quarta-feira, 29 de abril de 2015

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - ABRIL DE 2015



            Olá novamente a todos. O mês de abril está se encerrando, e é chegada mais uma vez a hora de termos a COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, analisando alguns dos acontecimentos e posições do mundo do esporte a motor vivenciados neste mês. Então, uma boa leitura a todos, com o velho esquema de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E a até a próxima edição da Cotação Automobilística, que estará disponível aqui no final do próximo mês de abril...



EM ALTA:

Lewis Hamilton: O atual bicampeão do mundo está mostrando sua melhor forma em 2015. Apesar de ter ficado em 2° lugar na Malásia, Lewis não se deixou abater, e mesmo com a Ferrari ameaçando ligeiramente nos calcanhares, venceu mais duas corridas, e começa a abrir vantagem de seus perseguidores, especialmente Nico Rosberg, que lhe deu muito trabalho no ano passado, mas que na atual temporada não tem conseguido dar o mesmo combate de 2014. Hamilton está impecável nas classificações, sendo o único pole-position nas 4 provas disputadas até aqui, e mantendo um controle perfeito da situação, fugindo dos adversários antes que tenham chance de entrar em um duelo. E, ao mesmo tempo, procurando conservar seu equipamento para evitar surpresas inesperadas e garantir uma boa vantagem no caso de ser surpreendido. E segundo alguns, o inglês já teria renovado com a Mercedes por mais 3 temporadas, por um valor recorde na categoria, de mais de US$ 35 milhões por ano, embora isso ainda não tenha sido confirmado oficialmente pela escuderia, e nem pelo piloto.

Valentino Rossi: O "Doutor" está começando a temporada como há muito não se via. Em 3 provas disputadas até aqui, foram duas vitórias, sendo que a última, em Termas de Rio Hondo, onde foi disputado o GP da Argentina, foi conquistada após um duelo roda a roda com Marc Márquez, com desaire do atual bicampeão, que exagerou na tentativa de recuperar a posição e caiu na pista. Aos 36 anos, Rossi poderia muito bem partir para uma confortável aposentadoria das pistas, ou se aventurar em outras modalidades automobilísticas menos arriscadas, mas ele adora pilotar, e vendo em 2013 que havia ficado na sobra dos postulantes ao título, tratou de se reinventar para melhorar seu desempenho, e conseguiu. Foi vice-campeão no ano passado, quando Márquez simplesmente arrasou a concorrência, e neste início de ano, com a melhora da Yamaha, vem mostrando que ainda tem muito a oferecer. Não que bater Márquez vá ficar mais fácil, mas o duelo entre ambos pode ser eletrizante, com as duas feras da motovelocidade a deixarem o público de pé na arquibancada. E Valentino promete partir firme para a briga, portanto, Marc que se cuide...

Nelsinho Piquet: O piloto brasileiro vem crescendo no campeonato da F-E, o certame de monopostos elétricos, e conquistou em Long Beach a vitória mais contudente de um piloto até agora na categoria. Nelsinho foi arrojado na largada, assumindo a ponta logo na primeira freada para ir-se embora e não ser ameaçado por praticamente todo o restante da corrida, com uma facilidade que não se viu até agora nas demais corridas da categoria. A vitória, além de catapultá-lo para a vice-liderança da competição, estando apenas 1 ponto atrás do conterrâneo Lucas Di Grassi, ainda foi nostálgica por ter sido naquele circuito que seu pai venceu pela primeira vez na F-1, em 1980. E para colaborar com clima, Nelsinho ainda correu com o capacete nas mesmas cores de seu pai, para delírio dos saudosistas. E Nelsinho pretende continuar sua escalada na competição, e já se torna um dos favoritos ao título, ao lado de Di Grassi. Mas ele sabe que ainda é prematuro comemorar qualquer coisa, com 5 corridas até o encerramento do campeonato.

Cacá Bueno: O pentacampeão da Stock Car começou bem a temporada 2015, e já contabiliza uma vitória, na primeira corrida de Ribeirão Preto, e lidera a competição com 62 pontos. Mas o piloto da equipe Red Bull Racing sabe que não dá para comemorar antes do tempo, especialmente porque os concorrentes estão em seus calcanhares, e qualquer descuido nas etapas seguintes pode mudar completamente o panorama do campeonato. E o campeonato está tendo vários vencedores diferentes nas 5 corridas das 3 etapas disputadas até agora. Mas depois de ficar em 3° lugar nos campeonatos de 2013 e 2014, o filho mais famoso do narrador Galvão Bueno quer novamente mais um título, e vai certamente brigar muito para repetir o feito que já conseguiu nas temporadas de 2006, 2007, 2009, 2011, e 2012. E ele vai tentar mesmo...

Felipe Nasr: O piloto brasileiro, estreante na F-1 este ano como titular da equipe Sauber, já anda despertando a atenção dos demais chefes de equipe da categoria. Nasr tem feito corridas sólidas, sem erros, e mostrando boa visão de corrida e senso de oportunidade para aproveitar as chances que se apresentam durante as provas. E o próprio piloto mostra saber muito bem o terreno onde está pisando, consciente de seu potencial, e dos limites que seu carro lhe impõe. Com isso, está desbancando o jovem Max Verstappen, que foi a sensação do início do ano, por ser o piloto mais jovem a competir na F-1, com apenas 17 anos, e que até andou bem no mais eficiente carro da Toro Rosso. Com isso, já começaram até alguns boatos sugerindo que o jovem brasileiro poderia até ser contratado pela Ferrari, numa eventual substituição de Kimi Raikkonem, o que até o presente momento não deixa de ser pura fantasia especulativa. Agora é continuar firme nessa toada, sem dar passos em falso na pista, para colher futuras recomendações de outras equipes, e torcer para que surjam chances no momento certo, e também nos lugares certos, o que já é bem mais complicado.



NA MESMA:

McLaren/Honda: O time inglês vai fazendo alguns progressos na sua performance no atual campeonato da F-1, mas ainda precisa melhorar muito sua performance para começar a colher os frutos de sua renovada parceria com a Honda. Se é que Fernando Alonso andou melhor no Bahrein, superando carros que antes andavam melhor, e quase pontuando, ao chegar em 11° lugar, é verdade que a fiabilidade do equipamento ainda é um desafio para a engenharia do time, pois se Alonso conseguiu andar até mais do que esperavam, por outro lado, Jenson Button teve uma corrida para esquecer, mal conseguindo andar nos treinos livres, e vendo seu carro enguiçar no treino de classificação. Como se já não bastasse largar em último, a McLaren não conseguiu resolver a contento o problema no carro do inglês, de modo que ele nem largou para a corrida. Mas tudo vai melhorar, eles dizem...só é difícil saber quando isso vai acontecer. Se vier ainda em 2015, já será lucro...

Hélio Castro Neves: O piloto brasileiro está há mais de 15 anos na Penske, uma das melhores escuderias do automobilismo americano, e ainda não conseguiu ser campeão na Indy. Este ano, o brasileiro está começando bem o campeonato, estando na 2ª colocação no momento, poucos pontos atrás de Juan Pablo Montoya, seu companheiro de equipe, mas já perdeu oportunidade de terminar melhor nas duas últimas corridas por problemas aparentemente banais, o que pode fazer falta lá na frente, na hora de disputar o título. A constância de resultados não é uma tática ruim, mas é necessário vencer algumas corridas para firmar sua posição. Assim, ter feito a pole nas últimas duas corridas mostra que Hélio aparentemente está firme na classificação para a corrida, mas resta converter esta boa posição de largada em vitórias, a fim de mostrar força contra os adversários. E, apesar do aparente favoritismo da Penske na competição, o perigo mora ao lado, especialmente com Will Power, que é um adversário duro de ser vencido. Que Helinho consiga enfim sair da fila e conquistar merecidamente o título da IRL, mas precisa dar passos contundentes para isso e superar os percalços que aparecem pela frente...

Equipe Sauber e seus pilotos contratados: Depois do rolo jurídico vivido em Melbourne com o processo movido por Giedo Van Der Garde, ficamos sabendo que que a Sauber, na ânsia de se garantir para 2015, andou fechando contrato com mais alguns pilotos. Foi anunciado que Jules Bianchi teria acertado para ser titular do time suíço nesta temporada, o que até faz sentido, pois o francês era apoiado pela Ferrari na equipe Marussia, e como a Sauber também usa os propulsores italianos, nada mais óbvio que Maranello o colocar lá para que o piloto continuasse se desenvolvendo. Só que Bianchi se acidentou no GP do Japão, e desde então, está em coma em uma cama de hospital, e sabe-se lá se algum dia recuperará a consciência, e portanto, é um problema a menos para a Sauber, no sentido de que Jules tem não meios de reclamar seus direitos. Mas o alemão Adrian Sutil, que foi piloto da escuderia em 2014, alega que seu contrato com o time ainda é válido, e que deve acionar a justiça para, pelo menos, a exemplo de Van Der Garde, levar uma merecida indenização pelo rompimento unilateral de seu contrato. Como Giedo, comenta-se, levou uma boa bolada de indenização, Sutil poderia ter chance de conseguir o mesmo, e para um time que anda com as finanças na corda bamba, outro rolo jurídico envolvendo um ex-piloto seria tudo o que eles não precisariam...

Supremacia Chevrolet na IRL: Definitivamente os times da Honda andam devendo um pouco no campeonato da Indy Racing League este ano. Dos 10 primeiros pilotos colocados na classificação do campeonato, apenas 2 são equipados com o motor japonês. A Honda ainda conseguiu vencer a corrida da Louisiana, que foi marcada por ter ficado mais tempo sob bandeira amarela do que bandeira verde, mas as demais provas foram vencidas pelos times equipados pela Chevrolet, o que parece sugerir que o kit aerodinâmico fornecido pela marca nipônica talvez não esteja tão competitivo quanto o kit fornecido pela Chevrolet, que vem dominando a competição. O melhor time da Honda é a Andretti, cujos pilotos vem em 11°, 12°, e 13° na classificação geral, e até o presente momento, não parecem capazes de esboçar uma reação frente à turma da Chevrolet. Resta esperar que eles consigam evoluir sua performance com o decorrer da competição.

Devolução dos ingressos do GP Indy Brasil cancelado: O rolo envolvendo o cancelamento do GP da Indy que seria realizado em março na capital federal ainda parece estar longe de ser finalmente resolvido. Segundo parece, vários compradores dos ingressos até agora ainda não conseguiram o estorno do valor cobrado em seus cartões de crédito, o que teria motivado várias reclamações contra a empresa Livepass, que estava cuidando do setor de venda dos ingressos pela internet. A empresa alega que está tomando todas as providências necessárias para que todos os clientes lesados tenham seus valores pagos creditados de volta, mas a julgar por algumas reclamações em sites de defesa do consumidor, parece que a situação ainda não se normalizou por completo. E isso é relativo apenas à devolução dos valores pagos nos ingressos da prova que não se realizou: muita gente certamente teve ou ainda pode estar tendo o maior trabalho para reaver o dinheiro gasto nas passagens para Brasília e hospedagem na cidade. Depois se perguntam porque o nosso país não é considerado sério...



EM BAIXA:

Nico Rosberg: O vice-campeão de 2014 prometia se empenhar como nunca para evitar ser suplantado por Lewis Hamilton nesta temporada, mas até o presente momento, não conseguiu andar à frente do parceiro bicampeão do mundo em nenhuma corrida da temporada 2015. Pior ainda foi acusar o golpe, quando na coletiva de imprensa após o GP da China, acusou Hamilton de ter andado "devagar" para prejudicar sua corrida, ao que recebeu uma resposta desmoralizante de Lewis. E, quando parecia que ia reagir, na corrida do Bahrein, acabou de novo não apenas superado por Hamilton mais uma vez, como também ficou atrás de Kimi Raikkonem na prova barenita. Claro, teve o problema dos freios que o prejudicaram, mas o piloto alemão está claramente devendo uma melhor apresentação este ano, enquanto Hamilton vai seguindo firme e forte na ponta. Ou Nico reage, ou vai virar segundão dentro da Mercedes, e num momento em que a Ferrari surge como ameaça, isso não vai ser nada bom para o filho de Keke Rosberg...

Motores Renault na F-1: Vencedora de 6 campeonatos nos últimos 10 anos, a Renault está comendo o pão que o diabo amassou desde a estréia dos novos motores turbo e sistemas de recuperação de energia introduzidos no ano passado na categoria máxima do automobilismo. Se em 2015 eles ainda tiveram uma recuperação de performance no campeonato, a ponto de a Red Bull ter ficado com o vice-campeonato, este ano, quando tudo devia melhorar, o tiro saiu completamente pela culatra: perderam a equipe Lotus para a Mercedes, e agora tem como escuderias apenas a Red Bull e a Toro Rosso, e o clima de descontentamento do time dos energéticos já andou bem inflamado nas últimas semanas, com trocas de acusação mútua entre ambos. No momento, as discussões arrefeceram, mas a situação na competição está complicada. Com a Ferrari recuperando sua performance, as unidades francesas só conseguem andar melhor do que a Honda, e mesmo assim, são os motores que mais quebraram no ano até aqui, e só tivemos 4 provas de um total de 19 a serem disputadas. Daniel Ricciardo que o diga: já teve 3 motores quebrados em 4 provas, e logo poderá começar a sofrer punições pelo uso de uma possível 5ª unidade, pois apenas 4 etão disponíveis por temporada por piloto. O trabalho de recuperação vai ser complicado, e sem garantias a curto prazo...

Marc Márquez: o atual bicampeão da MotoGP já mostrou que é um piloto duro na queda, que sempre vende caro qualquer ultrapassagem. Mas há momentos em que, sem ter condições ideais, é melhor garantir uma boa posição nos pontos do que jogar tudo e acabar perdendo a posta. E foi o que aconteceu na etapa da Argentina, onde o piloto da Honda, após um forte duelo com Valentino Rossi, não aliviou tentando recuperar a posição, acabou tocando na traseira da Yamaha do italiano, e acabou se dando mal, caindo na pista e dizendo adeus às chances de uma boa colocação. Com um pouco menos de afobação, teria se conformado com a perda da vitória, mas garantiria o 2° lugar, e convenhamos, o campeonato está só no começo. Vencer 10 corridas seguidas em 2014 certamente parece ter deixado o jovem prodígio do motociclismo um pouco mal acostumado. É preciso manter um pouco a cabeça fria e não ficar alarmado quando se perde uma posição.

Mudanças para tentar melhorar a F-1: A categoria máxima do automobilismo vive uma crise financeira (de várias de suas equipes), e com a audiência caindo no mundo inteiro. E até Bernie Ecclestone agora vem falar que as coisas precisam mudar, e que os custos precisam diminuir para permitir que os times possam encontrar mais meios de sobreviver na competição. Só que mudar não vai ser tão fácil, e não apenas as regras da categoria complicam a adoção de mudanças, sem que haja unanimidade entre os times, como estes próprios acabam entrando em desavença com os demais na proposição de idéias que possam ajudar na solução, uma vez que procuram garantir seus próprios interesses, antes de pensarem no bem da categoria como um todo. E Bernie ainda admite que tem culpa no cartório, pelo atual acordo de divisão de lucros privilegiar os times grandes em detrimento dos médios e pequenos, uma vez que agora está num beco sem saída criado por ele próprio, já que as escuderias não concordam nem um pouco com uma divisão "menor" de suas cotas de participação. E se os times estão sendo egoístas...bem, muito disso foi inflado pelo próprio Ecclestone, a quem nunca interessou ver união entre os times da categoria, pois isso poderia lhes dar demasiado poder, caso resolvessem se unir. Nada como um dia depois do outro, não...?

Dani Pedrosa: O piloto da Honda, companheiro de Marc Márquez, disputou duas temporadas relativamente apagadas nos últimos anos, ficando à sombra do novo e arrojado parceiro de equipe, que assombrou a todos e já conquistou dois títulos, enquanto Pedrosa ainda busca o seu primeiro. E, se 2015 seria mais uma chance de tentar se redimir, já começou mal: o espanhol precisou se submeter a uma cirurgia para tentar tratar de uma doença chamada síndrome compartimental, que causa aumento de pressão no interior dos órgãos do corpo. A cirurgia foi efetuada no início de abril, e até o presente momento, segundo o próprio piloto, ainda não se sente plenamente recuperado. Com isso, Pedrosa desfalcou o time da Honda na MotoGP nas etapas de Austin e Termas de Rio Hondo, e também não estará com o time em Jerez de La Fronteira, próxima etapa. Com previsão de retorno apenas para a etapa da França, em Le Mans, pode-se dizer que será mais um ano na fila de espera pelo triunfo que busca na categoria rainha do motociclismo.

 



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