Sébastian Vettel cruza a linha de chegada em primeiro no GP do Bahrein e mantém liderança do campeonato, derrotando novamente a Mercedes e Lewis Hamilton. |
Depois de três etapas
da competição disputadas, podemos enfim dizer com alegria que teremos um
campeonato de F-1 pra valer este ano. Depois de vermos disputas apenas entre os
pilotos da Mercedes nos últimos três anos, a briga agora é entre Mercedes e
Ferrari, com Lewis Hamilton e Sébastien Vettel dando tudo de si na luta pelo
título. O carro da Mercedes ainda é mais veloz em uma única volta, conforme se
vê no resultado dos treinos de classificação, em especial na etapa do Bahrein,
onde o terceiro colocado, justamente Vettel, ficou a quase 0s5 de distância do
tempo da pole alcançada por Valtteri Bottas, dando um susto na concorrência,
que temia que a dupla prateada sumisse na frente e deixasse o pessoal a ver navios
em se tratando de luta pela vitória. Mas o carro da Ferrari mostra possuir um
ritmo de corrida melhor, e ainda assim, a estratégia de prova na pista barenita
foi melhor executada pelo time de Maranello.
Junte uma boa
estratégia a um piloto como Vettel, novamente inspirado e lutador, e a Mercedes
já viu que terá uma encrenca potencial por toda a temporada. Foi a 2ª vitória
do alemão da Ferrari, que lidera a competição com 68 pontos, 7 a mais do que
Lewis Hamilton, que venceu a etapa da China. Aliás, a Mercedes acusou o golpe
de tal forma que precisou apelar para “ordens de equipe” para Bottas ceder sua
posição a Hamilton, a fim de dar ao tricampeão chances de luta efetiva com
Vettel na corrida. Um erro de Lewis, que entrou no box muito lento, a fim de não
perder tempo em seu pit stop, uma vez que que o time ainda atendia Bottas,
bloqueou Daniel Ricciardo, que vinha logo atrás, e com isso o inglês perdeu 5s
como punição, em uma manobra que em nada prejudicou o piloto da Red Bull, que
saiu na frente de Hamilton de seu pit stop com relativa folga, já que Hamilton
teve de esperar Bottas sair para fazer sua troca. Sem tal punição, poderíamos
ter visto um embate nas voltas finais entre Hamilton e Vettel, numa disputa que
poderia ser eletrizante pela vitória, e quem sabe, até com outro resultado.
Mas, da mesma maneira como Hamilton tinha sobras na China na parte final da
prova, Vettel também as tinha em Sakhir, controlando sua vantagem para o piloto
da Mercedes.
Um esperado duelo roda
a roda entre ambos é esperado a qualquer momento, e pode acontecer já na
próxima corrida, na Rússia. Até aqui, as diferenças de estratégia e/ou
intervenções do Safety Car impediram uma luta frente a frente nos momentos
decisivos das corridas, mas ele irá acontecer mais cedo ou mais tarde, e
coincidência ou não, ambos são os mais conceituados pilotos do grid da
categoria, o que mostra que o novo regulamento técnico, pelo menos até aqui,
está conseguindo fazer com que os melhores pilotos se destaquem com mais
efetividade. Na Mercedes, Bottas ainda precisa andar mais parelho com Hamilton.
No Bahrein, ele conseguiu a pole, mas na corrida, não conseguiu o mesmo ritmo,
devido a uma calibragem errada nos seus pneus, e como resultado, teve de dar
passagem ao parceiro duas vezes durante a corrida. Na Ferrari, Kimi Raikkonen
ainda não mostrou a grande forma dos testes da pré-temporada, e vem levando um
passeio de Vettel, o que faz a Ferrari já começar novamente a questionar a
permanência do finlandês para 2018, que se parecia remota, começa a ficar cada
vez mais certa a sua saída do time italiano e da F-1.
Só dá pena mesmo do
melhor piloto do grid, Fernando Alonso, estar alijado de poder competir, uma
vez que a McLaren e a Honda continuam batendo cabeças e o espanhol até agora
andou mais do que o carro, só para ver este quebrar no final da corrida, e em
posições que não condizem com o esforço despendido pelo bicampeão. Estivesse
Fernando lá na frente, em um carro competitivo, e poderíamos ter um duelo ainda
melhor do que o que já estamos tendo. A esperança é que Bottas e Raikkonen
acordem e mandem ver, ajudando a apimentar a disputa, mas o receio de muitos é
que seus times os deixem de fora à força, para se focarem apenas em Hamilton e
Vettel, como o time alemão precisou fazer em Sakhir, algo a meu ver, totalmente
desnecessário, pois até pelo ritmo superior de Lewis, ele não demoraria a
superar Valtteri. A imagem de esportividade da Mercedes, que nos últimos 3 anos
deixou a luta liberada entre seus pilotos, sucumbe no primeiro momento de
sufoco? Pegou mal para muitos.
Aliás, o período de
supremacia da Mercedes deixou o time de Brackley mal acostumado com as vitórias
e concorrência apenas ocasional. A Ferrari está junta na parada, e qualquer
vacilo pode ser desastroso, portanto, sem desmerecer o empenho de Vettel, e a
competência do time vermelho, a Mercedes cometeu pequenos erros, seus ou se
seus pilotos, que se mostraram cruciais para perder as vitórias em Melbourne e
Sakhir. A equipe ainda tem um excelente carro, e uma dupla forte de pilotos, mas
precisa se acertar em detalhes que estão deixando passar que acabam fazendo a
diferença. Se Toto Wolf e Niki Lauda quiserem ter noites menos conturbadas,
eles devem começar desde já a trabalhar para sanar estes pequenos percalços,
pois Maranello e Vettel já mostraram que não perdoarão qualquer vacilo que eles
cometerem.
Quem esperava ter um
melhor rendimento e até agora não conseguiu incomodar o duo Mercedes-Ferrari é
a Red Bull. Além do novo propulsor da Renault ainda estar se acertando, com a
promessa de uma evolução substancial a partir da etapa do Canadá que promete
diminuir o déficit de performance, o novo chassi RB13 ainda precisa ser
desenvolvido a contento, e o que se viu até aqui é que eles já um certa tem
folga em relação ao resto do grid, mas não muita, ao mesmo tempo em que ainda
estão distantes do quarteto Hamilton-Vettel-Bottas-Raikkonen. Se o time tinha
esperanças de disputar o campeonato, agora terá de se contentar em poder vencer
corridas, o que já será muita coisa, pois a diferença de andamento ainda está
significativa. E desta vez eles não podem culpar somente a Renault pelo déficit
de desempenho apresentado neste início de temporada. Adrian Newey é o
projetista mais conceituado da F-1 atual, mas nem ele é infalível. A área de
projetos de Milton Keynes está tendo de trabalhar mais do que se esperava, a
fim de tentar recuperar o tempo perdido, o que não é fácil.
A Williams é a 4ª força da F-1 no momento, mas não pode vacilar. Os concorrentes estão logo atrás e podem surpreender a qualquer momento. |
A Williams tinha
expectativa de começar o campeonato em melhor posição do que terminou o último
ano, e pelo menos neste sentido, o time está sendo bem-sucedido. Tirando a
etapa chinesa, que evidenciou que o carro continua não rendendo no molhado,
assim como Felipe Massa, o brasileiro fez corridas seguras tanto na Austrália
quando no Bahrein, conquistando as melhores posições disponíveis, e ficando à
frente do resto do grid. Mas o time de Grove precisará trabalhar direito para
desenvolver o FW40 a contento, de forma a não permitir que os concorrentes
evoluam melhor seus bólidos e acabem superando o time de Frank Williams na
segunda metade do ano, como aconteceu em 2016. Nas classificações, inclusive,
eles já tomaram sustos de Romain Grosjean, da Hass, e de Nico Hulkenberg, da
Renault. E outros concorrentes, como Force India e Toro Rosso estão logo ali à
espreita para complicarem a vida da Williams, seja no grid, seja na corrida. O
que infelizmente pesa muito mais neste momento é a situação conturbada do
novato Lance Stroll, que tem tido vários azares, alguns por culpa própria,
outros nem tanto. Em Sakhir, o canadense foi o culpado menor no toque com
Carlos Sainz Jr. que tirou ambos da corrida, mas com isso, todos os pontos do
time até agora foram conquistados por Felipe Massa, que tem feito o que pode.
Mas na classificação de construtores, isso já se manifesta na Force India ocupar
a 4ª posição, com 17 pontos, e a Williams a 5ª, com 16, uma vez que no time de
Vijay Mallya tanto Sérgio Perez quanto Esteban Ocon tem marcado pontos em todas
as corridas até aqui. É preciso ficar de olho neste detalhe, e torcer para
Stroll pegar logo o jeito da coisa e se manter longe de encrencas.
Toro Rosso, Renault e
Hass tem mostrado desempenhos irregulares até aqui. Em parte por problemas dos
pilotos, em parte complicações com os carros. Mas os três times mostram
potencial para avançar à frente e travar um duelo ferrenho pelas últimas
posições da zona de pontos. Não dá para estabelecer nenhuma hierarquia de
forças entre eles, e essa disputa é extremamente interessante. Com um pouco de
sorte, eles certamente podem até complicar a situação da Force India e até da
Williams, se capricharem no desenvolvimento de seus carros e nas suas
estratégias de corrida.
Fernando Alonso mais uma vez tirou leite de pedra do carro da McLaren, e mais uma vez, o carro o deixou na mão... |
A Sauber até está
conseguindo alguns brilharecos neste início de temporada, quase pontuando, o
que é digno de nota. Mas conforme a temporada avança, os rivais deverão
melhorar seus carros, e a diferença de performance, que até agora conseguiu ser
aliviada no braço de seus pilotos, só deverá aumentar. E aí será necessário não
apenas um golpe de sorte do time para conseguir pontuar, mas uma atuação
exuberante de seus pilotos na mesma ocasião, situação que pode até acontecer,
mas fica incerto se o time conseguirá aproveitar a oportunidade. E da McLaren
nem se pode falar coisa alguma. Fernando Alonso conseguiu levar o carro deste
ano nas costas, quase conseguindo pontuar logo na Austrália, mas o conjunto
está tão ruim que não permite qualquer prognóstico de melhores dias. Só não
deve terminar em último no mundial porque tem mais recursos e piloto do que a
Sauber, e mesmo assim, o ano será um calvário dos grandes.
O ponto positivo da
competição é que, em pistas de verdade, as dificuldades de ultrapassagens
diminuíram um pouco. Não estão sendo tão fáceis como no ano passado, mas menos
complicadas do que vimos na Austrália, e com vários pilotos conseguindo “jogar”
o carro por dentro nas curvas nas divididas de posição. Isso tem gerado bons
duelos, que se espera sejam a tônica maior de todas as pistas da temporada, e
pelo menos as etapas da China e Bahrein mostraram corridas bem interessantes. E
isso é muito bom para a atratividade da competição, além dos duelos entre os
pilotos. Portanto, que venham as próximas corridas, pois temos realmente um
campeonato a ser disputado! E que vençam os melhores, com muitos duelos e
emoção na pista!
Um dos assuntos mais discutidos
do fim de semana no Bahrein foi a reclamação de Max Verstappen de que teria
sido atrapalhado por Felipe Massa na sua tentativa de classificação, o que o
impediu de largar em melhor posição, mas que nem se daria ao trabalho de tirar
satisfações com o piloto da Williams por ele ser “brasileiro”, então... Foi o
bastante para o piloto holandês receber uma saraivada de críticas nas redes
sociais, em especial de torcedores brasileiros, detonando a crítica a seu
compatriota. E após a corrida, a conversa que passou a rolar é que o pessoal
tascou uma macumba no piloto da Red Bull como vingança, uma vez que após o pit
stop, sabe-se lá por qual motivo, o freio dianteiro do carro de Max travou e
ele foi direto contra a proteção de pneus, saindo da pista. Bateu de leve, nada
mais, só o suficiente para ficar por ali e dar adeus à corrida. Isso é que é
macumba tiro e queda, e Verstappen deverá tomar mais cuidado ao criticar os
brasileiros daqui para frente... Pelo sim, pelo não, o holandês já se desculpou
e teria resolvido tudo com Massa. E a vida segue... Mas, se foi macumba ou não,
a piada até que foi boa...
A MotoGP chegou a Austin para a
disputa do Grande Prêmio das Américas. Na pista, Marc Márquez quer manter a
invencibilidade no circuito texano, onde acumula 4 poles e 4 vitórias. A parada
este ano promete ser dura. A Yamaha tem claramente a moto mais competitiva, e
para piorar o quadro, Maverick Viñales promete ser um ferrenho competidor,
tendo vencido as duas provas disputadas até agora, no Qatar e na Argentina,
onde Márquez até começou na frente, mas levou um tombo e deu adeus à corrida,
tendo que correr atrás do prejuízo agora. Maverick tem 50 pontos, e lidera a
competição com 14 pontos de vantagem para Valentino Rossi, seu companheiro de
equipe, e que tem tudo para andar muito forte, depois do resultado ruim do ano
passado, quando caiu e deu adeus à corrida. Andrea Dovizioso ocupa a 3ª posição
na competição, tendo os melhores resultados da Ducati até aqui neste início de
temporada, uma vez que Jorge Lorenzo não conseguiu render o que sabe no time
italiano, e precisa reagir o quanto antes. O Circuito das Américas tem uma
extensão de 5,5 Km, com 20 curvas, e a prova será disputada em 21 voltas neste
domingo com transmissão pelo canal pago SporTV, a partir das 16:00 Hrs.
O campeonato Indy volta a
acelerar neste final de semana. O palco é o autódromo de Barer Motorsport, no
Alabama, um belo traçado misto cheio de subidas e descidas, e bem complicado de
se ultrapassar, o que proporciona emoções fortes quando os pilotos entram
decididos a dividir uma curva e raramente não se tocam e complicam a situação.
Largar na frente é essencial para escapar de algumas confusões que costumam
ocorrer no pelotão intermediário nestas disputas. Na pista, o francês Sébastien
Bourdais, da pequena Dale Coyne, se mantém firme na liderança depois da vitória
em São Petesburgo e de outro impressionante bom resultado em Long Beach, onde
subiu novamente ao pódio, e possui 93 pontos. James Hinchcliffe, da
Schmidt-Peterson, que venceu a prova californiana, é o vice-líder da
competição, com 74 pontos. Logo atrás, uma disputa ferrenha entre o atual
campeão, Simon Pagenaud, da Penske, com 71 pontos; e Scott Dixon, da Ganassi,
com 70. A corrida terá transmissão ao vivo da Bandeirantes e do Bandsports, a
partir das 16:15 Hrs.
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