Olá
novamente a todos. O mês de abril está se encerrando, e é chegada mais uma vez
a hora de termos a COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, analisando alguns dos
acontecimentos e posições do mundo do esporte a motor vivenciados neste mês.
Então, uma boa leitura a todos, com o velho esquema de sempre nas avaliações:
EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa
na cor vermelho-claro). E a até a próxima edição da Cotação Automobilística,
que estará disponível aqui no final do próximo mês de abril...
EM ALTA:
Lewis
Hamilton: O atual bicampeão do mundo está mostrando sua melhor forma em 2015.
Apesar de ter ficado em 2° lugar na Malásia, Lewis não se deixou abater, e
mesmo com a Ferrari ameaçando ligeiramente nos calcanhares, venceu mais duas
corridas, e começa a abrir vantagem de seus perseguidores, especialmente Nico
Rosberg, que lhe deu muito trabalho no ano passado, mas que na atual temporada
não tem conseguido dar o mesmo combate de 2014. Hamilton está impecável nas
classificações, sendo o único pole-position nas 4 provas disputadas até aqui, e
mantendo um controle perfeito da situação, fugindo dos adversários antes que
tenham chance de entrar em um duelo. E, ao mesmo tempo, procurando conservar
seu equipamento para evitar surpresas inesperadas e garantir uma boa vantagem
no caso de ser surpreendido. E segundo alguns, o inglês já teria renovado com a
Mercedes por mais 3 temporadas, por um valor recorde na categoria, de mais de
US$ 35 milhões por ano, embora isso ainda não tenha sido confirmado
oficialmente pela escuderia, e nem pelo piloto.
Valentino
Rossi: O "Doutor" está começando a temporada como há muito não se
via. Em 3 provas disputadas até aqui, foram duas vitórias, sendo que a última,
em Termas de Rio Hondo, onde foi disputado o GP da Argentina, foi conquistada
após um duelo roda a roda com Marc Márquez, com desaire do atual bicampeão, que
exagerou na tentativa de recuperar a posição e caiu na pista. Aos 36 anos,
Rossi poderia muito bem partir para uma confortável aposentadoria das pistas,
ou se aventurar em outras modalidades automobilísticas menos arriscadas, mas
ele adora pilotar, e vendo em 2013 que havia ficado na sobra dos postulantes ao
título, tratou de se reinventar para melhorar seu desempenho, e conseguiu. Foi
vice-campeão no ano passado, quando Márquez simplesmente arrasou a
concorrência, e neste início de ano, com a melhora da Yamaha, vem mostrando que
ainda tem muito a oferecer. Não que bater Márquez vá ficar mais fácil, mas o
duelo entre ambos pode ser eletrizante, com as duas feras da motovelocidade a
deixarem o público de pé na arquibancada. E Valentino promete partir firme para
a briga, portanto, Marc que se cuide...
Nelsinho
Piquet: O piloto brasileiro vem crescendo no campeonato da F-E, o certame de monopostos
elétricos, e conquistou em Long Beach a vitória mais contudente de um piloto
até agora na categoria. Nelsinho foi arrojado na largada, assumindo a ponta
logo na primeira freada para ir-se embora e não ser ameaçado por praticamente
todo o restante da corrida, com uma facilidade que não se viu até agora nas
demais corridas da categoria. A vitória, além de catapultá-lo para a
vice-liderança da competição, estando apenas 1 ponto atrás do conterrâneo Lucas
Di Grassi, ainda foi nostálgica por ter sido naquele circuito que seu pai
venceu pela primeira vez na F-1, em 1980. E para colaborar com clima, Nelsinho
ainda correu com o capacete nas mesmas cores de seu pai, para delírio dos
saudosistas. E Nelsinho pretende continuar sua escalada na competição, e já se
torna um dos favoritos ao título, ao lado de Di Grassi. Mas ele sabe que ainda
é prematuro comemorar qualquer coisa, com 5 corridas até o encerramento do
campeonato.
Cacá
Bueno: O pentacampeão da Stock Car começou bem a temporada 2015, e já
contabiliza uma vitória, na primeira corrida de Ribeirão Preto, e lidera a
competição com 62 pontos. Mas o piloto da equipe Red Bull Racing sabe que não
dá para comemorar antes do tempo, especialmente porque os concorrentes estão em
seus calcanhares, e qualquer descuido nas etapas seguintes pode mudar
completamente o panorama do campeonato. E o campeonato está tendo vários
vencedores diferentes nas 5 corridas das 3 etapas disputadas até agora. Mas
depois de ficar em 3° lugar nos campeonatos de 2013 e 2014, o filho mais famoso
do narrador Galvão Bueno quer novamente mais um título, e vai certamente brigar
muito para repetir o feito que já conseguiu nas temporadas de 2006, 2007, 2009,
2011, e 2012. E ele vai tentar mesmo...
Felipe
Nasr: O piloto brasileiro, estreante na F-1 este ano como titular da equipe
Sauber, já anda despertando a atenção dos demais chefes de equipe da categoria.
Nasr tem feito corridas sólidas, sem erros, e mostrando boa visão de corrida e
senso de oportunidade para aproveitar as chances que se apresentam durante as
provas. E o próprio piloto mostra saber muito bem o terreno onde está pisando,
consciente de seu potencial, e dos limites que seu carro lhe impõe. Com isso,
está desbancando o jovem Max Verstappen, que foi a sensação do início do ano,
por ser o piloto mais jovem a competir na F-1, com apenas 17 anos, e que até
andou bem no mais eficiente carro da Toro Rosso. Com isso, já começaram até
alguns boatos sugerindo que o jovem brasileiro poderia até ser contratado pela
Ferrari, numa eventual substituição de Kimi Raikkonem, o que até o presente
momento não deixa de ser pura fantasia especulativa. Agora é continuar firme
nessa toada, sem dar passos em falso na pista, para colher futuras
recomendações de outras equipes, e torcer para que surjam chances no momento
certo, e também nos lugares certos, o que já é bem mais complicado.
NA MESMA:
McLaren/Honda:
O time inglês vai fazendo alguns progressos na sua performance no atual
campeonato da F-1, mas ainda precisa melhorar muito sua performance para
começar a colher os frutos de sua renovada parceria com a Honda. Se é que
Fernando Alonso andou melhor no Bahrein, superando carros que antes andavam
melhor, e quase pontuando, ao chegar em 11° lugar, é verdade que a fiabilidade
do equipamento ainda é um desafio para a engenharia do time, pois se Alonso
conseguiu andar até mais do que esperavam, por outro lado, Jenson Button teve
uma corrida para esquecer, mal conseguindo andar nos treinos livres, e vendo
seu carro enguiçar no treino de classificação. Como se já não bastasse largar
em último, a McLaren não conseguiu resolver a contento o problema no carro do
inglês, de modo que ele nem largou para a corrida. Mas tudo vai melhorar, eles
dizem...só é difícil saber quando isso vai acontecer. Se vier ainda em 2015, já
será lucro...
Hélio
Castro Neves: O piloto brasileiro está há mais de 15 anos na Penske, uma das
melhores escuderias do automobilismo americano, e ainda não conseguiu ser
campeão na Indy. Este ano, o brasileiro está começando bem o campeonato, estando
na 2ª colocação no momento, poucos pontos atrás de Juan Pablo Montoya, seu
companheiro de equipe, mas já perdeu oportunidade de terminar melhor nas duas
últimas corridas por problemas aparentemente banais, o que pode fazer falta lá
na frente, na hora de disputar o título. A constância de resultados não é uma
tática ruim, mas é necessário vencer algumas corridas para firmar sua posição.
Assim, ter feito a pole nas últimas duas corridas mostra que Hélio
aparentemente está firme na classificação para a corrida, mas resta converter
esta boa posição de largada em vitórias, a fim de mostrar força contra os
adversários. E, apesar do aparente favoritismo da Penske na competição, o
perigo mora ao lado, especialmente com Will Power, que é um adversário duro de ser
vencido. Que Helinho consiga enfim sair da fila e conquistar merecidamente o
título da IRL, mas precisa dar passos contundentes para isso e superar os
percalços que aparecem pela frente...
Equipe
Sauber e seus pilotos contratados: Depois do rolo jurídico vivido em Melbourne
com o processo movido por Giedo Van Der Garde, ficamos sabendo que que a
Sauber, na ânsia de se garantir para 2015, andou fechando contrato com mais
alguns pilotos. Foi anunciado que Jules Bianchi teria acertado para ser titular
do time suíço nesta temporada, o que até faz sentido, pois o francês era
apoiado pela Ferrari na equipe Marussia, e como a Sauber também usa os
propulsores italianos, nada mais óbvio que Maranello o colocar lá para que o
piloto continuasse se desenvolvendo. Só que Bianchi se acidentou no GP do
Japão, e desde então, está em coma em uma cama de hospital, e sabe-se lá se
algum dia recuperará a consciência, e portanto, é um problema a menos para a
Sauber, no sentido de que Jules tem não meios de reclamar seus direitos. Mas o
alemão Adrian Sutil, que foi piloto da escuderia em 2014, alega que seu
contrato com o time ainda é válido, e que deve acionar a justiça para, pelo
menos, a exemplo de Van Der Garde, levar uma merecida indenização pelo
rompimento unilateral de seu contrato. Como Giedo, comenta-se, levou uma boa
bolada de indenização, Sutil poderia ter chance de conseguir o mesmo, e para um
time que anda com as finanças na corda bamba, outro rolo jurídico envolvendo um
ex-piloto seria tudo o que eles não precisariam...
Supremacia
Chevrolet na IRL: Definitivamente os times da Honda andam devendo um pouco no
campeonato da Indy Racing League este ano. Dos 10 primeiros pilotos colocados
na classificação do campeonato, apenas 2 são equipados com o motor japonês. A
Honda ainda conseguiu vencer a corrida da Louisiana, que foi marcada por ter
ficado mais tempo sob bandeira amarela do que bandeira verde, mas as demais
provas foram vencidas pelos times equipados pela Chevrolet, o que parece
sugerir que o kit aerodinâmico fornecido pela marca nipônica talvez não esteja
tão competitivo quanto o kit fornecido pela Chevrolet, que vem dominando a
competição. O melhor time da Honda é a Andretti, cujos pilotos vem em 11°, 12°,
e 13° na classificação geral, e até o presente momento, não parecem capazes de
esboçar uma reação frente à turma da Chevrolet. Resta esperar que eles consigam
evoluir sua performance com o decorrer da competição.
Devolução
dos ingressos do GP Indy Brasil cancelado: O rolo envolvendo o cancelamento do
GP da Indy que seria realizado em março na capital federal ainda parece estar
longe de ser finalmente resolvido. Segundo parece, vários compradores dos
ingressos até agora ainda não conseguiram o estorno do valor cobrado em seus
cartões de crédito, o que teria motivado várias reclamações contra a empresa
Livepass, que estava cuidando do setor de venda dos ingressos pela internet. A
empresa alega que está tomando todas as providências necessárias para que todos
os clientes lesados tenham seus valores pagos creditados de volta, mas a julgar
por algumas reclamações em sites de defesa do consumidor, parece que a situação
ainda não se normalizou por completo. E isso é relativo apenas à devolução dos
valores pagos nos ingressos da prova que não se realizou: muita gente certamente
teve ou ainda pode estar tendo o maior trabalho para reaver o dinheiro gasto
nas passagens para Brasília e hospedagem na cidade. Depois se perguntam porque
o nosso país não é considerado sério...
EM BAIXA:
Nico
Rosberg: O vice-campeão de 2014 prometia se empenhar como nunca para evitar ser
suplantado por Lewis Hamilton nesta temporada, mas até o presente momento, não
conseguiu andar à frente do parceiro bicampeão do mundo em nenhuma corrida da
temporada 2015. Pior ainda foi acusar o golpe, quando na coletiva de imprensa
após o GP da China, acusou Hamilton de ter andado "devagar" para
prejudicar sua corrida, ao que recebeu uma resposta desmoralizante de Lewis. E,
quando parecia que ia reagir, na corrida do Bahrein, acabou de novo não apenas
superado por Hamilton mais uma vez, como também ficou atrás de Kimi Raikkonem
na prova barenita. Claro, teve o problema dos freios que o prejudicaram, mas o
piloto alemão está claramente devendo uma melhor apresentação este ano,
enquanto Hamilton vai seguindo firme e forte na ponta. Ou Nico reage, ou vai
virar segundão dentro da Mercedes, e num momento em que a Ferrari surge como
ameaça, isso não vai ser nada bom para o filho de Keke Rosberg...
Motores
Renault na F-1: Vencedora de 6 campeonatos nos últimos 10 anos, a Renault está
comendo o pão que o diabo amassou desde a estréia dos novos motores turbo e
sistemas de recuperação de energia introduzidos no ano passado na categoria
máxima do automobilismo. Se em 2015 eles ainda tiveram uma recuperação de
performance no campeonato, a ponto de a Red Bull ter ficado com o
vice-campeonato, este ano, quando tudo devia melhorar, o tiro saiu
completamente pela culatra: perderam a equipe Lotus para a Mercedes, e agora
tem como escuderias apenas a Red Bull e a Toro Rosso, e o clima de
descontentamento do time dos energéticos já andou bem inflamado nas últimas
semanas, com trocas de acusação mútua entre ambos. No momento, as discussões
arrefeceram, mas a situação na competição está complicada. Com a Ferrari
recuperando sua performance, as unidades francesas só conseguem andar melhor do
que a Honda, e mesmo assim, são os motores que mais quebraram no ano até aqui,
e só tivemos 4 provas de um total de 19 a serem disputadas. Daniel Ricciardo que o
diga: já teve 3 motores quebrados em 4 provas, e logo poderá começar a sofrer
punições pelo uso de uma possível 5ª unidade, pois apenas 4 etão disponíveis
por temporada por piloto. O trabalho de recuperação vai ser complicado, e sem
garantias a curto prazo...
Marc
Márquez: o atual bicampeão da MotoGP já mostrou que é um piloto duro na queda,
que sempre vende caro qualquer ultrapassagem. Mas há momentos em que, sem ter
condições ideais, é melhor garantir uma boa posição nos pontos do que jogar
tudo e acabar perdendo a posta. E foi o que aconteceu na etapa da Argentina,
onde o piloto da Honda, após um forte duelo com Valentino Rossi, não aliviou
tentando recuperar a posição, acabou tocando na traseira da Yamaha do italiano,
e acabou se dando mal, caindo na pista e dizendo adeus às chances de uma boa
colocação. Com um pouco menos de afobação, teria se conformado com a perda da
vitória, mas garantiria o 2° lugar, e convenhamos, o campeonato está só no
começo. Vencer 10 corridas seguidas em 2014 certamente parece ter deixado o
jovem prodígio do motociclismo um pouco mal acostumado. É preciso manter um
pouco a cabeça fria e não ficar alarmado quando se perde uma posição.
Mudanças
para tentar melhorar a F-1: A categoria máxima do automobilismo vive uma crise
financeira (de várias de suas equipes), e com a audiência caindo no mundo
inteiro. E até Bernie Ecclestone agora vem falar que as coisas precisam mudar,
e que os custos precisam diminuir para permitir que os times possam encontrar
mais meios de sobreviver na competição. Só que mudar não vai ser tão fácil, e
não apenas as regras da categoria complicam a adoção de mudanças, sem que haja
unanimidade entre os times, como estes próprios acabam entrando em desavença
com os demais na proposição de idéias que possam ajudar na solução, uma vez que
procuram garantir seus próprios interesses, antes de pensarem no bem da
categoria como um todo. E Bernie ainda admite que tem culpa no cartório, pelo
atual acordo de divisão de lucros privilegiar os times grandes em detrimento
dos médios e pequenos, uma vez que agora está num beco sem saída criado por ele
próprio, já que as escuderias não concordam nem um pouco com uma divisão
"menor" de suas cotas de participação. E se os times estão sendo
egoístas...bem, muito disso foi inflado pelo próprio Ecclestone, a quem nunca
interessou ver união entre os times da categoria, pois isso poderia lhes dar
demasiado poder, caso resolvessem se unir. Nada como um dia depois do outro,
não...?
Dani
Pedrosa: O piloto da Honda, companheiro de Marc Márquez, disputou duas
temporadas relativamente apagadas nos últimos anos, ficando à sombra do novo e
arrojado parceiro de equipe, que assombrou a todos e já conquistou dois
títulos, enquanto Pedrosa ainda busca o seu primeiro. E, se 2015 seria mais uma
chance de tentar se redimir, já começou mal: o espanhol precisou se submeter a
uma cirurgia para tentar tratar de uma doença chamada síndrome compartimental,
que causa aumento de pressão no interior dos órgãos do corpo. A cirurgia foi
efetuada no início de abril, e até o presente momento, segundo o próprio
piloto, ainda não se sente plenamente recuperado. Com isso, Pedrosa desfalcou o
time da Honda na MotoGP nas etapas de Austin e Termas de Rio Hondo, e também
não estará com o time em Jerez de La Fronteira, próxima etapa. Com previsão de
retorno apenas para a etapa da França, em Le Mans, pode-se dizer que será mais
um ano na fila de espera pelo triunfo que busca na categoria rainha do
motociclismo.