quarta-feira, 25 de julho de 2018

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – JULHO DE 2018


            Estamos praticamente fechando o mês de julho, e boa parte dos campeonatos dá uma pausa agora para aproveitarem um pouco as férias de verão na Europa, como a MotoGP, e a própria F-1 fará após a etapa da Hungria. Fora isso, tivemos também o encerramento de mais um temporada da Formula-E, com um novo campeão no certame. De fato, muita coisa rolou neste mês, portanto, é hora de mais uma edição da Cotação Automobilística, fazendo uma avaliação de alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade nestas últimas semanas, sempre com minhas devidas considerações e comentários a respeito, que fica a critério de todos os leitores concordarem ou não com minhas posições sobre os assuntos dissertados, e que possam pelo menos apreciar o texto, que segue abaixo no esquema tradicional de sempre das avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Uma boa leitura a todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística no mês que vem, com algumas avaliações dos acontecimentos do mês de agosto:



EM ALTA:

Jean-Éric Vergne: O piloto francês da equipe Techeetah conquistou o título da quarta temporada da Formula-E com todos os méritos. Mesmo dispondo de uma grande vantagem na pontuação, Vergne simplesmente partiu para o ataque na penúltima prova da temporada, a primeira prova da rodada dupla de Nova Iorque, e ainda tendo de largar na última fila devido a uma punição no treino de classificação. E aos poucos, o piloto foi superando os adversários na pista, um a um, e principalmente, Sam Bird, o único que ainda poderia ter chances de conquistar o título. Superado o piloto da Virgin, ficava a dúvida se Vergne seria campeão já ali na primeira corrida, ou se o desfecho final seria na prova de domingo. E Jean-Éric deu a resposta, avançando ainda mais em algumas posições, enquanto Bird mostrava-se incapaz de responder na pista, e adiar a conquista que já parecia inevitável para o rival. E Vergne conseguiu, faturando matematicamente o título ainda na prova de sábado. Mas, para não deixar dúvidas sobre seus méritos da conquista, o piloto francês ainda venceu a corrida final, no domingo, depois de uma grande disputa com Lucas Di Grassi, fechando a temporada com chave de ouro, e vencendo um terço das corridas da temporada, além de ter sido o piloto com mais pole-positions no ano. Um campeonato ganho com todos os méritos, dada a vantagem de pontuação para os rivais mais próximos, a maior já vista desde que a F-E iniciou suas disputas, em 2014.

Lucas Di Grassi: O piloto brasileiro da equipe Audi teve um início de temporada abaixo de qualquer expectativa na quarta temporada da F-E. Sem marcar pontos no primeiro terço de campeonato, as chances de defender o título conquistado no ano anterior viraram pura ilusão, dada a desvantagem em relação aos adversários que já estavam muito à frente na tabela. O objetivo, então, passou a ser outro: terminar o ano de forma decente, e centrar forças na próxima temporada. Mesmo assim, Lucas não esmoreceu, assim como a equipe Audi, que conseguiu resolver os problemas técnicos que afetavam a confiabilidade dos carros, e dali em diante, a partir da etapa do Uruguai, o piloto brasileiro não saiu mais do pódio até o fim da temporada, colecionando inclusive 2 vitórias, e arrebatando o vice-campeonato que parecia destinado a Sam Bird na última prova do ano, superando o piloto da Virgin por apenas 1 ponto, e terminando o ano com a cotação e a reputação plenamente restabelecidas. Foi o ano mais difícil para Lucas na categoria, até porque pela primeira vez ele teve concorrência firme de Daniel Abt na escuderia, com o alemão a ganhar duas corridas, e estar em boa parte do ano à frente do brasileiro na classificação do campeonato, até que Di Grassi restabelecesse a ordem das forças nas últimas corridas. Lucas parte para a próxima temporada mais forte do que nunca, e pronto para tentar se manter como um dos principais nomes da competição e um dos favoritos na luta pelo título.

Campeonato da equipe Audi na Formula-E: Depois de três temporadas onde a e.dams foi sempre a vencedora do campeonato de equipes, a Audi enfim conquistou o referido título na quarta temporada, onde sua até então parceria com a equipe Abt, foi elevada ao status de time oficial de fábrica, a exemplo do que a Renault fazia com a e.dams. Com os recursos antes canalizados no WEC agora direcionados para o certame dos carros de competição monopostos 100% elétricos, a Audi produziu um carro extremamente rápido, mas o início da temporada foi traumático, especialmente para o campeão vigente, o brasileiro Lucas Di Grassi, que por mais que andasse bem, ficava pelo caminho, enfrentando panes no carro que o deixavam a pé na pista. Foi só a partir da 5ª etapa, com um terço da competição já concluída, que a escuderia conseguiu resolver os problemas, e mostrou a que veio, conquistando 4 vitórias com sua dupla de pilotos, e com Di Grassi conseguindo uma impressionante sequência de pódios consecutivos até o fim da temporada. E foi aos 45 do segundo tempo que o time de Ingolstadt conseguiu o que parecia completamente impossível no início do ano: ser campeã de equipes, superando a Techeetah, o grande destaque da temporada, com Jean-Éric Vergne, que acabou superada pela má atuação de seu outro piloto, Andre Loterer, que em algumas provas não conseguiu resultados tão vistosos quanto o parceiro e campeão francês da competição. A Audi conseguiu não apenas restabelecer a fiabilidade de seus carros, como sua dupla de pilotos também mostrou excelentes resultados em várias corridas, como na rodada dupla final, com um triunfo de Di Grassi, e Daniel Abt subindo ao pódio, e com isso, superando a escuderia chinesa por apenas 2 pontos. Para a próxima temporada, com carros novos, onde tudo praticamente será novo na competição, a Audi já se apresenta como um dos nomes mais fortes da competição, e o time que deverá ser batido. Difícil, mas não impossível, como vimos durante o ano na competição.

Marc Márquez: A “Formiga Atômica” continua arrepiando na MotoGP, e com nova vitória na Alemanha, onde vence ininterruptamente desde que estreou na classe rainha do motociclismo, Marquez abriu ainda mais vantagem na classificação, com 46 pontos para o vice-líder, Valentino Rossi, que tenta como pode acompanhar o ritmo do piloto da Honda com uma Yamaha que parece não ter potencial para duelar roda a roda com a rival nipônica. Marc poderia abandonar as próximas duas corridas que mesmo assim ainda continuaria na liderança, se Rossi não vencesse as duas provas. O problema é que Márquez está correndo praticamente sozinho, uma vez que tanto Yamaha quanto Ducati não conseguem lhe fazer oposição com a constância que realmente significaria uma ameaça a seu favoritismo ao título. Portanto, o negócio é acelerar, e desgarrar cada vez mais na dianteira, para evitar pressões inesperadas, ou contornar algum final de semana onde as coisas deem errado. Na década passada, Valentino Rossi assombrou o mundo com suas façanhas nas duas rodas. Márquez vem fazendo o mesmo agora, e tem tudo para igualar, ou até mesmo ultrapassar as marcas do “Doutor”, enquanto seus rivais batem cabeça na pista e seus times parecem não conseguir lhes dar suporte adequado para vencerem. Mas é bom Márquez aproveitar este ano, porque em 2019, com Jorge Lorenzo dividindo o box da Honda com ele, o caldo pode entornar na escuderia japonesa. Resta saber quem irá azedar primeiro...

Robert Wickens: O piloto canadense já é a sensação da temporada 2019 da Indycar. Estreando na categoria nesta temporada, Robert já chegou “chegando” logo na sua primeira corrida, em São Petesburgo, onde largou na pole-position, e tinha boas chances de vencer, até um incidente nas voltas finais o tirar da disputa. Mas isso não o intimidou, e ele subiu ao pódio logo na 2º corrida, em Phoenix, terminando em 2º lugar. De lá para cá os resultados oscilaram um pouco, mas o novato vem conseguindo fazer uma temporada constante e está em 6º na classificação, atrás apenas de dois pilotos da Andretti, dois da Penske, além claro do líder Scott Dixon. E Wickens vem dando uma baile até mesmo no parceiro de equipe, o já experiente e compatriota James Hinchcliffe, que só conseguiu se sobressair ao talentoso novo companheiro de time na Schmidt-Peterson na etapa de Iowa, onde ele venceu. Mesmo assim, Hinchcliffe continua atrás na tabela, e já teve até um ponto negativo no ano, quando falhou a classificação para as 500 Milhas de Indianápolis. Robert está virando o nome do momento na categoria, e tem tudo para evoluir e atingir vôos mais altos, tanto quanto seu time puder lhe proporcionar. E o novato canadense mostra que vem aprendendo bem rápido, talvez mais até do que seus rivais na pista esperavam...



NA MESMA:

Dupla da Mercedes em 2019: O time da Mercedes anunciou neste mês a renovação de sua dupla atual, que prosseguirá defendendo a escuderia na F-1 no próximo campeonato. Lewis Hamilton renovou por mais dois anos, a um valor especulado de US$ 45 milhões por temporada. E, às vésperas do GP da Alemanha, o time também anunciou a renovação de Valtteri Bottas, mas apenas para a temporada de 2019, e obviamente, sem ganhar a mesma fortuna do parceiro tetracampeão, que pode vir a ser pentacampeão ao fim da temporada. E infelizmente, vimos a primeira consequência disso já na corrida, quando o finlandês foi orientado pela equipe a não tentar atacar seu parceiro Hamilton, na disputa pela liderança, e pela vitória na corrida, que acabou com o inglês. Bottas foi logo dizendo que entende essa situação, e se alguns ainda pensavam em vê-lo como candidato ao título, podem esquecer. Pior é a Mercedes se rebaixar ao jogo de equipe como a Ferrari tantas vezes já fez uso em sua história, algo que só atenta contra a imagem da F-1, que luta para achar um novo rumo que a torne atrativa aos públicos dos dias atuais. Para Valtteri, resta a expectativa de que a situação dentro do time mude, mas infelizmente, sua subserviência é a sua permanência no time prateado, que diferente dos tempos de dominação recentes com a dupla Lewis Hamilton/Nico Rosberg, parece que perdeu a coragem de ousar.

Esteban Ocón: O piloto francês da equipe Force India terá de postergar por mais um ano suas esperanças de conseguir um cockpit mais competitivo na F-1. Apadrinhado pela Mercedes, Ocón garante ao time indiano um desconto no uso das unidades de potência alemãs pela escuderia, que sempre teve o intuito de prepará-lo para ascender ao time principal de fábrica no momento certo. O problema é que, no ano passado, quando a vaga de Nico Rosberg foi aberta na escuderia campeão, foi Valtteri Bottas o escolhido para preenchê-la, sob a alegação de que o finlandês era mais experiente e confiável, depois de quatro anos como titular na Williams. E agora, com a manutenção de Bottas, Ocón fica novamente e compasso de espera, sem saber exatamente por onde competirá no próximo ano, a se confirmarem os boatos de que Lawrence Stroll estaria comprando a Force India, o que promoveria grandes mudanças no time, talvez já para o GP da Bélgica, com a possível mudança de Lance Stroll para lá, mas no lugar de quem? De Sérgio Pérez? Ou de Ocón? O francês e o mexicano fazem um campeonato bem parelho na tabela de classificação, e cada um tem suas armas, dentro e fora da pista. Ocón pode acabar seguindo o destino de Pascal Werhlein, que era também apadrinhado pelo time alemão, e acabou ficando a pé na F-1, sendo “remanejado” para outra categoria. Que sina...

Dupla da Red Bull para 2019: O contrato ainda não foi assinado, mas Daniel Ricciardo deve permanecer na equipe austríaca na próxima temporada, e talvez até 2020. O piloto australiano, um dos mais carismáticos e simpáticos da F-1, é veloz, eficiente em corrida, e comete poucos erros. Mas, curiosamente, isso acabou virando um ponto negativo para ele tentar a sorte em times mais competitivos. A Ferrari só não afirmou abertamente que ele foi vetado por Sebastian Vettel no time, mas a verdade é que o piloto alemão, ao dividir a Red Bull com Ricciardo em 2014, acabou tomando uma lavada do australiano, o que ajudou a motivar sua saída do time dos energéticos, junto com a queda de performance do time. Vettel pode até afirmar o contrário, mas sabe que pode não conseguir dominar Ricciardo em um jogo limpo na pista e no box, e portanto, é o maior defensor da permanência de Kimi Raikkonen na Ferrari para o próximo ano, como o foi nos anos anteriores, pois o finlandês está aceitando sujeitar-se à política de favorecimento ao alemão no time de Maranello. Por motivo parecido, Lewis Hamilton não chegou a vetar a contratação de Daniel, mas a direção da Mercedes sabe que, com Ricciardo no mesmo box que Lewis, voltaria o ambiente de trabalho fraticida visto entre 2014 e 2016 entre Hamilton e Nico Rosberg, que só não teve maiores consequências porque o time não teve rivais de fato na pista. Sem outras opções competitivas no momento, resta a Ricciardo permanecer onde está, e aguardar por uma oportunidade onde seu talento vença essa política das escuderias. E torcer para a utilização do motor Honda pela Red Bull a partir do ano que vem ser mais frutífera do que a atual parceria com a Renault.

Romain Grosjean: O piloto da equipe Hass finalmente saiu do zero na temporada com uma performance expressiva na Áustria, marcando seus primeiros pontos na temporada, e parecendo ter posto fim à onda de azar e erros que vinham marcando sua temporada até então na F-1, especialmente em um ano onde seu time mostra potencial para ficar atrás apenas de Ferrari, Mercedes e Red Bull, com um carro competitivo em muitas pistas. Mas, na Inglaterra, Grosjean infelizmente voltou a sofrer azares, batendo nos treinos, e depois se envolvendo em outro acidente na corrida quando se enroscou com Carlos Sainz Jr. e viu outra chance de pontuar ir pelo ralo pelo erro. A paciência do time, que até então vinha dando uma colher de chá para a temporada atribulada do piloto, aparentemente chegou ao fim, e pelo menos na Alemanha, Romain conseguiu pontuar novamente bem, superando os desaires das trocas de pneus que a leve chuva que caiu no autódromo provocou em diversos times, e que fez o time cair para posições fora da zona de pontuação. Mas a situação de Grosjean ainda anda complicada na escuderia, que decididamente não quer mais perder pontos devido aos percalços provocados por seus pilotos, o que pode acabar sobrando também para Kevin Magnussen, mesmo com sua pontuação expressiva no campeonato até aqui. Alguém pode rodar no fim da temporada, ainda mais pelo fato de a Hass estar se tornando uma opção muito cobiçada por vários pilotos. E Grosjean, até aqui, é o maior candidato a ser o primeiro a dançar e ficar sem seu lugar no time...

Scott Dixon: O piloto neozelandês é o que restou de força na Ganassi para impor respeito no campeonato da Indycar, e até o presente momento, Scott vem conseguindo cumprir sua missão com todo o respeito. O piloto mostrou sua categoria ao vencer novamente em Toronto, e ampliar novamente sua vantagem na classificação do campeonato, que havia sido reduzida na prova de Iowa, mas sem perder a liderança do certame. Com três vitórias no ano, em um time que virou uma escuderia de um carro só na prática, Dixon se transforma no favorito ao título da temporada, tendo no momento 62 pontos de vantagem para o atual campeão Josef Newgarden, que não pode ser menosprezado. Dixon tem conseguido aproveitar a inconstância de seus rivais para manter-se à frente na pontuação, e tem conseguido fazer isso com grande maestria, mas é preciso estar atento, pois um simples fim de semana ruim pode complicar tudo, e a Ganassi parece não ter mais a força das rivais Penske e Andretti. Dixon tem feito toda a diferença, mas os rivais também tem ajudado. Enquanto a situação puder ser mantida assim, ótimo para Dixon, porque as etapas vão passando, e os concorrentes perdendo oportunidades para reagir. E Scott sabe muito bem o que precisa fazer para evitar surpresas. Pior para seus rivais...



EM BAIXA:

Circuito de Sonoma sai da Indycar: O campeonato de monopostos dos Estados Unidos anunciou neste mês de julho que a pista de Infineon, em Sonoma, na Califórnia, não estará presente no calendário da categoria no próximo ano. Dificuldades financeiras, fora o fato da pista ser muito travada e dificultar as disputas entre os carros na pista, foram cruciais para deixar o circuito, presente no calendário da Indycar há vários anos, de fora da competição. E não é difícil imaginar o porquê dos problemas financeiros, já que raramente vimos as arquibancadas do circuito, muitas delas inclusive construídas aproveitando as elevações dos terrenos junto à pista, cheias de expectadores. Com o risco de se aumentarem os prejuízos com a baixa adesão do público, e atendendo aos pedidos de equipes e pilotos, que ansiavam por poder encerrar a temporada em um lugar que propiciasse mais disputas, chegou-se ao acordo para retirar o circuito do calendário, que terá sua última prova encerrando a temporada atual. Em seu lugar, para festa dos antigos torcedores, a direção da categoria está trazendo o circuito de Laguna Seca, em Monterrey, também na Califórnia, que sediou várias edições na F-Indy original, e que deverá encerrar o campeonato de 2019.

Sebastian Vettel: O tetracampeão alemão, considerado por muitos o grande favorito ao título da temporada deste ano na F-1, uma vez que a Ferrari parece enfim ter conseguido superar tecnicamente a Mercedes, é um dos grandes talentos da história da categoria máxima do automobilismo, e de certa forma, faz juz a esse mérito, pois ninguém é quatro vezes campeão do mundo por pura sorte. E Vettel vem fazendo um grande campeonato, em que pese ter cometido alguns erros crassos quando buscou a vitória com um pouco de exagero, em Baku, ou sucumbiu a uma pressão por antecipação, como no domingo passado, na Alemanha. Nas duas ocasiões, perdeu vitórias certas se tivesse um pouco mais de cuidado e paciência, entregando triunfos na mão do principal adversário na luta pelo título. Mas, se teve uma postura que desmereceu Vettel como grande piloto e campeão, foram as reclamações durante a prova alemã, de quando estava atrás do colega de equipe Kimi Raikkonem, chegando a pedir expressamente para o time “tirá-lo da sua frente”. Naquele momento, com uma estratégia diferente, Kimi de fato andava à frente do companheiro de time alemão, e Vettel não deveria se incomodar com isso, pois com a diferença de estratégias, ele voltaria à frente. Vettel acabou dando uma prova cabal de que seus nervos parecem não ser tão eficientes como costuma mencionar, e também desmerece o próprio talento: se ele estava mais rápido, que fosse para cima e passasse Kimi, e não ficasse berrando pelo rádio daquela maneira. Kimi abriu passagem, mas ao fazer isso, perdeu ritmo, e talvez até um pouco o ímpeto na corrida, e depois, quando Sebastian saiu da prova, o finlandês não estava em posição de assumir a liderança, e na relargada, não conseguiu atacar as Mercedes e tentar pelo menos garantir um triunfo para a Ferrari. A derrota do time italiano em Hockenhein foi mais do que merecida, e o abandono de Vettel, idem.

Negociações para os novos motores da F-1 de 2021: Quando tudo parecia caminhar para um maior entendimento sobre as novas regras que ditarão as normas técnicas dos propulsores que a F-1 utilizará a partir de 2021, eis que as fabricantes voltam a frisar que não irão abrir mão dos sistemas atuais. Contando até com o apoio da Honda, justo a fabricante que até agora não conseguiu mostrar a que veio na nova era turbo-híbrida da categoria, as negociações empacam novamente, e as esperanças de se introduzir pelo menos motores menos complexos, e por tabela, mais acessíveis, na esperança de onerar menos os times clientes, e tentar atrair novos fabricantes para a F-1, acabam em compasso de espera, e sem uma expectativa de como as negociações continuarão daqui para a frente. A iniciativa é importante para tentar reforçar o número de fabricantes de unidades de potência interessados na categoria máxima do automobilismo, mas até agora nenhum novo fabricante apresentou planos de adentrar no certame, e enquanto as regras não forem claramente definidas, não devem fazê-lo. E, quanto mais o prazo for adiado, menores as chances de se obter um consenso que permita implantar os novos propulsores até 2021.

Dani Pedrosa: O piloto espanhol havia sido informado que não teria seu contrato renovado com a equipe oficial da Honda na MotoGP para a próxima temporada, quando seu lugar será ocupado por Jorge Lorenzo. Mas, depois de perambular pelo paddock da classe rainha do motociclismo, e ver que não havia nenhum time que se interessasse em contratá-lo, ou que não haviam opções em outros certames, como a Superbike, Dani optou por pendurar o capacete ao fim da atual temporada, encerrando uma carreira de 13 temporadas na MotoGP. Apesar de possuir números bem robustos em seu currículo, como 31 vitórias, 31 pole-positions, e 44 voltas mais rápidas, seus bons tempos vinham rareando nos últimos anos. Sempre correndo pela equipe oficial da Honda, Pedrosa infelizmente nunca conquistou um título pela marca na classe rainha, e suas melhores temporadas foram 2007, 2010, e 2012, quando foi vice-campeão. Com a chegada de Marc Márquez à escuderia, Daniel acabou eclipsado totalmente pelo novo companheiro de equipe, e suas performances antológicas começaram a rarear. Em 2013, ele ainda foi 3º colocado no campeonato, mas dali em diante, o melhor posicionamento foi o 4º lugar, em especial em temporadas dominadas amplamente por Honda e Yamaha, o que significa que dos postulantes ao título, Pedrosa acabou em último, sendo que em 2016 ficou em 6º lugar. Pesaram também na sua decisão de largar as pistas os acidentes sofridos nos últimos anos, que o obrigaram a passar por algumas cirurgias, que o fizeram perder alguns GPs, e não se pode negar que os tombos também o fizeram perder parte do empenho em acelerar fundo. Sua performance este ano está sendo ridícula, comparada com a do companheiro Marquez, que lidera o campeonato, enquanto Dani é apenas o 12º. Pelo que já passou na categoria, e viveu na equipe Honda, Dani merecia uma despedida mais digna da carreira, mas no andar da carruagem, ele poderá ser visto muito mais como decadente do que um piloto de respeito.

Fiabilidade na Red Bull: O time dos energéticos tem conseguido até dar algum calor nos pilotos das poderosas Mercedes e Ferrari este ano em boa parte das provas, mas nas últimas corridas, a fiabilidade acabou alijando o time de metade de suas chances de bons resultados. Que o diga Daniel Ricciardo, que acabou abandonando em Zeltweg e Hockenhein, e olhe que nesta última o australiano ainda largou em último devido à troca de componentes de sua unidade de potência. Mas, durante sua recuperação, eis que Daniel fica literalmente... sem potência! E com uma unidade teoricamente com componentes zero bala. Max Verstappen parou de arrumar confusão na pista, e passou a pontuar e bem, aproveitando sempre as oportunidades, mas em Silverstone ele teve problemas de freios, e com isso, acabou saindo da pista e batendo. E estes resultados negativos infelizmente afastam de vez as possibilidades, já escassas, de seus pilotos tentarem se incluir na luta pelo título da temporada, ou pelo menos incomodar os favoritos Hamilton e Vettel na maioria das provas. Para tentar chegar em primeiro, primeiro é preciso chegar. Mas, quando o carro o deixa na mão, infelizmente não há muito o que fazer. E ainda tem a ameaça velada de os propulsores Honda no time em 2019 darem outro show negativo, embora eles tenham melhorado de confiabilidade neste ano. A Hungria é um bom lugar para a Red Bull tentar afastar a uruca e mostrar serviço... Desde que os carros não apresentem nenhuma surpresa desagradável pelo caminho...

 



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