Hora de trazer mais um de meus
antigos textos, e este foi publicado em 24 de abril de 1998, e falava sobre o
trabalho intensivo das equipes da F-1 naquele momento, testando a rodo, na
ânsia de não serem esmagados pelo poderio da McLaren, que havia arrasado a
concorrência sem dó nem piedade, nas primeiras corridas do ano. Em certo grau,
fiquei até inconformado pelos times terem aquela atitude só naquele momento, a
princípio, já que nos anos em que a F-1 fora dominada por uma única escuderia,
nunca havia se visto tanto empenho em melhorar por parte dos concorrentes, o
que não quer dizer que tenham ficado exatamente parados naquelas épocas, mas não
pareciam ter a determinação que se podia sentir naquele mês de abril de 1998.
Eram mesmo outros tempos: as
escuderias iam para os circuitos e treinavam e testavam, enquanto tivessem
fôlego e recursos. Só a Ferrari, com suas pistas particulares, nadava de
braçada em termos de estrutura, em relação às demais, que precisavam locar as
pistas para os testes. Hoje, a F-1 mal treina e testa, desde que os testes
foram literalmente podados, numa tentativa de corte de custos que hoje em dia
não faz mais sentido. Mas, tão acostumados já ficaram de não testarem mais nas
pistas, que as próprias escuderias hoje são contrárias à volta dos testes em
larga escala, que podiam ao menos ser um pouco mais realizados, inclusive nas
pré-temporadas, que ficaram ridículas, e restritas a apenas um carro de cada
time de cada vez na pista, uma idéia imbecil na minha opinião, mas fazer o quê?
Decididamente, acompanhar a F-1 já foi muito mais prazeiroso e interessante do que
é atualmente.
De quebra, o texto traz os
calendários da F-Chevrolet, e F-Chevrolet Júnior, certames de monopostos nacionais
que há tempos foram extintos, além de algumas notas sobre o campeonato da
F-CART, que estava em andamento, e com boas perspectivas de disputa na pista de
Nazareth, circuito que já não sedia mais corridas, estando abandonado, e em
vias de ser completamente apagado do mapa, uma vez que seu terreno havia sido
vendido, e a perspectiva era de que virasse um novo condomínio em Nazareth.
Realmente, não é apenas no Brasil que pistas podem ser descartadas sem dó nem
piedade... Os tempos eram de fato, outros. Curtam o texto, e em breve, trago
mais colunas antigas por aqui. Até mais!
A ORDEM É TESTAR
A
Fórmula 1 anda pegando fogo mesmo. Nunca vi os times da categoria trabalhando
tanto como agora. A patente superioridade da McLaren nos GPs da Austrália e do
Brasil fez com que praticamente todos os times corressem para as pistas a fim
de realizarem inúmeros testes e treinos, com vistas a reduzir a desvantagem
para a McLaren. O trabalho de tanto serviço já começou a dar algum resultado:
Michael Schumacher conseguiu levar a Ferrari à vitória no GP da Argentina e
abalar momentaneamente o domínio do time de Ron Dennis.
Muita
gente caiu na real, e depois da tentativa malsucedida de “podar” os carros da
McLaren colocando seus novos freios na ilegalidade, viram que o extraordinário
desempenho das flechas prateadas é resultado de muito esforço e trabalho
durante os testes de inverno, e a competência do time no projeto do novo
MP4/13. Agora todos procuram seguir o mesmo caminho, mas não será fácil tirar
tanta vantagem em tão pouco tempo.
Em
parte, fico meio revoltado com isso. Lógico que tantos testes deverão surtir
efeito e o campeonato, que se mostra até o momento como um provável passeio da
McLaren com direito a alguns sucessos esporádicos do talento de Michael
Schumacher na base do braço do piloto alemão, ficará mais equilibrado, e possivelmente,
com muito mais disputa e emoção. Então, qual o problema da minha chateação? É
apenas em se perguntar por que os outros times só acordaram agora? Ou será que
uns e outros grupos podem ter sua hegemonia aceita e outros não?
Se
as equipes da F-1 tivessem essa mentalidade de agora e fizessem tantos testes e
treinos assim, com certeza poderíamos ter tido muito mais campeonatos
disputados. Quem sabe poderíamos não ter tido um ano como o de 1988, que foi
pulverizado pelo domínio avassalador da McLaren; ou uma temporada de 1992 mais
equilibrada e disputada, não tendo Nigel Mansell conquistado o título daquele
ano faltando ainda 5 corridas para o encerramento do mundial? E o mesmo vale
para os anos de 1984, 1987, 1989, 1993, 1994 e 1995, e até mesmo 1996, onde
tivemos domínios de apenas 1 time. Houve emoções nestes anos, é verdade, mas
poderíamos ter tido muito mais.
Sinceramente,
espero que não seja uma moda passageira, e que as escuderias dêem duro para
conseguir se aproximar da McLaren, ou até superá-la. Pode ser difícil, mas
tanto esforço tem que dar algum resultado. Embora a Ferrari tenha tido um pouco
de sorte na Argentina, foi o seu esforço nos testes que possibilitou ao time de
Maranello dar a Michael Schumacher condições mínimas para conseguir descontar
no braço a desvantagem para a McLaren, algo que, do contrário, do jeito que a
coisa se mostrou em Melbourne e em
São Paulo, nem mesmo o bicampeão conseguiria fazer tal
milagre.
Para
melhorar, não são apenas os times de ponta que estão fazendo um esforço
tremendo para conseguir diminuir este desnível. Os times médios e os pequenos
também estão engajados nesta luta. Só nos últimos dias praticamente todas as
escuderias estiveram em diversas pistas testando com afinco, a fim de pôr um
fim ao domínio da McLaren e conseguir melhorar sua performance e melhorar a
competitividade. Um bom sinal de que todo mundo está disposto a fazer um
campeonato mais equilibrado, o que é bom para a própria F-1. A única
preocupação é que a McLaren também não está parada, e só em Silverstone Mika
Hakkinen acabou enfiando mais de 2s de vantagem para
Alexander Wurz, da Benetton. Vai ser duro descontar toda esta vantagem da
McLaren, mas não impossível. Que o campeonato comece pra valer agora mesmo, em
Ímola.
CALENDÁRIOS 98: BRASILEIRO DE F-CHEVROLET
DATA
|
LOCAL
|
05.04
|
Fortaleza*
|
26.04
|
São Paulo
|
10.05
|
Tarumã
|
07.06
|
Goiânia
|
19.07
|
Rio de Janeiro
|
09.08
|
São Paulo
|
13.09
|
Brasília
|
11.10
|
Curitiba
|
08.11
|
Goiânia
|
29.11
|
São Paulo
|
(*) = Prova já realizada.
CALENDÁRIOS 98: BRASILEIRO DE F-CHEVROLET JÚNIOR
DATA
|
LOCAL
|
26.04
|
São Paulo
|
07.06
|
Goiânia
|
19.07
|
Rio de Janeiro
|
09.08
|
São Paulo
|
13.09
|
Brasília
|
11.10
|
Curitiba
|
08.11
|
Goiânia
|
29.11
|
São Paulo
|
A F-CART volta às pistas no domingo, no circuito de Pensylvania
International Raceway, em Nazareth, na Pensilvânia, para a 4ª etapa do
campeonato. A prova deve marcar uma nova fase para muitos. Para a Penske, é a
chance de se recuperarem no campeonato, já que a pista oval de uma milha é de
propriedade de Roger Penske, e é onde seus carros mais testam e treinam. Para
Michael Andretti, esta pista é praticamente o seu quintal, uma vez que a
família Andretti reside em Nazareth. Na
PacWest, é hora de começar efetivamente o campeonato,
utilizando a partir de agora os chassis e motores de 98, depois da aposta
malsucedida de competir nas provas iniciais com o equipamento de 97. E para a
Green, é hora de mostrar evolução, pois Paul Tracy conhece muito bem a pista,
devido aos inúmeros testes que fez nela pela Penske. Como se isso não bastasse,
Adrian Fernandez, Greg Moore, Alessandro Zanardi e os demais irão lutar para
manter suas atuais posições no campeonato...
A situação de Ralf Schumacher anda delicada na Jordan. Em todas as
corridas disputadas até agora no atual campeonato de F-1, o intrépido alemão
tem ficado sempre pelo caminho. Embora Ralf tenha sido sempre mais rápido do
que Damon Hill nas classificações, invariavelmente ele fica para trás do
companheiro de equipe já no arranque da largada. Hill, por sua vez, além de ter
largado sempre melhor do que seu colega alemão, ainda tem chegado ao fim das
corridas. Com resultados discretos até agora, é verdade, mas tem dado muito
menos prejuízo ao time do que Ralf, que continua batendo muito. Na tentativa de
solucionar isso, a Jordan resolveu fazer algumas terapias psicológicas com
“little” Schummy, para ver se ele pelo menos pára de bater tanto...
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