Olá
a todos os leitores. Estamos fechando mais um mês, e julho está ficando para
trás, prestes a adentrarmos o mês de agosto, no segundo semestre de 2015. Como
ocorre todo fim de mês, é hora de termos novamente a COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA,
com uma avaliação dos acontecimentos do mundo do esporte a motor neste mês que
está se encerrando. Então, uma boa leitura a todos, com o velho esquema de
sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor
azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E no fim do mês de agosto
teremos a próxima edição da Cotação Automobilística, sempre neste mesmo endereço
virtual...
EM ALTA:
Grande
Prêmio da Hungria de F-1: O circuito de Hungaroring só perde para Monte Carlo
em se tratando de uma pista travada e quase sem pontos de ultrapassagem, mas
ninguém pode negar que a prova ultimamente tem tido umas edições bem agitadas
que ajudaram a esquecer um pouco a monotonia do campeonato. Se em 2013 foi
palco da primeira vitória de Lewis Hamilton pela Mercedes, no ano passado vimos
a segunda vitória de Daniel Ricciardo na F-1, e este ano, foi Sebastian Vettel a
conquistar a segunda vitória da Ferrari no ano, e não termos nenhum piloto da
Mercedes no pódio. Tanto em 2014 quanto este ano, a intervenção do Safety Car
ajudou a embaralhar um pouco a situação da corrida, e os pilotos, com
pilotagens inspiradas, ajudaram a apresentar uma corrida com mais variáveis do
que o habitual. Nada mal para um GP que acabou de completar 30 anos de vida...
Sebastian
Vettel: O tetracampeão mundial vem provando o grande piloto que é, sendo o mais
próximo perseguidor e rival dos pilotos da imbatível Mercedes no campeonato
deste ano na F-1. E, quando a oportunidade de desbancar os rivais prateados,
ele não desperdiça as chances, como fez na Inglaterra, para superar as
Williams, ou na Hungria, onde com uma largada perfeita, assumiu a liderança da
corrida para rumar firme para mais uma vitória, obtida com uma pilotagem
precisa e inspirada. E a vitória na corrida húngara o igualou em número de
triunfos a ninguém menos do que Ayrton Senna, com 41 vitórias, perdendo agora
apenas para Michael Schumacher, com 91; e Alain Prost, com 51. Alcançar
Schumacher pode ser extremamente difícil, mas superar Prost não é nada
impossível. Vettel está calando seus detratores com muita categoria e
competência. E vai conquistar a glória suprema se levar a Ferrari novamente ao
título de pilotos.
Nelson
Ângelo Piquet campeão da Formula-E: E Nelsinho Piquet sagrou-se campeão do
primeiro certame de carros de competição monopostos movidos a eletricidade do
mundo. A rodada dupla disputada no Battersea Park, em Londres, teve tudo para
apresentar uma decisão dramática para o piloto brasileiro, uma vez que o
principal azarão da competição, Sebastién Buemi, venceu a primeira corrida, ao
passo que Nelsinho obtinha um resultado apenas satisfatório. Com o suíço
tornando-se uma ameaça séria, Piquet ainda teve uma classificação conturbada na
segunda rodada, e precisou de muita calma e uma pilotagem determinada, além de
um pouco de sorte, para chegar à posição necessária para faturar o título da
categoria. A conquista do título reabilita Nelsinho definitivamente no
automobilismo internacional, deixando para trás o escândalo de Cingapura de
2008, que acabou fazendo com que o jovem Piquet acabasse saindo da F-1 no ano
seguinte, e precisasse buscar um novo rumo em sua carreira. E Piquet estará
novamente nas pistas defendendo seu título da F-E no segundo campeonato da
categoria, que deve começar em outubro.
Graham
Rahal: O filho de Bobby Rahal, tricampeão da antiga F-Indy está conseguindo
enfim dar um novo ânimo na carreira no atual campeonato da Indy Racing League.
Graham conseguiu voltar a vencer na categoria, obtendo sua 2ª vitória na prova
de Fontana, e vem sendo extremamente regular na competição, ocupando no momento
a vice-liderança do campeonato, atrás apenas do colombiano Juan Pablo Montoya,
da Penske, que tem 45 pontos de vantagem para o americano. Com apenas 3 provas
para encerrar a competição, Graham precisa torcer um pouco pela sorte para
poder anular a grande vantagem de Montoya na classificação, mas também tem de
se preocupar com a forte concorrência dos outros pilotos, que estão muito
próximos dele na pontuação. É também um orgulho para Graham que seu melhor
campeonato na IRL até agora esteja sendo feito quando defende justamente o time
comandado por seu pai, a Rahal/Letterman/Lannigan, que desde que foi campeã em
1992 na F-Indy original com o próprio Bobby Rahal, nunca mais conseguiu um
título, tendo como melhor resultado o vice-campeonato obtido pelo sueco Kenny
Brack em 2001 na antiga F-Indy.
Censura
no automobilismo: Por ter chamado de "imbecis" os representantes da
CBA na prova de Ribeirão Preto, válida pelo campeonato brasileiro da Stock Car,
em uma conversa que deveria ser privada, mas acabou divulgada para o público,
Cacá Bueno tomou uma multa de R$ 50 mil e ainda levou uma corrida de suspensão,
por violar o estatuto da categoria, que proíbe que os pilotos teçam comentários
desrespeitosos que possam denegrir a imagem da Stock e da Confederação
Brasileira de Automobilismo. E seguindo a onda, depois das muitas críticas
feitas pelos pilotos após a etapa de Fontana pelo campeonato da Indy Racing
League, a direção da Indycar também baixou uma norma proibindo os pilotos de
terem atitudes críticas para com a categoria, e que possam também contribuir
para manchar a imagem do esporte. O diretor da Indycar, Mark Miles, garante que
não se trata de uma "lei da mordaça", mas isso não vai livrar a cara
da entidade, que claramente está impondo também uma censura ao que os pilotos
podem ou não dizer a respeito do campeonato que disputam. Pelo visto, o
autoritarismo está se disseminando no automobilismo, e dali a pouco, periga os
pilotos não poderem falar nada do que realmente pensam. Atitudes assim só
queimam a imagem de uma competição...
NA MESMA:
Equipe
Mercedes: O time alemão sediado em Brackley ainda dispõe do melhor carro e
ainda domina o campeonato da F-1, mas tanto a escuderia quanto seus pilotos
precisam trabalhar firme quando algo sai do script usual planejado. Foi assim
na Inglaterra, quando foram surpreendidos pela Williams na largada, mas
souberam dar a volta por cima durante a corrida, aproveitando-se de sua melhor
competitividade quando a chuva começou a molhar Silverstone. Mas há também os
momentos em que as coisas não dão muito certo, o que ocorreu na Hungria, onde quem
surpreendeu na largada foi a Ferrari, mas em uma pista travada e com poucos
pontos de ultrapassagem, não conseguiram retomar a ponta da prova, e ainda
sofreram com percalços de origem própria (Lewis Hamilton errando e saindo da
pista) ou alheia, em disputas ferrenhas com outros pilotos (Nico Rosberg tendo
seu pneu furado na disputa de posição com Daniel Ricciardo). Mas a concorrência
ainda precisa melhorar se quiser bater com mais eficácia o time alemão, que
segue firme para o título tanto de pilotos quanto de construtores.
Valtteri
Bottas: O piloto finlandês é o mais cotado para ser o próximo companheiro de
Sebastian Vettel na Ferrari em 2016, diante da falta de resultados de seu
conterrâneo Kimi Raikkonen no time italiano. Visto como um piloto tremendamente
rápido e eficiente, Bottas já estaria até dando pistas de que vai mesmo sair da
Williams, com insinuações de certo inconformismo com algumas atitudes do time,
como se podia ou não ultrapassar Felipe Massa na Inglaterra, ou declarando que
não vê possibilidade de vencer pela Williams. Bottas efetuou um grande
campeonato em 2014, suplantando facilmente Massa no time, mas este ano a parada
está um pouco mais equilibrada, em termos de resultados, o que acaba
desmistificando um pouco sua aura de grande fenômeno das pistas. Resta saber
qual seria a melhor posição do finlandês: esperar mais um ano na Williams, com
possibilidade de se transferir para a Mercedes em 2017, onde certamente teria
um carro campeão à espera, ou ir para a Ferrari em 2016, e torcer para o time
italiano conseguir desbancar os carros prateados. Difícil saber qual a melhor
decisão a tomar, e não depende apenas dele, mas também de seu empresário, Toto
Wolf, que é um dos dirigentes da Mercedes.
Equipe
McLaren: O time inglês teve na Hungria sua melhor corrida do ano, marcando
pontos tanto com Jenson Button quanto com Fernando Alonso, que foi das trevas
da classificação no sábado, com seu carro enguiçando no Q2, ao céu com um
improvável 5° lugar na corrida, resultado excelente pelo andar deficiente do
monoposto até aqui na temporada. Mas, apesar do bom final de semana, o time
inglês não pode se iludir: ainda tem muito o que melhorar, especialmente por
parte da Honda, para voltar a ocupar o lugar de protagonista na F-1, do qual já
anda ausente há 3 temporadas. A Honda insiste em seguir o seu cronograma,
enquanto a McLaren pede mais urgência no trabalho de desenvolvimento da unidade
de potência, que ainda está muito abaixo dos demais concorrentes. E, sem
potência à altura, a equipe que se prepare para ter maus fins de semana nas
etapas da Bélgica e da Itália, disputadas em pistas altamente velozes, que
poderão expôr toda a falta de potência da unidade de força nipônica.
Valentino
Rossi: O multicampeão italiano continua na ponta do campeonato 2015 da MotoGP,
e conseguiu abrir distância para seu companheiro de equipe Jorge Lorenzo, 13
pontos atrás, que vinha em ascenção e prometia tomar a dianteira do parceiro de
time na classificação. Mas a disputa do campeonato ainda esta plenamente em
aberto, e Marc Márquez mostrou na etapa da Alemanha que quer voltar à briga, e
tem condições de embaralhar a disputa, atualmente restrita aos pilotos da
Yamaha. Mas Rossi está atento e firme na disputa, e mantendo grande
regularidade para continuar na liderança do campeonato, que promete uma segunda
metade de temporada das mais disputadas. Valentino que se cuide, pois vai
sofrer marcação cerrada na pista...
Simon
Pagenaud: O piloto francês fez excelentes campeonatos na IRL em 2013 e 2014, a ponto de Roger
Penske apostar nele para reforçar seu time, que já era o mais poderoso da
categoria, e aumentar o plantel para 4 carros a tempo integral no campeonato.
Mas até agora Simon ainda não conseguiu repetir na maior escuderia as boas
performances que exibia nos tempos da equipe de Sam Shmidt. Não que Pagenaud
esteja guiando mal, mas tem enfrentado vários percalços e problemas menores que
mostram que sua adaptação à Penske ainda pode demorar um pouco a render todos
os frutos que eram esperados. No ano passado, Juan Pablo Montoya também demorou
um pouco a se aclimatar novamente à competição de monopostos, mas superou essa
fase, e este ano, lidera a competição. Roger Penske sabe ter paciência, mas o
principal Pagenaud vem mostrando, que é ser um piloto que não se mete em
enrascadas e que vive aos trancos e barrancos na categoria. Uma hora ele vai
mostrar tudo do que é capaz, até porque não é o único piloto do time que vem
tendo azares aqui e ali na competição...
EM BAIXA:
Nico
Rosberg: O piloto alemão tinha conseguido reagir no campeonato, com suas
vitórias na Espanha e em Mônaco, e também na Áustria, mostrando que o
tricampeonato de Lewis Hamilton não iria sair tão barato quanto todos estavam
imaginando após as primeiras corridas do ano. Mas as duas últimas etapas não
foram das mais inspiradas para Rosberg, que acabou batido sistematicamente na
Inglaterra, e ainda viu suas chances de assumir a liderança do campeonato
sumirem após uma disputa de posição desastrosa na Hungria com Daniel Ricciardo.
E pelo segundo ano consecutivo, Nico saiu da Hungria com uma expectativa em
alta para se ver novamente batido por seu colega de time. Para piorar, começam
os rumores de que ele poderá ser substituído ao fim de seu contrato com a
Mercedes, em 2016. Com Hamilton garantido no time por mais tempo, Nico
precisará reverter o quanto antes o seu panorama no campeonato, antes que Lewis
abra dianteira suficiente para encerrar a luta pelo título antecipadamente. A
perspectiva de sair da Mercedes em seu melhor momento sem conquistar um título
não vai ser nada agradável para seu currículo...
Kimi
Raikkonen: O piloto finlandês já começou a ser "fritado" na Ferrari
pela sua falta de resultados, e poderá ficar a pé para 2016, no que a direção
da escuderia italiana dá a entender. Kimi não teve bons resultados nas últimas
corridas, e para piorar, na Hungria, quando seguia firme para uma dobradinha
com seu parceiro Sebastian Vettel, seu carro ficou sem potência, obrigando-o a
abandonar uma corrida que foi vencida por seu companheiro de equipe, situação
que só ajuda a prever cada vez mais o fim de sua carreira em Maranello, por
mais que desta vez ele não tenha tido culpa nenhuma em seu abandono. A menos
que Raikkonen consiga efetuar uma reação fulminante a partir da Bélgica, tudo
indica que a Ferrari terá um novo piloto em 2016 para fazer companhia a Vettel,
e seria uma pena o finlandês se despedir novamente da categoria por baixo, como
ocorreu ao fim de 2009...
Equipe
Sauber: O time suíço, com poucos recursos, vai adiando as atualizações em seu
modelo 2015, e com isso, já foi superada no campeonato de construtores pela
Toro Rosso, e viu a McLaren chegar perto com seu bom momento na corrida húngara.
Com tantas confusões ocorrendo, Marcus Ericsson ainda conseguiu salvar um ponto
para o time, que sem muitas opções mais viáveis, renovou com sua atual dupla de
pilotos para a próxima temporada, uma vez que ambos tem se mostrado eficientes
e baratos, além de trazerem bom patrocínio para manter as finanças do time.
Agora é esperar que estas melhorem e permitam que o carro seja melhorado, caso
contrário, o time suíço terminará o ano apenas à frente da Manor/Marussia, e
isso vai se refletir na premiação da FOM para o time, que receberá menos
recursos.
Brasil
fora do calendário da Formula-E: A competição de carros monopostos elétricos já
divulgou o seu calendário provisório para seu segundo campeonato, que começa em
outubro, e mais uma vez, o Brasil não sediará uma das etapas da competição. A
negativa recebida no ano passado, quando se negociava uma corrida nas ruas do
Rio de Janeiro, que no atual momento, só enxerga as olimpíadas que serão
disputadas em nosso país em 2016, ainda pesa, e apesar de haver justamente uma
data em aberto para uma corrida em local ainda a ser definido, justamente após
a etapa de Buenos Aires, na Argentina, deveria servir de incentivo para se
realizar uma corrida em nosso país, mas parece que isto está longe de
acontecer, até porque Alejandro Agag, chefe da categoria, garante que várias
cidades estão na lista de espera para ter a sua etapa, e que isso está sendo
cuidadosamente estudado para ver quem terá o direito de sediar a etapa em
aberto. Pelo visto, é mais uma oportunidade que o Brasil desperdiçou de ter
aqui uma corrida de um campeonato mundial. Mas, claro, nossos cartolas estão se
lixando para isso, pensando apenas na Olimpíada do Rio de Janeiro de 2016, que
certamente vai deixar outra conta monstruosa a ser paga por nós, assim como
aconteceu com a Copa do Mundo de 2014...
Nova
morte na F-1: Depois do traumático GP de San Marino de 1994, onde morreram o
austríaco Roland Ratzemberger e o brasileiro Ayrton Senna, a categoria máxima
do automobilismo, traumatizada com o ocorrido, iniciou uma cruzada que aumentou
significativamente a segurança da F-1 como um todo, promovendo mudanças
estruturais nos carros, nos circuitos, e principalmente nos procedimentos
adotados nas corridas em relação à segurança. Mas o automobilismo nunca deixará
de ser um esporte de risco, e mais dia, menos dia, alguma nova tragédia poderá
ocorrer, como aconteceu em Suzuka durante o GP do Japão de 2014. E Jules
Bianchi, depois de 9 meses em coma irreversível, capitulou enfim, terminando
com seu sofrimento e o de sua família, e devolvendo a sensação de trauma à F-1,
que já melhorou alguns procedimentos de segurança para evitar que o que ocorreu
em Suzuka não se repita. Falta só a cartolagem da categoria também tomar
vergonha na cara e tomar algumas atitudes de bom senso que poderiam ter ajudado
a evitar o ocorrido com Bianchi na pista japonesa, onde as condições da pista e
do acidente revelaram alguns erros crassos que não deveriam ocorrer...
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