitos, mas que hoje
tornou-se a grande vedete da indústria automobilística, com várias marcas
marcando presença oficial na competição, ou planejando seu ingresso para breve.
Quando
deu a largada para o seu primeiro campeonato, em setembro de 2014, muitos viam
o lançamento do primeiro certame de competição de carros monopostos elétricos
com desconfiança. A tecnologia dos carros de propulsão inteiramente elétrica já
era vista como algo para o futuro, mas lançar um campeonato de carros movidos a
eletricidade parecia um passo ousado demais, e que poderia resultar em curto
prazo em mais um fracasso, como os que ocorreram com a F-Superleague, ou a GP
Masters, muito entusiasmantes no começo e na teoria, mas que naufragaram algum
tempo depois, sem atingirem o sucesso pretendido.
Mas
Alejandro Agag, em conjunto com a FIA, e com um planejamento metódico e pé no
chão, conseguiu não apenas montar o campeonato, como este se mostrou melhor que
a encomenda. Atraindo nomes que foram escorraçados na F-1, como Sébastien
Buemi, Lucas Di Grassi, Jarno Trulli, Nelsinho Piquet, Bruno Senna, Nick
Heidfeld, entre outros, o grid da categoria já mostrava uma boa qualidade no
talento de seus competidores. Se a velocidade não era exatamente entusiasmante,
em comparação com certames como o WEC, Indycar ou Endurance, as corridas,
disputadas em circuitos de rua mundo afora, conseguiram empolgar por bons
duelos e disputas, começando a chamar a atenção de fãs do esporte a motor,
ainda que muitos até hoje tenham certa resistência para com o certame.
A Nissan ocupou o lugar da Renault na F-E, e terá a missão de manter o nível de performance do trem de força francês junto à equipe e.dams. |
Mas
o público conquistado foi o suficiente, assim como o apoio dos patrocinadores
que apostaram no novo campeonato, que gostaram do que viram, e começaram a
afluir para o novo certame. Mantendo os pés no chão, com uma programação
enxuta, custos reduzidos, e controle do desenvolvimento dos equipamentos, a princípio
padronizados para todos, mas a partir da segunda temporada com a adoção de
powertrains (trens de força) próprios ou fabricados por terceiros, o interesse
começou a crescer, ao mesmo tempo em que as corridas continuaram mostrando bons
pegas e um equilíbrio de vencedores melhor que outros campeonatos, como o da
F-1.
Some-se
a isso a decisão dos países europeus de começarem a banir em algumas décadas os
veículos movidos a combustão, e eis o grande mote para as fabricantes de
automóveis virem na F-E o palco ideal para o desenvolvimento da tecnologia dos
motores e baterias que fazem o diferencial dos carros elétricos. Mantendo
chassis monomarca produzidos pela Spark, assim como pneus da Michelin para
todos os times, o desafio era aumentar a eficiência dos sistemas de energia, e
das baterias, tudo dentro de um limite de custos imposto pela direção da
categoria, de modo a impedir a escalada dos custos de competição, que poderia
comprometer a saúde financeira dos times participantes, e promover a acessibilidade
de futuros novos participantes.
Empolgação
à parte, o certame tornou-se o novo palco de disputas dos grandes fabricantes
de veículos e empresas ligadas ao ramo de energia que se lançaram no desafio de
produzir veículos elétricos. Renault e Audi, presentes desde o início da
competição, tornaram seus times associados (e.dams e ABT) equipes oficiais de
fábrica, que ganharam a entrada da Jaguar, e agora, da BMW (em associação com a
Andretti Motorsports). Para a próxima temporada, estão previstas as chegadas de
Mercedes e Porsche, aumentando ainda mais o leque de participantes. Procurando
se concentrar mais na F-1, a Renault promoveu uma troca com uma de suas marcas,
colocando a Nissan em seu lugar a partir desta 5ª temporada. Nos Estados
Unidos, a Penske Automotive também tem o seu time oficial na competição,
através da Dragon, comandada por Jay Penske. Ao lado destes gigantes, temos
ainda os grupos da Venturi, DS, Mahindra, e Nio, fabricantes menores, mas que
apostam fundo nos carros eletrificados como futuro da indústria
automobilística.
A
nova temporada também marca a introdução dos novos monopostos da categoria,
após competirem durante quatro anos com os mesmos carros, que foram apenas
sendo desenvolvidos paulatinamente, dentro das limitações impostas pelo
regulamento, como contenção de custos, assim como o sistema de baterias. Os
novos carros, que continuam sendo fabricados pela Spark, mostram um novo e
arrojado visual, e como o nome sugere, são a “segunda geração” da F-E entrando
em ação, mostrando o crescimento e fortalecimento do certame como não se
imaginava desde que foi dada a primeira largada da competição em Pequim em
setembro de 2014.
O
novo bólido incorpora o halo, novo dispositivo de proteção para os pilotos, de
uma forma muito elegante e natural, além de possuir uma carenagem nas rodas, de
modo a impedir enroscos que possam levar a uma decolagem de um carro no toque
com o outro. A nova aerodinâmica dos carros também levou a um aumento do
downforce, que juntamente com o novo difusor traseiro, deve proporcionar uma
excelente aderência sem comprometer o fluxo aerodinâmico atrás do carro, que agora
carrega duas mini-asas sobre os pneus traseiros, permitindo aos carros andarem
mais próximos uns dos outros, sem perda de sustentação aerodinâmica, o que deve
facilitar as disputas de ultrapassagens entre os pilotos. A evolução da
aerodinâmica também permite que os carros possam ser bem mais velozes que os da
primeira geração utilizada nas temporadas anteriores.
Os novos carros e seus novos sistemas de baterias poderão fazer a corrida inteira e ainda são mais rápidos que os usados nas primeiras temporadas da competição. |
E
isso já se vê no incremento de performance dos novos carros. Com velocidades
máximas de até 230 Km/h nos trechos mais rápidos dos circuitos, muitos acusavam
a F-E de perder até para algumas categorias de base, com carros lentos que só
parecem rápidos por correrem em pistas de rua. Por mais que algumas críticas
pudessem ser procedentes, era preciso considerar os objetivos da categoria em
sua implementação, de ir ganhando desempenho e performance aos poucos, em um
projeto de longo prazo, até para evitar que os custos de disputa explodissem e
pudessem fazer o certame naufragar. De temporada para temporada, os carros
foram ficando ligeiramente mais rápidos, assim como as baterias utilizadas
foram ganhando melhor desempenho e durabilidade. Atingidos os objetivos
iniciais, era a hora de dar o passo seguinte, com os novos chassis chamados de
Gen2.
E
o ganho de performance é notável, com os novos monopostos podendo chegar aos
280 Km/h, sendo muito mais velozes que os antigos carros. A capacidade de
aceleração do novo modelo permite sair de 0 para 100 Km/h em 2,8s, muito mais
veloz que o modelo antigo.
Os
novos carros também permitirão aos pilotos disputarem a corrida sem precisarem
trocar de monoposto durante a prova, como era feito desde a estréia da
categoria, em virtude de as baterias não terem autonomia para correr toda a
prova. O novo sistema de baterias dos novos carros, com tecnologia fornecida
pelo Grupo McLaren, pesa cerca de 380 Kg, substituindo os antigos sistemas de
energia que eram fornecidos pela divisão de tecnologia da Williams. As novas baterias
permitem uma eficiência muito maior na utilização da energia disponível, e o
sistema de recuperação de energia das freadas também ficou muito mais eficiente
do que o antigo sistema. A potência máxima, que era de 200 Kw/h, passou para
250 Kw/h, um incremento de 25% de energia para os pilotos utilizarem.
Sem
a troca de carros, os pilotos terão o desafio de administrar sua carga de
energia completamente renovado, devendo saber como acelerar firme para fazer a
corrida inteira sem ficar sem energia. E, também devido à ausência da troca de
carros, os pilotos agora precisarão também cuidar de seus pneus, que precisarão
durar também a corrida inteira, lembrando que o novo carro Gen2 é também mais
pesado que o antigo chassi usado nas primeiras quatro temporadas.
O time da Andretti, agora impulsionado pelos trens de força da BMW, arrepiou nos testes da pré-temporada, mas rejeita o rótulo de favoritismo dado pelos adversários. |
Entre
outras novidades, a F-E irá adotar agora o “Modo Ataque”, manobra inspirada no
jogo Mario Kart, onde os pilotos terão a opção de passar por áreas delimitadas
junto à pista, mas fora dela, onde poderão ativar o recurso, que lhes permitirá
usar um incremento de energia de 25 Kw por um período limitado durante a prova,
em um número de ativações e utilização que variará de corrida para corrida, e
que só terá todos os seus detalhes conhecidos pelos pilotos algumas horas antes
da largada, para evitar que os times tentem fazer simulações de como utilizar
melhor o recurso. Este recurso, contudo, pode impactar no gasto de energia da
bateria do monoposto, de modo que o piloto precisará calcular se o seu uso será
benéfico ou não. Dependendo da situação, o “Modo Ataque” pode acabar
comprometendo a reserva de energia do monoposto, obrigando o piloto a diminuir
o ritmo para não parar na pista por falta de energia do carro, semelhante à
pane seca nos carros da F-1.
O “fanboost”,
onde os fãs votam em seus pilotos favoritos, que poderão usar também uma
potência extra durante um momento na corrida, continua a ser empregado, com os
pilotos mais votados podendo usar o recurso em algum momento da prova para
tentar melhorar sua performance, como numa tentativa de ultrapassagem. A
novidade é que agora os 5 pilotos mais votados terão acesso ao recurso, que até
o último campeonato era restrito aos três pilotos mais votados.
O
formato do evento continua o mesmo, com todas as atividades sendo realizadas no
sábado, começando com um treino livre de 45 minutos, e um segundo treino, com
30 minutos. Partimos então para a classificação, com os pilotos divididos em
grupos, onde os seis pilotos mais rápidos no cômputo geral irão disputar a
Superpole. A conquista da pole-position renderá 3 pontos ao piloto.
A
duração das corridas mudou. A partir desta nova temporada, todas as corridas
terão duração limite de tempo de 45 minutos, mais a volta seguinte a este
limite. Continua valendo o ponto extra ao piloto que marcar a volta mais rápida
da corrida, desde que ele esteja dentro dos 10 primeiros colocados na bandeirada
final.
E
teremos também mais carros na pista. Serão 11 times, com 22 pilotos, número
superior ao da F-1. Além dos times anteriores, temos a entrada da HWA Racelab,
que nesta sua primeira temporada usará o powertrain da Venturi, mas que no
próximo campeonato deverá mudar para a Mercedes, que assumirá o time em sua
estréia na competição de carros elétricos.
A Audi é um dos times mais fortes da categoria, e certamente vai lutar pelo título. Lucas Di Grassi é seu principal piloto, vice-campeão na última temporada. |
E
a disputa na pista promete. Nos testes da pré-temporada, realizados no circuito
Ricardo Tormo, em Valência, na Espanha, a recém-chegada BMW, associada ao time
de Michael Andretti, andou arrepiando ao fazer sempre os melhores tempos,
mostrando que vem disposta para brigar firme pelas primeiras posições. Mas, tal
como na F-1, os tempos nos testes precisam ser vistos com algumas reservas, e
isso significa que os outros times podem engrossar a disputa pelas vitórias.
Mas não deixa de ser uma boa expectativa para o time da Andretti, que até hoje
nunca conseguiu resultados de monta na categoria dos carros elétricos.
Campeã
de construtores no último campeonato, a Audi ainda é uma força a ser
considerada seriamente. Possui uma dupla experiente e que já venceram corridas,
e apesar de ter tido um início de temporada complicado, conseguiu não apenas se
recuperar como Lucas Di Grassi ainda foi vice-campeão, embora sem chances de
ter disputado o título, em virtude da vantagem aberta pelos concorrentes. Em
simulação de corrida nos testes de Valência, Di Grassi “ganhou” a disputa,
mostrando que continuará a ser um nome forte na luta pelo título nesta temporada.
Depois de passar as primeiras temporadas andando sempre atrás de seu
companheiro de equipe brasileiro, Daniel Abt cresceu no último ano, e vem
decidido a mostrar que também pode lutar por vitórias e pelo título.
Campeão
atual da categoria, o francês Jean-Éric Vergne vem disposto a manter sua coroa,
e vai lutar pelo bicampeonato. A Techeetah mostrou que o equipamento da Renault
não era o problema da falta de competitividade vista pela e.dams. Enquanto o
time oficial da marca francesa passou o ano em branco, sem que Sébastien Buemi
conseguisse vencer uma corrida sequer, a Techeetah, com Vergne, conquistou o
título de pilotos, e nos testes da pré-temporada, conseguiu tempos
consistentes, mostrando que o francês poderá sim ir em busca de mais um título.
De positivo, a Techeetah manteve sua dupla de pilotos, com o campeão Vergne, e
Andre Lotterer. De dúvida, a troca do powertrain da Renault pelo da DS, que
antes equipava a Virgin, que pode suscitar algumas dúvidas a respeito do acerto
do equipamento, mas que a escuderia promete eliminar rapidamente já na primeira
corrida.
Campeão atual da F-E, Jean-Éric Vergne vai atrás do bicampeonato. |
A
Virgin é outro time que deve continuar andando forte. Manteve o inglês Sam
Bird, e agora usará o powertrain da Audi, em busca de melhores resultados. O
time, entretanto, não marcou tempos muito expressivos na pré-temporada. Poderia
estar escondendo seus trunfos, ou ainda se acertando a seu novo carro e trem de
força? Saberemos a resposta muito em breve.
Depois
de um ano complicado, a e.dams parte para o novo campeonato decidida a
recuperar seu poderio. Campeã de construtores de anos anteriores, e uma das
grandes forças da competição, o time também teve um ano complicado na última
temporada, com uma queda de performance abrupta, que acabou alijando Buemi da
luta pelo título pela primeira vez desde que a F-E começou a ser disputada.
Agora impulsionada pela Nissan, que assumiu a posição da Renault, fica a
expectativa se os japoneses manterão a excelência do equipamento desenvolvido
inicialmente pelos franceses.
A
Jaguar, em sua terceira temporada, quer continuar crescendo, e se concentrou em
ajustes e simulações de corrida nos testes, pouco se aventurando a marcar
tempos rápidos para impressionar. Com os concorrentes mostrando força, o time
inglês não pode se dar ao luxo de ficar para trás, e manteve sua dupla de
pilotos para a nova temporada, visando ter parâmetros confiáveis do
desenvolvimento da escuderia na pista.
A
Mahindra é outro time que cresceu no último campeonato, mas negou fogo conforme
a temporada foi avançando, e de postulante ao título de pilotos, acabou fora da
briga nas etapas finais. Perdeu seu grande nome, Felix Rosenqvist, e dispensou
Nick Heidfeld. Agora vem com uma dupla inteiramente nova procurando voltar a
crescer.
A Mahindra também quer lutar a fundo pelo título. |
Venturi,
Nio e Dragon também são times que procuram melhorar sua performance e
conquistar melhores resultados. O time da Venturi contará com Felipe Massa como
seu principal destaque. A Nio, que venceu no primeiro ano com Nelsinho Piquet,
até hoje busca recuperar a competitividade perdida depois daquela conquista, e
vamos ver se desta vez consegue reencontrar o rumo do sucesso. E a Dragon
também busca firmar-se na disputa, e finalmente sair do meio do pelotão, ainda
mais contando com o poderio do Grupo Penske por trás.
Tudo
indica que a disputa na pista tem tudo para ser renhida e com muitos
participantes, tanto na frente quanto no resto do pelotão, o que tem ajudado a
categoria a conquistar muitos fãs nestes anos de competição, em especial
daqueles que andam enjoados da supremacia da Mercedes na F-1. E é da categoria
máxima do automobilismo que chegam alguns nomes que certamente ajudarão a
manter em alta o nível do grid da categoria. Além do já citado Felipe Massa,
que estreará pela equipe Venturi, teremos também Stoffel Vandoorne, ex-McLaren,
na HWA; e Pascal Wehrlein na Mahindra.
Enfim,
é hora de a F-E acelerar para sua nova temporada, continuando a crescer e a
atrair o interesse de novas fábricas e patrocinadores, e acima de tudo, dos fãs
de competição, e a ficar cada vez mais rápida e interessante. Um resultado
altamente positivo para um certame que começou há pouco tempo e era visto com
desconfiança por quase todos, menos para aqueles que confiavam no mote da
tecnologia dos carros elétricos, e que provaram estar mais do que certos de sua
aposta.
O CALENDÁRIO
A
5ª temporada da F-E já começa com uma estréia, que é a primeira corrida na
Arábia Saudita, em Ad Diriyah, distrito de Riad, capital do país árabe.
Principal produtor de petróleo do mundo, a Arábia Saudita embarca no campeonato
dos carros elétricos de olho no futuro que o mercado automotivo terá, principal
consumidor de petróleo, o principal produto de exportação dos árabes. Esta será
a única prova que será disputada este ano no novo calendário. A segunda
corrida, em Marrakesh, terá lugar em janeiro, e a competição, tal qual o último
ano, se encerrará em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em uma rodada dupla no já
conhecido circuito montado no bairro do Brooklin.
Ausente
no último ano, a etapa de Mônaco retorna à competição, ainda no mesmo circuito
encurtado da disputa anterior. Com os novos carros, houve a especulação de se
usar o mesmo circuito da F-1, mas não foi possível chegar a um acordo. Depois
de estrear neste ano com uma etapa em Zurique, a Suíça continuará em 2019, mas
agora com uma prova em Berna. Roma, Paris e Berlim mantém suas etapas, assim
como a Cidade do México e Santiago. E antes estreando a temporada, a China teve
sua etapa em Hong Kong alterada para o mês de março, passando a ter também uma
nova corrida que será disputada na cidade de Sanya, que será também outra
novidade no calendário.
E
ainda não será desta vez que o Brasil fará parte do calendário. Chile e México
serão os únicos países da América a sediarem corridas da competição. Para a 6ª
temporada, a F-E deve correr na Coréia do Sul, e até o presente momento, não há
perspectivas de os monopostos elétricos acelerarem em terras tupiniquins, para
tristeza dos fãs nacionais do esporte a motor, depois do que ocorreu na última
temporada, quando a etapa nacional, que seria realizada em São Paulo, ter ido
para o brejo, em mais uma trapalhada ocasionada pelos políticos de nosso país,
infelizmente.
OS BRASILEIROS
Felipe Massa reforça o time de representantes brasileiros nas pistas da F-E. |
O
Brasil terá 3 representantes no grid na nova temporada. Primeiro campeão do
certame, Nelson Angelo Piquet vai para sua segunda temporada na equipe Jaguar
decidido a mostrar serviço. Nelsinho, depois da temporada de estréia, onde
conquistou o título da categoria, viu seu time despencar em performance, até
que no ano passado, mudou-se para o time da Jaguar, em sua segunda temporada na
competição. Piquet foi logo começando a mostrar a velha garra e
competitividade, mas a segunda metade do campeonato foi marcada por muitos
problemas e azares, que fizeram Nelsinho ficar estagnado na classificação, a
ponto de seu parceiro Mith Evans, que não teve tantos problemas, não apenas o
alcançar como até passar à sua frente nos pontos. A meta é reverter essa
situação, e tentar voltar à luta por vitórias, e pelo título, de onde esteve
ausente nos últimos 3 campeonatos.
Lucas
Di Grassi é o principal nome do Brasil na F-E. Defendendo o time da Audi ABT
desde o primeiro ano, Lucas foi campeão da 3ª temporada, e no último
campeonato, sofreu durante as primeiras provas com problemas de confiabilidade
no seu powertrain, ficando praticamente de fora da luta pelo título. Mas, uma
vez resolvidos os problemas do equipamento, Lucas não mais deixou de frequentar
o pódio, acabando por terminar a 4ª temporada como vice-campeão, em uma
recuperação espetacular. A meta, nesta 5ª temporada, não poderia ser menos do
que ir em busca do bicampeonato, uma vez que a Audi é o principal nome da
competição.
Nelsinho Piquet quer voltar a andar na frente, depois de uma péssima segunda metade de campeonato na última temporada. |
E
teremos também a estréia de Felipe Massa, egresso da F-1, após um ano de
descanso após pendurar o capacete na categoria máxima do automobilismo, e
recarregar suas forças para seu novo desafio profissional na carreira. Felipe
defenderá a Venturi, que tem sede em Mônaco, bem perto de sua residência na
Europa, e o brasileiro garante que a experiência de pilotagem com o novo bólido
elétrico é muito interessante, assim como o desafio de sua condução com o novo
modelo Gen2. Se a Venturi mostrar serviço, Felipe garante sua parte na pista,
onde voltará a travar duelos com velhos ex-colegas de F-1. O único ponto que
incomoda o brasileiro recém-chegado é a necessidade de saber economizar a
energia durante a corrida, precisando saber administrar o recurso, o que é
visto por ele como um revés, por não poder andar a fundo o tempo todo.
EQUIPES E PILOTOS DA TEMPORADA
EQUIPE
|
POWERTRAIN
|
PILOTOS (Número)
|
Virgin Racing
|
Audi e-tron FE05
|
Sam Bird (2)
Robin Frijns (4)
|
Jaguar Racing
|
Jaguar I-Type 3
|
Nelson Angelo Piquet (3)
Mith Evans (20)
|
Geox Dragon Racing
|
Penske EV-3
|
José Maria López (7)
Maximilian Guenther (6)
|
HWA Racelab
|
Venturi VFE05
|
Stoffel Vandoorne (5)
Gary Paffett (17)
|
Nio Formula E Team
|
NIO Sport 004
|
Tom Dillmann (8)
Oliver Turvey (16)
|
Venturi Formula E Team
|
Venturi VFE05
|
Felipe Massa (19)
Edoardo Mortara (48)
|
Nissan e.Dams
|
Nissan IM01
|
Sébastien Buemi (23)
Oliver Rowland (22)
|
Techeetah Formula E Team
|
DS e-tense FE.19
|
Jean-Éric Vergne (25)
Andre Lotterer (36)
|
BMW Andretti Motorsport
|
BMW IFE.18
|
Alexander Sims (27)
Antonio Félix da Costa (28)
|
Mahindra Racing
|
Mahindra M5Electro
|
Jêrome D’Ambrosi (64)
Pascal Wehrlein * (94)
|
Audi Sport ABT Schaeffler
|
Audi e-tron FE05
|
Lucas Di Grassi (11)
Daniel Abt (66)
|
(*) Pascal Wehrlein será
substituído na primeira corrida da temporada pelo piloto Félix Rosenqvist.
CALENDÁRIO DA TEMPORADA 2018/2019
DATA
|
PROVA
|
CIDADE - PAÍS
|
15.12.2018
|
E-Prix de Ad Diriyah
|
Riad – Arábia Saudita
|
12.01.2019
|
E-Prix de Marrakesh
|
Marrakesh - Marrocos
|
26.01.2019
|
E-Prix de Santiago
|
Santiago – Chile
|
16.02.2019
|
E-Prix da Cidade do México
|
Cidade do México – México
|
10.03.2019
|
E-Prix de Hong Kong
|
Hong Kong - China
|
23.03.2019
|
E-Prix de Sanya
|
Sanya – China
|
13.04.2019
|
E-Prix de Roma
|
Roma – Itália
|
27.04.2019
|
E-Prix de Paris
|
Paris - França
|
11.05.2019
|
E-Prix de Mônaco
|
Monte Carlo - Mônaco
|
25.05.2019
|
E-Prix de Berlim
|
Berlim - Alemanha
|
22.06.2019
|
E-Prix de Berna
|
Berna – Suíça
|
13.07.2019
|
E-Prix de Nova Iorque – Prova
01
|
Nova Iorque – Estados Unidos
|
14.07.2019
|
E-Prix de Nova Iorque – Prova
02
|
Nova Iorque – Estados Unidos
|
TRANSMISSÕES
Como
já acontece desde a primeira temporada da categoria, a F-E poderá ser
acompanhada pelos fãs brasileiros através do Fox Sports, que promete transmitir
todas as corridas ao vivo, mostrando também os treinos livres e o treino de
classificação, começando as transmissões sempre com um tempo de folga para a
equipe de profissionais encarregada discutir as novidades na competição e
responder às perguntas do público.
Uma das grandes forças na Indycar, a Penske também quer brilhar na F-E, através do time da Dragon, comandado por Jay Penske. |
A HWA é o mais novo time da categoria, que agora conta com 11 escuderias. Novo time será a porta de entrada da Mercedes no próximo campeonato. |
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