Hora da última postagem do ano, e
dando seguimento à seleção de vídeos com antigos GPs da história da F-1, trago
hoje algumas corridas antológicas para o torcedor brasileiro, mostrando nada
menos do que alguns dos triunfos mais marcantes de Ayrton Senna, de uma época
onde o brasileiro fingia que gostava de automobilismo, mas na verdade, assistia
mesmo porque havia um conterrâneo vencendo corridas, e não pela competição em
si propriamente. Com sua morte em maio de 1994, o brasileiro comum deixou de
gostar de corridas, e isso hoje se resumiu àqueles que realmente gostam das
competições do esporte a motor. O país até hoje infelizmente vive a “viuvez” de
Ayrton Senna, que mesmo tendo se passado quase 25 anos de sua morte, continuam
muitos a defender que a F-1 de hoje não tem mais graça, esquecendo-se de um
fator que muitos parecem ignorar: Ayrton não competiria para sempre. Mais cedo
ou mais tarde, ele aposentaria o capacete, e uma nova geração de pilotos teria
de seguir em frente.
O falecimento de Senna apenas
antecipou esse processo. Talvez, com sua presença, alguns de nossos pilotos
conseguissem lugares em times mais competitivos, talvez não. E, no caso desta
última hipótese, tudo poderia estar igual a como foram as últimas décadas.
Imaginar que se Senna estivesse vivo as coisas seriam diferentes é um tiro
completamente no escuro. Ayrton muito provavelmente seguiria na ativa até o fim
da década, não tivesse sofrido aquele acidente fatal em Ímola em 1994. Mas,
dali em diante, outros pilotos brasileiros seguiriam defendendo o legado
brasileiro na F-1. De uma forma ou de outra, nossa passagem vitoriosa pela
categoria acabaria de um jeito ou de outro. O que poderia mudar é alguns talentos
terem chances em times de ponta, graças à presença de Senna, mas não se pode
imaginar que sua influência poderia fazer tudo também. Por isso, imaginar que
tudo seria diferente remete a um exercício de infinitas possibilidades, que
poderiam ou não ocorrer, sem nenhuma garantia de veracidade.
Mas, o tempo não volta, por isso,
para aqueles saudosistas do tempo em que o Brasil “vencia” nas pistas da F-1,
eis aqui a seleção de vídeos de hoje, encerrando as postagens de 2017, e
torçamos para que o ano de 2018 seja muito melhor, em muitos aspectos.
Aproveitem a seleção.
O
primeiro vídeo, postado no You Tube pelo usuário well senna, mostra o Grande Prêmio
do Brasil de 1991, que foi marcado pela primeira vitória de Ayrton Senna na
prova brasileira. Senna havia falhado as tentativas de vencer nossa corrida em
várias ocasiões, e nessa corrida, Ayrton finalmente desencantou. Mas não foi
uma corrida sem dramas. A Williams começava a mostrar a excelente forma de seu
novo chassi FW14, e Nigel Mansell foi uma ameaça premente ao triunfo do
brasileiro em Interlagos. Mas Mansell era Mansell, e seu estilo tradicional de
pilotagem acabou forçando o carro, que ainda pecava em confiabilidade, acabando
por resultar no abandono do inglês da Williams. Mesmo assim, Senna quase não
venceu: o câmbio da McLaren MP4/6 começou a apresentar problemas, e Ayrton, num
esforço homérico, conseguiu terminar a corrida com o câmbio quase indo para as
cucuias. O esforço foi tamanho, que o brasileiro mal conseguiu sair do carro
após a bandeirada, devido ao esforço para engatar as marchas restantes no
câmbio. Senna venceu, largando da pole, e Riccardo Patrese chegou em 2º lugar,
com Gehard Berger completando o pódio, em 3º lugar. Revejam como foi aquela
corrida, na transmissão da TV Globo, com narração de Galvão Bueno:
O
vídeo seguinte é de 1993, e mais uma vez, o palco é o Grande Prêmio do Brasil,
em Interlagos, para vermos a segunda e última vitória de Ayrton Senna em nosso
país. Se em 1991, Senna era o franco favorito, em uma McLaren que era a grande
força da F-1, nesta temporada o panorama já era diferente. A Williams era a
força dominante, e havia esmagado a concorrência em 1992 com grande facilidade.
E começara 1993 com a mesma força, e tendo Alain Prost como principal piloto. A
McLaren, com Senna, havia perdido a força da Honda, e corria com um motor Ford
que, apesar de bom, não era a versão mais forte do propulsor, até então
exclusiva da Benetton. Apesar do excelente chassi MP4/8 concebido pela McLaren,
a diferença de potência de motores era tal que mesmo com o talento de Senna,
ele ficava a mais de 1s5 de diferença para as Williams. Mas os céus mandaram
aquela que seria a maior aliada nos triunfos de Ayrton naquele início de 1993,
a chuva, onde o brasileiro era mestre em andar no molhado, e isso embaralhou as
chances na corrida, com Alain Prost a rodar no molhado e abandonar, e um ainda
incipiente Damon Hill a não conseguir resistir ao ataque de Senna, que após
superar o inglês da Williams, rumou firme para a vitória, conseguindo se impor numa
luta que tinha tudo para perder. Damon Hill foi o segundo colocado, e Michael
Schumacher fechou o pódio, em 3º. Revejam a corrida, com a transmissão da TV
Globo e narração de Galvão Bueno, no vídeo postado no You Tube pelo usuário Mateus
Almeida:
Finalizando
a postagem, segue o link de uma playlist de vídeos contendo o Grande Prêmio da
Europa de 1993 de F-1, única corrida sediada na pista inglesa de Donington
Park, que assistiu a uma exibição de gala de Ayrton Senna, que novamente na
chuva, deu um show desde a largada, obtendo uma vitória espetacular que chegava
até a colocar em xeque o favoritismo de Alain Prost e da Williams, não esquecessem
que não seriam todas as corridas do ano que teriam chuva durante sua disputa.
Com uma primeira volta antológica, Senna assumia a ponta ainda na primeira
volta, largando em 4º, e chegando a cair momentaneamente para 5º lugar. Como a
chuva ia e voltava, quem lidasse melhor com as interpéries levaria vantagem, e
foi o que Ayrton fez, chegando a colocar, em determinado momento, 1 volta de vantagem
sobre o segundo colocado, Damon Hill, que depois ainda terminaria na mesma volta
do brasileiro, apenas porque este resolveu diminuir o ritmo e garantir chegar
ao final, no piso traiçoeiro que se tornou o traçado do autódromo inglês
naquele dia. Alain Prost, derrotado completamente na chuva, ainda foi 3º
colocado, com mais de uma volta de desvantagem, fechando o pódio. E Rubens
Barrichello, que fez uma primeira volta até mais espetacular do que a de Senna,
saindo do meio do pelotão para se postar entre os primeiros já no início da
corrida, acabou abandonando por pane seca em seu Jordan, quando tinha tudo até
para ameaçar o 3º lugar de Prost. Aproveitem os vídeos, trazendo desde os
carros no grid, até logo após a corrida:
E,
com isso, o blog encerra as postagens de 2017. Tudo de bom para todos, e até o
ano que vem. Cuidem-se todos!