E
ano de 2015 segue avançando, e o mês de março já ficou para trás. Então, é
hora, como tem rotina, lançar a mais nova edição da Flying Laps, trazendo em
notas rápidas algumas considerações de alguns dos acontecimentos vividos pelo
mundo da velocidade neste último mês. Uma boa leitura a todos, e até a próxima
edição da Flying Laps do mês que vem...
O piloto francês Frank Montagny pode ter dito adeus à sua carreira
esportiva. Montagny foi pego no exame antidoping após a prova da Malásia da
F-E, e desde então estava suspenso preventivamente, até que seu caso fosse
julgado, o que aconteceu neste mês de março. O piloto francês tomou uma
suspensão de dois anos do automobilismo pelo uso de substâncias derivadas de
cocaína. Frank já tem 37 anos, e ao fim da suspensão, terá 39 anos, idade que
muitos consideram a aposentadoria definitiva para um piloto. Como consequência
da punição, Montagny também acabou excluído do resultado da etapa malaia da
categoria de carros elétricos, depois de haver terminado em 2° lugar na
primeira etapa, disputada em Pequim, e conquistado 18 pontos. O piloto francês
não teve sorte em sua passagem pela F-1, tendo participado apenas de 7
corridas, pelo time de Aguri Suzuki em 2006, tendo sido em 2007 piloto de
testes da Toyota. Montagny também disputou 12 edições das 24 Horas de Le Mans,
tendo passado por várias categorias. Infelizmente, drogas e esporte não
combinam, e ser pego no exame antidoping, ainda mais por uma substância
derivada da cocaína, é certamente uma mancha grave no currículo de qualquer esportista
que se preze.
O francês Sebastien Ogier continua largando brasa sobre a concorrência
no Mundial de Rali. O piloto da Volkswagen venceu a etapa do México, marcando o
perfeito score de 3 vitórias em 3 provas disputadas até agora na competição
deste ano, para desespero dos rivais, que já estão ficando para trás na
classificação do campeonato. Ogier lidera com 81 pontos, quase o dobro do
segundo colocado no certame, o norueguês Andreas Mikkelsen, que tem
"apenas" 47 pontos. Na 3ª colocação está o belga Thierry Neuville,
com 35 pontos, seguido de perto por Mads Ostberg, da Noruega, com 32 pontos. Na
competição por equipes, a Volkswagen Motorsport lidera a competição com 99
pontos, seguida pela equipe Hyundai WRT, com 75 pontos. Na 3ª posição está a M-Sport
WRT, com 48 pontos. Pelo campeonato de marcas, a Volkswagen está com mais do
que o dobro de pontos da segunda colocada, a Hyundai, que tem apenas 63 pontos
contra 147 da marca alemã. A Ford está encostada atrás da marca coreana, com 61
pontos, enquanto a Citroen, que viveu quase uma década de ouro no rali quando
tinha Sébastian Loeb ao volante, tem apenas 50 pontos na classificação. A
próxima etapa da competição é na Argentina, no último fim de semana de abril.
A MotoGP abriu a temporada 2015 com vitória de Valentino Rossi na etapa
do Catar, disputada no circuito de Losail. Mas quem deu um susto nos favoritos
foi a Ducati, que dominou a corrida com Andrea Dovizioso, que travou um belo
duelo com Jorge Lorenzo, da Yamaha, durante muitas voltas. Dovizioso,
inclusive, conquistou a pole-position para a corrida. E, para mostrar que não
foi um resultado de sorte, Andrea Ianonne, companheiro de Dovizioso no time
italiano, largou na 4ª posição. A Honda acabou surpreendida com a força da
Ducati, mas tinha esperanças de neutralizar a rival na corrida, até porque Dani
Pedrosa era o 2° no grid, seguido pelo atual bicampeão Marc Márquez. Só que o
time nipônico acabou se dando mal na corrida: Márquez fez uma largada terrível,
caindo para as últimas posições. Pedrosa também perdeu algumas posições,
enquanto Lorenzo saltava para disputar a liderança com Dovizioso. Valentino
Rossi, largando em 8°, também começava a escalar o pelotão rumo às primeiras
colocações. Lorenzo conseguiu tomar a ponta da corrida, mas nunca conseguiu
escapulir de Dovizioso, que sempre esteve na cola do espanhol, e por várias
vezes trocaram de posições na liderança. Na sua escalada, Rossi foi passando um
a um, até que chegou na dupla que travava a disputa pela liderança. Seu
companheiro na Yamaha, Jorge Lorenzo, foi o primeiro a sucumbir, sendo depois
ainda superado por Andrea Ianonne. Rossi partiu para cima de Andrea Dovizioso,
e assistiu-se a uma batalha épica entre o multicampeão e o piloto da Ducati.
Com a maior velocidade em reta, a Ducati de Dovizioso parecia intransponível.
Mas Rossi não é um dos maiores vencedores da motovelocidade a troco de nada, e
nas últimas voltas, ele e Dovizioso duelaram pela liderança da corrida,
trocando de posição algumas vezes. Valentino assumiu a ponta em definitivo na
21ª volta, e segurando com bravura o rival. Márquez fez uma bela corrida de
recuperação, terminando em 5° lugar, à frente do companheiro de equipe Dani
Pedrosa, em 6°, mas sem condições de entrar na briga pela liderança da corrida.
O pódio tinha Rossi no degrau mais alto, mas as demais posições foram da
Ducati, com a sua dupla Dovizioso/Ianonne na 2° e 3° colocação. Jorge Lorenzo
finalizou em 4° lugar. A MotoGP tem sua próxima etapa no dia 12 de abril, no
Circuito das Américas, no Texas, Estados Unidos. E tudo indica que poderemos
ter uma temporada com muito mais fortes disputas do que todos esperavam.
A Nissan, que estréia no Mundial de Endurance este ano, postergou sua
estréia na competição, e vai faltar às duas primeiras corridas do calendário,
em Silverstone e Spa-Francorchamps. A estréia se dará apenas em junho, nas 24
Horas de Le Mans. A marca nipônica apresentou em fevereiro o modelo GT-R LM
Nismo, com o qual irá desafiar Audi, Toyota e Porshe na categoria LMP1, mas o
novo modelo, que tem como destaque motorização dianteira, teria sofrido mais
percalços do que a concorrência, pelo que a fábrica decidiu fazer uma
preparação mais acurada para estrear devidamente na competição. No ano passado,
a categoria LMP1 ganhou a adição da Porshe, que voltou oficialmente às corridas
de esporte-protótipos de longa duração, ajudando a dar mais variedade na
disputa da principal categoria do Endurance, que estava restrito à luta Audi X
Toyota. Agora é esperar que a Nissan entre para valer na disputa, e ajude a dar
ainda mais emoção às provas da Endurance este ano, que terão a Toyota
defendendo o seu título de campeã, conquistado no ano passado, após finalmente
desbancar a Audi.
A Toyota, aliás, confirmou a contratação do japonês Kamui Kobayashi
como piloto reserva de sua escuderia no Mundial de Endurance. Kamui ficou sem
vaga na F-1, e foi com a Toyota que ele estreou na F-1, em 2007. É torcer para
que ele tenha chance de correr firme pelo time japonês em algum momento...
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