E
mais um mês se vai, e o próprio ano de 2014 prepara-se para entrar em sua reta
final. Portanto, lá vamos nós para a COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, com a tradicional
avaliação de alguns dos acontecimentos deste neste mês de setembro no mundo da
velocidade, que nunca pára. Lembrando do velho esquema de sempre nas
avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM
BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Então, boa leitura para todos, e até a
edição da cotação automobilística do mês que vem...
EM ALTA:
Lewis
Hamilton: O campeão de 2008 voltou com a corda toda nas últimas duas etapas do
Mundial de F-1. Lewis fez uma prova competente em Monza, e mesmo com a escapada
de Nico Rosberg, muito provavelmente seria o vencedor na etapa italiana. Já em
Marina Bay, o inglês teve o fim de semana dos sonhos: garantiu mais uma
vitória, e ainda viu Rosberg ficar pelo meio do caminho, e de quebra: tomou do
companheiro de equipe a liderança do campeonato. Mas, azares de Nico à parte, Hamilton
fez uma pilotagem aguerrida e determinada na etapa de Cingapura. Com o moral
novamente em alta, o inglês reassume para si o favoritismo da luta pelo título,
e pode vir a ser um adversário mais duro do que normalmente já é. Se mantiver o
panorama das duas últimas corridas, tem tudo para ser bicampeão este ano.
Valentino
Rossi: O grande nome da MotoGP na última década foi o responsável por quebrar o
domínio da equipe Honda no atual campeonato. Se é verdade que a queda de Marc
Márquez na etapa de Misano facilitou as coisas para o "Doutor", não é
menos verdade que essa queda se deveu à perseguição do jovem campeão espanhol
ao italiano da Yamaha. O título de 2014 certamente irá para Márquez, mas a
disputa do vice-campeonato, entre Dani Pedrosa e Rossi, promete ser eletrizante.
E, no que depender do carisma, Valentino deixa Pedrosa comendo poeira, como
mostrou seu triunfo na etapa de San Marino, onde Rossi foi ovacionado tanto
pelo pessoal de pista quanto pela platéia que lotou o circuito de Misano. Não é
qualquer um que consegue emocionar tanta gente com suas performances.
Will
Power: O piloto australiano enfim sagrou-se campeão da Indy Racing League,
depois de bater na trave nas temporadas de 2010, 2011, e 2012. Mesmo largando
na última corrida, na etapa final, o australiano fez uma corrida firme e
segura, sem se envolver em disputas desnecessárias, e nem mesmo uma súbita
queda de rendimento nas voltas finais foi suficiente para impedir sua
conquista. De quebra, fez a Penske também encerrar o seu jejum de títulos, que
vinha desde 2006, quando a escuderia havia conquistado seu único título na IRL,
com Sam Hornish Jr. A meta agora, mais aliviado com a conquista, mais
experiente, e não menos capaz, é lutar pelo bicampeonato em 2015. E podem
apostar: ele não vai se contentar com menos...
Lucas
Di Grassi: O piloto brasileiro sagrou-se vencedor da primeira corrida de carros
elétricos, a F-E, e inicia o campeonato da modalidade na liderança. Mesmo que a
vitória tenha caído em seu colo, após o acidente entre Nicolas Prost e Nick
Heidfeld, o brasileiro andou sempre entre os primeiros colocados de forma
constante, e desde já é um dos favoritos a levar o título da nova categoria de
monopostos da FIA. Mas Lucas sabe que a parada não vai ser fácil, e que a
competição ainda pode reservar várias surpresas. Mas nem por isso vai dar menos
de si. E o brasileiro ainda tem a confiança da Audi no seu trabalho, o que é
uma prova da capacidade de Di Grassi, que felizmente soube procurar outros ares
para florescer seu talento após sua passagem malsucedida pela F-1.
Pietro
Fittipaldi: A dinastia Fittipaldi já tem um novo campeão. Pietro, aos 18 anos,
é o campeão da F-Renault Inglesa. O neto de Émerson teve um desempenho
excelente na temporada, vencendo nada menos do que 10 corridas em 13 etapas, e
conquistou o título com duas provas de antecipação, fechando matematicamente a
disputa na segunda corrida disputada no circuito de Croft. É praticamente o
segundo ano de Pietro na Europa, onde disputou no ano passado a F-4, e já
mostra que tem tudo para honrar com méritos o sobrenome Fittipaldi nas pistas
do velho mundo. Logicamente a meta final é a F-1, mas vai precisar, além de
mostrar talento, ter a sorte de chegar no time certo, no momento certo. Se não
der nenhum passo em falso, vai chegar lá. Mas precisa tomar cuidado com a
ovação e esperança da torcida brasileira, sedenta por um novo
"campeão" no automobilismo nacional...
NA MESMA:
Marc
Márquez: O campeão da MotoGP pode ter tido seu primeiro revés na temporada
2014, ao levar um tombo e perder as chances de chegar entre os primeiros na
etapa de San Marino, mas ainda é o favorito disparado para conquistar o
bicampeonato. O mais jovem campeão da categoria ainda ostenta 74 pontos de
vantagem para o segundo colocado, seu próprio parceiro, Dani Pedrosa, o que
equivale dizer, na prática, que mesmo que abandone as próximas 3 corridas, só
perderia a liderança se Pedrosa vencesse todas as 3 corridas. Com 5 etapas para
fechar a competição, as chances de Márquez fechar a conquista do título em Aragón
se foram, mas muito provavelmente em Motegi ele já consiga celebrar a conquista
do título, se não tiver nenhum percalço como o de Misano.
Jorge
Lorenzo: O piloto espanhol da Yamaha vinha descontando a diferença para o
companheiro de equipe no campeonato da MotoGP, mas justo no momento em que seu
time conseguiu apresentar uma performance equiparável à da Honda, coube a
Valentino Rossi a honra de ser o vencedor da primeira vitória não-Honda de
2014. E ele anda incomodado com a situação, não estando acostumado a ficar
tanto tempo atrás do colega de time na classificação do campeonato. Se no ano
passado foi Rossi quem ficou sendo um coadjuvante de luxo, esse é um papel que
Lorenzo certamente não vai querer passar imagem deste ano. Com a melhora de
performance da moto da Yamaha, certamente Jorge vai querer deixar sua marca, a
exemplo do que Valentino fez em Misano. E ele tem 5 etapas para tentar ainda.
Vontade e determinação ele tem. O problema é combinar com os outros...
Hélio
Castro Neves: O piloto brasileiro ficou mesmo com mais um vice-campeonato, ao
perder a disputa pelo título com seu companheiro Will Power na Penske. Hélio já
tinha uma tarefa difícil, dada a grande desvantagem de pontuação para o
parceiro, e até começou bem a corrida de Fontana, largando na pole, e
mantendo-se sempre entre os primeiros. Mas Power já havia chegado a uma posição
confortável onde não importava o resultado do brasileiro. Ainda assim, Hélio
ainda se ajudou a perder a disputa ao errar a passagem na linha inferior da
pista e tomar uma punição que o jogou para a segunda metade do pelotão,
arruinando por completo suas poucas chances de ainda conquistar o título. Fica
agora para 2015, como já tinha ficado em 2013 para este ano. Dois
vice-campeonatos consecutivos...será que a sina que perseguia Power será agora
do brasileiro? A conferir no próximo ano...
Equipe
McLaren: O time de Ron Dennis continua marcando passo neste campeonato, e nas
últimas corridas ficou mais notabilizado pelas defesas de posição
ultra-acirradas proporcionadas por Kevin Magnussem do que pela performance
propriamente dita. E até o presente momento, total indefinição de sua dupla de
pilotos para a próxima temporada, que terá a dura tarefa de conduzir o retorno
da Honda à F-1. Os japoneses querem um nome forte para o time, mas todos os
melhores nomes ou já tem contrato firmado para 2015, ou as possibilidades de um
bom desempenho da escuderia inglesa no próximo ano são incertos o suficiente
para todos resolverem ficar pelo menos onde estão por mais um ano. A sorte de
Ron Dennis, se é que se pode dizer isso, é que no atual campeonato seu time não
tem como cair mais na classificação: com 111 pontos, o concorrente mais próximo
é a Toro Rosso, com modestos 27 pontos. A meta é terminar o ano pelo menos à
frente da Force India, que no momento tem 117 pontos.
Equipe
Ferrari: Depois de um novo chefe de equipe, a Ferrari agora tem uma nova
direção, com a saída de Luca de Montezemolo. A FIAT quer resultados, e a
demissão sem dó do principal executivo da escuderia italiana nas últimas duas
décadas é um exemplo de que eles não estão para brincadeiras. O problema é que
exigir é mais fácil do que conseguir, e desde que Stefano Domenicalli foi
rifado meses atrás, o novo diretor Marco Mattiaci tem se preocupado em conhecer
o time a fundo para empreender as mudanças necessárias para voltar a ser um dos
protagonistas da F-1. Assim, como era de se esperar, o time italiano este ano
está vivendo de brilharecos ocasionais, e já teria até abandonado o
desenvolvimento do carro deste ano para se concentrar no monoposto de 2015.
Portanto, não dá para esperar nada mais da escuderia rossa neste ano, e para
piorar, viu-se superada pela Williams, que após a prova de Cingapura abriu 9
pontos de vantagem no campeonato de construtores, e vai precisar dar duro para
conseguir terminar o ano em 3° lugar. Do contrário, melhor irem se acostumando
com a 4ª colocação, que só não deverão perder porque Force India e McLaren
estão muito atrás. Ah, e tal como a McLaren, o time italiano ainda está
balançando com relação à sua dupla de pilotos para o próximo ano, pra não
mencionar que a boataria sobre Fernando Alonso segue a toda carga, especulando
o destino do espanhol para 2015...
EM BAIXA:
Federação
Internacional de Automobilismo: A FIA voltou a aprontar das suas nas regras da
F-1, ao querer agora proibir a comunicação por rádio dos pilotos com seus times
no que tange às informações que "auxiliem" a pilotagem. Se a idéia na
teoria é fazer o piloto pensar mais por si mesmo e definir como controla sua
corrida, o que é algo que vai no sentido de valorizar o talento dos pilotos,
por outro lado o timming de querer impôr a nova regra foi dos piores, com o
campeonato em andamento, e de uma corrida para outra. Para complicar ainda
mais, os carros atuais têm diversos sistemas que precisam da monitoração
constante do box para informar aos pilotos como proceder para debelar possíveis
malfuncionamentos e problemas, uma vez que estes não têm como ficar prestando
atenção na pista e no painel do volante a todo instante buscando informações. A
entidade recuou um pouco de sua idéia, que só deve entrar pra valer mesmo em
2015, como seria de convir. Mas depois de inventar a proibição do sistema Fric
nas suspensões, a FIA poderia passar sem essa para fazer cair ainda mais o seu
crédito perante os torcedores e participantes da F-1...
Nico
Rosberg: O piloto alemão da Mercedes teve em Cingapura o seu pior momento no
campeonato deste ano. Além de ter um problema que arruinou sua participação na
corrida, obrigando-o a abandonar pela segunda vez na temporada, ainda viu o
companheiro de equipe e rival na luta pelo título assumir a liderança da
competição. Dizem que Rosberg tem muito mais cabeça fria e capacidade de reação
do que Hamilton, que teoricamente se desestabiliza fácil quando as coisas não
correm a seu favor, mas a cara de Nico no paddock de Cingapura não era das
melhores. Na Itália, ainda sob a pressão da bronca que levou da direção do time
por provocar o toque entre ambos na Bélgica, Rosberg teve duas saídas de pista
que facilitaram a vitória de Hamilton. Ainda que digam que tal ato teria sido
"combinado" pelo time como uma espécie de "compensação" por
Rosberg ter arruinado a corrida do companheiro em Spa, o fato é que sua postura
agressiva acabou meio que por voltar-se contra ele, e o clima pesou justamente
para seu lado, o que tinha conseguido evitar até então. Cabe a Nico reverter a
expectativa e voltar a dar as cartas. E é hora de colocar sua frieza e
equilíbrio à prova, mostrando que pode recuperar o controle da situação.
Nico
Hulkenberg: O piloto alemão não vem tendo um bom desempenho nas últimas
corridas, e mesmo que seu time, a Force India, tenha tido uma queda de
performance nesta segunda metade do campeonato, o mexicano Sérgio Perez é quem
vem tendo maior destaque nas corridas. Em Cingapura, Nico largou na frente do
companheiro, mas acabou terminando atrás do mexicano. Cotado como potencial
campeão se estivesse num carro de ponta, a valorização de Hulkenberg vem
decaindo este ano, e no pior momento possível, quando justamente a McLaren é um
time com vagas em potencial para 2015 ainda a serem preenchidas. O maior
consolo de Nico é que seu time de 2013, a Sauber, encontra-se numa situação
extremamente complicada, podendo arrastar junto sua dupla de pilotos. Na Force
India, pelo menos ele tem condições de efetuar melhores desempenhos. Mas, do
jeito que vem vindo nas últimas corridas, vai ver seu cartaz destroçado pelo
ex-piloto da McLaren...
Luca
di Montezemolo: Quando surgiram os primeiros sinais de que a posição de
Montezemolo, que estava na chefia da Ferrari há 23 anos, estava a perigo pelos
maus resultados do time este ano na F-1, todo mundo imaginava que 2015 seria o
seu canto do cisne, em caso de outro carro ruim decepcionar pilotos e fãs. Bem,
a diretoria da FIAT, dona da Ferrari, mostrou estar mais impaciente do que
todos imaginavam, e Luca dançou logo depois da prova italiana, onde ele próprio
declarou que sua saída não era cogitada. Aparentemente a direção da FIAT ficou
bravinha com a atitude prepotente do ferrarista, e resolveu mostrar quem manda
na casa de fato. Ninguém vai sentir falta de Montezemolo, a se considerar suas
atitudes e posturas extremamente arrogantes e prepotentes, achando que a
Ferrari era melhor do que tudo e que todos. Mas certamente a nova direção da
marca e da escuderia de F-1, indicada pela FIAT, de alguém "estranho"
ao meio automobilístico, certamente não vai ser das mais agradáveis também.
Montezemolo, em que pesem seus defeitos, era ferrarista até a alma, e entendia
a marca como poucos. Neste quesito ele certamente vai deixar saudades...
Equipe
Caterham: O time que era de Tony Fernandes, e que atualmente ninguém sabe
direito quem é o novo dono continua na sua espiral de más notícias nesta
segunda metade de campeonato. Prevendo a fria que se aproxima, Christijan
Albers, que havia sido nomeado chefe da escuderia, pulou fora do cargo e da
equipe, alegando motivos pessoais. E como desgraça pouca é bobagem, agora é a
Pirelli que estaria dando um ultimato ao time, que estaria devendo o pagamento
dos pneus, e que se não for paga, ficarão sem fornecimento para a corrida do
Japão. Uma notícia ruim especialmente para Kamui Kobayashi, que não vê a hora
de poder se apresentar novamente ao seu
público fiel. O japonês, aliás, já teve um mau domingo em Cingapura, quando seu
carro praticamente enguiçou já na volta de apresentação, e Kobayashi nem sequer
conseguiu largar para a corrida...
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