quarta-feira, 9 de agosto de 2017

ARQUIVO PISTA & BOX – FEVEREIRO DE 1998 – 20.02.1998



            De volta com minhas antigas colunas, esta foi publicada no dia 20 de fevereiro de 1998, e o assunto era um pequeno balanço dos testes realizados pelas escuderias da F-1 visando a temporada daquele ano. A McLaren começava a assombrar a concorrência com seu novo MP4/13, que seria o carro a ser batido naquela temporada, o mais novo projeto de Adrian Newey, que havia saído da Williams e ido para o time de Woking, que pela primeira vez desde 1991, voltaria a ser o franco favorito na luta pelo título, que conquistaria com Mika Hakkinem com todos os méritos. A Ferrari bem que tentou, mas embora tenha assustado em alguns momentos, o ano foi dos prateados, que só não fizeram dobradinha na competição porque Michael Schumacher era Michael Schumacher, e ele foi mais uma vez vice-campeão.
            Nos tópicos rápidos, uma tabela com os pilotos e equipes daF-Indy original, que muitos passaram a chamar de F-CART para se diferenciar da IRL (Indy Racing League), que havia tomado posse exclusiva do nome “Indy”. Que diferença na quantidade de pilotos e carros que temos hoje. E a grande maioria daqueles times não existem mais... Dos pilotos, então, só Tony Kanaan e Hélio Castro Neves ainda seguem ativos na atual Indycar. Realmente, os tempos são bem outros. No tópico final, a Tyrrel iniciava sua última temporada na categoria como equipe com este nome, tendo Ricardo Rosset e Toranosuke Takagi como pilotos. Desnecessário dizer que ambos passaram o ano completamente em branco, numa despedida melancólica do time de Ken Tyrrel, vendido à BAT, que a escuderia não merecia, pelo seu histórico inicial na competição. Bem, aproveitem o texto, que em breve trago outros aqui. Boa leitura a todos...


CONFRONTOS E COMPARAÇÕES

            Nesta semana, as equipes da Fórmula 1 continuaram seus testes visando ao mundial deste ano. Em Barcelona, a McLaren, tal como na semana passada, voltou a assombrar a concorrência com o desempenho de seu novo carro MP4/13. O excelente desempenho do time de Ron Dennis fez até mesmo a Williams, que estava testando às escondidas em Paul Ricard, voltar ao circuito da Catalunha para uma medição de forças e verificar se o time de Mika Hakkinen e David Couthard é mesmo uma ameaça real a seus pilotos Jacques Villeneuve e Heinz-Harald Frentzen.
            A Benetton, por sua vez, mostrou força ao chegar perto dos tempos da McLaren, dando a entender que também tem o que mostrar neste jogo de competição. Só tem um detalhe importante: a Benetton está testando o carro de 98 desde o início de janeiro, e os resultados dos testes mostraram uma certa irregularidade de performances, alternando resultados apenas médios com boas marcas. Já o carro de 98 da McLaren ficou pronto há menos de 2 semanas e já em seus primeiros dias de teste na pista mostrou-se muito rápido. Fica a expectativa do que o novo MP4/13 poderá render depois de devidamente testado e desenvolvido. Os tempos que a Williams obteve em Barcelona há algumas semanas não podem servir de parâmetro definitivo, pois as condições atmosféricas eram bem diferentes naqueles dias. Portanto, os testes finais da Williams agora em Barcelona deverão dar uma idéia mais precisa do potencial do time campeão mundial.
            Enquanto isso, a Ferrari continua na Itália, treinando em suas pistas particulares. Tudo indica que o potencial da equipe italiana só será conhecido mesmo nas ruas do Albert Park, em Melbourne, na Austrália, quando começa o campeonato.
            Por tudo isso, enquanto o time de Maranello vira uma incógnita em termos de desempenho para os jornalistas, os demais times de ponta mostram estarem aptos para encararem o campeonato deste ano. Williams na condição de favorita, McLaren na expectativa de maior desafiante, a Benetton na posição de ressurgimento. Só que nada indica que os resultados sejam totalmente confiáveis. Afinal, citando a Benetton como exemplo, seus pilotos em 97, Jean Alesi e Gerhard Berger, tiveram treinos muito bons durante os testes da pré-temporada para o campeonato do ano passado, e nem assim o time multicolorido mostrou ser uma força dominadora, muito pelo contrário. Salvo uma ou outra prova, a Benetton não teve como encarar a Williams, Ferrari, e até a McLaren. Em alguns circuitos, acabou sendo superada até mesmo por alguns times médios. Será que a mesma situação vai se repetir este ano? Talvez sim, talvez não, mas este tipo de lição não deve ser encarado apenas em relação à Benetton. Williams e McLaren também podem cair do cavalo. As chances podem ser pequenas, mas existem, e surpresas sempre podem acontecer.
            A única preocupação são os times médios, cujos resultados até agora tem se mostrado bem fracos, se comparados aos dos times de ponta. Jordan, Prost, Sauber e Stewart, além da Tyrrel, não conseguiram mostrar um desempenho satisfatório nos testes realizados até o momento com seus novos modelos 98. Essa falta de resultados mais satisfatórios pode significar que os times médios fiquem abaixo do esperado este ano. Tomara que a realidade seja outra, do contrário, as perspectivas de um campeonato mais equilibrado ficarão comprometidas, restando a possibilidade de termos de nos contentar apenas com a luta entre os times de ponta.


Enquanto a F-1 segue em sua reta final para a abertura do campeonato deste ano, a F-CART já tem todos os seus times e pilotos definidos para o seu campeonato. São eles:

EQUIPE
PILOTO
CHASSI/MOTOR/PNEUS
Ganassi
Alessandro Zanardi
Jimmy Vasser
Reynard/Honda/Firestone
Penske
André Ribeiro
Al Unser Jr.
Penske/Mercedes/Goodyear
Walker
Gil de Ferran
Reynard/Honda/Goodyear
Newmann-Hass
Michael Andretti
Christian Fittipaldi
Swift/Ford/Goodyear
Rahal
Bobby Rahal
Bryan Herta
Reynard/Ford/Firestone
Hogan
Jirky Jarvi Letho
Reynard/Mercedes/Firestone
Della Penna Motorsports
Richie Hern
Hideshi Matsuda
Swift/Ford/Firestone
Project Indy
Christian Danner
Reynard/Ford/Goodyear
Bettenhausen
Hélio Castro Neves
Reynard/Mercedes/Goodyear
PacWest
Maurício Gugelmim
Mark Blundell
Reynard/Mercedes/Firestone
Payton-Coyne
Michel Jourdain Jr.
Dennis Vitolo
Reynard/Ford/Firestone
Patrick Racing
Scott Pruett
Adrian Fernandez
Reynard/Ford/Firestone
Tasman Motorsports
Tony Kanaan
Reynard/Honda/Firestone
Arciero
Hiro Matsushita
Maxmiliano Papis
Reynard/Toyota/Firestone
Green
Paul Tracy
Dario Franchiti
Reynard/Honda/Firestone
Forsythe
Patrick Carpentier
Greg Moore
Reynard/Mercedes/Firestone
All American Racers
Alex Barron
P.J. Jones
Reynard/Toyota/Goodyear
Davis
Arnd Meyer
Reynard/Ford/Goodyear


Christian Fittipaldi encara este ano como sendo o do tudo ou nada na F-CART. Depois de 2 anos pilotando para a Newmann-Hass, este é o visto como o ano para desencalhar de vez, e finalmente conseguir vencer corridas na categoria. Motivos para tanto otimismo não faltam: o chassi Swift mostrou bom desempenho nos testes feitos até agora, tanto em circuitos ovais como em circuitos mistos. E ainda não acabou. A equipe Newmann-Hass tem pelo menos outros 4 testes programados até a abertura do campeonato, em Homestead...


Ricardo Rosset começou bem seus testes na Tyrrel. Mostrando estar em melhor forma do que os mecânicos e engenheiros previam, Rosset deverá liderar o time nas pistas. O outro piloto titular, o japonês Toranosuke Takagi, é um novato na F-1, e não sabe falar inglês. Rosset já tem um ano de experiência na F-1 (correu pela Arrows em 1996), e não tem problemas para se comunicar com os mecânicos. Sem falar que suas indicações do comportamento do carro até agora foram muito boas para o corpo técnico do time desenvolver melhor o monoposto.

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