Lewis Hamilton e Sebastian Vettel "acertaram" suas diferenças sobre a etapa de Baku após conversarem. Até quando isso dura? |
Depois de vivenciar a etapa mais agitada e
emocionante da temporada até aqui, a Fórmula 1 está de novo em ação, agora na
região da Estíria, para o Grande Prêmio da Áustria, na tradicional pista de
Zeltweg, ou Spielberg, para alguns. No paddock, todo mundo quer ver se o
cachimbo da paz, fumado à força por Sebastian Vettel, que escapou de sofrer
novas punições nas mãos da FIA nesta semana, prometendo “se comportar” e não
exagerar novamente, será mantido, ou se o clima de rivalidade, que começou a
pegar fogo entre o piloto alemão e Lewis Hamilton, vai ver um novo round na
luta pelo título de 2017.
Ao menos, é positivo que Vettel não tenha
sofrido novas reprimendas. Branda ou não, a punição sofrida pelo piloto da Ferrari
em Baku deveria ficar como está: adicionar uma nova punição seria alterar o
resultado da corrida fora do fim de semana de GP, e isso nunca pega bem, sendo
a última coisa que a F-1 precisaria para ajudar a elevar o entusiasmo da atual
temporada, que tem tudo para ver outra briga renhida aqui na pista austríaca,
onde por coincidência, tivemos também um lance polêmico no ano passado, quando
o duelo entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg também resultou em um toque que
acendeu as discussões, dentro e fora da pista, ainda mais por ter decidido a
corrida a favor de Hamilton, com Rosberg a não apenas sair como o vilão da
história, mas como o grande derrotado do fim de semana.
Se o clima esquentou no ano passado, onde a
disputa foi entre dois companheiros de equipe que já não se bicavam, mas ainda
eram obrigados a conviver no mesmo box, e por isso mesmo a Mercedes tratava de
colocar panos quentes na situação, visando poder trabalhar melhor nos fins de
semana de GPs, agora tem tudo para pegar fogo mais ainda. Vettel prometeu se
comportar, para evitar novas punições, e ele precisa lembrar que tem 9 pontos
na carteira, que se chegarem a 12 até a etapa da Inglaterra, significam o
gancho automático de uma corrida, um desaire que o ferrarista não tem a opção
de arriscar sofrer, e entregar a Hamilton uma prova de bônus. O que não
significa que o tetracampeão não entre hoje mordido na pista, uma das mais
curtas do calendário, e bem veloz, decidido a mostrar quem é que manda no
campeonato. Com 14 pontos de vantagem na classificação, Sebastian poderia até
dizer que tem uma vantagem razoável, mas seria perigoso baixar a guarda, e
permitir uma reação do rival. Não é demais lembrar que Hamilton já esteve muito
mais atrás na pontuação, e conseguiu virar o jogo. Por que dar mole para o
azar?
Nas entrevistas dadas
por ambos, tanto Hamilton quanto Vettel parecem ter fumado o cachimbo da paz.
Baku já ficou para trás, e ambos esperam “apenas” dar o seu melhor na pista.
Vettel disse que tomou a decisão errada. Hamilton disse que ambos conversaram e
se entenderam. Tudo conforme a cartilha do bom-mocismo da FIA, que até estaria
certa em tomar medidas “preventivas” de disciplinar um pouco as rusgas, para
evitar ações insensatas por parte de ambos quando ficassem de cabeça quente,
não fosse isso um sinal perigoso de que a entidade que comanda o automobilismo
mundial pode rever a recente “liberdade” dada aos pilotos nas disputas dentro
da pista. Espero que não. Seria muito ruim, em um campeonato que está sendo bem
disputado entre os dois pilotos, com alguns bons duelos por todo o restante do
grid, a FIA voltar a ficar em cima de todos os competidores feito um gavião,
pronto para lascar punições a torto e a direito como vinha fazendo nos últimos
tempos.
O público quer ver
pegas na pista, e se os pilotos se estranharem, no bom sentido, é claro, melhor
ainda. Por bom sentido, diga-se pegas renhidos, toques de pneus, algumas
encostadas, mas não manobras que deem sensação de algo premeditado, como foi o
gesto de Vettel para cima de Hamilton em Baku, após acertar a traseira do carro
do inglês. Mas também não precisa ser esse clima todo de beijinhos, beijinhos.
Soa falso e hipócrita. Os torcedores sabem que ambos estão doidos para cair de
pau um em cima do outro, e não há necessidade de mostrar que tudo está tãããooo
alto astral assim na parada entre eles, às mil maravilhas. Não se precisa
chegar às vias de fato para mostrar que a rivalidade está comendo solta, só não
acho correto fazer ambos parecerem amiguinhos de novo, como se nada demais
tivesse acontecido. Quem não lembra das rusgas entre Nélson Piquet e Nigel
Mansell na Williams, em 1986 e 1987, na disputa pelo título. Alguns palavrões
por parte de Piquet, e declarações inflamadas, com Mansell e sua postura meio
porra-louca na pista. E ambos se pegando nas corridas, mas sem baixarias na
pilotagem. E ninguém viu eles trocando socos em lugar nenhum, ou ameaçando
partir para o quebra-pau, depois de um pega nas provas. Mesmo assim, dava para
sentir a tensão, na pista e nos boxes, da luta titânica entre ambos: todo mundo
sentia as faíscas da briga, mesmo que não fossem reais. E o público gosta
disso. Quer ver um duelo firme e determinado dos participantes da disputa. Nada
de palavrinhas doces e cumprimentos forçados. Apenas sejam sinceros e francos,
doa a quem doer. E dane-se o politicamente correto, também. Não precisamos de
ofensas explícitas, ou xingamentos... Dá para ser autêntico sem cair na
baixaria. Que a luta entre ambos seja titânica e franca, sem rodeios. É o
desejo de todos, e o meu também.
Portanto, vejamos o
que Vettel e Hamilton nos apresentarão neste final de semana. De preferência, com
novas faíscas neste pega, para um verdadeiro duelo em Zeltweg. E que vença o
melhor, e o esporte, também...
Agora encerrou de vez. Ron
Dennis, que estava na direção do Grupo McLaren até o fim do ano passado, quando
acabou destituído pelos demais sócios, que já não aprovavam sua maneira de
conduzir os negócios, acaba de romper o último laço que o ligava ao grupo, ao
vender as ações que possuía para a empresa, por um valor de cerca de R$ 1,8
bilhão. Dennis estava na McLaren desde 1980, quando assumiu a direção da equipe
de F-1, que passava por um mau momento, e fundiu-a com seu time da F-3, a
Project Four, criando, a partir de 1981, a McLaren International, que sob seu
comando e propriedade, tornou-se um dos nomes mais poderosos da F-1 em toda a
sua história, dominando a década e o início dos anos 1990, e criando a partir
do time de corridas todo um conglomerado de tecnologia que hoje emprega centenas
de pessoas, e fatura mais de US$ 1 bilhão por ano. Ron estava sem exercer
nenhuma função de dirigente desde seu afastamento, mas ainda fazia parte do
conselho do Grupo como um de seus acionistas, possuindo algo em torno de 25%
das ações. Tendo acabado de completar 70 anos no início de junho passado, Ron
Dennis certamente poderá dar por encerrada sua participação no mundo do
automobilismo, tendo uma grande história de sucesso, nos pouco mais de 50 anos
em que esteve envolvido com o esporte a motor, iniciando como mecânico no time
de Jack Brabham, em fins dos anos 1960. Mas será que ele ficará mesmo afastado,
ou irá encarar algum novo desafio? Com os rumores de um novo time que pretende
adentrar a F-1, com investimento de empresários chineses, alguns boatos chegam
a afirmar que ele seria a pessoa ideal para comandar esta empreitada, mas por
enquanto, isso não passa de mera especulação, sem nenhum dado concreto. Embora
faça sentido o raciocínio de que, para se envolver numa operação dessas, melhor
seria cortar todos os vínculos ainda restantes com a McLaren, o que acaba de
ser feito. Talvez ainda vejamos muito Ron Dennis em breve... Alguém com o seu
histórico na categoria máxima do automobilismo não é de ficar assim de fora,
sem mais nem menos... Mas, por enquanto, ainda não temos nada de oficial sobre
o seu futuro. Aguardemos seus próximos passos...
Enquanto isso, na pista, a Honda
prometeu para este final de semana, em Zeltweg, a disponibilização para
Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne as atualizações para a sua unidade de
potência, que espera, enfim, promover alguma melhoria na performance e nos
resultados que o time da McLaren vem tendo na temporada deste ano. Alonso
testou a nova unidade nos treinos livres em Baku, e confessou ter sentido
melhoras no desempenho da peça, que por motivos de ajustes, não foi utilizada
na classificação e nem na corrida. Tomara que haja mesmo melhoras, pois está
sendo difícil aguentar ver um time com a história da McLaren ter tantos baixos
na temporada, e ainda mais ver a Honda completamente perdida, sem saber como
evoluir o seu equipamento. Mas, claro, no paddock, já começaram as apostas para
ver quantas voltas o propulsor dura no fim de semana. Não é demais lembrar que
aqui mesmo a McLaren já chegou a sofrer uma punição de mais de 100 posições no
grid (se o grid da F-1 permitisse isso), por trocar peças do motor além da
conta. Todos no time torcem para a história não se repetir, mas o frisson
certamente vai dar aquele calafrio toda hora que os pilotos saírem para a
pista...
O que todo mundo estava esperando
finalmente aconteceu: a F-Truck acabou. O campeonato de caminhões, que terminou
a temporada do ano passado com organização e times não se entendendo, e com uma
grave crise econômica se avolumando, viu a grande maioria de seus times debandar
no início do ano, e deixar a organização da categoria em xeque pela falta de
competidores. A gestão de Neusa Navarro, que já vinha sendo questionada por
muitos participantes, contudo, não deu o braço a torcer, e chegou a iniciar o
campeonato de 2017, no autódromo do Velopark, em Rivera, ainda que contando
somente com 10 caminhões no grid, dos quais praticamente apenas 8 largaram. A
prova até que teve um bom público, mas o grid esvaziado denotava que seria
complicado o campeonato mostrar a força que teve nos seus 21 anos de vida
anteriores, nos quais chegou a ser a mais forte categoria de competições
automobilísticas do Brasil, sob o comando de Aurélio Batista Felix, até sua
morte, em 2008. Com os times dissidentes criando seu próprio campeonato, a Copa
Truck, que já começou com um grid cheio na etapa inaugural, em Goiânia, e
repetindo a dose em Campo Grande, que já contou com 21 participantes no grid.
Com o cancelamento da etapa seguinte da F-Truck, em Cascavel, era mais do que
óbvio que não daria para continuar, e a direção da categoria comunicou no
último dia 28 de junho a suspensão do certame de 2017, devido à crise econômica
que se abate sobre a economia do Brasil, que levou à perda de patrocinadores,
montadoras, e rendas, comprometendo a saúde financeira da competição. São
prometidos esforços para retornar em 2018, mas duvido muito que isso aconteça.
A Copa Truck já começou com força, e todos os times envolvidos, em sua grande
maioria, rachou com a organização da F-Truck, por considerar os erros de gestão
de Neusa Navarro Felix cruciais para a derrocada da competição, além de se
indispor com vários times e participantes. Com o sucesso da Copa Truck, esse
pessoal muito dificilmente voltaria a um certame comandado por ela, e o momento
atual da economia brasileira não permitiria termos dois campeonatos distintos
de caminhões sendo realizados em nosso país. Para muitos, a F-Truck chegou ao
seu fim em definitivo, e pelo menos, é de se louvar a decisão da organização da
categoria de encerrar a competição, evitando que o buraco chegasse mais
embaixo, tentando manter a categoria sem qualquer chance de viabilidade
financeira. Se a situação já estava ruim no ano passado, agora então, nem
pensar... Prometer um retorno futuro não é algo exagerado, mas isso dependerá
em muito de como a Copa Truck irá se sair, e principalmente, se a economia do
Brasil voltar aos eixos, o que ainda deve demorar bastante, mesmo na melhor das
hipóteses...
A Indycar está pronta para
acelerar novamente. Depois de passar pelo melhor circuito misto do calendário,
Elkhart Lake, a categoria agora volta aos circuitos ovais, começando pelo Iowa
Speedway, pista de 1,43 Km de extensão, com a corrida sendo disputada em 300
voltas, na tarde deste domingo, a partir das 18:30 Hrs, pelo horário de Brasília,
no canal pago Bandsports, com o canal aberto Bandeirantes transmitindo um
compacto no meio da madrugada de domingo para segunda. No ano passado, a
corrida foi vencida por Josef Newgarden, então defendendo o time de Ed
Carpenter. Will Power, da Penske, foi o segundo colocado, com Scott Dixon
fechando o pódio, em 3º lugar.
Quem também acelera firme neste
final de semana é o IMSA Wheathertech Sportscar Championship, que estará no
circuito de Mosport, no Canadá. A corrida terá 2h40min de duração, sendo a 7ª
etapa do campeonato deste ano, que tem a liderança dos irmãos Ricky e Jordan
Taylor, da equipe Konica Minolta, conduzindo o protótipo Cadillac DPI VR. A
dupla de irmãos vem sendo quase imbatível na temporada, com nada menos do que 6
triunfos na competição até o momento, tendo falhado apenas em vencer na última
corrida, em Watkins Glen, onde receberam a bandeirada apenas na 6ª posição. A
etapa terá transmissão do canal pago Fox Sports 2 a partir das 13 horas,
horário de Brasília.
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