Mais um mês se
inicia. Já estamos em julho, iniciando o segundo semestre de 2017, já tendo
passado metade deste ano. Portanto, como já é de praxe aqui no blog, no início
de cada mês, é hora da sessão Flying Laps, com notas sobre alguns dos
acontecimentos do mundo do esporte a motor ocorridos neste mês de junho, que
não tive tempo de mencionar nas colunas regulares, sempre com alguns
comentários rápidos a respeito de cada assunto. Uma boa leitura a todos, e
vamos adiante pelo segundo semestre deste ano, numa velocidade que parece tão
rápida quanto a dos bólidos de competição...
A F-E retornou ao aeroporto desativado
de Tempelhof para a rodada dupla de Berlim no calendário da categoria de carros
monopostos elétricos. Na primeira corrida, visando tentar diminuir sua
desvantagem na classificação para o líder Sébastien Buemi, o brasileiro Lucas
Di Grassi cravou a pole-position, enquanto via o piloto suíço amargar um 14º
lugar no grid. Mas quem surpreendeu foi o sueco Felix Rosenqvist, da equipe
Mahindra, que fez uma prova agressiva, e tomou o comando do brasileiro quando
este começou a enfrentar problemas de freios na primeira metade da corrida. Com
um ritmo determinado, Felix manteve a dianteira mesmo após a troca de carros,
impedindo uma revanche de Lucas, e venceu sua primeira corrida na categoria.
Buemi também fez uma corrida arrojada, e terminou em 5º lugar, minimizando a
diminuição de sua vantagem na classificação por parte de Di Grassi, mas o suíço
acabou desclassificado por irregularidades na pressão dos pneus, e com isso, o
brasileiro ganhou um alento adicional na luta para tentar alcançar Buemi.
Nelsinho Piquet teve uma prova difícil, e acabou finalizando em 12º, sem
conseguir marcar pontos, em uma prova onde seu time não teve um bom desempenho,
com Oliver Turvey a marcar um único ponto com seu 10º lugar. A Mahindra
comemorou muito o resultado da corrida: além de sua primeira vitória na
competição, com Rosenqvist, ainda fechou o pódio com o 3º lugar de Nick
Heidfeld.
A segunda
corrida de Berlim na F-E foi também dominada por Felix Rosenqvist, mas o sueco
acabou punido pela direção de prova por ter sido liberado no pit stop de forma
perigosa, e ganhou 10s adicionado ao seu tempo de corrida, o que entregou a
vitória a Sébastien Buemi, com quem vinha duelando pela primeira colocação
durante toda a prova. O triunfo de Buemi foi uma ducha de água fria para Lucas
Di Grassi, que viu a desvantagem para o piloto da e.dams subir novamente,
ficando agora 32 pontos atrás de Sébastian na classificação. O brasileiro
terminou a segunda corrida de Berlim na 3ª colocação, logo atrás do sueco da
Mahindra. O time indiano teve razões para comemorar o seu desempenho em Berlim,
apesar da presepada nos boxes nesta segunda corrida, que custou aquela que
seria sua segunda vitória consecutiva na categoria. Nick Heidfeld, com problemas
no seu carro, largou em último, mas exibiu uma performance firme, terminando em
10ª lugar, e marcando mais um ponto. Nelsinho Piqeut ficou novamente fora dos
pontos, em 12º, e viu o parceiro Oliver Turvey marcar mais 2 pontos, com um 9º
lugar. Com a vitória e o 2º na segunda prova, Felix Rosenqvist subiu para a 3ª
posição no campeonato, com 86 pontos, superando Nicolas Prost, agora com 72
pontos. Nick Heidfeld é o 5º, com 63 pontos, enquanto Jean-Éric Vergne é o 6º,
com 52 pontos. Sébastien Buemi segue firme na liderança, com 157 pontos,
seguido por Lucas Di Grassi, com 125. O campeonato se aproxima de seus momentos
finais, com mais duas rodadas duplas, nas cidades de Nova Iorque e Montreal,
nos Estados Unidos e Canadá, no mês de julho.
A luta pelo
bicampeonato terá um obstáculo para Sébastien Buemi: o fim de semana do eprix
de Nova Iorque irá coincidir com a disputa das 6 Horas de Nurburgring, pelo
Mundial de Endurance, e o piloto suíço também participa desta competição, e por
força de contrato, ele terá de defender seu time, a Toyota, na classe LMP1 da
corrida de longa duração, que será disputada no dia 16 de julho na pista de
Nurburg, na região de Eifel, a oeste da Alemanha. Isso fará o suíço perder a
rodada dupla de Nova Iorque, e a chance de marcar 56 pontos possíveis, pela
vitória, pole, e volta mais rápida. Oportunidade imprescindível para Lucas Di
Grassi, que não terá compromissos no WEC, de tentar virar a sorte da competição
a seu favor. Buemi tem 32 pontos de vantagem, mais do que a pontuação total que
pode ser obtida em uma corrida, mas se tudo correr a favor do brasileiro, o
piloto da e.dams perderia a liderança da competição, com Lucas assumindo a
dianteira para a rodada dupla final, em Montreal, nos dias 29 e 30 de julho.
Mas é prematuro dizer que Di Grassi será o favorito em Nova Iorque, e em
Montreal. Como se viu em Berlim, a ausência de Buemi não significa que o
brasileiro não terá rivais pela vitória nas etapas nova-iorquinas. Outros times
e pilotos podem entrar na briga, e consequentemente, complicar os planos do
piloto da Audi ABT. Mas se Di Grassi quiser ser campeão, ele terá de dar tudo
por tudo para sair vitorioso nestas duas provas em Nova Iorque, além de tentar
vencer as provas em Montreal, para provar que não será campeão apenas por que
Buemi perdeu duas corridas.
Após a
disputa das 500 Milhas de Indianápolis, a Indycar não descansou, e menos de uma
semana depois, já estava novamente na pista, para a disputa da única rodada
dupla da temporada, no Belle Isle Park, em Detroit, na divisa com o Canadá. E
quem reinou na antiga capital do automóvel foi Graham Rahal, que venceu as duas
corridas, com direito a pole-position em uma delas, catapultando sua posição na
classificação do campeonato. Quem também mostrou que estava em plena forma,
após ter sofrido um acidente espetacular em Indianápolis, foi Scott Dixon: o
neozelandês foi o 2º colocado na primeira corrida do fim de semana, com seu
tradicional estilo de pilotagem preciso e economizando combustível para ganhar
posições nos momentos decisivos. Scott ainda marcou o 6º lugar na prova de
domingo. Paraa Penske, o melhor momento foi na corrida de domingo, com Josef
Newgarden terminando em 2º lugar, com Will Power em 3º. No sábado, o melhor
piloto do time foi Newgarden, com a 4ª posição. James Hinchicliffe havia sido o
3º no sábado, mas no domingo viu suas esperanças virarem fumaça com problemas
mecânicos em seu carro. Para os brasileiros, a rodada de Detroit não foi das
melhores. Hélio Castro Neves marcara a pole na primeira corrida, mas por
ignorar uma bandeira amarela, teve seu tempo anulado, e na corrida, quando
tinha tudo para pelo menos ser o 2º colocado, ainda viu seu time errar na
estratégia de corrida, o que o fez terminar a prova em 7º lugar. No domingo,
Helinho também teve seus azares: um pneu furado em uma disputa de posição o
mandou para as últimas posições, de onde foi difícil conseguir se recuperar,
finalizando em 9º lugar. Tony Kanaan, por sua vez, nunca conseguiu se entender
com a pista no fim de semana, e terminou as corridas de sábado e domingo em 15º
e 10º lugar, respectivamente. Takuma Sato, ainda curtindo a fama do triunfo na
Indy500, foi 8º e 4º colocado nas etapas, sendo o piloto da Andretti com mais
pontos conquistados no fim de semana, com 58, e mantendo-se entre os primeiros
colocados no campeonato.
A exemplo do
que ocorreu na corrida do ano passado, a etapa do Texas este ano no calendário
da Indycar também foi marcada por acidentes e confusões. O maior rolo acabou
tendo o brasileiro Tony Kanaan como pivô, durante uma disputa de posição com
James Hinchicliffe e Mikhail Aleshin. O canadense acabou tocando no carro do
brasileiro, e indo para o muro, e levando o russo junto na confusão, que acabou
sobrando também para Ed Carpenter, Ryan Hunter-Reay, JR Hildebrand, Carlos
Munõz e Ed Jones, resultando num total de 7 competidores fora de combate de uma
só vez. Kanaan acabou sendo considerado o culpado pela confusão, e acabou
punido com 20s ao seu tempo de corrida. Mesmo assim, o brasileiro da Chip
Ganassi mostrou uma recuperação incrível, para cruzar a linha de chegada em 2]
lugar, atrás do vencedor Will Power, que sobreviveu à corrida maluca no Texas
Motor Speedway, que ainda viu alguns outros enroscos, como o de Takuma Sato e
Scott Dixon, na parte final da corrida. Foi a 2ª vitória de Power na temporada.
Simon Pagenaud fechou o pódio com o 3º lugar, enquanto Graham Rahal, em mais
uma boa performance, manteve-se longe das encrencas para terminar em 4º,
aproveitando para subir mais na classificação do campeonato. Já Hélio Castro
Neves experimentou seu primeiro abandono na temporada, ao ter um pneu furado
que acabou levando o brasileiro da Penske direto para o muro, ainda na primeira
parte da corrida, mas felizmente sem maiores consequências para o piloto. Para
se ter uma idéia de como a corrida foi tumultuada, dos 22 carros que largaram,
apenas 7 receberam a bandeirada... Decididamente, o Texas não é um lugar
qualquer no calendário da categoria nos últimos dois anos...
Quando parecia que a Penske iria mostrar
a que veio no campeonato Indy de 2017, ao monopolizar as quatro primeiras
posições no grid na etapa de Elkhart Lake, eis que Scott Dixon, da Ganassi, deu
o ar da graça, para vencer sua primeira corrida na temporada, desbancando o
favoritismo do quarteto de Roger Penske, e assumindo a liderança da competição.
O neozelandês teve uma performance irrepreensível, economizando combustível
para parar uma volta depois dos líderes, e nas paradas de box, ganhar posições,
e assim, no momento final da corrida, no belo circuito de Road America, o
melhor traçado misto dos Estados Unidos, o piloto da Chip Ganassi manteve-se
firme na liderança para receber a bandeira quadriculada em primeiro, mesmo com
a forte pressão de Josef Newgarden. Hélio Castro Neves, que largou na
pole-position, viu sua estratégia de corrida complicada por uma bandeira
amarela, e ainda acabou indo ao box na volta errada, quando uma comunicação do
time lhe deu a entender que devia entrar naquele momento, o que o fez cair para
a 3º posição, fechando o pódio. Simon Pagenaud foi o 4º, e Will Power, o 5º
colocado. Tony Kanaan mais uma vez se envolveu em um toque com outro
competidor, e acabou indo parar no muro, batendo de lado, mas saindo sem
ferimentos, felizmente. Com sete provas para fechar o campeonato, Dixon lidera o
certame com 379 pontos, 34 a mais que o atual campeão, Simon Pagenaud, com 345.
Helinho é o 3º, com 342. Takuma Sato, que abandonou a prova, ainda mantém-se em
4º lugar, com 323 pontos, seguido de perto por Josef Newgarden, com 318. Will
Power vem na cola de seu colega de time francês, com 316 pontos. Graham Rahal é
o 7º colocado, com 307 pontos, e Tony Kanaan o 8º, com 273 pontos. A próxima
etapa da competição será no dia 9 de julho, no circuito oval de Iowa.
Andrea Dovizioso deu uma embaralhada no
campeonato 2017 da MotoGP, ao vencer, de forma magistral, as etapas da Itália,
em Mugello, e da Catalunha, em Barcelona, levando a Ducati a novamente liderar
uma competição em vários anos, assumindo a primeira posição na classificação do
campeonato, mesmo com a vitória de Valentino Rossi na Holanda, onde o piloto da
casa de Borgo Panigale foi o 5º colocado. Será que veremos o time italiano
lutando firme pelo título na segunda metade do campeonato? Seria muito bom,
para quebrar o binômio dos times oficiais de Honda e Yamaha, que tem
monopolizado a competição na classe rainha do motociclismo há várias
temporadas, e dar um tempero todo especial na disputa. O campeonato vem se
mostrando interessante até o momento. Dovizioso está surpreendendo, e já há
quem o considere candidato ao título da temporada. A conferir...
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