De
volta com minhas antigas colunas, esta foi publicada no dia 20 de fevereiro de
1998, e o assunto era um pequeno balanço dos testes realizados pelas escuderias
da F-1 visando a temporada daquele ano. A McLaren começava a assombrar a
concorrência com seu novo MP4/13, que seria o carro a ser batido naquela
temporada, o mais novo projeto de Adrian Newey, que havia saído da Williams e
ido para o time de Woking, que pela primeira vez desde 1991, voltaria a ser o
franco favorito na luta pelo título, que conquistaria com Mika Hakkinem com
todos os méritos. A Ferrari bem que tentou, mas embora tenha assustado em
alguns momentos, o ano foi dos prateados, que só não fizeram dobradinha na
competição porque Michael Schumacher era Michael Schumacher, e ele foi mais uma
vez vice-campeão.
Nos
tópicos rápidos, uma tabela com os pilotos e equipes daF-Indy original, que
muitos passaram a chamar de F-CART para se diferenciar da IRL (Indy Racing
League), que havia tomado posse exclusiva do nome “Indy”. Que diferença na
quantidade de pilotos e carros que temos hoje. E a grande maioria daqueles
times não existem mais... Dos pilotos, então, só Tony Kanaan e Hélio Castro
Neves ainda seguem ativos na atual Indycar. Realmente, os tempos são bem
outros. No tópico final, a Tyrrel iniciava sua última temporada na categoria
como equipe com este nome, tendo Ricardo Rosset e Toranosuke Takagi como
pilotos. Desnecessário dizer que ambos passaram o ano completamente em branco,
numa despedida melancólica do time de Ken Tyrrel, vendido à BAT, que a
escuderia não merecia, pelo seu histórico inicial na competição. Bem,
aproveitem o texto, que em breve trago outros aqui. Boa leitura a todos...
CONFRONTOS E
COMPARAÇÕES
Nesta
semana, as equipes da Fórmula 1 continuaram seus testes visando ao mundial
deste ano. Em Barcelona, a McLaren, tal como na semana passada, voltou a
assombrar a concorrência com o desempenho de seu novo carro MP4/13. O excelente
desempenho do time de Ron Dennis fez até mesmo a Williams, que estava testando
às escondidas em Paul
Ricard, voltar ao circuito da Catalunha para uma medição de
forças e verificar se o time de Mika Hakkinen e David Couthard é mesmo uma
ameaça real a seus pilotos Jacques Villeneuve e Heinz-Harald Frentzen.
A
Benetton, por sua vez, mostrou força ao chegar perto dos tempos da McLaren,
dando a entender que também tem o que mostrar neste jogo de competição. Só tem
um detalhe importante: a Benetton está testando o carro de 98 desde o início de
janeiro, e os resultados dos testes mostraram uma certa irregularidade de
performances, alternando resultados apenas médios com boas marcas. Já o carro
de 98 da McLaren ficou pronto há menos de 2 semanas e já em seus primeiros dias
de teste na pista mostrou-se muito rápido. Fica a expectativa do que o novo
MP4/13 poderá render depois de devidamente testado e desenvolvido. Os tempos
que a Williams obteve em Barcelona há algumas semanas não podem servir de
parâmetro definitivo, pois as condições atmosféricas eram bem diferentes
naqueles dias. Portanto, os testes finais da Williams agora em Barcelona
deverão dar uma idéia mais precisa do potencial do time campeão mundial.
Enquanto
isso, a Ferrari continua na Itália, treinando em suas pistas particulares. Tudo
indica que o potencial da equipe italiana só será conhecido mesmo nas ruas do
Albert Park, em Melbourne, na Austrália, quando começa o campeonato.
Por
tudo isso, enquanto o time de Maranello vira uma incógnita em termos de
desempenho para os jornalistas, os demais times de ponta mostram estarem aptos
para encararem o campeonato deste ano. Williams na condição de favorita,
McLaren na expectativa de maior desafiante, a Benetton na posição de
ressurgimento. Só que nada indica que os resultados sejam totalmente
confiáveis. Afinal, citando a Benetton como exemplo, seus pilotos em 97, Jean
Alesi e Gerhard Berger, tiveram treinos muito bons durante os testes da
pré-temporada para o campeonato do ano passado, e nem assim o time
multicolorido mostrou ser uma força dominadora, muito pelo contrário. Salvo uma
ou outra prova, a Benetton não teve como encarar a Williams, Ferrari, e até a
McLaren. Em alguns circuitos, acabou sendo superada até mesmo por alguns times
médios. Será que a mesma situação vai se repetir este ano? Talvez sim, talvez
não, mas este tipo de lição não deve ser encarado apenas em relação à Benetton.
Williams e McLaren também podem cair do cavalo. As chances podem ser pequenas,
mas existem, e surpresas sempre podem acontecer.
A
única preocupação são os times médios, cujos resultados até agora tem se
mostrado bem fracos, se comparados aos dos times de ponta. Jordan, Prost,
Sauber e Stewart, além da Tyrrel, não conseguiram mostrar um desempenho
satisfatório nos testes realizados até o momento com seus novos modelos 98.
Essa falta de resultados mais satisfatórios pode significar que os times médios
fiquem abaixo do esperado este ano. Tomara que a realidade seja outra, do
contrário, as perspectivas de um campeonato mais equilibrado ficarão
comprometidas, restando a possibilidade de termos de nos contentar apenas com a
luta entre os times de ponta.
Enquanto a F-1 segue em sua reta final para a abertura do campeonato
deste ano, a F-CART já tem todos os seus times e pilotos definidos para o seu
campeonato. São eles:
EQUIPE
|
PILOTO
|
CHASSI/MOTOR/PNEUS
|
Ganassi
|
Alessandro Zanardi
Jimmy Vasser
|
Reynard/Honda/Firestone
|
Penske
|
André Ribeiro
Al Unser Jr.
|
Penske/Mercedes/Goodyear
|
Walker
|
Gil de Ferran
|
Reynard/Honda/Goodyear
|
Newmann-Hass
|
Michael Andretti
Christian Fittipaldi
|
Swift/Ford/Goodyear
|
Rahal
|
Bobby Rahal
Bryan Herta
|
Reynard/Ford/Firestone
|
Hogan
|
Jirky Jarvi Letho
|
Reynard/Mercedes/Firestone
|
Della Penna Motorsports
|
Richie Hern
Hideshi Matsuda
|
Swift/Ford/Firestone
|
Project Indy
|
Christian Danner
|
Reynard/Ford/Goodyear
|
Bettenhausen
|
Hélio Castro Neves
|
Reynard/Mercedes/Goodyear
|
PacWest
|
Maurício Gugelmim
Mark Blundell
|
Reynard/Mercedes/Firestone
|
Payton-Coyne
|
Michel Jourdain Jr.
Dennis Vitolo
|
Reynard/Ford/Firestone
|
Patrick Racing
|
Scott Pruett
Adrian Fernandez
|
Reynard/Ford/Firestone
|
Tasman Motorsports
|
Tony Kanaan
|
Reynard/Honda/Firestone
|
Arciero
|
Hiro Matsushita
Maxmiliano Papis
|
Reynard/Toyota/Firestone
|
Green
|
Paul Tracy
Dario Franchiti
|
Reynard/Honda/Firestone
|
Forsythe
|
Patrick Carpentier
Greg Moore
|
Reynard/Mercedes/Firestone
|
All American Racers
|
Alex Barron
P.J. Jones
|
Reynard/Toyota/Goodyear
|
Davis
|
Arnd Meyer
|
Reynard/Ford/Goodyear
|
Christian Fittipaldi encara este ano como sendo o do tudo ou nada na
F-CART. Depois de 2 anos pilotando para a Newmann-Hass, este é o visto como o
ano para desencalhar de vez, e finalmente conseguir vencer corridas na
categoria. Motivos para tanto otimismo não faltam: o chassi Swift mostrou bom
desempenho nos testes feitos até agora, tanto em circuitos ovais como em
circuitos mistos. E ainda não acabou. A equipe Newmann-Hass tem pelo menos
outros 4 testes programados até a abertura do campeonato, em Homestead...
Ricardo Rosset começou bem seus testes na Tyrrel. Mostrando estar em
melhor forma do que os mecânicos e engenheiros previam, Rosset deverá liderar o
time nas pistas. O outro piloto titular, o japonês Toranosuke Takagi, é um
novato na F-1, e não sabe falar inglês. Rosset já tem um ano de experiência na
F-1 (correu pela Arrows em 1996), e não tem problemas para se comunicar com os
mecânicos. Sem falar que suas indicações do comportamento do carro até agora
foram muito boas para o corpo técnico do time desenvolver melhor o monoposto.
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