Neste
fim de semana a MotoGP inicia seu campeonato. Curtam agora um pequeno texto
sobre o que esperar do mundial deste ano na principal categoria das duas
rodas...
MOTOGP 2014: TODOS CONTRA
MÁRQUEZ
Piloto-sensação do campeonato de 2013 começa o ano
como principal favorito ao bicampeonato, mas vai sofrer pressão cerrada.
Adriano de Avance Moreno
Começa
neste final de semana o Campeonato Mundial da MotoGP, com a prova do Catar,
disputada no circuito de Losail. Na pista, Marc Márquez, atual campeão da
categoria, é tido como o principal favorito ao título da temporada. Além do
espetacular retrospecto de sua temporada de estréia, quando surpreendeu a todos
com sua impetuosidade e arrojo, que o levaram ao título da categoria máxima do
motociclismo mundial, além de correr pelo time mais estruturado da categoria, a
Honda, o jovem piloto espanhol agrega agora mais experiência, o que deve fazer
dele um adversário ainda mais temido pelos rivais.
Mas
o ano já começou com um revés para o atual campeão: Márquez sofreu uma queda há
algumas semanas, e fraturou a perna direita. Depois de dominar a primeira
sessão de testes coletivos do ano, o acidente tirou o jovem espanhol dos demais
testes da pré-temporada. Márquez alinhará no grid na etapa de abertura do
certame, mas ele mesmo já avisa que não estará 100%, ainda se recuperando da
fratura sofrida. É a chance dos rivais tentarem abrir alguma diferença. E é bom
que o façam agora, porque se Marc voltar a mostrar o mesmo ritmo de 2013 assim
que estiver 100%, os concorrentes que se preparem para levar outro baile do
jovem campeão.
Campeão em seu ano de estréia na MotoGP, Marc Márquez vai em busca do bicampeonato. |
Em
tese, a disputa deve ficar entre as duas equipes principais: Honda e Yamaha.
Ambas as escuderias mantiveram seus pilotos do ano passado. Na Honda, além do
atual campeão Marc Márquez, Dani Pedrosa entra novamente como um dos favoritos
no campeonato, por pilotar uma das melhores motos da categoria. Fica a dúvida
se vai conseguir sobrepujar o companheiro de equipe, que praticamente deu um
chega prá lá no conterrâneo e roubou seu cartaz no time nipônico em 2013. Com 8
temporadas no currículo, Pedrosa já é um veterano da competição, e seus
melhores resultados foram os vice-campeonatos de 2007, 2010, e 2012. E no ano
passado, quando a Honda tinha a melhor moto da competição, acabou ficando em 3°
lugar. Se ainda quiser ser campeão, Pedrosa vai precisar pilotar como nunca, e
é bom começar desde já neste fim de semana, pois Márquez não vai dar chances
assim que estiver plenamente recuperado.
Vice-campeão em 2013, Jorge Lorenzo quer dar o troco em 2014: o espanhol vem com tudo... |
A
grande rival da Honda é a Yamaha, e no time, as maiores apostas estão
concentradas em Jorge Lorenzo, que no ano passado mostrou toda a sua capacidade
e talento para levar a disputa para a etapa final, e foi vice-campeão com todos
os méritos. Bicampeão da MotoGP, Lorenzo é considerado o piloto mais completo
da categoria atualmente, e provavelmente o único que pode bater com maior
regularidade Márquez. Se a Yamaha corresponder no campeonato como fez nos
testes da pré-temporada, Jorge pode almejar a conquista do tricampeonato com um
pouco menos de sofrimento do que espera, mas já sabe que a disputa pode ser
fortíssima. A Honda também andou forte na pré-temporada, e Lorenzo sabe que não
apenas Marc é um perigo a não ser subestimado, mas também Dani Pedrosa, pelo
excelente equipamento de que dispõe, e por ser um piloto muito talentoso
também. Valentino Rossi vai para seu segundo ano no retorno à Yamaha disposto a
apagar a péssima imagem de 2013, quando ficou praticamente em segundo plano na
disputa do campeonato. O "Doutor" venceu apenas 1 prova, em Assen, e
embora tenha conquistado vários pódios ao longo do ano, na grande maioria das
vezes perdeu o duelo direto contra seu companheiro de equipe Lorenzo e a dupla
da Honda, Pedrosa e Márquez. Rossi quer provar que ainda é o grande campeão que
conquistou 7 títulos e 80 vitórias na categoria. Seu contrato atual com a
Yamaha termina no fim do ano, e ele já declarou que aposentadoria ainda não faz
parte de seus planos. Fica a dúvida se ele vai voltar a ser efetivamente um dos
protagonistas, ou continuar sendo um coadjuvante de luxo, como ocorreu em 2013.
Dani Pedrosa tem a potente moto Honda, mas terá Márquez pela frente se quiser ser campeão. |
Pelos
testes da pré-temporada, tudo indica que a Honda será o time a ser batido. A
nova moto se encaixou bem no regulamento, e de princípio, entendeu-se
perfeitamente bem com os novos pneus fornecidos pela Bridgestone. Já a Yamaha
sofreu para acertar o passo com os novos compostos de pneus, mas conseguiu
evoluir significativamente com o avanço dos dias de testes. Mas todos concordam
que, tal qual em 2013, a
missão da Yamaha continuará sendo de correr em leve inferioridade de
equipamento, o que vai demandar esforço extra de seus pilotos para superar as
máquinas à disposição de Pedrosa e Márquez. Jorge Lorenzo conseguiu mostrar no
ano passado como o piloto pode fazer a diferença, e vai ter de demonstrar isso
novamente em 2014.
Valentino Rossi quer mostrar que o ano de 2013 ficou para trás. O "Doutor" quer mais vitórias e títulos... |
Entre
as novidades na temporada 2014,
a MotoGP passará a ter uma categoria
"intermediária" no campeonato. Continua a divisão entre os times de
fábrica, e as antigas equipes CRT, que agora são enquadradas na categoria
"Aberta", onde estão os times privados, que não contam com a
superestrutura dos times de fábrica. Tentando equalizar as condições de
competição, e oferecer um maior equilíbrio na disputa, os times de fábrica,
oficiais das próprias montadoras e escuderias satélites, possuem restrições
quanto ao uso de equipamento na temporada: cada piloto, por exemplo, de um time
oficial de fábrica, como é o caso das equipes Honda e Yamaha, tem direito a
usar até 5 motores por temporada, e seu desenvolvimento é limitado. Ao mesmo
tempo, as motos possuem restrição de consumo de 20 litros de combustível
durante os GPs. Em contrapartida, os pilotos dos times da categoria
"Aberta" podem usar até 24 litros de combustível nas corridas, e podem
utilizar até 12 motores por temporada, com desenvolvimento livre, além de
poderem usar compostos de pneus mais macios, os quais não estão disponíveis
para as escuderias de fábrica. Em contrapartida, os times são obrigados a usar
em suas motos uma centralina padrão da Dorna, fabricada pela Magnetti Marelli.
A
nova categoria intermediária, que deve ser chamada de "Fábrica 2",
surgiu devido à decisão da Ducati de competir este ano na categoria
"Aberta". Como não se trata de um simples time, mas de uma escuderia
apoiada pela fábrica italiana, os demais times de fábrica chiaram com a
permissão de competição da Ducati na categoria inferior, alegando que ela teria
mais vantagens. A categoria intermediária, onde a Ducati irá ser enquadrada,
estabelece algumas restrições em relação ao regulamento aberto, dependendo dos
resultados obtidos.
A
partir de agora, um Construtor com apoio oficial de fábrica que não tenha
conquistado uma vitória em condições de piso seco no campeonato do ano
anterior, ou um novo Construtor que entre no Campeonato, não tendo participado
da competição do ano anterior, terá direito a usar os 12 motores por piloto por
temporada e sem congelamento de desenvolvimento, além dos 24 litros de combustível
e a mesma distribuição de pneus e oportunidade de testes da categoria
"Aberta". Esta concessão será válida até ao início da temporada de
2016. Entretanto, as concessões citadas serão reduzidas de acordo com as
seguintes circunstâncias: Caso qualquer piloto, ou combinação de pilotos de um
mesmo Construtor vença uma corrida, ou obtenha dois segundos lugares, ou três
presenças no pódio em condições normais de competição em pisto seco durante a
temporada de 2014, então esse Construtor terá o seu limite de combustível por
corrida reduzida 22 litros,
além do limite de motores por piloto cair de 12 para 9 unidades. Mais, se a
equipe conseguir três vitórias na temporada de 2014, irá perder também o
direito de usar os pneus mais macios disponíveis para os participantes da
categoria "Aberta". Se algum time atingir estes resultados, a redução
das concessões serão aplicadas imediatamente para as etapas restantes já de
2014, e valerão para toda a temporada de 2015.
Com
relação à centralina padrão da Dorna, ela passará a ser obrigatória para todos
os times a partir de 2016. Até lá, a entidade que administra o campeonato irá
criar um canal de comunicação via internet, onde os times poderão ter acesso
aos dados de projeto e desenvolvimento do equipamento, podendo contribuir com
críticas e sugestões no seu aperfeiçoamento.
Para
os fãs brasileiros, o canal a cabo SporTV irá mostrar todas as etapas do
campeonato ao vivo. A competição terá 18 etapas, e a novidade será o retorno da
Argentina ao mundial, de onde andava ausente há alguns anos. Uma ausência que
será sentida é a prova de Laguna Seca, que saiu do calendário, uma vez que os
organizadores da prova acharam muito alto os custos de renovação do contrato
para continuarem promovendo a etapa. A corrida de Monterrey seria substituída
pelo retorno da etapa brasileira ao mundial, mas infelizmente, a corrida do
Brasil foi para o brejo, com as autoridades do Distrito Federal incapazes de
efetuar as reformas necessárias no circuito de Brasília para receber novamente
as motos mais velozes do planeta. Quem sabem em 2015...?
CALENDÁRIO DO CAMPEONATO 2014
DATA
|
ETAPA
|
CIRCUITO
|
23.03
|
Grande Prêmio do Catar
|
Losail
|
13.04
|
Grande Prêmio das Américas
|
Austin
|
27.04
|
Grande Prêmio da Argentina
|
Termas de Rio Hondo
|
04.05
|
Grande Prêmio da Espanha
|
Jerez de La Fronteira
|
18.05
|
Grande Prêmio da França
|
Le Mans
|
01.06
|
Grande Prêmio da Itália
|
Mugello
|
15.06
|
Grande Prêmio da Catalunha
|
Barcelona
|
28.06
|
Grande Prêmio da Holanda
|
Assen
|
13.07
|
Grande Prêmio da Alemanha
|
Sachsenring
|
10.08
|
Grande Prêmio de Indianápolis
|
Indianápolis
|
17.08
|
Grande Prêmio da República
Tcheca
|
Brno
|
31.08
|
Grande Prêmio da Inglaterra
|
Silverstone
|
14.09
|
Grande Prêmio de San Marino
|
Misano
|
28.09
|
Grande Prêmio de Aragón
|
Aragón
|
12.10
|
Grande Prêmio do Japão
|
Motegi
|
19.10
|
Grande Prêmio da Austrália
|
Phillip Island
|
26.10
|
Grande Prêmio da Malásia
|
Sepang
|
09.11
|
Grande Prêmio da Comunidade
Valenciana
|
Valência
|
EQUIPES E PILOTOS DA MOTOGP
(Categoria Principal)
EQUIPE
|
PILOTOS
|
Avintia Racing
|
Hector Barbera
Mike Di Meglio
|
Cardion AB Motoracing
|
Karel Abraham
|
Drive M7 Aspar
|
Hiroshi Aoyama
Nicky Hayden
|
Ducati Team
|
Andrea Dovizioso
Cal Crutchlow
|
GO&FUN Honda Gresini
|
Alvaro Bautista
Scott Redding
|
IodaRacing Project
|
Danilo Petrucci
|
LCR Honda MotoGP
|
Stefan Bradl
|
Monster Yamaha Tech 3
|
Bradley Smith
Pol Espargaro
|
Movistar Yamaha MotoGP
|
Valentino Rossi
Jorge Lorenzo
|
NGM Forward Racing
|
Colin Edwards
Aleix Espargaro
|
Paul Bird Motorsport
|
Broc Parkes
Michael Laverty
|
Pramac Racing
|
Andrea Iannone
Yonny Hernandez
|
Repsol Honda Team
|
Dani Pedrosa
Marc Marquez
|
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