Com os pilotos da Manor confirmados, a F-1 fecha seu grid para a temporada 2016, com 22 pilotos e 11 equipes. |
A Fórmula 1 fechou sua
lista de competidores esta semana. O último lugar disponível, na equipe Manor,
foi preenchido pelo piloto Rio Haryanto, da Indonésia, que alinhará no pior
time da categoria, ao lado de Pascal Wehrlein. Teremos 11 escuderias, com 22
pilotos competindo, marcando uma tímida recuperação no grid da F-1, que em 2015
teve apenas 10 times e 20 pilotos competindo, após o fechamento da Caterham. Na
verdade, por pouco a Marussia também não bateu as botas, sendo salva por um
destes mecenas endinheirados que gostam de arriscar a sorte no mundo do esporte
a motor. No caso da Marussia, que agora volta a usar o seu nome original,
Manor, é o bilionário Stephen Fitzpatrick, que deve proporcionar ao pequeno
time sua melhor temporada na categoria até agora em termos de potencial, já que
o time usará motores da Mercedes, e seu corpo técnico ganhou o reforço de
vários profissionais com passagem em outras escuderias, como Pat Fry,
ex-McLaren.
A grosso modo, o grid
da F-1 mudou muito pouco da temporada passada para cá. A mudança dos pilotos da
Manor não é nenhuma surpresa, em virtude de o time ser o menor do grid e
precisar do aporte de patrocínio trazido pelos pretendentes a pilotos. Além da
estréia na categoria de seus dois titulares, o único novato na atual temporada
é o inglês Jolyon Palmer, filho do ex-piloto Jonathan Palmer, que enfim terá
sua chance na renascida Renault, ex-Lotus, que antes...era a Renault. O time
francês, sediado em Enstone, na Inglaterra, também terá o retorno de Kevin
Magnussem, que deixou a McLaren procurando lugares mais palpáveis para poder
competir, uma vez que suas esperanças na escuderia de Ron Dennis ficaram
remotas. A mudança da "Lotus" para Renault também trouxe a única baixa
do grid em 2016 em relação a 2015, tirando o pilotos da Manor: a saída de
Pastor Maldonado da F-1. Sem os petrodólares da PDVSA, em crise após anos de
administração irresponsável por parte do regime chavista que governa a
Venezuela, não restou outra alternativa à estatal terminar o seu patrocínio na
categoria máxima do automobilismo. E com isso, o que muitos profetizavam se
cumpriu: sem dinheiro por trás, Maldonado infelizmente não conseguiu cativar
seu time de 2015 a
mantê-lo para o atual campeonato.
E a boa notícia da
temporada é a estréia da equipe Hass, dos Estados Unidos, que passou o ano de
2015 preparando-se cuidadosamente para ingressar na F-1, e depois de algumas
especulações, optou-se por uma dupla de pilotos com relativa quilometragem para
conduzir seus carros nesta temporada de estréia. Romain Grossjean e Esteban
Gutiérrez serão os titulares. Grosjean mostrou na Lotus nos últimos tempos que
conseguiu evoluir e é um nome bem considerado para liderar o time nas pistas, e
Gutiérrez, mesmo tendo feito uma temporada apenas razoável com a Sauber há
pouco tempo atrás, acertou ao se tornar piloto de testes da Ferrari, que como
fornecedora da unidade de potência do time de Gene Hass, conseguiu alocá-lo no
novo time, onde terá nova chance de mostrar o que sabe.
Nos demais times,
praticamente não houve mudanças. A campeoníssima Mercedes segue com sua atual
dupla, o tricampeão Lewis Hamilton, e Nico Rosberg, no que promete ser a última
temporada da dupla junta na escuderia alemã, por bem ou por mal. Se Hamilton
faturar mais um título, Rosberg deve sair, procurando um lugar que lhe dê
condições de ser campeão. Mas, caso Rosberg acabe vencendo e conquistando o
título, muito provavelmente deverá sair também, uma vez que Hamilton tem
contrato para 2017, a
menos que o inglês pule fora, o que seria loucura no atual momento de domínio
da equipe na categoria. Se no ano passado Hamilton deixou Nico na sobra, as
provas finais do campeonato, quando o título já estava decidido a favor do
inglês, mostraram a volta de um Rosberg inspirado que, se manter-se firme nesta
temporada, tem tudo para complicar a vida de Lewis na Mercedes, e fazer o
relacionamento entre ambos ir para o vinagre mais uma vez.
A Ferrari deu aquela
que poderá ser a última chance de Kimi Raikkonem voltar a brilhar na F-1. No
ano passado, o finlandês foi superado com relativa facilidade por Sebastian
Vettel, da mesma maneira como acontecia com Fernando Alonso um ano antes. Como
o time italiano praticamente se reconstruiu em 2015, as cobranças foram mais
amenas, mas nesta temporada, a mensagem já foi dada: a direção da escuderia tem
obrigação de lugar a fundo pelo título, e quem não se empenhar poderá pegar o
boné e ir para casa. Depois de duas temporadas fulgurantes na Lotus, Kimi ainda
não conseguiu se reencontrar a fundo no time italiano, onde foi o último
campeão pela marca, em 2007, praticamente 10 anos atrás. Mais uma temporada
abaixo do que todos sabem que o finlandês é capaz de produzir, e Raikkonem deve
se aposentar definitivamente ao fim deste ano. Quando a Vettel, o tetracampeão
renasceu no ano passado, conduzindo o time italiano à posição de maior
adversário da Mercedes, e foi o único a vencer fora a dupla prateada. E ele
certamente virá com muito mais apetite para esta temporada.
A Williams também
manteve sua dupla de pilotos. Felipe Massa vai para aquela que deverá ser sua
última temporada na escuderia, e se isso acontecer, muito provavelmente também
na F-1, já que seu cacife no momento não desperta interesse por outros times.
Mas isso não significa que o brasileiro seja carta fora do baralho na opção de
renovação da escuderia inglesa. Valtteri Bottas já andou ensaiando a vontade de
competir por outro time mais forte, e só não teria saído para a Ferrari porque
o time preferiu renovar com Raikkonem. Assim, a única opção plausível foi
permanecer onde está. Bottas mostrou um grande desempenho em 2014, mas no ano
passado, não conseguiu produzir na mesma proporção, em que pese o carro da
Williams, apesar de competitivo, ter estagnado na parte final da temporada, e
isso pode ter reduzido o apelo de seu nome no mercado de pilotos. Quanto a
Massa, ele se sente bem no time, e se conseguir fazer um bom campeonato, é
muito provável que siga no time em 2017: já está entrosado no esquema, sabe
como tudo funciona em Grove, e não causa indisposição no time.
Pelo lado da Red Bull,
a dupla Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat mostrou o que pode produzir em 2015. Se
o australiano é mais do que capaz de conduzir a escuderia ao retorno às
vitórias, uma nova temporada com Kvyat mais experiente e maduro num time de
ponta deve fazer com que o russo possa render mais do que no ano passado,
quando cometeu alguns erros crassos em algumas provas onde poderia ter obtido
alguns bons resultados. Em outras palavras, a cobrança será maior, mas que
ninguém pense que Ricciardo também não será cobrado, se resultados não
aparecerem. Afinal, a Toro Rosso está bem ali ao lado no grid, e contando com a
revelação do ano passado, o holandês Max Verstappen, que mesmo muito jovem, já
chegou impondo respeito, e o pé direito no acelerador, visando vôos bem mais
altos do que muitos esperam. Carlos Sainz Jr. que se cuide se não render este
ano, pois a fila de substitutos na Red Bull anda e Helmut Marko, coordenador do
programa de pilotos da companhia, costuma rifar aqueles que não rendem como se
descartasse uma latinha do energético do time em uma lixeira qualquer.
A Force India segue
com a dupla Sérgio Perez e Nico Hulkenberg. Nico, depois de vencer as 24 Horas
de Le Mans competindo pelo time oficial da Porsche, era fortemente cotado a ir
para a categoria endurance, mas optou por permanecer no time de F-1. Seu
objetivo continua sendo atrair a atenção de alguma escuderia mais estruturada
que lhe dê a chance de disputar vitórias e o título, e com a provável saída de
Raikkonem da Ferrari ao fim do ano, caso Maranello decida dispensar o
finlandês, Hulkenberg é um dos muitos pilotos do grid que visam essa vaga. Mas
para isso ele precisará superar o seu companheiro de time, o mexicano Sérgio
Perez, que fez uma boa temporada em 2015, e certamente vai querer continuar
andando à frente do companheiro de time nesta temporada.
Do mesmo modo, a
Sauber terá novamente Felipe Nasr e Marcus Ericsson conduzindo seu novo modelo
C35, e no ano passado, o piloto brasileiro conseguiu se impor com relativa
facilidade sobre seu parceiro sueco, mas a determinado momento da temporada,
Ericsson conseguiu bagunçar um pouco a situação de Felipe, mostrando que pode
mostrar mais resultados do que sua pontuação no ano passado sugere. Indo para
sua segunda temporada, Nasr sabe que em 2017 deverá tentar um time mais
competitivo, e para isso é preciso mostrar serviço logo de cara. No ano passado
o brasileiro soube aproveitar a maioria das oportunidades que surgiram para
conseguir resultados que seu carro normalmente não lhe permitia, e isso
precisará ser ainda mais bem feito neste ano, se quiser realmente ter a chance
de sonhar com uma vaga em um time melhor.
Pelo seu lado, a
McLaren continua tendo uma das duplas mais fortes do grid, e sendo o único time
a contar, além da Ferrari, com dois campeões de F-1. Fernando Alonso e Jenson
Button querem esquecer o ano pífio de 2015, e reerguer o time inglês nesta
temporada, além de suas carreiras na categoria. Muito provavelmente Button
possa se aposentar ao fim da temporada, e se o ano for novamente abaixo da
crítica, há quem diga que até Alonso pode pular fora para 2017, com um boato de
que poderia até retornar... à Renault, de onde saiu em 2009. Mas enquanto isso,
se o novo MP4/31 e a revisada feita na unidade de potência da Honda garantirem
mais competitividade e fiabilidade, tanto Alonso quanto Button terão chance de
mostrar porque foram campeões do mundo na F-1.
E assim temos os 22
competidores que lutarão pelo título da F-1 nesta temporada. Bom, isso é força
de expressão, porque a rigor mesmo, se 4 deles duelarem pelo título, talvez
seja até bom demais para a categoria, que nos últimos dois anos teve de
assistir ao duelo particular dos pilotos da Mercedes. Torço, assim como muitos,
que a disputa este ano seja bem melhor do que a do ano passado. E pelo bem da
F-1, tomara que seja...
A Ferrari mostra hoje o seu novo
bólido para a temporada 2016, e onde estarão depositadas as grandes esperanças
de desafiar a Mercedes pelo título do campeonato. Em fotos divulgadas nos
últimos dias, vislumbrou-se que o novo bólido deverá ter a faixa branca que
caracterizou o monopostos de Maranello durante parte dos anos 1970, e que foi
utilizado pela última vez nos anos 1990. Pelo menos na apresentação, a Ferrari
sai na frente dos demais times, exceção à Renault, que só mostrarão seus carros
na semana que vem, durante a primeira sessão coletiva da pré-temporada, em
Barcelona, onde todos irão testar de segunda a quinta-feira. Não há como
segurar a expectativa para ver como deverão ser os novos bólidos da temporada,
sensação que entra ano, sai ano, sempre deixa todo mundo empolgado para ver o
que os engenheiros e projetistas conseguirão apresentar. Já foi muito mais
interessante há anos atrás, quando os carros tinha mais personalidade, e o
regulamento não era tão chato e restritivo como é hoje, mas mesmo assim, sempre
aguardo com ansiosidade a apresentação de um novo modelo.
Recebi esta semana o convite para
comparecer ao lançamento da mais nova edição do livro AUTOMOTOR ESPORTE, versão
2015/2016, o anuário produzido por Reginaldo Leme e sua equipe, com a cobertura
das competições automobilísticas do ano de 2015, e que vai para sua 24ª edição,
tendo sido lançado inicialmente cobrindo a temporada automobilística de 1992.
De lá para cá, o livro só cresceu, agregando cada vez mais categorias e ficando
cada vez mais grosso, com excelente qualidade gráfica, e sempre com belos
textos e excelentes fotos dos mais diversos campeonatos do mundo do esporte a
motor. O lançamento será feito na Livraria da Vila, no 2° andar do Shopping JK,
situado à Avenida Juscelino Kubitschek, 2041, São Paulo, capital, nesta próxima
terça-feira, dia 23, a
partir das 19 horas, com direito a sessão de autógrafos do Reginaldo, na
companhia de parte do time de produção do livro. Quem puder aparecer, compareça
para prestigiar o lançamento desta nova edição. Tenho a maioria dos anuários
lançados até hoje desde 1993, e só posso dizer que valem a pena para quem curte
o mundo das competições do esporte a motor. E, mais uma vez, meus cumprimentos
a Reginaldo Leme e toda a sua equipe e colaboradores na criação deste livro.
A Formula-E apresentou essa
semana a alternativa de circuito para a prova de Berlin, que deverá ser
realizada em 21 de maio deste ano. Com o aeroporto de Tempelhof sendo usado
para abrigar refugiados da Síria e Oriente Médio, não há como manter a disputa
da prova no mesmo local do ano passado. O novo traçado proposto tem cerca de 2 km de extensão, composto por
11 curvas com 4 trechos de reta, na região do distrito de Friedrichshain, na
antiga Berlin Oriental, passando pela Strausberger Platz e Alexanderplatz. O
novo circuito proposto ainda precisa ser aprovado pela Prefeitura de Berlin,
mas tem um traçado interessante, com várias curvas em grampo, em que pese a
reduzida extensão, e deve proporcionar bons pegas entre os pilotos, que já
ficaram empolgados com a proposta da nova pista para a capital alemã.
Novo traçado para a F-E para a prova de Berlin. Prova será disputada em maio. |
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