quarta-feira, 19 de março de 2014

ESPECIAL MOTOGP 2014



            Neste fim de semana a MotoGP inicia seu campeonato. Curtam agora um pequeno texto sobre o que esperar do mundial deste ano na principal categoria das duas rodas...


MOTOGP 2014: TODOS CONTRA MÁRQUEZ

Piloto-sensação do campeonato de 2013 começa o ano como principal favorito ao bicampeonato, mas vai sofrer pressão cerrada.

Adriano de Avance Moreno

            Começa neste final de semana o Campeonato Mundial da MotoGP, com a prova do Catar, disputada no circuito de Losail. Na pista, Marc Márquez, atual campeão da categoria, é tido como o principal favorito ao título da temporada. Além do espetacular retrospecto de sua temporada de estréia, quando surpreendeu a todos com sua impetuosidade e arrojo, que o levaram ao título da categoria máxima do motociclismo mundial, além de correr pelo time mais estruturado da categoria, a Honda, o jovem piloto espanhol agrega agora mais experiência, o que deve fazer dele um adversário ainda mais temido pelos rivais.
            Mas o ano já começou com um revés para o atual campeão: Márquez sofreu uma queda há algumas semanas, e fraturou a perna direita. Depois de dominar a primeira sessão de testes coletivos do ano, o acidente tirou o jovem espanhol dos demais testes da pré-temporada. Márquez alinhará no grid na etapa de abertura do certame, mas ele mesmo já avisa que não estará 100%, ainda se recuperando da fratura sofrida. É a chance dos rivais tentarem abrir alguma diferença. E é bom que o façam agora, porque se Marc voltar a mostrar o mesmo ritmo de 2013 assim que estiver 100%, os concorrentes que se preparem para levar outro baile do jovem campeão.
Campeão em seu ano de estréia na MotoGP, Marc Márquez vai em busca do bicampeonato.
            Em tese, a disputa deve ficar entre as duas equipes principais: Honda e Yamaha. Ambas as escuderias mantiveram seus pilotos do ano passado. Na Honda, além do atual campeão Marc Márquez, Dani Pedrosa entra novamente como um dos favoritos no campeonato, por pilotar uma das melhores motos da categoria. Fica a dúvida se vai conseguir sobrepujar o companheiro de equipe, que praticamente deu um chega prá lá no conterrâneo e roubou seu cartaz no time nipônico em 2013. Com 8 temporadas no currículo, Pedrosa já é um veterano da competição, e seus melhores resultados foram os vice-campeonatos de 2007, 2010, e 2012. E no ano passado, quando a Honda tinha a melhor moto da competição, acabou ficando em 3° lugar. Se ainda quiser ser campeão, Pedrosa vai precisar pilotar como nunca, e é bom começar desde já neste fim de semana, pois Márquez não vai dar chances assim que estiver plenamente recuperado.
Vice-campeão em 2013, Jorge Lorenzo quer dar o troco em 2014: o espanhol vem com tudo...
            A grande rival da Honda é a Yamaha, e no time, as maiores apostas estão concentradas em Jorge Lorenzo, que no ano passado mostrou toda a sua capacidade e talento para levar a disputa para a etapa final, e foi vice-campeão com todos os méritos. Bicampeão da MotoGP, Lorenzo é considerado o piloto mais completo da categoria atualmente, e provavelmente o único que pode bater com maior regularidade Márquez. Se a Yamaha corresponder no campeonato como fez nos testes da pré-temporada, Jorge pode almejar a conquista do tricampeonato com um pouco menos de sofrimento do que espera, mas já sabe que a disputa pode ser fortíssima. A Honda também andou forte na pré-temporada, e Lorenzo sabe que não apenas Marc é um perigo a não ser subestimado, mas também Dani Pedrosa, pelo excelente equipamento de que dispõe, e por ser um piloto muito talentoso também. Valentino Rossi vai para seu segundo ano no retorno à Yamaha disposto a apagar a péssima imagem de 2013, quando ficou praticamente em segundo plano na disputa do campeonato. O "Doutor" venceu apenas 1 prova, em Assen, e embora tenha conquistado vários pódios ao longo do ano, na grande maioria das vezes perdeu o duelo direto contra seu companheiro de equipe Lorenzo e a dupla da Honda, Pedrosa e Márquez. Rossi quer provar que ainda é o grande campeão que conquistou 7 títulos e 80 vitórias na categoria. Seu contrato atual com a Yamaha termina no fim do ano, e ele já declarou que aposentadoria ainda não faz parte de seus planos. Fica a dúvida se ele vai voltar a ser efetivamente um dos protagonistas, ou continuar sendo um coadjuvante de luxo, como ocorreu em 2013.
Dani Pedrosa tem a potente moto Honda, mas terá Márquez pela frente se quiser ser campeão.
            Pelos testes da pré-temporada, tudo indica que a Honda será o time a ser batido. A nova moto se encaixou bem no regulamento, e de princípio, entendeu-se perfeitamente bem com os novos pneus fornecidos pela Bridgestone. Já a Yamaha sofreu para acertar o passo com os novos compostos de pneus, mas conseguiu evoluir significativamente com o avanço dos dias de testes. Mas todos concordam que, tal qual em 2013, a missão da Yamaha continuará sendo de correr em leve inferioridade de equipamento, o que vai demandar esforço extra de seus pilotos para superar as máquinas à disposição de Pedrosa e Márquez. Jorge Lorenzo conseguiu mostrar no ano passado como o piloto pode fazer a diferença, e vai ter de demonstrar isso novamente em 2014.
Valentino Rossi quer mostrar que o ano de 2013 ficou para trás. O "Doutor" quer mais vitórias e títulos...
            Entre as novidades na temporada 2014, a MotoGP passará a ter uma categoria "intermediária" no campeonato. Continua a divisão entre os times de fábrica, e as antigas equipes CRT, que agora são enquadradas na categoria "Aberta", onde estão os times privados, que não contam com a superestrutura dos times de fábrica. Tentando equalizar as condições de competição, e oferecer um maior equilíbrio na disputa, os times de fábrica, oficiais das próprias montadoras e escuderias satélites, possuem restrições quanto ao uso de equipamento na temporada: cada piloto, por exemplo, de um time oficial de fábrica, como é o caso das equipes Honda e Yamaha, tem direito a usar até 5 motores por temporada, e seu desenvolvimento é limitado. Ao mesmo tempo, as motos possuem restrição de consumo de 20 litros de combustível durante os GPs. Em contrapartida, os pilotos dos times da categoria "Aberta" podem usar até 24 litros de combustível nas corridas, e podem utilizar até 12 motores por temporada, com desenvolvimento livre, além de poderem usar compostos de pneus mais macios, os quais não estão disponíveis para as escuderias de fábrica. Em contrapartida, os times são obrigados a usar em suas motos uma centralina padrão da Dorna, fabricada pela Magnetti Marelli.
            A nova categoria intermediária, que deve ser chamada de "Fábrica 2", surgiu devido à decisão da Ducati de competir este ano na categoria "Aberta". Como não se trata de um simples time, mas de uma escuderia apoiada pela fábrica italiana, os demais times de fábrica chiaram com a permissão de competição da Ducati na categoria inferior, alegando que ela teria mais vantagens. A categoria intermediária, onde a Ducati irá ser enquadrada, estabelece algumas restrições em relação ao regulamento aberto, dependendo dos resultados obtidos.
            A partir de agora, um Construtor com apoio oficial de fábrica que não tenha conquistado uma vitória em condições de piso seco no campeonato do ano anterior, ou um novo Construtor que entre no Campeonato, não tendo participado da competição do ano anterior, terá direito a usar os 12 motores por piloto por temporada e sem congelamento de desenvolvimento, além dos 24 litros de combustível e a mesma distribuição de pneus e oportunidade de testes da categoria "Aberta". Esta concessão será válida até ao início da temporada de 2016. Entretanto, as concessões citadas serão reduzidas de acordo com as seguintes circunstâncias: Caso qualquer piloto, ou combinação de pilotos de um mesmo Construtor vença uma corrida, ou obtenha dois segundos lugares, ou três presenças no pódio em condições normais de competição em pisto seco durante a temporada de 2014, então esse Construtor terá o seu limite de combustível por corrida reduzida 22 litros, além do limite de motores por piloto cair de 12 para 9 unidades. Mais, se a equipe conseguir três vitórias na temporada de 2014, irá perder também o direito de usar os pneus mais macios disponíveis para os participantes da categoria "Aberta". Se algum time atingir estes resultados, a redução das concessões serão aplicadas imediatamente para as etapas restantes já de 2014, e valerão para toda a temporada de 2015.
            Com relação à centralina padrão da Dorna, ela passará a ser obrigatória para todos os times a partir de 2016. Até lá, a entidade que administra o campeonato irá criar um canal de comunicação via internet, onde os times poderão ter acesso aos dados de projeto e desenvolvimento do equipamento, podendo contribuir com críticas e sugestões no seu aperfeiçoamento.
            Para os fãs brasileiros, o canal a cabo SporTV irá mostrar todas as etapas do campeonato ao vivo. A competição terá 18 etapas, e a novidade será o retorno da Argentina ao mundial, de onde andava ausente há alguns anos. Uma ausência que será sentida é a prova de Laguna Seca, que saiu do calendário, uma vez que os organizadores da prova acharam muito alto os custos de renovação do contrato para continuarem promovendo a etapa. A corrida de Monterrey seria substituída pelo retorno da etapa brasileira ao mundial, mas infelizmente, a corrida do Brasil foi para o brejo, com as autoridades do Distrito Federal incapazes de efetuar as reformas necessárias no circuito de Brasília para receber novamente as motos mais velozes do planeta. Quem sabem em 2015...?

CALENDÁRIO DO CAMPEONATO 2014

DATA
ETAPA
CIRCUITO
23.03
Grande Prêmio do Catar
Losail
13.04
Grande Prêmio das Américas
Austin
27.04
Grande Prêmio da Argentina
Termas de Rio Hondo
04.05
Grande Prêmio da Espanha
Jerez de La Fronteira
18.05
Grande Prêmio da França
Le Mans
01.06
Grande Prêmio da Itália
Mugello
15.06
Grande Prêmio da Catalunha
Barcelona
28.06
Grande Prêmio da Holanda
Assen
13.07
Grande Prêmio da Alemanha
Sachsenring
10.08
Grande Prêmio de Indianápolis
Indianápolis
17.08
Grande Prêmio da República Tcheca
Brno
31.08
Grande Prêmio da Inglaterra
Silverstone
14.09
Grande Prêmio de San Marino
Misano
28.09
Grande Prêmio de Aragón
Aragón
12.10
Grande Prêmio do Japão
Motegi
19.10
Grande Prêmio da Austrália
Phillip Island
26.10
Grande Prêmio da Malásia
Sepang
09.11
Grande Prêmio da Comunidade Valenciana
Valência

EQUIPES E PILOTOS DA MOTOGP (Categoria Principal)

EQUIPE
PILOTOS
Avintia Racing
Hector Barbera
Mike Di Meglio
Cardion AB Motoracing
Karel Abraham
Drive M7 Aspar
Hiroshi Aoyama
Nicky Hayden
Ducati Team
Andrea Dovizioso
Cal Crutchlow
GO&FUN Honda Gresini
Alvaro Bautista
Scott Redding
IodaRacing Project
Danilo Petrucci
LCR Honda MotoGP
Stefan Bradl
Monster Yamaha Tech 3
Bradley Smith
Pol Espargaro
Movistar Yamaha MotoGP
Valentino Rossi
Jorge Lorenzo
NGM Forward Racing
Colin Edwards
Aleix Espargaro
Paul Bird Motorsport
Broc Parkes
Michael Laverty
Pramac Racing
Andrea Iannone
Yonny Hernandez
Repsol Honda Team
Dani Pedrosa
Marc Marquez


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