Voltando
com um de meus antigos textos, trago hoje a coluna publicada no dia 22 de
agosto de 1997. O assunto principal era a prova da Bélgica no campeonato da
F-1, no belo circuito de Spa-Francorchamps. Pista das mais desafiadoras, e
preferida por 9 entre 10 pilotos da categoria máxima do automobilismo, estava
com o favoritismo dividido entre os pilotos da Williams, então o melhor time da
categoria, e Michael Schumacher, da Ferrari, que vinha conseguindo embolar o
campeonato e levava a Ferrari finalmente a disputar um título depois de vários
anos. No mais, alguns tópicos rápidos comentando outros acontecimentos
ocorridos naquela semana no mundo do esporte a motor. Confiram o texto, e em
breve tem mais colunas antigas por aqui...
WILLIAMS OU...SCHUMACHER?
A
Fórmula 1 segue em
frente. Desta vez, o palco é o célebre circuito de
Spa-Francorchamps, na Bélgica. Sem sombra de dúvida o melhor e mais desafiador
circuito da categoria atualmente. Depois do resultado do GP da Hungria, o
campeonato está mais embolado do que nunca: Jacques Villeneuve e Michael
Schumacher são os protagonistas principais da luta pelo título desta temporada.
O bicampeão da Ferrari segue liderando a classificação com 3 pontos de vantagem
para o canadense da Williams.
Aqui
em Spa, teoricamente, a vantagem vai para a Williams, pelo tipo de circuito.
Spa é uma pista de alta velocidade, com curvas para todos os gostos. O ponto
culminante é o trecho Eau Rouge-Raidillon, feito a pé embaixo no primeiro terço
da pista, onde os pilotos entram em descida para logo em seguida subir a
colina. Até Schumacher já admitiu que a Ferrari não será tão competitiva em Spa
quanto foi nas últimas etapas. Só que este tipo de declaração do piloto alemão
não deve ser levada sem desconfiança. Schumacher já disse em Magny-Cours que
não esperava muito da corrida, e ele venceu na França. Pesa contra o fato de
ele ter feito o mesmo comentário em Barcelona, que se confirmou na corrida,
terminando apenas em 4º lugar. Mas um ponto conta a favor do alemão: Spa é uma
pista que, além de exigir muito do carro, exige do piloto também. E no quesito
piloto nem precisa dizer quem leva vantagem no confronto Villeneuve X
Schumacher.
Sem
falar na tradicional instabilidade do clima desta região das Ardenhas, sempre
pródigo em pregar peças nos pilotos e equipes, e sem aviso prévio. O céu
encoberto é um aviso, mas não vale muito, pois pode até nem chover. O problema
quando a chuva vem é quando e onde ela vem. Pode tanto ser uma pancada rápida,
que dura alguns minutos, como demorar muito tempo, ou chuvisqueiros insistentes
que molham pouco a pista e colocam em dúvida se há necessidade ou não de trocar
os pneus. Como complemento, devido aos quase 7 Km de extensão do circuito,
sempre pode haver o problema de a chuva atingir somente um trecho ou outro da
pista, complicando ainda mais a situação.
Tecnicamente,
o circuito exige um acerto muito bem feito para proporcionar boa velocidade e
apoio nas várias curvas, sem comprometer um ou outro parâmetro. O motor é um item
importante aqui, pelo fato do traçado possuir subidas e descidas, exigindo boa
potência dos motores. Como há muitas curvas na segunda metade da pista, a
importância do motor é menor do que em Hockenhein, mas ainda é evidente.
Completando o panorama, a estratégia de pista deve ser complementada por uma
excelente estratégia de boxes, ainda mais se chover.
Fazendo
uma análise geral que vemos em Spa, acredito que as Williams deverão mesmo ser
as favoritas aqui neste circuito. Seus carros possuem boa aerodinâmica, e um
motor possante que é o melhor da F-1 atual. Talvez só a Ferrari, leia-se
Michael Schumacher, pode complicar a situação dos pilotos de Frank Williams. Se
bem que, a exemplo do que aconteceu na Hungria, podem surgir surpresas na
pista. E, se houverem, serão muito bem vindas, principalmente se aumentarem
ainda mais a disputa do campeonato.
Zaqueu Morioka tem neste fim de semana a chance de ser campeão da
F-Ford 2000 americana. O palco é o circuito de Watkins Glen, que já foi o
principal circuito americano a receber a F-1 até o início da década de 1980.
Aqui em Spa-Francorchamps, Ricardo Zonta defende a liderança no mundial
da F-3000. Pelo ritmo demonstrado pelo piloto brasileiro nas últimas etapas, a
concorrência que se prepare...
Na última etapa da F-Indy (IRL) disputada domingo passado, no New
Hampshire International Speedway, em New England, deu vitória de Robbie Bill. O
piloto, que ficou de fora das últimas etapas, voltou em grande estilo e venceu
a prova. Para os brasileiros, o dia prometia muito: Marco Greco conquistou sua
primeira pole-position na categoria, e dividiu a primeira fila com Scott
Goodyear. O piloto brasileiro liderou muito bem a primeira parte da corrida até
seu primeiro pit-stop. Depois que voltou à pista em 6º, acabou tendo problemas
no motor e abandonou a prova. Afonso Giaffone Neto também vinha em boa posição
quando bateu com o carro na curva que antecede a reta dos boxes. Mas o piloto
mais azarado da corrida foi Eddie Cheever, que liderava a etapa até ficar sem
combustível na antepenúltima volta da prova, cedendo a liderança para o piloto
da equipe Menard. Cheever não conseguia esconder a raiva com o abandono, ao
jogar longe o volante ao sair do carro. Além de Robbie Bill, subiram ao pódio
Vincenzo Sospiri (2º) e Arie Luyendick (3º). Faltando apenas uma etapa da
encerrar o campeonato 96/97 da F-Indy, apenas dois pilotos tem chance de
disputar o título, Tony Stewart e Davey Hamilton, que na prova do último
domingo ficaram fora de combate, abandonando a corrida.
Na F-CART, a prova de Road America viu a 3ª vitória consecutiva de
Alessandro Zanardi, que disparou na liderança do campeonato. O resto do pódio
foi todo verde-amarelo, e teria até sido todo, não fosse Zanardi. Maurício
Gugelmim foi o 2º colocado, Gil de Ferran terminou em 3º, e Christian
Fittipaldi finalizou em 4º lugar. A prova foi marcada por diversos acidentes,
devido à pista molhada por uma chuva torrencial que caiu horas antes e atrasou
a largada em quase 2 horas e meia. Destaque para a capotagem de Paul Tracy depois
de bater numa barreira de pneus logo após a largada, em conseqüência de um
toque com Guálter Salles, que felizmente foi só um susto. Michael Andretti e
Greg Moore foram outros pilotos que se atrapalharam com o piso molhado. Arnd
Meyer conseguiu a proeza de fazer seu carro voar por cima de um dos guard-rails
e por pouco não atingindo algumas pessoas, após escapar da pista. E para dizer
que os brasileiros também não ficaram imunes às estripulias da pista, Raul
Boesel, em uma tentativa de ultrapassagem sobre André Ribeiro, acabou rodando e
saindo da pista, não sem antes levar junto com ele seu compatriota. Zanardi
agora lidera o campeonato com 168 pontos, seguido de Gil de Ferran, com 130.
A Tasman volta a ser equipe da Reynard, depois dos azares enfrentados
com o chassi Lola neste ano. Para 1998, o pacote técnico da escuderia será
Reynard/Honda/Firestone. Adrian Fernandez deverá deixar o time. O favorito a
nova vaga na equipe é Tony Kanaan.
Depois de mais de 30 anos, a Ford finalmente dará adeus a seus motores
V-8 na F-1. Para 1998, tanto a Stewart, como equipe oficial, que já usa motores
V-10, como suas equipes clienbtes, caso da Tyrrel, terão motores V-10.
Atualmente o time de Ken Tyrrel corre com motores EC V-8. Tudo indica que a F-1
será dominada inteiramente pelos motores V-10. No caso da Ford, entretanto,
espera-se que a fiabilidade dos motores também melhore, e não só sua potência.
Basta ver o caso da Stewart nesta temporada...
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