Chegamos ao mês de dezembro, e o ano de 2017 está em sua reta final. Muita coisa aconteceu durante os campeonatos disputados neste ano, e é hora de vermos alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade ocorridos no último mês de novembro, com alguns comentários a respeito. Portanto, é hora de curtirem mais uma sessão Flying Laps aqui no blog. Uma boa leitura a todos, e até a sessão do mês que vem, já no ano de 2018. O tempo realmente voa...
A equipe de A. J. Foyt, lenda vida das categorias Indy, com nada menos do que 7 títulos conquistados em sua carreira de piloto, além de ter sido 4 vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, terá uma dupla de pilotos titulares verde-amarela em 2018 no campeonato Indycar. Além de Tony Kanaan, que encerrou sua passagem pela Chip Ganassi, Matheus Leist, que terminou a temporada da Indy Lights em 4º lugar, será o novo piloto da escuderia. O próprio A.J. falou sobre estar entusiasmado para ver como sua nova dupla irá se entrosar na pista. Nesta temporada, a escuderia passou boa parte da competição tentando se achar com os motores e aerokits da Chevrolet, depois de anos utilizando os equipamentos da Honda, e o desempenho não foi dos melhores. Com a experiência adquirida nesta temporada, a expectativa é melhorar substancialmente de performance no próximo ano, com uma dupla que mescla juventude e experiência. Kanaan é considerado um dos pilotos mais técnicos da Indycar, e apesar de ter feito uma passagem abaixo do esperado na Chip Ganassi, o piloto ainda conta com excelente reputação no meio, mesmo indo para sua 21ª temporada. E Leist, apesar de ter sido o 4º colocado este ano na Indy Lights, venceu 3 corridas e exibiu excelentes performances, além de ter sido o vencedor da F-3 Inglesa em 2016, e é considerado um piloto extremamente rápido. Certamente ele terá muito a aprender com Tony em sua primeira temporada na Indycar. E se a Foyt conseguir evoluir no acerto de seus carros, poderá oferecer um equipamento competitivo para ambos os pilotos. Leist quer provar que merece seu lugar ao Sol, enquanto Kanaan quer esquecer os momentos de baixos resultados na Ganassi para voltar brigar por vitórias. Resta esperar que a Foyt consiga viver dias melhores em 2018, do que os vividos nesta temporada.
Ao ter como pilotos titulares Tony Kanaan e Matheus Leist, a Foyt torna-se o terceiro time das categorias Indy TOPs a contar com uma dupla brasileira por todo o campeonato. A primeira foi a Penske, que em 2000 teve como titulares Gil de Ferran e Hélio Castro Neves, na então F-CART. Os dois correram juntos por alguns anos, mantendo a parceria mesmo depois que Roger Penske mudou para a Indy Racing League, até a aposentadoria de Gil. Em 2001, ainda na F-CART, a equipe Newmann-Hass também contou com dois pilotos brasileiros: Cristiano da Matta e Christian Fittipaldi, que foram parceiros por dois anos na escuderia de Paul Newmann e Carl Hass. E de lá para cá, apesar da participação de vários outros pilotos tupiniquins nos certames, só agora veremos dois brasileiros defenderem um mesmo time durante toda a temporada. Resta esperar que tenha um bom ano em 2018 na Indycar, competindo pela Foyt Enterprises. O último resultado de monta do time foi a vitória do japonês Takuma Sato no GP de Long Beach de 2013...
No seu último ano de existência, a Fórmula V-8 3.5 viu Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão de F-1 Émerson Fittipaldi, sagrar-se como campeão. Pietro chegou à etapa final no Bahrein com 10 pontos de vantagem para seu rival Matevos Isaakyan, mas ele nem conseguiu largar na primeira corrida do fim de semana em Sakhir, e isso deixou tudo ainda mais fácil para o brasileiro, que só precisava então de um 3º lugar para levantar o caneco. Mas ele fez uma boa prova, e subiu ao pódio em 2º lugar, sacramentando a conquista do título do último campeonato realizado pela categoria, que não terá mais disputas, por falta de apoio tanto de fábricas quanto de patrocinadores. Se é verdade que o campeonato deste ano do adeus foi fraco, coube a Pietro pelo menos fazer bom uso do equipamento que tinha, e mostrar pelo menos o talento que se espera do clã Fittipaldi. O grande desafio do mais novo Fittipaldi campeão agora é continuar ascendendo na carreira, com o objetivo de chegar à F-1 em um futuro próximo. A F-2 deve ser o próximo caminho do rapaz, mas também não está descartada a possibilidade de conseguir uma vaga de piloto de testes numa das escuderias da F-1, por mais decorativa que seja essa função hoje em dia...
Como prêmio por parte da conquista do título da Fórmula V-8 3.5, Pietro Fittipaldi ganhou a chance de testar o carro LMP1 da Porsche no Mundial de Endurance, o modelo 919, na pista de Sakhir, no teste reservado aos novatos, que teve, entre outros pilotos, o espanhol Fernando Alonso. O jovem Fittipaldi não fez feio, e conseguiu o tempo de 1min42s275. Muitos exaltaram o fato de Pietro ter sido mais rápido que Alonso, que em sua melhor marca, cravou 1min43s013, uma diferença considerável, mas é preciso colocar as coisas em seus devidos lugares. Alonso andou com o carro LMP1 da Toyota, tendo dado mais de 100 voltas na pista barenita, e além de se familiarizar com o carro, da mesma forma que o brasileiro, deu seguimento a um programa de testes já iniciado pela Toyota com Mike Conway. Em outras palavras, cada um dos dois seguiu uma direção diferente no teste na pista. Em nenhum momento Alonso e Pietro estiveram "duelando" para ver quem era o mais rápido, e os engenheiros buscavam outros tipos de informações. Não deixa de ser um teste mais do que válido, claro. Só não se pode sair apregoando a torto e a direito que o brasileiro superou o espanhol, quando não havia nenhuma disputa nesse sentido. Fernando Alonso está em vias de disputar as 24 Horas de Le Mans pela equipe nipônica, e este primeiro teste é seu primeiro passo neste projeto de correr em Sarthe em 2018, ainda que ambas as partes neguem que haja um acordo firmado oficialmente para isso. Tanto é que embora tenha saído do teste muito satisfeito, Fernando fez algumas comparações do desempenho e comportamento do modelo LMP1 com o de um carro de F-1, inclusive em alguns detalhes que não o agradaram exatamente, enquanto para Pietro, foi uma experiência "fantástica", e uma excelente oportunidade de conduzir um carro TOP de ponta de uma categoria tão sofisticada como é o Mundial de Endurance. O importante é que Pietro causou boa impressão, e isso não foi devido à ter sido mais rápido que Alonso, mas no seu comportamento geral no teste, sabendo se familiarizar rapidamente ao tipo de bólido, ouvir atentamente as instruções de pilotos e engenheiros, e conseguindo andar rápido, tendo sido observado não apenas pelo pessoal da Porsche, mas por todos os outros profissionais presentes, o que pode lhe garantir oportunidades ou pelo menos referências para sua carreira no futuro. E esperemos que ele possa ter a oportunidade de escolher a que for melhor para seu sucesso profissional.
O belga Thierry Neuville venceu o Rali da Austrália, a última etapa do Mundial de Rali de 2017, e faturou o vice-campeonato da competição, tendo vencido 4 etapas no ano. Neuville chegou aos 208 pontos, superando Ott Tanak, que fechou o ano em terceiro na competição, com 191 pontos. Sébastian Ogier foi mais uma vez campeão, e mesmo tendo vencido apenas duas etapas, fez uma campanha extremamente regular, deixando de pontuar em apenas uma etapa, e nunca ficando abaixo do 5º lugar nas etapas em que pontuou, o que foi decisivo para chegar a mais um título, tendo terminado o ano com 232 pontos. Neuville, apesar de vencer o dobro de corridas, deixou de pontuar em duas etapas, e teve resultados apenas razoáveis nas duas primeiras provas da temporada, o que pesou no final da competição. Ao menos, o mundial deste ano não foi um passeio para Ogier, que competindo pela equipe da M-Sport, teve de se esforçar bem mais do que em anos anteriores para vencer novamente o campeonato. A M-Sport, aliás, terminou o ano como campeã, com 428 pontos, bem à frente da Hyundai, que foi a vice-campeã, com um total de 345 pontos. A Toyota foi a 3ª colocada, totalizando 251 pontos, e a Citroen foi a última colocada, com 218. Tivemos 5 pilotos vencendo etapas em 2017, um número até bem satisfatório, em que pese Ogier, Neuville e Tanak terem deixado todos os demais competidores bem para trás na pontuação. Jari-Matti Latvala, apesar de ter ficado em 4º na classificação final, terminou o ano com 136 pontos, bem distante dos três ponteiros. Melhor sorte ao pessoal que ficou comendo poeira dos três destaques do ano no campeonato na próxima temporada...
A Copa Truck, certame lançado este ano pelos dissidentes da extinta F-Truck, anunciou o seu calendário para o ano de 2018, com um total de 9 etapas, divididas em 4 copas "regionais", e a disputa de duas etapas no exterior. O anúncio foi feito no início de novembro, em um evento em São Paulo. Confiram as datas da competição de caminhões para a próxima temporada: COPA SUL: 25/03 - Cascavel/PR, e 15/04 - Guaporé/RS; COPA SUDESTE: 27/05 - Curvelo/MG, e etapa a definir - São Paulo/SP; COPA CENTRO-OESTE: 29/07 - Campo Grande/MS, e 26/08 - Goiânia/GO; COPA MERCOSUL: 16/09 – Buenos Aires/Argentina, e 07/10 – Rivera/Uruguai; GRANDE FINAL: 09/12 - Curitiba/PR. A Copa Mercosul será composta de uma etapa em Buenos Aires, na Argentina, e Rivera, no Uruguai, onde o público local poderá conferir a disputa dos pesos pesados na pista. Cada copa regional é composta de duas etapas, e os vencedores serão classificados para a disputa da grande final, na pista de Pinhais, em Curitiba. Cada copa terá seus 3 primeiros colocados como vencedores ouro, prata e bronze, e todos eles disputarão o título em Curitiba. Depois de um ano complicado, onde vimos a derrocada da F-Truck, e a criação de um novo certame, reunindo todos os dissidentes que haviam saído da antiga competição por discordarem de como ela vinha sendo gerida nos últimos tempos, é um alívio ver que o campeonato de caminhões está dando a volta por cima, e com um novo campeonato, que inclusive já tem a chancela da CBA, e que tem tudo para voltar a seus melhores dias, com boas expectativas já para 2018.
Diz o ditado que, "quando dois brigam, o terceiro é quem sai lucrando", e de certa forma, pudemos ver isso no tradicional GP de Macau de F-3, disputado no último dia 19 de novembro. O brasileiro Sergio Sette Câmara e o austríaco Ferdinand Habsburg duelaram ferozmente pela vitória na corrida, com Sergio liderando boa parte dela, e mantendo-se firma na frente, após aproveitar os problemas ocorridos com os dois primeiros colocados. O brasileiro tinha até uma vantagem razoável, uma vez que atrás dele, havia uma boa briga pela segunda posição, que acabou com Habsburg, mas seu carro deu uma pequena perda de ritmo na volta final, e Ferdinand partiu para o ataque, em busca da liderança, o que conseguiu logo na última curva, na entrada da reta de chegada. Sergio perdeu o controle do carro na ultrapassagem, e acertou a barreira de pneus na entrada da curva, abandonando com a bandeirada à vista. Só que Habsburg bateu logo em seguida, vários metros à frente, também ficando a ver navios na chance de vencer a corrida. O triunfo acabou caindo no colo de Daniel Ticktum,que vinha já um pouco distante de ambos. Lando Norris acabou em 2º lugar, seguido de Ralf Aron. Ferdinand Habsburg, mesmo com o carro avariado, conseguiu cruzar a chegada em 4º. Como dizem, corridas só terminam mesmo na bandeirada. Pena que sem sempre isso é uma regra geral... As corridas poderiam ser muito mais emocionantes em várias ocasiões...
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