Saudações
a todos. Começaram alguns dos principais campeonatos mundiais do mundo da
velocidade, e com o fim do mês de março, é hora de termos novamente a COTAÇÃO
AUTOMOBILÍSTICA, analisando os acontecimentos do mundo do esporte a motor neste
início dos campeonatos e vendo o panorama exibido pelas disputas vivenciadas
até aqui. Portanto, uma boa leitura a todos, com o velho esquema de sempre nas
avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM
BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E a próxima edição da Cotação
Automobilística estará disponível aqui no final do mês de abril. Até lá...
EM ALTA:
Sebastian
Vettel: Criticado por muitos sob a alegação de ter vencido seus quatro
campeonatos mais pelo fato de ter um excelente carro projetado por Adrian Newey
do que por seu talento de gênio da velocidade, Vettel resolveu assumir o risco
de mudar para a Ferrari no ano passado, mesmo com o time italiano passando por
uma complicada reestruturação geral que culminou até na mudança da direção
tanto do grupo Ferrari quanto do time de F-1. E a aposta de Sebastian se
mostrou certeira: em duas provas neste campeonato, já subiu duas vezes ao
pódio, sendo que na Malásia conquistou sua primeira vitória pela escuderia
italiana, e dando uma resposta mais do que cabal a seus críticos.
Equipe
Penske na IRL: Que todo mundo já imaginava, não foi nenhuma novidade ver o time
de Roger Penske colocar praticamente todos os seus carros largando na frente da
corrida inicial do campeonato em São Petesburgo, na Flórida. E o resultado da
corrida só reforçou que, pelo menos no início da competição, dificilmente
alguém tira o título de um de seus pilotos: o time terminou com seus 4 pilotos
dentro das 5 primeiras posições, e o massacre só não foi completo porque Tony
Kanaan se intrometeu no meio da disputa e cravou um 3° lugar, subindo ao pódio.
Os concorrentes que se preparem...
Valentino
Rossi: Iniciando seu 20° campeonato no motociclismo, Valentino mostrou na etapa
da abertura do campeonato de 2015 que ainda tem muito o que mostrar na classe
rainha: mesmo largando no meio do pelotão e caindo algumas posições, partiu
para cima dos concorrentes e, como nos velhos tempos, travou vários duelos em
sua ascenção à liderança da prova em Losail, conquistando uma vitória
importante em um ano onde tudo indica que a luta pelo título vai ser bem mais
disputada do que nos últimos anos. O "Doutor" está querendo mais, e
mostrando que a idade, aos 36 anos, é apenas um detalhe quando entra na
pista...
Lewis
Hamilton: O bicampeão começou 2015 da mesma maneira como terminou 2014: na
frente. O piloto inglês venceu de forma competente e firme o GP da Austrália, e
foi 2° colocado na Malásia mesmo com uma parada extra que acabou por acabar com
suas chances de vencer a prova. Além de andar sempre mais do que o parceiro de
equipe, Lewis demonstra estar mais sereno e compenetrado, mostrando que o fim
de seu relacionamento amoroso não o afetou como das outras ocasiões, o que
tornava seu rendimento irregular. Vai ser um oponente duríssimo na luta pelo
título deste ano, com ou sem domínio da Mercedes na competição.
Equipe
Ducati na MotoGP: Ainda é cedo para afirmar que o que vimos no Catar vai se
repetir por toda a temporada, mas tudo indica que a Ducati conseguiu mesmo
criar uma excelente máquina para a temporada 2015, a ponto de se
intrometer de forma firme e impositiva no dueto Honda-Yamaha que dominou a
categoria nos últimos anos. Em Losail, Andrea Dovizioso não apenas largou na
pole da etapa como travou um duelo renhido pela ponta da corrida em sua maior
parte, dando a entender que encerraria o longo jejum de triunfos da marca
italiana. E ele quase conseguiu, perdendo a ponta na volta final da prova para
um fulgurante Valentino Rossi que teve muito trabalho para superar o rival. A
Ducati ainda fez maioria no pódio catariano, com o 3° lugar de Andrea Iannone,
que chegou logo atrás de ambos. Se mantiver esse ritmo nas demais corridas,
Honda e Yamaha terão uma bela dor de cabeça adicional para encararem na luta
pelo título da competição, que deve fazer a alegria dos fãs da categoria.
NA MESMA:
Equipe
Williams: O time do velho Frank começou o ano prometendo ser a segunda força da
competição, assim como em 2014, pelos resultados que se viu nos testes da
pré-temporada. E, a exemplo do ano passado, as primeiras corridas deste ano
mostram que o time andou se superestimando. Como resultado, já levou um baile
da Ferrari nas duas provas disputadas até aqui, revelando que será preciso
muito trabalho e suor para voltar a ser a principal força a desafiar os carros
alemães. Se no ano passado isso foi facilitado pelo péssimo carro da Ferrari,
este ano o time italiano parece ter recuperado toda sua desvantagem e já se
encontrando à frente de todos os outros perseguidores da esquadra alemã. É hora
de o time mostrar que 2014 não foi um ano bom apenas de sorte dos rivais
estarem mal, é preciso mostrar força especialmente quando a concorrência está
forte.
Pastor
Maldonado: Em que pese as melhorias de performance no carro novo da Lotus, o
piloto venezuelano continua tendo um calvário no time preto e dourado, com dois
abandonos nas duas etapas da competição em 2015. Na Austrália, então, Maldonado
nem teve oportunidade de disputar a corrida, levando um toque logo na largada e
ficando pouco depois por ali mesmo. Enquanto isso, ele vê seu ex-time pontuar
em ambas as etapas. Por mais que falem do péssimo timing de Fernando Alonso de
ter saído da Ferrari e ido para uma McLaren que anda entre os últimos enquanto
seu ex-time volta até a vencer corridas, o venezuelano não está muito atrás do
asturiano neste quesito. A Williams ainda não voltou a vencer, mas vem andando
muito melhor do que a Lotus.
Transmissão
da IRL: Depois do fiasco que foi o cancelamento do GP Brasil da Indy devido aos
rolos na feitura do contrato da Bandeirantes com o governo do Distrito Federal,
muitos consideraram lucro a emissora ainda transmitir o campeonato deste ano,
após a saia justa sofrida. E, como já deveria ser esperado por muitos, a
transmissão da etapa inicial em São Petesburgo mostrou a "qualidade"
de sempre das transmissões feitas pela Bandeirantes, que não apenas jogou a
corrida no canal Bandsports, como ainda parece ter escalado um narrador que
pouco entendia do riscado do que acontecia na pista. O desempenho foi sofrível,
e para um grupo que tem em seu grupo esportivo nomes como Téo José e Celso
Miranda para se narrar uma corrida, a emissora paulista precisa urgentemente
reformular sua escalação de profissionais, ou fazer um treinamento intensivo
para que cada um saiba com mais propriedade o que está narrando. A Bandeirantes
só não fica pior na fita porque a Globo não apenas fez uma transmissão sem sal
da abertura da F-1, como ainda quis inventar de transformar aquilo em um
programa ridículo que nada agregava de informação à transmissão.
Manor/Marussia:
O time pode ter "renascido" na F-1, depois de se encontrar
praticamente morto financeiramente, mas a situação da escuderia continua
extremamente instável, e a performance só ajuda aos outros times não ficarem em
último lugar. Os carros conseguiram andar na Malásia, mas como já era esperado,
ficaram atrás de todo mundo, e um deles nem conseguiu largar para a corrida, o
que foi um alívio para os concorrentes, com um retardatário a menos pelo
caminho. Resta saber até onde o time consegue ir, pois os carros estão
praticamente virgens, sem patrocínios que ajudem a dar sustentação efetiva à
escuderia. A brincadeira da F-1 está ficando cara demais para muita gente que
antigamente até ajudava os times menores a se sustentarem na categoria, mas não
mais. Desse jeito, realmente não dá para ir muito longe.
Fernando
Alonso: O piloto espanhol finalmente retornou à McLaren, mas seu calvário
permanece. Além de não poder aspirar a nenhum resultado de monta nesta
temporada, Alonso ainda teve o desprazer de assistir a Ferrari, seu ex-time,
vencer a corrida malaia com aquele que foi contratado para substituí-lo,
Sebastian Vettel. Pior, ainda se viu até alguns mecânicos soltarem risinhos
velados quando o asturiano passou em frente ao box da escuderia italiana, após
finalizar o treino. Fernando deveria ter tido mais sensibilidade e paciência,
pois todos apostavam que o time rosso cresceria nesse ano, e o espanhol ainda
tinha mais um ano de contrato. Só que a impaciência e o egocentrismo falaram
mais alto do que a paciência e a perseverança, e o resultado é o que todos já
imaginavam. Agora, resta ao bicampeão apenas muito trabalho duro e ter
justamente a paciência que não teve em 2014 com a Ferrari, para ter esperança
de retornar a disputar no futuro as primeiras colocações, assim que a parceria
McLaren/Honda começar a dar resultados, o que pode demorar um pouco, ou mais do
que se espera...
EM BAIXA:
GP
a nocaute: A crise financeira que ronda a F-1 fez sua mais nova vítima: o
Grande Prêmio da Alemanha foi rifado da temporada 2015 devido à falta de fundos
do autódromo de Nurburgring para pagar as altas taxas exigidas pela FOM para a
realização da prova. Um acerto emergencial com Hockenhein também foi por água
abaixo pelo mesmo motivo: falta de dinheiro para segurar o pepino da realização
do GP. Apesar de uma tentativa da Mercedes de ainda salvar a etapa germânica do
calendário, não teve jeito, e a corrida da Alemanha foi sacada da competição, e
pode até ficar de fora definitivamente do certame, uma vez que ano que vem
Bernie Ecclestone quer inaugurar o GP do Azerbaijão, e muito provavelmente vai
rifar a prova alemã de vez, já que os novos integrantes do calendário pagam o
que o chefão da FOM pede sem pestanejar.
McLaren/Honda:
Depois do desastre que foram os testes da pré-temporada, todo mundo ainda
esperava que a escuderia britânica, retomando sua antiga parceria de vitórias
com a Honda, pelo menos se recuperasse um pouco no início do mundial de F-1.
Infelizmente, os péssimos resultados vistos em Jerez e Barcelona se repetiram
nas duas etapas disputadas até agora, com os carros andando entre os últimos colocados,
e tendo de utilizar uma boa restrição de potência em sua unidade de força para
que os motores aguentassem toda a prova. Apesar de algum avanço no potencial de
performance do novo MP4/30, que chegou a andar em ritmo até animador para os
problemas apresentados, a confiabilidade do motor nipônico ainda é sofrível:
Kevin Magnussem quebrou ao levar seu carro para o grid em Melbourne, e ambos os
carros ficaram pelo caminho na Malásia. Na Austrália, Jenson Button pelo menos
conseguiu terminar a corrida, ainda que em último lugar entre os que cruzaram a
bandeirada. Mas o trabalho de levantar o time ainda vai ser bem árduo...
Red
Bull/Renault: Definitivamente, os anos de sucesso fizeram mal para o time dos
energéticos. Vislumbrando não ter condições de alcançar o time da Mercedes, a
direção da Red Bull já começou a disparar farpas na direção de sua parceira
Renault, pela falta de performance da unidade de potência francesa, que hoje só
ganha da novata Honda. O nível das críticas foi tão que a Renault começou a
devolver as acusações, alegando que o time austríaco tem abusado das
especificações necessárias para dar as devidas condições de funcionamento da
unidade, e que apesar dos problemas da unidade, ela não é a culpada de toda a
queda de rendimento enfrentada pela escuderia. A prova é que o time B, a Toro
Rosso, vem andando melhor, com o mesmo motor, e chegou à frente da escuderia
principal na Malásia. Depois, ainda vem com as ameaças veladas de abandonar a
F-1 se a categoria se mostrar "desinteressante" e sem ter condições
de vencer...O time que era o mais descontraído do paddock está se revelando
agora ser um péssimo perdedor, o que é muito ruim.
Transmissão
fora de tom: A abertura do campeonato 2015 de F-1 teve uma novidade na
transmissão da Globo, com a emissora tentando mostrar um pouco de como é feita
a transmissão da corrida, de como é feita a narração e os comentários. A idéia
até seria boa, não fosse a emissora tentar transformar isso em uma espécie de
programa sem nada a ver, estilo altas horas, com convidados que pouco tinham
intimidade com a coisa, exceção a Bia Figueiredo e Raul Boesel, que foram
muitíssimo mal aproveitados para se discutir os aspectos da corrida
australiana. O que poderia ser muito instrutivo para o telespectador, de
mostrar os detalhes de como é feito todo o processo de transmissão e narração
da prova, virou um bate-papo sem utilidade nenhuma, mostrando que a Globo
desperdiçou uma idéia que originalmente poderia até ser boa, não fosse seu
hábito de querer mostrar tudo do jeito que ela acha que tem que ser mostrado,
como se fosse um show da emissora, e não o que realmente deveria ser exibido.
E, para as etapas da madrugada, a emissora continua com seu tiro no pé de
exibir apenas o Q3, para frustração dos telespectadores que não têm acesso aos
canais pagos do SporTV, único lugar onde se pode acompanhar os treinos na
íntegra. Depois, a emissora ainda vem reclamar de queda na audiência...
Estréia
dos kits aerodinâmicos na IRL: Principal novidade no campeonato da Indy Racing
League este ano, os kits prometiam dar um novo visual os carros Dallara
utilizados pela categoria, e promover novos desafios para os times tentarem
descobrir as melhores formas de acertar a nova aerodinâmica proporcionada aos
bólidos. Chevrolet e Honda seguiram diretrizes distintas que realmente ajudaram
a proporcionar um visual diferente aos monopostos, mas na corrida, o excesso de
aletas, em especial nos bicos dos carros, proporcionaram um festival de pedaços
caindo a torto e a direito, fossem com os carros sozinhos na pista, fossem em
toques e raspões de outros carros. Teve um pedaço que conseguiu até ferir a
cabeça de uma torcedora, mostrando que tanto Honda quanto Chevrolet precisam
dar uma reforçada nas estruturas dos kits, para evitar essa quebradeira ocorrida
na estréia do campeonato, que poderia ter implicâncias mais sérias dependendo
do que pudessem causar. Nada que não possa ser corrigido, mas depois de levar
tanto tempo para se oferecer estes kits, imaginava-se que o tempo gasto tivesse
sido melhor aproveitado para se evitar este tipo de ocorrência com o
equipamento.
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