quarta-feira, 23 de agosto de 2017

ARQUIVO PISTA & BOX – MARÇO DE 1998 – 06.03.1998



            Em mais uma postagem trazendo uma de minhas antigas colunas, trago hoje a que foi publicada em 6 de março de 1998, e o assunto principal era o início de mais um campeonato da Fórmula 1, que prometia muito naquela temporada. Todo mundo chegara a Melbourne com expectativas de bons duelos, entre a favorita Williams, campeã do ano anterior; a sempre desafiante Ferrari, apesar das incógnitas; e a McLaren, que havia assombrado o pessoal nos testes, mas todo mundo achava que poderia ser fogo de palha, para tentar desestabilizar o pessoal e se mostrar um pouco.
            Bom, a corrida até que teve alguma emoção, mas essa ficou restrita ao pelotão secundário. A McLaren massacrou a concorrência naquele ano. A Williams não mostrava mais a mesma força do ano anterior, e a Ferrari só deu algum trabalho porque Michael Schumacher era o melhor piloto do grid, mas o time de Maranello ficaria ainda na fila por mais algum tempo. E a Finlândia teria o seu segundo piloto campeão mundial naF-1: Mika Hakkinen, após o título solitário de Keke Rosberg em 1982.
            Fiquem agora com o texto, e em breve, como sempre, trago mais colunas antigas por aqui. Boa leitura a todos...


DE VOLTA ÀS EMOÇÕES

Finalmente, é chegada a hora de ser dada a largada de mais uma temporada da Fórmula 1. Depois de alguns meses de jejum e descanso merecido, é hora de recomeçar a maratona do campeonato, começando pela etapa que será disputada na passagem de sábado para domingo, horário de Brasília, mas que já será na tarde de domingo no circuito montado no Albert Park, em Melbourne.
            Ano passado, todo o pessoal da F-1 desembarcou aqui com a certeza de que a Williams seria a favorita do campeonato. Sobrava a expectativa de uma disputa mais equilibrada por parte dos demais times da categoria. E a corrida, por um acaso da sorte, ou melhor, da maluquice de Eddie Irvinne, que acabou tirando Jacques Villeneuve da prova na largada, foi relativamente boa, e pudemos ver a McLaren voltar às vitórias, de onde andava ausente desde aqui mesmo, em 1993, quando o GP ainda era disputado em Adelaide, em prova vencida por Ayrton Senna, que se despedia do time de Ron Dennis.
            Agora, a expectativa é diferente. A Williams ainda é considerada favorita, mas ninguém sabe se isso vai se confirmar. Os excelentes testes obtidos pela McLaren, mais a incógnita quase absoluta da performance da nova Ferrari, aliada à renovação da Benetton, ajudaram a colocar mais lenha na fogueira. Todos chegaram a Melbourne no início da semana com a pulga atrás da orelha, intrigados com a real performance dos times de ponta da F-1. Eu também estou ouriçado para ver o que vai acontecer, se bem que, quando esta coluna estiver sendo lida, já terão transcorrido os treinos livres de sexta-feira aqui na Austrália. E ainda assim, estes treinos ainda podem dar uma falsa idéia do que esperar. Só o treino classificatório, que pelo horário do Brasil será hoje à noite, poderá solucionar a dúvida de 9 entre 10 pessoas ligadas ao circo da categoria, incluindo além do pessoal das equipes, jornalistas, fotógrafos, e telespectadores.
            Além da emoção que a disputa de pista trará, é bom retornar ao clima dos Grandes Prêmios. Ao fim de temporada, todos já estão até de saco cheio com a tensão de um GP, mas depois de alguns meses, todo mundo já está mais do que pronto para encarar tudo novamente. Felizmente, nos primeiros GPs da temporada, apesar do clima de competição e disputa já estarem a todo vapor, a tensão do pessoal ainda não está em ponto extremo, e dá para curtir mais o clima de uma corrida. Isso é algo que deve durar até o GP da Argentina, 3ª prova do campeonato. A partir de Ímola, quando estréia a fase européia do calendário, é que a tensão e o clima devem pegar fogo e a guerra da competição ser declarada entre todo mundo e contra todos. Pode parecer exagero, mas há situações pesadas mesmo neste meio, e é bom estar preparado para encarar muita barra pesada.
            Só uma coisa não ficou totalmente amainada desde o último GP de 1997: a rivalidade Michael Schumacher-Jacques Villeneuve. Os dois estão em ponto de bala desde a “fechada” que o bicampeão alemão deu no canadense em Jerez de La Fronteira ano passado. Jacques andou trocando várias farpas com o piloto alemão. Já Schumacher, com sua postura germânica fria, poderia ser considerado um tremendo cara de pau, em virtude de algumas declarações onde tenta se redimir dos atos que foram mais do que intencionais. Nem vale a pena recordar estas declarações, que estão mais para briguinhas de estudantes colegiais do que para pilotos de uma categoria automobilística de prestígio internacional.
            Bem, chega de fazer declarações por enquanto. É hora de apreciar o ronco dos motores, as disputas de curva, freadas, ultrapassagens, pit stops, e tudo o mais. A F-1 está de volta!


CALENDÁRIOS 98: F-CART

DATA
PROVA
CIRCUITO
PISTA
15.03
GP de Miami
Homestead Motorsport Complex
Oval
29.03
GP do Japão
Twin Ring Motegi (Japão)
Oval
05.04
GP de Long Beach
Long Beach
Urbano
26.04
225 Milhas de Nazareth
Pensylvania International Speedway
Oval
10.05
Rio 400
Émerson Fittipaldi Speedway (Brasil)
Oval
23.05
GP de Madison
Madison
Oval
31.05
200 Milhas de Milwaulkee
Milwaukee Mile
Oval
07.06
GP de Detroit
Belle Isle Park
Urbano
21.06
GP de Portland
Portland International Raceway
Misto
12.07
GP de Cleveland
Burke Lakefront Airport
Misto
19.07
GP de Toronto
Exhibition Place (Canadá)
Urbano
26.07
US 500
Michigan International Speedway
Oval
09.08
200 Milhas de Mid-Ohio
Mid-Ohio Sports Car Course
Misto
16.08
200 Milhas de Road America
Elkhart Lake
Misto
06.09
GP de Vancouver
Concorde Pacific Place (Canadá)
Urbano
13.09
GP de Laguna Seca
Laguna Seca Raceway
Misto
04.10
GP de Houston
Houston
Urbano
18.10
GP da Austrália
Surfer’s Paradise (Austrália)
Urbano
01.11
500 Milhas da Califórnia
California Speedway
Oval


Mais um brasileiro pode entrar na retaguarda da F-1. Depois de perder a chance de ser piloto titular na Tyrrel, Tarso Marques tenta ser o piloto de testes do time nesta temporada. Com a mudança para a British American Racing em 1999, Tarso tenta ter a chance de ser efetivado como titular. Se tudo der certo, teremos 4 pilotos de testes brasileiros na categoria este ano. Ricardo Zonta está garantido na McLaren. Max Wilson estará na Williams. Marcelo Battistuzzi segurará as pontas na Prost...


Circulam fofocas de que a McLaren resolveu fazer alguns testes em Paul Ricard e teria conseguido andar meio segundo mais rápido que os carros da Williams. Vamos descobrir a verdade hoje à noite, pelo horário do Brasil...


Mais um piloto brasileiro garantiu seu lugar na Indy Lights: Felipe Giaffone, que já disputou algumas provas na categoria em 1996, junto com seu irmão Zeca, agora retorna na equipe Conquest. Zequinha, contudo, não deverá retornar a correr na categoria...
 


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