O
ano de 2017 avança, e o mês de março já ficou para trás. Estamos em abril, mês
onde vários outros campeonatos, como o Mundial de Endurance, fazem a sua
estréia. Diversos campeonatos TOP, como a F-1, Indycar, e a MotoGP, já
iniciaram suas disputas, preparando-se para suas novas etapas neste mês de
abril. E, como é praxe no início de cada mês, chegou a hora de mais uma sessão
Flying Laps, relacionando alguns dos acontecimentos do mundo do esporte a motor
ocorridas neste último mês, com alguns comentários rápidos sobre os mesmos,
abrangendo assuntos que não puderam ser tratados nas colunas regulares de
costume. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima sessão Flying Laps,
em maio...
A temporada 2017 da Indycar começou com
uma batalha renhida pela pole na etapa de São Petesburgo, na Flórida, onde os
times equipados pela Honda mostraram uma força não vista na temporada passada,
colocando oito de seus pilotos entre os 10 primeiros no grid de largada, e
surpreendendo os times da Chevrolet, que só não foram a nocaute porque a
pole-position ficou com Will Power, da Penske, que também colocou seu novo
piloto Josef Newgarden largando em 4° lugar. Para os pilotos brasileiros, a
situação não foi tão boa: Tony Kanaan ainda salvou a 6ª posição, mas Hélio
Castro Neves ficou relegado à 16ª posição no grid. Quem mostrou mesmo força na
corrida foi Scott Dixon, que largou na primeira fila, e teve uma corrida com
algumas peripécias provocadas por uma bandeira amarela que o jogou para o meio
do pelotão, obrigando o neozelandês a ter de fazer uma corrida de recuperação
para voltar aos primeiros lugares, terminando em 3° lugar na bandeirada de
chegada. Simon Pagenaud, o atual campeão, também precisou fazer uma corrida de
recuperação, para sair de 14° e terminar em 2° lugar, mostrando que não foi o
vencedor do campeonato do ano passado à toa. Mas o grande nome da corrida
inaugural do certame 2017 foi mesmo o francês Sébastien Bourdais. De volta à
Dale Coyne, Bourdais largou em último no grid, por não ter conseguido marcar
tempo na classificação, mas na corrida, conseguiu aproveitar a bandeira amarela
ocasionada por um toque entre Tony Kanaan e Mikhail Aleshin, que soltou alguns
detritos na pista, e pulou para a liderança. Apesar de competir pelo menor time
da Indycar, Bourdais contava com um carro muito bem acertado para o circuito
urbano da cidade de São Petesburgo, e conseguiu não apenas se defender de um
inspirado Pagenaud, que tentava ir à sua caça na luta pela vitória, como passou
a abrir vantagem, mostrando um ritmo fortíssimo, e vencendo a corrida, num dia
que se mostrou perfeito para o piloto francês. Foi uma bela estréia de
campeonato, mas o bom momento de Bourdais deve durar pouco: seu time não tem a
mesma estrutura e capacidade técnica dos demais competidores, de modo que novas
vitórias na competição deverão ser complicadas, demandando mais golpes de sorte
como o ocorrido em São Petesburgo, o que não quer dizer que sua esplêndida
vitória desmereça o seu esforço na condução de seu carro, o que fez com
maestria quando na liderança da prova. Seria muito bom voltar a vê-lo em um
time de ponta, onde poderia mostrar o grande talento que o levou a ser quatro
vezes campeão da F-Indy original, de 2004 a 2007, competindo pela hoje extinta
equipe Newmann-Hass-Lanigan.
Tony Kanaan
e Hélio Castro Neves tiveram sortes opostas na corrida de São Petesburgo.
Enquanto Tony largou em 6°, Helinho precisou se virar no meio do pelotão
detrás, partindo da 16ª colocação. Mas o carro de Tony não rendia bem desde o
início, de modo que o piloto começou a ser acossado pelos competidores que
vinham atrás. E acabou sofrendo um toque com Mikhail Aleshin, o que danificou
parte da carenagem de seu carro, obrigando-o a ir ao box para reparos. Tony
voltou no pelotão de trás, e tentou uma prova de recuperação, mas não foi além
do 12° lugar, enquanto via o companheiro Scott Dixon subir ao pódio em 3°
lugar. Já Hélio, com a ajuda da estratégia de seu time, ia ganhando posições na
corrida, e finalizou em 6° lugar, agradecendo a seu time pelo esforço,
especialmente no último pit stop, que o deixou à frente de Marco Andretti na
pista, permitindo ao brasileiro aumentar o seu trem de corrida e ganhar
distância. Agora é pensar na segunda prova da competição, no circuito de Long
Beach, na Califórnia, no dia 9 de abril.
As equipes da Honda mostraram uma
competitividade forte em São Petesburgo. Coube à Penske não apenas salvar a sua
honra como maior time da competição, como da Chevrolet. Roger Penske viu 3 de
seus pilotos terminarem entre os oito primeiros colocados, e só não conseguiu
deixar o resultado completo porque Will Power, que havia largado na pole, e
andava entre os primeiros colocados, acabou tendo um problema mecânico e
abandonou a corrida a 11 voltas do final. A Penske, aliás, parece ser a
redenção da Chevrolet, já que seus demais times não conseguiram mostrar bom
desempenho na etapa inaugural do campeonato Indy. E tudo indica que os times da
Honda irão dificultar ainda mais a parada: em teste realizado na pista de
Barber, no Alabama, novamente os carros equipados com os motores e aerokits da
fábrica nipônica andaram muito forte, com a Penske sendo o único time da
Chevrolet a oferecer alguma resistência. E, levando em conta que Barber é um
autódromo, uma pista bem diferente de São Petesburgo, tudo indica que a
Chevrolet não terá este ano as facilidades vistas nos dois últimos campeonatos,
onde praticamente não teve concorrência à altura por parte da rival Honda.
O Campeonato Mundial de Rali até que
está demonstrando variedade nesta temporada, pelo menos quando o assunto são os
vencedores. Até agora, com três etapas disputadas, tivemos três vencedores
diferentes, de três times diferentes. Sébastien Ogier, o atual campeão, venceu
a etapa inicial da competição, em Monte Carlo; Jari-Matti Latvala chegou na
frente na Suécia; e agora, foi a vez de Kris Meeke faturar a etapa do México, e
com direito a um acidente pra lá de inusitado e incomum: o piloto da Citroen
saiu da pista e caiu em um estacionamento, a 1 km da bandeirada final da
competição. Meeke conseguiu desviar dos demais carros, e ainda conseguiu cruzar
a linha de chegada em primeiro e abocanhar a vitória, sua 4ª na categoria. Mas,
para variar, a liderança do certame está justamente com... Sébastien Ogier!
Competindo agora pela M-Sport, o francês terminou todas as três etapas no
pódio, além de vencer a prova inicial. Com essa constância e regularidade,
Ogier lidera o campeonato com 66 pontos. Na sua cola vem o finlandês Jari-Matti
Latvala, com 58 pontos, obtidos com uma vitória e um pódio até aqui. Mas
Latvala acabou a etapa do México em 6° lugar. Na 3ª posição, com 48 pontos,
está o piloto Ott Tanak, da Estônia. Kris Meeke, vencedor da etapa mexicana, é
apenas o 6° colocado, com 27 pontos, estando longe de ameaçar os líderes, no
momento. Muitos apostavam que Ogier não conseguiria manter o mesmo domínio dos
últimos anos, quando pilotou para o time oficial da Volkswagen, mas o intrépido
francês está mostrando que a situação não é bem assim, e que os rivais terão de
se aplicar para batê-lo. O domínio de agora pode não ser o mesmo dos últimos
anos, mas se alguém acha que Ogier não é candidato ao título, pode derrapar
feito na próxima curva. E vem aí justamente a etapa da França...
Depois de faturar as 24 Horas de Daytona
no final de janeiro, a equipe Wayne Taylor repetiu a dose nas 12 Horas de
Sebring, segunda etapa do campeonato IMSA Weathertech Sportscar, com o seu
modelo Cadillac N° 10, com os irmãos Rick e Jordan Taylor, mais o piloto Alex
Lynn, ao final de 348 voltas de competição no circuito misto do Estado da
Flórida. A Cadillac, aliás, viu outros de seus protótipos fecharem o pódio: na
segunda colocação ficou o carro N° 5 da equipe Action Express, com o trio formado
por Christian Fittipaldi, João Barbosa e Filipe Albuquerque. Na terceira
colocação ficou o carro N° 31, também da Action Express, com o trio Dane
Cameron, Eric Curran e Mike Conway, que terminaram com 2 voltas de desvantagem
em relação ao carro vencedor, que por sua vez, cruzou a linha de chegada com
apenas cerca de 13s para o time de Christian. No campeonato, os irmãos Rick e
Jordan Taylor lideram com 70 pontos, seguido do trio Christian Fittipaldi, João
Barbosa e Filipe Albuquerque, com 65 pontos cada um. Em seguida, vem o trio Dane
Cameron, Eric Curran e Mike Conway, com 56 pontos. A próxima etapa do
campeonato é no dia 8 de abril, na pista de Long Beach.
A MotoGP iniciou seu campeonato deste
ano com uma situação pouco comum na pista de Losail: chuva! Isso mesmo, choveu
no deserto no fim de semana da estréia da competição, e o aguaceiro obrigou a
direção da categoria a montar o grid de largada com o apanhado dos treinos
livres, o que confirmou Maverick Viñales, estreando pelo time oficial da Yamaha,
na pole-position para a corrida noturna da competição, à frente de Andrea
Iannonne, seu substituto na equipe da Suzuki, e do atual campeão, Marc Márquez.
A chuva deu uma trégua no domingo, permitindo as provas das etapas da Moto3 e
Moto2, mas voltou a dar o ar da graça na hora da classe rainha, o que obrigou
os organizadores a adiarem a largada duas vezes. Felizmente, a chuva passou e a
pista secou o suficiente para a corrida ser iniciada. Favorito disparado pelos
resultados mostrados na pré-temporada, Maverick teve um início de corrida um
pouco passivo, com Johann Zarco, da Tech3, assumindo a liderança. A liderança
de Zarco foi efêmera, pois o piloto caiu pouco tempo depois, e Andrea
Dovizioso, que vinha em um ritmo forte com a Ducati, assumiu a ponta na corrida.
Mais atrás, Viñales começava a se recuperar, com Valentino Rossi, que largada a
meio do grid, vindo no embalo. Marc Márquez também tentava ir para a ponta, mas
o italiano da equipe de Borgo Panigale andava muito forte, e o piloto da Honda
também se via às voltas com um agressivo Iannonne, que não desgarrava de sua
roda traseira. Mas com metade da corrida, foi a vez de Iannonne cair da moto, e
dar adeus à prova. Mas Márquez passou a ser perseguido pela dupla da Yamaha, em
franca recuperação. Não demorou para Viñales e Rossi superarem o atual campeão,
e partirem na caça de Dovizioso, firme na liderança da prova. Maverick encostou
em Andrea, e os dois passaram a duelar pela primeira colocação, num embate que
durou várias voltas. A Ducati era muito veloz na reta, o que obrigava o piloto
da Yamaha a tentar o ataque nas curvas do circuito. A cerca de duas voltas do
final, Viñales assumiu definitivamente a ponta, e lá ficou até a bandeirada
final, cruzando com apenas 0s46 de vantagem para o piloto da Ducati. Rossi, sem
condições de se intrometer no duelo entre os dois, fechou na 3ª colocação, a
menos de 2s do vencedor, um feito, considerando-se os problemas enfrentados
pelo “Doutor” nos treinos, e da sua posição de largada. Márquez contentou-se
com o 4° lugar, logo à frente de seu companheiro de equipe Dani Pedrosa. Jorge
Lorenzo, estreando pela Ducati, foi completamente eclipsado por Dovizioso no
fim de semana, e finalizou a corrida apenas em 11° lugar, um resultado muito
aquém do que o piloto esperava, ainda mais levando-se em conta a excelente
forma com que Andrea se portou na corrida. Estreando de forma efetiva na
MotoGP, a KTM apenas figurou no grid: seus pilotos terminaram em 16° e 17°
lugares, só não terminando entre os últimos porque Sam Lowes, da Aprilia,
finalizou em 18°. Seu companheiro, Aleix Espargaró, por outro lado, foi um dos
destaques da prova, terminando na 6ª colocação. A próxima corrida será no dia 9
de abril, em Termas de Rio Hondo, na Argentina.
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