quarta-feira, 25 de abril de 2018

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – ABRIL DE 2018


            E o mês de abril já está indo embora, e estamos prestes a começar o mês de maio. O tempo parece realmente voar tão rápido quanto a velocidade nas provas do mundo do esporte a motor. E todo final de mês é hora de apresentar a tradicional edição da Cotação Automobilística, fazendo uma avaliação de alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade nestas últimas semanas. Concordando ou não com minhas opiniões sobre o assuntos tratados, espero que todos possam apreciar o texto, que segue abaixo no esquema tradicional de sempre das avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Uma boa leitura a todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística no mês que vem, já com algumas avaliações dos acontecimentos do mês de maio:



EM ALTA:

Josef Newgarden: O atual campeão da Indycar e piloto da Penske mostra que, apesar do equilíbrio que o certame tem demonstrado neste início da temporada 2018, está firme na luta pelo bicampeonato. Com 4 provas já disputadas, Newgarden venceu 2, e já assumiu a liderança da competição, superando o surpreendente Alexander Rossi. Mais: Josef tem deixado para trás seus demais companheiros na equipe de Roger Penske, Will Power e Simon Pagenaud. O australiano é o 10º colocado no campeonato, com apenas 81 pontos, enquanto o francês ocupa apenas a 15ª colocação, com 66 pontos. Newgarden, o líder, tem 158 pontos, e mostra que vai ser um páreo duríssimo para seus companheiros de time e para os demais pilotos na pista. Arrojado e determinado, ele tem demonstrado todo o seu talento, mostrando porque foi contratado por Roger Penske ao fim da temporada 2016, e sendo campeão já em seu primeiro ano no time, e lutando firme pelo bicampeonato no seu segundo ano. Ainda tem muito chão pela frente até a etapa final, em setembro, mas os rivais terão que se empenhar bastante em impedir a escalada de Newgarden rumo a seu segundo título.

Marc Márquez: a “Formiga Atômica” vem mostrando que, na temporada 2018 da MotoGP, ele é o favorito disparado para mais um título. O piloto da equipe oficial da Honda não deu chances a ninguém na etapa dos Estados Unidos, assumindo a liderança ainda na primeira volta, e praticamente comandando a corrida do início ao fim, apesar de alguma resistência de Andrea Iannonne, da Suzuki. Com mais um triunfo em Austin, Márquez mantém o domínio na etapa dos Estados Unidos, onde ele venceu todas no Circuito das Américas desde que estreou na categoria rainha do motociclismo, em 2013. O panorama só não é perfeito para Marc porque ele ainda tem seus altos e baixos, como visto na etapa da Argentina, onde foi o destaque negativo da corrida, pelo modo exageradamente agressivo com que disputou posições com todos na pista, acabando por derrubar vários deles nas manobras, o que atraiu a ira de vários rivais, entre eles Valentino Rossi, que não poupou críticas ao espanhol, depois de ter sido superado e derrubado por ele em uma ultrapassagem na pista de Termas de Rio Hondo. Márquez, contudo, parecia imparável na pista nestas duas provas, e tem tudo para disparar na disputa pelo título, se colocar a cabeça no lugar e parar de cometer estes erros. E as chances de ele errar tanto assim tem tudo para cair consideravelmente se assumir a liderança da competição, o que quase já conseguiu nos Estados Unidos. Alguém conseguirá deter a escalada da “Formiga Atômica” rumo ao pentacampeonato? Boa pergunta...

Daniel Ricciardo: O piloto australiano daRed Bull mostra que, se não possui a velocidade pura e o arrojo que Max Verstappen tanto esbanja, tem muito mais a cabeça do lugar, e não desperdiça as oportunidades com manobras tresloucadas na pista. Daniel partiu para cima dos adversários em Shanghai, e os superou com manobras precisas e sem esbarrar em ninguém, vencendo graças à estratégia do time que trocou os pneus de seus pilotos no momento do Safety Car. Ainda sem contrato para 2019, Ricciardo tem pretensões de melhorar suas oportunidades na F-1, mas as opções são limitadas: na Ferrari, o time provavelmente o podaria para não desestabilizar Sebastian Vettel, a quem ele superou amplamente em 2014. Na Mercedes, resta saber se Lewis Hamilton não o vetaria, temendo concorrência interna, mas depende também do desempenho de Valtteri Bottas. E ainda tem a opção de permanecer na Red Bull, onde pelo menos ainda conta com a confiança do time, ainda mais depois das estripulias de Verstappen neste início de temporada. Resta saber se o time dos energéticos conseguirá melhorar sua performance para manter o australiano firme na escuderia pelos próximos anos. Ao menos, Daniel sabe correr com a cabeça, e tem excelente visão de corrida, além de não fazer loucuras com o carro...

Daniel Serra: O atual campeão da Stock Car mostra que pretende conservar a coroa e lutar pelo bicampeonato. Com 5 corridas disputadas até aqui na temporada 2018, o filho de Chico Serra já obteve 2 vitórias e largou uma vez na pole-position, sendo o líder do campeonato no momento, com 80 pontos, e mantendo uma vantagem de 15 pontos para Cacá Bueno, o atual vice-líder, com 65 pontos. Mas ainda tem muito chão pela frente, e a Stock tem tudo para apresentar mais um campeonato bem disputado entre vários pilotos. Mas, no momento, Daniel está com uma boa vantagem sobre seus concorrentes, e pretende não apenas mantê-la, como aumenta-la. Falta combinar com os adversários, que certamente não vão querer que Serrinha dispare na pontuação, mas eles terão que correr bastante para recuperar o prejuízo na pontuação até agora. Nada impossível de ser feito, mas complicado na medida em que precisarão torcer por um mal resultado de Daniel, a fim de equilibrar mais rápido a disputa. Mas, depois de tanto trabalho para finalmente ser campeão da categoria, o piloto da equipe RC/Eurofarma não vai poupar esforços para chegar ao bicampeonato, e se aproximar ainda mais do pai, que foi tricampeão da Stock...

Sébastien Ogier: O piloto francês continua sua escalada rumo a mais um título no Mundial de Rali. De 4 etapas disputadas, Ogier já venceu 3, abrindo quase 20 pontos de vantagem para o segundo colocado na classificação, o belga Thierry Neuville, e abrindo vantagem ainda maior para os outros pilotos. Vai ser preciso alguns momentos ruins de Sébastien para que os rivais comecem a sonhar em dificultar a campanha de Ogier rumo ao 6º título consecutivo na categoria. Se alguém achava que o francês não conseguiria repetir o mesmo feito de seu compatriota Sebastian Loeb, que foi 9 vezes campeão consecutivo, melhor pensarem melhor, porque ele caminha para contradizer estas apostas. Alguém ousa afirmar o contrário? Neuville, no momento, parece o único capaz de fazer alguma competição com Ogier, tendo sido o único a vencer na temporada fora o atual pentacampeão, mas o belga vai ter de se superar para fazer pressão, porque Ogier não está desperdiçando oportunidades para vencer este ano.



NA MESMA:

Política de 1 carro, dois pilotos, na Ferrari: Já vimos este filme muitas vezes, e com vários pilotos. Eddie Irvinne, Rubens Barrichello, Felipe Massa, e agora, com Kimi Raikkonen. Na sua ânsia de voltar a ser campeã, a equipe italiana escolhe um de seus pilotos, seja por opção ou contrato firmado com ele, e acaba relegando o outro piloto a segundo ou até terceiro plano. Em uma temporada onde Raikkonen vem andando quase tão forte quanto Sebastian Vettel, o finlandês foi mantido na pista em Shanghai, com o propósito de permitir a Sebastian alcançar a liderança, mas com isso sacrificando suas chances de vencer a prova chinesa, já que estava na frente e poderia ter parado antes do que foi feito. Com tal tipo de atitude, a Ferrari não conseguirá se mostrar atrativa para nenhum outro piloto de ponta, pois eles dificilmente aceitariam esta política, o que já motiva Daniel Ricciardo a repensar suas possibilidades de aceitar um convite do time italiano. Assim como na época dos demais pilotos citados acima, onde eles tinham que correr unicamente para atender aos interesses de seus companheiros de equipe, Vettel é a prioridade número um do time de Maranello, e se o alemão corresponde na pista, o time infelizmente não tem moral para cobrar resultados de Raikkonen, quando a própria escuderia opta por sacrificar suas chances na corrida em detrimento de Vettel. Mas o time italiano parece não estar nem aí para os danos que isso traz à sua imagem, e lamentavelmente, os tiffosi também parecem não dar a mínima, desde que isso faça seu time novamente campeão. Mas o esporte perde muito com isso, infelizmente...

Equipe McLaren: O time de Woking vem tendo uma temporada bem mais positiva do que nos últimos anos, graças à nova parceria com a Renault, mas também não está tão maravilhosa assim. Em termos de performance bruta, é a escuderia da marca francesa com a menor performance na pista, especialmente em classificação, mas tem em Fernando Alonso a sua grande arma, e o espanhol tem aproveitado todas as oportunidades que surgiram até agora para conseguir pontos que normalmente seriam dos rivais, e já avisou que o time ainda tem muito trabalho pela frente, para conseguir se aproximar dos outros times que têm melhor desempenho. A meta é tentar alcançar a Red Bull, mas o objetivo mais plausível é ser a 4ª força no campeonato, o que não é no momento. O time tem perspectiva de melhorar com um novo pacote de atualizações no carro em Barcelona, tanto que promete até que será um novo carro, a fim de melhorar sua performance. Por enquanto, a escuderia vem conseguindo se virar, e mostrando que a troca das unidades de potência da Honda pelas da Renault tem sido justificada, até o presente momento. Agora, a escuderia precisa se concentrar em ir mais para a frente. Vai conseguir? Todos esperam que sim, até para vermos mais disputa na pista no campeonato.

Equipe Mercedes na F-1: O time campeão do mundo nos últimos quatro anos parecia ter uma sólida vantagem pelo que se esperava no resultado dos testes da pré-temporada, contudo, o panorama do campeonato mostra que o novo carro da escuderia alemã parece até mais temperamental do que o modelo do ano passado, não exibindo aquela superioridade costumeira. Não que o novo carro não seja rápido e competitivo, só que os rivais, em especial a Ferrari, parecem não apenas ter chegado, como até passado à frente dos atuais campeões mundiais. E, se na Austrália a Mercedes acabou sendo pega com a guarda baixa no que tange à estratégia, a situação não melhorou nas corridas seguintes, no Bahrein e na China, onde a escuderia prateada novamente acabou sendo pega no jogo das estratégias, mesmo quando aparentava estar em vantagem, e continua sem vencer na temporada de 2018. Mas convém não subestimar a força da equipe, que ainda está presente, e pode reverter a situação a qualquer momento. Enquanto não consegue fazer isso, o lance é lutar pelos melhores resultados possíveis, e pelo menos, está conseguindo, já tendo assumido a liderança, pelo menos no campeonato de construtores. A meta agora é fazer o mesmo no mundial de pilotos.

Andrea Dovizioso: O vice-campeão da temporada 2017 continua fazendo um campeonato expressivo em 2018. E aproveitando as oportunidades, mesmo quando o equipamento não está em um bom dia, como foi na etapa dos Estados Unidos, na pista de Austin, onde em nenhum momento a Ducati conseguiu se mostrar como candidata à vitória, tendo o pior desempenho na atual temporada até aqui. Frente a um Marc Márquez imbatível na pista texana, o piloto italiano do time de Borgo Panigale fez o que estava ao seu alcance, e terminou a corrida em um satisfatório 5º lugar, que pelo menos garantiu a liderança na classificação do campeonato, mesmo que por apenas 1 ponto para Márquez. O duelo que presenciamos no ano passado continua com tudo este ano, e tem tudo para ficar ainda mais acirrado nas próximas etapas, se Dovizioso continuar conseguindo dar combate ao atual tetracampeão Marc Márquez, que já pinta como favorito destacado, mas que não pode baixar a guarda para Andrea, que mostrou no ano passado que pode surpreender nos momentos mais inesperados. Aguardemos os próximos rounds deste duelo.

Jean-Éric Vergne: O piloto francês da equipe Techeetah continua firme na liderança do campeonato da F-E, aproximando-se cada vez mais do título da categoria. A vantagem não é muito grande, de apenas 18 pontos sobre o vice-líder, o inglês Sam Bird, da equipe Virgin, mas Vergne tem se concentrado em sempre marcar pontos, mesmo quando a performance não lhe permite vencer, e isso ele está conseguindo, e nunca terminando abaixo do 5º lugar nas corridas, mantendo pelo menos uma boa média de pontos, e garantindo que os rivais não se aproximem muito rapidamente. Pelo menos até o momento, a receita tem funcionado, já que Sam Bird e Felix Rosenqvist não tem conseguido manter a mesma constância do francês, seja por desempenhos irregulares de seus carros, ou azares na confiabilidade dos bólidos, que já vitimaram o piloto da Mahindra em duas ocasiões recentes.



EM BAIXA:

Brasileiros na Indycar 2018: A temporada deste ano da Indycar não está sendo muito entusiasmante para o torcedor brasileiro. Se por um lado a transmissão da Bandeirantes continua do jeito de sempre, na pista, a é bom deixar as expectativas de bons resultados um pouco de molho. Matheus Leist chegou prometendo bons desempenhos, pelo que se viu nos testes da pré-temporada, e mesmo que ninguém estivesse esperando vitórias, o piloto gaúcho só conseguiu brilhar mesmo em performance na prova de estréia do campeonato, em São Petesburgo. Nas outras corridas, a performance não foi a esperada, e os pontos conquistados, foram bem magros. Tony Kanaan, que deveria estar comandando a reestruturação da Foyt nas pistas, está fazendo o que pode, mas o time mostra que o buraco é um pouco mais embaixo, e que vai ser um pouco mais complicado deixar tudo funcionando certinho. Pietro Fittipaldi, que vai disputar apenas parte da temporada, acabou no muro logo em sua primeira corrida, e se ele é novato na Indycar, nos ovais a história é outra, já que foi campeão de uma categoria de base da Nascar que só andava em uma pista oval, e em tese, deveria ter tido um pouco mais de cuidado. Ainda é cedo para afirmar, mas este provavelmente será o ano de menor expressão de nossos pilotos na categoria estadunidense. Há espaço para melhoras, mas a competição é renhida, e tudo precisará se encaixar se nossos representantes quiserem de fato sonhar com dias melhores. Até lá, o jeito é se aguentarem na pista do jeito que for possível...

Max Verstappen: O “holandês voador” da equipe Red Bull está conseguindo manter um score perfeito nas corridas da temporada 2018 da F-1.Não tem uma só prova onde “Mad Max” não tenha cometido erros durante a corrida, mostrando que ainda precisa aprender a dominar um pouco o seu excesso de arrojo e agressividade. Na Austrália, rodou na perseguição a um carro da Hass, e acabou a corrida “trancado” atrás de Fernando Alonso. No Bahrein, forçou ultrapassagem em cima de Lewis Hamilton e teve um pneu furado, danificando também seu carro, e tendo de abandonar a corrida. E na China, quando tinha todas as hipóteses de vencer com a estratégia de pneus novos adotada pela Red Bull, Verstappen foi de novo impaciente e impulsivo ao tentar superar Hamilton, saindo da pista e perdendo algumas posições, sem maiores consequências. Só esse erro já deveria ter feito o holandês tomar um pouco mais de cuidado, mas aí ele resolveu caprichar, e na disputa de posição com Sebastian Vettel, colidiu com o alemão numa manobra bizarra e extremamente otimista, que lhe valeu uma punição até branda pelo ocorrido. Ninguém quer que Verstappen deixe de ser arrojado e agressivo, mas ter um pouco mais de cuidado e evitar algumas manobras que obviamente vão dar errado na tentativa podem fazer Max jogar muitos resultados em potencial pela janela. O desastre só não foi completo para a Red Bull porque Daniel Ricciardo mostrou como a coisa devia ser feita, e com ultrapassagens meticulosas e impecáveis, o australiano foi para a liderança e venceu a corrida. Dar show é legal, mas conseguir resultados também, e não é preciso bancar o kamikaze em determinados momentos...

Temporada de Jorge Lorenzo na MotoGP: A temporada do espanhol Jorge Lorenzo realmente não está indo como ele gostaria. Em seu segundo ano defendendo a equipe oficial da Ducati, Jorge está novamente levando um banho de Andrea Dovizioso, e na etapa dos Estados Unidos, embora o italiano tenha largado em pior posição que seu parceiro de time espanhol, Andrea, mesmo com a moto não rendendo bem como nas últimas corridas, avançou para a frente, saindo de 8º para terminar em 5º. Já Lorenzo, largando em 6º, foi caindo para trás, terminando a prova no circuito de Austin em 11º lugar. O resultado é que Dovizioso, mesmo com as dificuldades, lidera o campeonato com 46 pontos, enquanto Lorenzo é o 16º colocado com apenas 6 pontos. O espanhol já começa a admitir que a moto deste ano é até mais difícil de conduzir do que a de 2017, o que não é um bom presságio para a temporada. No ritmo em que a situação está, será que a Ducati renova o contrato do tricampeão? É complicado fazer prognósticos, porque até mesmo a situação de renovação com relação a Dovizioso segue truncada. Mas Jorge tem de procurar reagir, senão quiser ficar ainda mais marcado pela derrota contra Dovizioso no time italiano...

Nelsinho Piquet na F-E: O piloto brasileiro começou bem a atual temporada, ajudando seu novo time, a Jaguar, a crescer em performance, e mostrando constância e senso de estratégia para conseguir resultados mesmo que o desempenho do carro ainda estivesse devendo. Mas nas últimas duas corridas, o piloto brasileiro não tem conseguido superar os azares que surgiram, e ficou sem marcar pontos, e com isso, ficando distante dos líderes na classificação, e com sua posição ficando a perigo, podendo ser superado por outros pilotos no campeonato. Nessas duas corridas, seu parceiro de time, Mith Evans, conseguiu marcar pontos, e aproxima-se de Nelsinho na pontuação, que pode ser superado pelo parceiro se a onda de azar continuar. São apenas dois pontos de vantagem de Piquet sobre Evans. O ponto positivo é que seu antigo time, a Nio, continua sem conseguir se acertar direito, estando ainda mais atrás na competição. A Jaguar melhorou seu desempenho, mas mostra que ainda tem muito o que fazer se quiser disputar efetivamente as primeiras colocações e vitórias na categoria dos carros monopostos elétricos.

Novo teto orçamentário para a F-1 em 2021: O Liberty Media tem plano de implantar um teto orçamentário na categoria máxima do automobilismo a partir de 2021, como forma de tentar conter os gastos excessivos de competição da F-1 que ameaça tragar equipes como Force India e Williams, além de inviabilizar a entrada de novos times na competição. Mas, se estes dois times apoiam a idéia com entusiasmo, é obvio que as escuderias mais abastadas como Mercedes e Ferrari não aprovam a iniciativa com o mesmo fervor, sendo que o time italiano continua batendo na tecla de que pode abandonar a competição se as condições não lhes agradarem. A idéia pode ser boa, mas precisa ser implantada sem causar impactos muito radicais nos times mais ricos, ao se propor um limite baixo até demais, como Max Mosley quis tentar impor e não conseguiu, justamente pelo valor proposto ser completamente irreal de ser implantado em tão pouco tempo. O novo valor que deve ser proposto é de cerca de US$ 150 milhões, quantia que não é desprezível, mas talvez muito abaixo dos mais de US$ 350 milhões ou US$ 400 milhões gastos anualmente por times como Mercedes, Red Bull, ou Ferrari. Um corte para algo em torno de no máximo US$ 250 milhões em 2021, e tentar ir baixando um pouco gradualmente talvez fosse mais viável de ser aceito pelos times mais ricos mas, de qualquer maneira, a idéia ainda precisa ser mais debatida, e desenvolvida, para que possa ser implantada de modo que todos aceitem os termos. Vai ser complicado, mas o Liberty Media quer mostrar o quanto o assunto é importante, então vejamos como eles tentarão convencer todos os times a apoiarem seus termos para esta idéia.

 



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