O Circuito de Le Sarthe está pronto para uma das provas mais importantes do mundo do esporte a motor: é hora das 24 Horas de Le Mans. |
Este é um dos finais de semana mais esperados durante o ano todo pelos
fãs do esporte a motor. Neste sábado teremos a largada para a maior corrida do
mundo, as 24 Horas de Le Mans, no belo circuito de Sarthe, em Le Mans. Serão
nada menos do que 60 carros na pista, com cerca de 180 pilotos, batalhando pela
vitória numa das mais importantes e tradicionais corridas do mundo inteiro, e
que chega este ano à sua 84ª edição, disputada desde 1923, e tendo ficado de
fora do calendário das competições em 1936, devido a uma greve de trabalhadores
que inviabilizou a prova, e de 1940 a 1948, em virtude da 2ª Guerra Mundial,
mas firme no calendário das competições automobilísticas desde 1949.
Desde o início da
semana, Le Mans respira o ar das 24 Horas, com um grande público que deverá
lotar as arquibancadas neste circuito em seus 13,629 Km de extensão e 38
curvas. No ano passado, a Porsche arrasou a concorrência aqui com o tempo de
3min16s887, obtido por Neel Jani ao volante do modelo 919 Hybrid. A vitória
coube a outro carro da equipe alemã, que foi conduzido por Nico Hülkenberg, Earl
Bamber, e Nick Tandy, que chegaram na frente após 395 voltas e 5.383,45 kms
percorridos durante as 24 horas da prova. Foi o novo recorde de percurso da
prova, que até então era de 394 voltas, com 5.332,97 Kms percorridos pelo trio Jan
Lammers, Johnny Dumfries e Andy Wallace, em 1988, ao volante de um Jaguar
XJR-9LM.
Para a torcida
brasileira, teremos vários pilotos na corrida, e com boas chances de vitória em
suas respectivas categorias. Na principal delas, a LMP1, Lucas Di Grassi estará
novamente ao volante do carro N° 8 da Audi para tentar a primeira vitória
brasileira em Le Mans. O piloto brasileiro foi o mais rápido no teste
preparativo para a corrida, realizado há algumas semanas, conseguindo superar o
duo de carros da Porsche e seu carro parceiro de equipe, com o tempo de
3min21s375, bem acima da pole-position do ano passado. Lucas também vem de um
bom momento, tendo vencido a última prova do Mundial de Endurance, na Bélgica,
obtendo assim sua primeira vitória na categoria. Mas a parada promete ser dura,
e não se pode ignorar o poderio da Porsche, que tem claramente o carro mais
rápido da competição. Ainda na categoria protótipos LMP1, teremos a presença de
Nelsinho Piquet ao volante do carro N° 12 da Rebellion, esperando obter o
melhor resultado possível para sua escuderia. No combinado do teste livre, o
carro do brasileiro ficou com o 8° melhor tempo, cerca de 5s75 atrás do tempo
obtido por Lucas Di Grassi.
Os carros da categoria LMP1 são as grandes estrelas da Endurance, e a Porsche larga na primeira fila. |
Na categoria LMP2,
contaremos com a presença de Luís Felipe “Pipo” Derani, pela Extreme Speed
Motorsports no carro N° 31, guiando o modelo Ligier JS P2/Nissan. Bruno Senna
também estará em ação, pelo time RGR Sport By Morand, pilotando o mesmo modelo
de Derani. Também competindo com o mesmo modelo (à exceção do motor) teremos a
equipe Michael Shank Racing, que promoverá finalmente a estréia de Oswaldo
Negri Junior, que tem uma carreira sólida no automobilismo de endurance
norte-americano, nas 24 Horas de Le Mans. E também teremos representante na
categoria LMGTE-Pro, com Fernando Rees defendendo mais uma vez a equipe oficial
da Aston Martin, ao volante do modelo Vantage V8 GTE. Não teremos brasileiros
na categoria LMGTE-Am.
Como de costume,
teremos um plantel bem recheado, com vários vários pilotos que já passaram pela
F-1, entre outras categorias. Entre os estreantes de peso, está Scott Dixon,
que competirá pelo time da Ford em parceria com a Chip Ganassi, que também terá
Sébastien Bourdais, marcando o retorno do francês a Sarthe, onde competiu pela
última vez em 2011. Na lista dos ex-F-1, além dos brasileiros Lucas Di Grassi,
Nelsinho Piquet e Bruno Senna, temos também Giancarlo Fisichella, Pedro Lamy,
Jan Magnussen, Nick Heidfeld, Sébastien Buemi, Kazuki Nakajima, Kamui
Kobayashi, Anthony Davidson, Shinji Nakano, entre outros. E teremos também uma
mulher, Cristina Nielsen, que correrá pelo time Formula Racing, na categoria
LMGTE-Am.
Fica a dúvida de quem
será o vencedor da edição deste ano. Se no ano passado a Porsche atropelou a
concorrência, desfilando sua grande velocidade na imensa reta Mulsanne, este
ano os atuais vencedores ainda não os favoritos, mas a Audi parece ter
conseguido diminuir um pouco a desvantagem que apresentou no ano passado,
podendo oferecer uma disputa mais acirrada para seus rivais compatriotas. E não
se pode menosprezar a Toyota, cujo modelo TS050 ainda não mostrou tudo o seu
potencial nas duas primeiras corridas do Mundial de Endurance, dando a sensação
de que parece precisar de um pouco mais de desenvolvimento para fazer frente
aos modelos 919 e R18 das escuderias germânicas, mas que pode surpreender aqui
em Sarthe. Por mudanças de regras, procurando conter custos, as duas escuderias
alemãs não terão carros extras na edição deste ano. No ano passado, Audi e
Porsche competiam com 3 carros, sendo o terceiro montado especialmente para
esta corrida. E foi o carro “extra” que venceu a prova. Uma pena que seus
pilotos não possam defender o título da corrida neste ano, mas mesmo que
houvesse o terceiro carro, Nico Hulkenberg não poderia estar presente, uma vez
que a F-1 corre neste fim de semana em Baku, no Azerbaijão, prova que estréia
no calendário da competição, marcada para o mesmo fim de semana das 24 Horas.
E como treino livre é
treino livre, na hora da classificação é que o real potencial dos carros vêm à
tona, e para não deixar dúvidas nos rivais, achando que podem bagunçar sua
condição de favoritos, a Porsche começou arrebentando no primeiro treino de
classificação para o grid, colocando seus dois carros na primeira fila
provisória até então naquele momento, largando praticamente 1s para a rival
mais próxima, a Toyota, e deixando a Audi a praticamente 2s7 de distância. Pior
para a Rebellion, que ficou quase 7s pra trás. E isso só na classe LMP1, a
principal da categoria protótipos, e grande estrela do Mundial de Endurance.
Mas é bom lembrar que o WEC é na prática quatro corridas em uma, e em aqui Le
Mans, pela extensão dos mais de 13 Km de pista, isso fica ainda mais nítido na
diferença de performance nas classes. Por exemplo, na classe LMP2, para os
protótipos de equipes não-construtoras, o mais veloz foi quase 17s mais lento
que o primeiro Porsche da LMP1. Se acharam isso muito, as categorias GTE ficam
ainda mais distantes: cerca de 31s5 na GTE-Pro; e 37s na GTE-Am.
E esses foram um
comparativo apenas dos tempos da primeira sessão de classificação. Em Le Mans,
são três treinos de formação para o grid de largada, um na quarta-feira, e dois
na quinta-feira anterior à corrida. Antes, na quarta-feira, houve um treino
livre com 4 horas de duração, a partir das 16 horas. E outro detalhe
interessante: as sessões de classificação estão sendo disputadas à noite: a de
quarta-feira começou a partir das 22 horas, indo até a meia-noite. Nesta
quinta, a primeira sessão de classificação (2° treino), começou às 19 horas,
finalizando às 21 horas, com a terceira e derradeira sessão tendo início às 22
horas e fechando novamente à meia-noite. Os tempos são combinados, e temos o
grid de largada das 24 Horas.
Nada menos do que 60 carros, com 180 pilotos, estarão na pista lutando pela vitória nas 24 Horas de Le Mans. |
Infelizmente, quem
esperava ver a briga pelas posições do grid no segundo e terceiro treino de
classificação, levou um banho de água fria, literalmente. São Pedro desceu
sobre Le Mans, e se no segundo treino a chuva ainda foi razoável, a ponto de
impedir a melhora substancial dos tempos e alterações significativas nas
posições determinadas no primeiro treino, para a terceira sessão o céu
literalmente desabou sobre a pista de Sarthe, a ponto de até o Safety Car rodar
na pista encharcada, eliminando de vez qualquer resultado positivo. Assim, a
Porsche largará na primeira fila, com a Toyota ocupando a segunda fila, e a
Audi na terceira. Mas é bom todo mundo vestir suas galochas: a previsão do
tempo para a primeira metade da corrida prevê a presença da chuva, e na pista
molhada, muitas surpresas podem acontecer. A emoção, que normalmente é
garantida nesta prova, vai ter um incremento e tanto com a presença de São
Pedro, podem apostar.
Um dos destaques a ser
mencionado da prova neste ano é a equipe da “Garage 56”, ou o “Carro Inovador”,
que nos último anos foi ocupado pelo modelo Delta Wing. Este ano, a vaga será
ocupada pela equipe SRT41 by OAK Racing, que terá como grande destaque um
piloto que perdeu parte de seus membros superiores e os inferiores. Sim, o
francês Fréderic Sausset irá disputar as 24 Horas conduzindo um carro adaptado
para suas próteses, ao lado de seus compatriotas Christophe Tinseau e de
Jean-Bernard Bouvet, que já correram em Le Mans. Sausset disputou o campeonato
VdeV Proto, certame europeu de Endurance existente na França. O Automobile Club
de l’Ouest, organizador das 24 Horas, aceitou a sua inscrição, e ele pilotará
um protótipo LMP2 Morgan, construído pela Onroak Automotive e adaptado às suas
necessidades, o que tornará sua participação na corrida um grande desafio de
superação. E não será apenas por isso: em alguns treinos, Sausset conseguiu
andar até melhor do que alguns pilotos, o que demonstra que o piloto não é
apenas um sonhador romântico, mas um sujeito muito determinado. A torcida
acompanhará o seu desempenho com bastante atenção.
Para os torcedores
brasileiros, o canal pago Fox Sports 2 transmitirá nada menos do que 8 horas da
corrida ao vivo. A transmissão começará neste sábado às 9:30 da manhã, pelo
horário de Brasília, e irá até as 16 horas, retornando no domingo pela manhã
para a transmissão das últimas duas horas. Podem se preparar, porque emoção não
vai faltar nessa corrida. Afinal, são as 24 Horas de Le Mans, e essa corrida
nunca pode ser encarada da mesma maneira que as demais provas do mundo da
velocidade...
A Fórmula 1 inicia hoje os
treinos para a mais nova pista do calendário: Baku, capital do Azerbaijão, que
sediará o Grande Prêmio da Europa, prova que estava ausente do calendário desde
que Valência deixou de sediar a corrida, em 2013. A pista tem cerca de 20
curvas, com um traçado de 6 quilômetros, projetada por Hermann Tilke, e em
sentido anti-horário. A corrida será disputada em 51 voltas. Estima-se que a
pista possa se tornar o circuito de rua mais rápido já utilizado pela F-1. Há
um bom trecho de reta que vai da saída da curva 16 até o final da reta dos
boxes, com leves curvas que não serão obstáculos para os pilotos descerem o pé
no fundo do acelerador, totalizando praticamente 2 quilômetros de extensão.
Apenas metade das curvas do traçado é realmente fechada, e nas demais, várias
são apenas uma leve mudança de direção. Isso indica que, como no Canadá, os
motores serão bem exigidos na pista, a ponto de a Red Bull, que estreou uma
nova versão da unidade motriz da Renault em Mônaco, já se manifestar de forma
pessimista quanto às suas chances nessa corrida, estimando um déficit de
performance de 1s só no longo trecho de reta. Blefe, ou realidade? No Canadá, a
Red Bull, especialmente com Max Verstappen, fez bonito na corrida, chegando em
4° lugar. Não é recomendável subestimar o time dos energéticos, por mais que os
indícios digam que eles estarão fora da briga pela vitória. Mas há um trecho de
pista que destoa do resto do circuito em termos de largura, com meros 7 metros,
entre as curvas 8 e 9, passando ao lado de uma velha torre na cidade antiga, construída
no Século XII, onde os carros terão de passar bem devagar, devido à curva
fechada e sem visão da saída, e morro acima. Espero que não haja enroscos por
ali, porque o traçado ficará completamente bloqueado. Vamos ver no que vai dar
quando os pilotos chegarem por lá com tudo em alta velocidade...
Baku, a bela capital do Azerbaijão, recebe a F-1 neste fim de semana, em um circuito de rua que promete arrepiar na velocidade de seu traçado. |
A Ferrari conseguiu se impor à
Red Bull no GP do Canadá, domingo passado, mas acabou sendo superada por Lewis
Hamilton, que conseguiu manter seus pneus em bom estado para conseguir fazer a
prova inteira com um único pit stop e seguir firme até a bandeirada. E Nico
Rosberg teve sua segunda prova consecutiva com problemas, levando a pior na
tentativa de dividir com Hamilton a freada da segunda curva logo após a largada
e caindo várias posições, tendo de fazer uma corrida de recuperação, que só não
foi melhor devido a um pneu furado e a um Max Verstappen endiabrado na disputa
de posição pelo 4° posto nas voltas finais. O retrospecto para o alemão, que
após a corrida da Rússia abria 43 pontos na classificação para o atual
tricampeão e companheiro de equipe na Mercedes, sofreu uma queda das mais
bruscas, estando agora apenas 9 pontos à frente. E muitos já estimam que,
domingo, após a bandeirada, essa diferença pode não apenas diminuir ainda mais
como até se inverter, dependendo do que acontecer. Até agora não vimos em 2016
um duelo homem a homem direto entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, pois em
todas as corridas, um deles enfrentou problemas ou complicações, enquanto o
outro superava as dificuldades ou conseguia passar longe de todos os problemas.
Será que a corrida em Baku trará o primeiro duelo direto entre ambos na pista?
A conferir...
Felipe Nasr e Felipe Massa
tiveram um dia para esquecer em Montreal. Enquanto o brasileiro da Williams
teve uma pane no sistema de resfriamento e abandonou, Nasr levou um toque de
Kevin Magnussen logo no início da corrida, o que o fez rodar e perder bastante
tempo para se recolocar na corrida, perdendo mais um duelo para seu companheiro
de equipe Marcus Ericsson. O sueco terminou em 15°, enquanto Nasr foi o 18°. Já
Massa, que vinha à frente de Valtteri Bottas no campeonato, foi superando pelo
finlandês, que fez uma excelente corrida e chegou ao pódio em 3° lugar,
aproveitando das trocas de pneus a mais feitas por Max Verstappen e Nico
Rosberg. Bottas agora é o 7° na classificação, com 44 pontos, seguido por
Massa, em 8°, com 37 pontos. A Williams terá uma boa oportunidade em Baku para voltar
a ter um bom desempenho, graças às grandes retas da pista do Azerbaijão, mas a
julgar pelo que vi em Montreal, nem isso parece servir mais de trunfo para a
equipe inglesa. Já o time suíço, com um carro sem desenvolvimento e com sua
situação financeira complicada, precisará torcer para não ser superada pela
Manor, que parece cada vez mais capaz de deixar a Sauber para trás...
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