sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

HAVOC SERIES – ANTIGOS GPS DA FÓRMULA 1 – PARTE II



            Hora da última postagem do ano, e dando seguimento à seleção de vídeos com antigos GPs da história da F-1, trago hoje algumas corridas antológicas para o torcedor brasileiro, mostrando nada menos do que alguns dos triunfos mais marcantes de Ayrton Senna, de uma época onde o brasileiro fingia que gostava de automobilismo, mas na verdade, assistia mesmo porque havia um conterrâneo vencendo corridas, e não pela competição em si propriamente. Com sua morte em maio de 1994, o brasileiro comum deixou de gostar de corridas, e isso hoje se resumiu àqueles que realmente gostam das competições do esporte a motor. O país até hoje infelizmente vive a “viuvez” de Ayrton Senna, que mesmo tendo se passado quase 25 anos de sua morte, continuam muitos a defender que a F-1 de hoje não tem mais graça, esquecendo-se de um fator que muitos parecem ignorar: Ayrton não competiria para sempre. Mais cedo ou mais tarde, ele aposentaria o capacete, e uma nova geração de pilotos teria de seguir em frente.
            O falecimento de Senna apenas antecipou esse processo. Talvez, com sua presença, alguns de nossos pilotos conseguissem lugares em times mais competitivos, talvez não. E, no caso desta última hipótese, tudo poderia estar igual a como foram as últimas décadas. Imaginar que se Senna estivesse vivo as coisas seriam diferentes é um tiro completamente no escuro. Ayrton muito provavelmente seguiria na ativa até o fim da década, não tivesse sofrido aquele acidente fatal em Ímola em 1994. Mas, dali em diante, outros pilotos brasileiros seguiriam defendendo o legado brasileiro na F-1. De uma forma ou de outra, nossa passagem vitoriosa pela categoria acabaria de um jeito ou de outro. O que poderia mudar é alguns talentos terem chances em times de ponta, graças à presença de Senna, mas não se pode imaginar que sua influência poderia fazer tudo também. Por isso, imaginar que tudo seria diferente remete a um exercício de infinitas possibilidades, que poderiam ou não ocorrer, sem nenhuma garantia de veracidade.
            Mas, o tempo não volta, por isso, para aqueles saudosistas do tempo em que o Brasil “vencia” nas pistas da F-1, eis aqui a seleção de vídeos de hoje, encerrando as postagens de 2017, e torçamos para que o ano de 2018 seja muito melhor, em muitos aspectos. Aproveitem a seleção.

O primeiro vídeo, postado no You Tube pelo usuário well senna, mostra o Grande Prêmio do Brasil de 1991, que foi marcado pela primeira vitória de Ayrton Senna na prova brasileira. Senna havia falhado as tentativas de vencer nossa corrida em várias ocasiões, e nessa corrida, Ayrton finalmente desencantou. Mas não foi uma corrida sem dramas. A Williams começava a mostrar a excelente forma de seu novo chassi FW14, e Nigel Mansell foi uma ameaça premente ao triunfo do brasileiro em Interlagos. Mas Mansell era Mansell, e seu estilo tradicional de pilotagem acabou forçando o carro, que ainda pecava em confiabilidade, acabando por resultar no abandono do inglês da Williams. Mesmo assim, Senna quase não venceu: o câmbio da McLaren MP4/6 começou a apresentar problemas, e Ayrton, num esforço homérico, conseguiu terminar a corrida com o câmbio quase indo para as cucuias. O esforço foi tamanho, que o brasileiro mal conseguiu sair do carro após a bandeirada, devido ao esforço para engatar as marchas restantes no câmbio. Senna venceu, largando da pole, e Riccardo Patrese chegou em 2º lugar, com Gehard Berger completando o pódio, em 3º lugar. Revejam como foi aquela corrida, na transmissão da TV Globo, com narração de Galvão Bueno:



O vídeo seguinte é de 1993, e mais uma vez, o palco é o Grande Prêmio do Brasil, em Interlagos, para vermos a segunda e última vitória de Ayrton Senna em nosso país. Se em 1991, Senna era o franco favorito, em uma McLaren que era a grande força da F-1, nesta temporada o panorama já era diferente. A Williams era a força dominante, e havia esmagado a concorrência em 1992 com grande facilidade. E começara 1993 com a mesma força, e tendo Alain Prost como principal piloto. A McLaren, com Senna, havia perdido a força da Honda, e corria com um motor Ford que, apesar de bom, não era a versão mais forte do propulsor, até então exclusiva da Benetton. Apesar do excelente chassi MP4/8 concebido pela McLaren, a diferença de potência de motores era tal que mesmo com o talento de Senna, ele ficava a mais de 1s5 de diferença para as Williams. Mas os céus mandaram aquela que seria a maior aliada nos triunfos de Ayrton naquele início de 1993, a chuva, onde o brasileiro era mestre em andar no molhado, e isso embaralhou as chances na corrida, com Alain Prost a rodar no molhado e abandonar, e um ainda incipiente Damon Hill a não conseguir resistir ao ataque de Senna, que após superar o inglês da Williams, rumou firme para a vitória, conseguindo se impor numa luta que tinha tudo para perder. Damon Hill foi o segundo colocado, e Michael Schumacher fechou o pódio, em 3º. Revejam a corrida, com a transmissão da TV Globo e narração de Galvão Bueno, no vídeo postado no You Tube pelo usuário Mateus Almeida:



Finalizando a postagem, segue o link de uma playlist de vídeos contendo o Grande Prêmio da Europa de 1993 de F-1, única corrida sediada na pista inglesa de Donington Park, que assistiu a uma exibição de gala de Ayrton Senna, que novamente na chuva, deu um show desde a largada, obtendo uma vitória espetacular que chegava até a colocar em xeque o favoritismo de Alain Prost e da Williams, não esquecessem que não seriam todas as corridas do ano que teriam chuva durante sua disputa. Com uma primeira volta antológica, Senna assumia a ponta ainda na primeira volta, largando em 4º, e chegando a cair momentaneamente para 5º lugar. Como a chuva ia e voltava, quem lidasse melhor com as interpéries levaria vantagem, e foi o que Ayrton fez, chegando a colocar, em determinado momento, 1 volta de vantagem sobre o segundo colocado, Damon Hill, que depois ainda terminaria na mesma volta do brasileiro, apenas porque este resolveu diminuir o ritmo e garantir chegar ao final, no piso traiçoeiro que se tornou o traçado do autódromo inglês naquele dia. Alain Prost, derrotado completamente na chuva, ainda foi 3º colocado, com mais de uma volta de desvantagem, fechando o pódio. E Rubens Barrichello, que fez uma primeira volta até mais espetacular do que a de Senna, saindo do meio do pelotão para se postar entre os primeiros já no início da corrida, acabou abandonando por pane seca em seu Jordan, quando tinha tudo até para ameaçar o 3º lugar de Prost. Aproveitem os vídeos, trazendo desde os carros no grid, até logo após a corrida:



E, com isso, o blog encerra as postagens de 2017. Tudo de bom para todos, e até o ano que vem. Cuidem-se todos!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

HAVOC SERIES – ANTIGOS GPS DA FÓRMULA 1 – PARTE I



            Continuando a trazer uma seleção de vídeos dos tempos antigos da F-1, a postagem de hoje trará um apanhado de vídeos bem grandes, com GPs da história da F-1, bem completos, para poderem ver como eram as disputas naqueles tempos. De certo modo, muita coisa era melhor do que hoje, antigamente, mas nem tudo. Algumas corridas eram de fato memoráveis, mas muitas também eram chatas, e até sem graça, diante do domínio de algumas equipes em suas respectivas épocas. Mas o que ninguém pode negar é que os carros de antigamente, em que pesem suas condições de segurança por vezes pífia, se comparados aos dias de hoje, possuíam muito mais personalidade, permitindo sua identificação por parte dos aficionados com muito mais facilidade do que nos tempos atuais. Confiram então esta seleção de vídeos de hoje, e continuem a curtir um pouco mais dos tempos áureos da Fórmula 1.

O primeiro vídeo, postado pelo usuário zarniwup123 no You Tube, mostra o Grande Prêmio do Japão de 1977. Foi a segunda corrida realizada no Japão, na pista do Fuji Speedway, que havia estreado no calendário da categoria máxima do automobilismo no ano anterior. Desta vez, não houve a chuva torrencial de 1976, que acabou deixando a corrida caótica, e consagrou James Hunt como campeão. A pole foi de Mario Andretti, com a Lotus, mas o piloto acabou abandonando ainda na primeira volta, em virtude de uma colisão. James Hunt, que largou em 2º lugar, rumou para a vitória, a sua 3ª na temporada. O título já havia sido decidido muito tempo antes, e Niki Lauda, bicampeão, abandonara a Ferrari, para fúria do Comendador, mas também um desabafo do piloto austríaco às críticas recebidas por parte dos torcedores de que havia se tornado um covarde por sua decisão de abandonar a corrida nipônica no ano anterior, o que entregou o título a Hunt. Lauda mostrou que não era bem assim. Dos 24 carros que largaram em Fuji em 1977, apenas a metade cruzou a linha de chegada. Hunt venceu com mais de 1 minuto de vantagem para Carlos Reutemann, da Ferrari, com Patrick Depailler, da Tyrrel, fechando o pódio, com apenas 4s de atraso para o piloto argentino da Ferrari. A prova teve 73 voltas, com Jody Schekter, da Wolf, anotando a melhor volta da corrida, com 1min14s3, terminando em 10º lugar, a 2 voltas do vencedor. Confiram:


O próximo vídeo, também sobre a temporada de 1977, é sobre o Grande Prêmio do Brasil daquele ano, quando a prova foi vencida por Carlos Reutemann, da Ferrari. Reutemann cruzou a bandeirada, após as 40 voltas da corrida – era o circuito original de Interlagos, lembrem-se, com cerca de 10s de vantagem para James Hunt, da McLaren. Com quase 1min48s de atraso, Niki Lauda completou o pódio com a outra Ferrari. A vitória colocava Reutemann na liderança do campeonato, uma vez que Lauda e Hunt marcaram nesta corrida seus primeiros pontos na temporada. Na primeira corrida, a vitória havia sido de Jody Schekter, com a surpreendente Wolf. No decorrer do campeonato, Lauda deslancharia com a Ferrari, enquanto Hunt enfrentava muitos problemas de confiabilidade com a McLaren, e nem chegaria perto de disputar o título. A Wolf perdeu parte do fôlego inicial, mas levaria Schekter ao vice-campeonato. Naquela prova em Interlagos, o circuito paulistano foi duro com os competidores: apenas 7 dos 22 pilotos que largaram receberam a bandeirada, com apenas os três primeiros terminando na volta do vencedor. O 4º colocado, Émerson Fittipaldi, apesar do bom resultado com sua equipe, a Copersucar, finalizou com mais de 1 volta de desvantagem para Reutemann, prenunciando outro ano de muitas dificuldades para a equipe brasileira. O vídeo foi postado no You Tube pelo usuário SpeedMerchants, e tem como atrativo a narração de Luciano do Valle. Confiram:



O próximo vídeo, postado pelo usuário Serge Didier dSP no You Tube, mostra o Grande Prêmio da França de 1973, disputado no circuito de Paul Ricard. A corrida, com 54 voltas, foi vencida por Ronnie Peterson, da Lotus, com François Cévert, da Tyrrel, em 2º lugar, com cerca de 41s de desvantagem. Carlos Reutemann, então na Brabham, fechou o pódio em 3º. Jackie Stewart, com a Tyrrel, largou na pole-position, mas acabou terminando apenas em 4º, a quase 47s de desvantagem para Peterson. Dennis Hulme, com a McLaren, fez a volta mais rápida, com 1min50s99. Émerson Fittipaldi, então na Lotus, acabou abandonando a corrida, em virtude de um acidente. Nada menos que 28 pilotos largaram, mas 12 ficaram pelo meio do caminho, com apenas 16 competidores a receberem a bandeirada de chegada, sendo Wilson Fittipaldi, da Brabham, o último na pista, fechando a corrida com 4 voltas de desvantagem para o piloto sueco da Lotus. José Carlos Pace, correndo pela Surtess, foi apenas um pouco melhor, terminando em 13º, com 3 voltas a menos. Confiram a corrida:



Com isso, fecho a seleção de vídeos desta postagem. São menos vídeos do que o de costume, mas levando-se em consideração o tamanho de cada um deles, a diversão e o entretenimento estão garantidos por algumas horas, ainda mais para se ver as condições das pistas e como eram as corridas naqueles tempos. Um bom divertimento a todos, e em breve, trago mais alguns vídeos interessantes por aqui. Até!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

HAVOC SERIES – COMO ERA A FÓRMULA 1 NOS ANOS 1950



            Tendo iniciado suas disputas como campeonato oficial pela FIA em 1950, não demorou para as corridas também terem seus primeiros acidentes entre os competidores. Comparado aos dias de hoje, os carros daquela época pouca ou quase nenhuma proteção ofereciam a seus condutores. Os pilotos nem cinto de segurança usavam, o que tornavam os acidentes potencialmente muito mais perigosos do que já eram. Em caso de batidas, não era difícil que o piloto saísse voando do carro. Some-se a isso às precárias condições de segurança das pistas onde corriam, e pode-se ver que dirigir um bólido naqueles tempos não era apenas questão de talento, mas de coragem, ou em alguns casos, loucura completa, para os padrões de hoje.
            Muitas vidas se perderam nessa aventura, naqueles tempos. Os pilotos eram vistos como super-homens da velocidade, por desafiarem a cada curva, o temerário, as chances de um acidente, que muitas vezes era fatal. Quem sobrevivesse para correr de novo merecia o maior respeito de todos, ou ser tachado de alucinado, por ter alguns parafusos a menos na cabeça, por continuar arriscando o pescoço naquelas condições de segurança. Era o que se tinha à época, e aos poucos, foram sendo introduzidas melhorias, tanto nos carros quanto nos circuitos. Hoje, até se critica o excesso de cuidado em determinadas situações, como nas largadas de provas sob chuva, que para mim, beiram um exagero completo, se formos comparar com corridas que a F-1 já disputou um dia. Não se trata de menosprezar a segurança, mas de não tolerar riscos, a ponto de se temer tanto um acidente, que não se permita correr.
            As corridas são um esporte naturalmente perigoso. E o que torna os pilotos seres “especiais” é sua capacidade de desafiar o perigo ao volante de seus bólidos. Hoje, os cuidados excessivos nesta área dificultam ao público poder ver esta qualidade nos pilotos, devido ao cuidado por vezes obssessivo nas condições de segurança. Não é preciso voltar ao passado, como nos anos 1950, mas um pouco menos de exagero em algumas condições não fariam tanto mal assim. Confiram alguns vídeos, e vejam como era correr na primeira década de existência da F-1, nesta seleção de vídeos postados no You Tube.
            O primeiro vídeo, postado pelo usuário GreatSwitch, mostra uma seleção de cenas raras de acidentes ocorridos nos anos 1950. Não se pode deixar enganar pela velocidade aparentemente baixa dos carros em algumas pistas. Quando ocorria um acidente, senão houvesse nenhum ferimento aos envolvidos, podia ser considerado às vezes até um milagre, pelas condições de segurança existentes. Confiram:



O próximo vídeo mostra um pouco de como eram as competições na época, mostrando até um pouco de algumas outras provas. O vídeo é de autoria do usuário AutomotiveDreams:



O próximo vídeo mostra um pequeno review do primeiro campeonato da F-1 em 1950, com várias imagens raras de como eram as corridas naqueles tempos. O vídeo foi postado pelo usuário ArgentinianGamer:



O vídeo seguinte traz um review bem mais completo do Grande Prêmio da França de 1950, disputado no circuito de Reims, com uma boa descrição de tudo o que ocorreu naquele fim de semana, na corrida que foi vencida por Juan Manuel Fangio, ao volante da Alfa Romeo. O argentino, que se tornaria nos anos seguintes pentacampeão mundial, terminou o ano como vice-campeão, apenas 3 pontos atrás de Giuseppe Farina, também da Alfa Romeo, o primeiro campeão mundial da história da F-1. Confiram o vídeo, postado pelo usuário JordanPeugeot1997:



O vídeo seguinte, postado pelo usuário Domingos Iorio, é uma coletânea de fotos do primeiro Grande Prêmio de F-1 da história, em 13 de maio de 1950, em Silverstone, com presença, inclusive da família real britânica, em um local que quase é risível as condições, se comparadas às que encontramos nos autódromos hoje em dia. Mas, era o início de tudo, então, fica ainda mais interessante ver como as coisas começaram, para evoluírem até o que temos hoje em dia. Aproveitem:


Bom, com isso, encerro mais esta postagem no blog. Um bom proveito para todos, e em breve trago mais uma seleção de vídeos por aqui. Bom divertimento!