Olá
a todos os leitores. Trago hoje mais um texto antigo, e no caso, foi a coluna
publicada no dia 27 de fevereiro de 1998, praticamente fechando o mês do
carnaval naquele ano. O assunto do texto eram os pilotos de testes, função que
podia ajudar os candidatos a vagas na F-1 a mostrarem serviço, e com isso,
serem efetivados como titulares nas escuderias da categoria, entre eles, na
época, os brasileiros Max Wilson e Ricardo Zonta. E na época, pilotos de teste
não eram figuras decorativas como acontece hoje, onde os times da categoria
máxima do automobilismo mal treinam durante o campeonato, e a pré-temporada é
pífia em duração. Naqueles tempos, os pilotos iam para a pista e davam duro
mesmo, enquanto hoje, parte deste trabalho é desenvolvido em simuladores nas próprias
fábricas.
Bom,
Max Wilson infelizmente não conseguiu ser titular de um time na F-1, e em 2001,
foi tentar a sorte na F-CART, onde disputou uma única temporada e ficou por
isso mesmo. Ricardo Zonta se tornou titular na equipe BAR, onde competiu nas
temporadas de 1999 e 2000, e posteriormente por Jordan e Toyota, mas dando o
azar de pegar times que ou não gozavam de boa competitividade, ou dando uma
zica danada de tudo dar errado. Ambos encerraram suas carreiras internacionais
e vieram disputar a Stock Car, com altos e baixos para ambos. Mas vários outros
pilotos de testes também padeceram de ver seus esforços minguarem na tentativa
de chegar à F-1, e os brasileiros não foram os únicos a ver esse sonho virar
pesadelo ou ficarem a ver navios. Até hoje isso persiste, e duvido que mude muito,
com seus prós e contras.
Nos
tópicos rápidos, o calendário daquele ano, e a saída da Yamaha da F-1, para
nunca mais voltar até hoje, se bem que ninguém ficou com saudades deles. Curtam
o texto, e em breve trago mais colunas antigas por aqui...
BRASILEIROS NA
RETAGUARDA
Às
vésperas de mais um mundial de Fórmula 1, tudo indica que este deve ser um bom
ano para os pilotos brasileiros na categoria. Falar em vitórias ainda é
prematuro, mas apostar em performances bem melhores do que as de 97 são
plenamente possíveis, especialmente pela melhor estrutura dos times em relação
ao ano passado. Para Ricardo Rosset a situação só tende a ser melhor, mesmo
porque o piloto só conseguiu disputar as qualificações do GP da Austrália em
97, no primeiro e único GP que sua equipe, a Lola, esteve presente no último
campeonato, antes de falir.
Mas,
além de Rubens Barrichello e Pedro Paulo Diniz, e de Ricardo Rosset, já citado
acima, o Brasil irá contar com mais 2 pilotos na F-1 em 1998, só que nos
bastidores, ou na retaguarda, se preferirem. Max Wilson e Ricardo Zonta serão
os pilotos de teste oficiais de times da F-1 nesta temporada. E o melhor ainda
é que isso será feito em dois times de ponta da categoria. Wilson irá testar o
carro de uma das melhores equipes da F-1 atual, a Williams. Já Zonta testará o
carro da McLaren.
Cada
um dos times terá dois pilotos de testes. No caso da Williams, Max Wilson terá
a companhia do colombiano Juan Pablo Montoya, vice-campeão da F-3000 de 97. O
brasileiro será o “segundo piloto” de testes, enquanto Montoya terá a primazia
dos trabalhos na pista. No caso de Ricardo Zonta, a situação é inversa: Ricardo
é o “primeiro piloto” de testes do time, condição mais do que justa para o
campeão da F-3000. Seu colega de testes será o alemão Nick Heidfeld, piloto
indicado pela Mercedes, fornecedora de motores do time de Ron Dennis.
O
fato de estarem sendo pilotos de testes de times de ponta é altamente positivo
para ambos. Especialmente porque, no caso da Williams, vários de seus pilotos
de testes tornaram-se titulares na F-1. O caso mais particular e famoso é de
Damon Hill, que de piloto de testes, foi promovido a piloto titular em 1993,
como companheiro de Alain Prost. Hill, devido à morte de Ayrton Senna, foi
promovido a primeiro piloto do time, conquistou 21 vitórias na categoria e foi
campeão mundial em 1996. Outros nomes revelados nos testes pela Williams foram
o escocês David Couthard, hoje piloto da McLaren; e o francês Julles Boillon,
que já disputou a F-1 pela Sauber. Já na McLaren, Mika Hakkinem também foi
piloto de testes antes de ser efetivado no time.
Com
as atuais dificuldades de se entrar na F-1 de maneira decente hoje em dia, o
fato de ser piloto de testes de times de ponta é uma excelente chance de
mostrar serviço e ganhar uma chance na categoria. Isso sem falar que, tendo o
contato com os carros nos testes, tanto Zonta quanto Wilson já vão ganhando
experiência e contato com os bólidos da F-1, o que irá contar muito na hora de
serem efetivados como pilotos em alguma escuderia. Mas o melhor ainda é que, se
fizerem bem o seu trabalho, podem conseguir até serem efetivados como pilotos
titulares de seus atuais times de F-1. No caso de Ricardo Zonta, as
possibilidades existem de forma mais concreta, e o piloto pode ter a chance de ganhar
uma vaga de titular já para 99, se tudo correr bem. Com um pouco de sorte, Max
Wilson também poderá ter chance parecida na Williams.
Para
completar, Marcelo Battistuzzi é outro brasileiro que irá suar o macacão em
testes da F-1. No seu caso, a equipe é a Prost. Marcelo irá disputar a F-3000
este ano como piloto do time de Alain Prost na categoria. E irá testar os
carros do “Professor” da equipe de F-1. Assim como Zonta e Wilson podem vir a
serem efetivados como titulares na F-1, Battistuzzi também terá sua chance de
mostrar serviço e conseguir seu lugar na categoria. Se tudo correr bem, ano que
vem poderá ser uma temporada de estréias de bons novos pilotos brasileiros na
F-1, e quem sabe possamos voltar novamente a conquistar vitórias na categoria.
Boas expectativas não faltam.
CALENDÁRIOS 98: FÓRMULA 1
Eis o calendário da F-1 para este ano:
DATA
|
PROVA
|
CIRCUITO
|
08.03
|
Grande Prêmio da Austrália
|
Melbourne
|
29.03
|
Grande Prêmio do
Brasil
|
Interlagos
|
12.04
|
Grande Prêmio da
Argentina
|
Buenos Aires
|
26.04
|
Grande Prêmio de
San Marino
|
Ímola
|
10.05
|
Grande Prêmio da
Espanha
|
Barcelona
|
24.05
|
Grande Prêmio de
Mônaco
|
Monte Carlo
|
07.06
|
Grande Prêmio do
Canadá
|
Montreal
|
21.06 ou 05.07*
|
Grande Prêmio da
França*
|
Magny-Cours*
|
12.07
|
Grande Prêmio da
Inglaterra
|
Silverstone
|
26.07
|
Grande Prêmio da
Áustria
|
Osthrreichring (Zeltweg)
|
02.08
|
Grande Prêmio da
Alemanha
|
Hockenhein
|
16.08
|
Grande Prêmio da
Hungria
|
Hungaroring
|
30.08
|
Grande Prêmio da
Bélgica
|
Spa-Francorchamps
|
13.09
|
Grande Prêmio da
Itália
|
Monza
|
27.09
|
Grande Prêmio de
Luxemburgo
|
Nurburgring
|
11.10**
|
Grande Prêmio de
Portugal**
|
Estoril**
|
01.11
|
Grande Prêmio do
Japão
|
Suzuka
|
(*) = Data e Grande Prêmio a ser confirmado pela FIA
(**) = GP cancelado pela FIA. África do Sul ou China devem ocupar o
lugar no calendário. Kyalami e Zuhai são os circuitos, respectivamente. Ainda
sem confirmação.
A Yamaha está fora da F-1. Na falta de um acordo com Tom Walkinshaw com
relação à divisão de recursos para a criação do novo motor V-10 concebido por
Brian Hart, a fábrica japonesa pulou fora. Walkinshaw agora, por sua vez, diz
ser o único proprietário de time, depois da Ferrari, a poder fabricar os seus
próprios motores. Para esse intuito, ele adquiriu a firma de Brian Hart no ano
passado.
Aos telespectadores que se preparam para acompanhar mais um mundial de
F-1, um aviso: cuidado para não confundir os carros da Minardi com os da
McLaren, pois ambos os times têm os carros pintados com a cor prata. Mas é
fácil não confundir: o carro que estiver andando sempre entre os primeiros é da
McLaren; o que vier bem lá atrás é da Minardi...
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