quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

FLYING LAPS – JANEIRO DE 2013


            O mês de janeiro de 2013 já ficou para trás, e é hora de mais uma sessão Flying Laps, relacionando alguns acontecimentos do meio automobilístico ocorridos neste primeiro mês do ano com alguns comentários. Uma boa leitura para todos, e até a próxima Flying Laps, no mês que vem...

A crise econômica continua causando estragos na Espanha. Jerez de La Fronteira, que foi palco de 7 corridas da Fórmula 1, e atualmente é sede de uma das etapas do calendário da MotoGP, foi tida recentemente como a cidade mais endividada do país, com contas vencidas de mais de € 1,04 bilhão. Mesmo com as medidas de austeridade adotadas pela administração local, os gastos não pararam de subir: no início do ano passado, as dívidas acumuladas eram de cerca de € 886 milhões, e o planejamento era de que neste início de ano o déficit caísse para pelo menos € 730 milhões, o que ainda seria muito alto, mas já seria um começo de tentar reverter a situação. Infelizmente, não foi o que se viu, e o alto endividamento se reflete no comércio, que já começa a enfrentar a queda de movimento. Sede de uma das mais importantes regiões de vinícolas da Espanha, os produtores de bebidas também estão enfrentando dificuldades para manter seus negócios. A última corrida de F-1 disputada no circuito de Jerez foi em 1997, com a decisão do título em favor de Jacques Villeneuve, que disputava contra Michael Schumacher. O circuito há anos é sede de uma das etapas espanholas da MotoGP, que ainda tem em seu país as provas da Catalunha, em Barcelona, e da Comunidade Valenciana, em Valência. A persistir a crise econômica, não será surpresa se alguma destas corridas acabar deixando de ser realizada em futuro muito próximo, e pelo grau da crise, Jerez tem tudo para ser a etapa mais provável de sair do certame, se a crise derrubar os patrocinadores da corrida...


Jean Alesi confirmou neste mês de janeiro que está oficialmente aposentado da carreira de piloto. O francês, que estreou no GP da França de 1989, substituindo Michele Alboreto na equipe Tyrrel, logo virou sensação na categoria, terminando como a revelação de 1989, quando também foi campeão da F-3000 Européia. Em 1990, chegou a disputar a liderança da prova dos EUA, em Phoenix, em duelo com ninguém menos do que Ayrton Senna. Tido como campeão em potencial, Alesi foi para a Ferrari em 1991, mas o time italiano iniciou um período de crise e maus resultados, que acabaram por arrastar junto a carreira de Jean. Em 1996, foi para a Benetton, um time que entrou em parafuso após a perda de Michael Schumacher, e terminou seus dias na F-1 em 2001, como piloto da Jordan. No ano passado, a convite da Lótus, Alesi disputou as 500 Milhas de Indianápolis, mas o motor da marca era tão ruim que o piloto francês saiu da corrida logo no início, levando bandeira preta da organização por estar lento demais em relação aos demais competidores. Alesi vai se dedicar agora à função de embaixador da fábrica de pneus Pirelli, e cogita, no máximo, fazer algum teste de desenvolvimento dos pneus, desde que não seja para a F-1. “Meu tempo passou”, admitiu Jean. Ele conseguiu apenas uma vitória na F-1, no GP do Canadá de 1995, quando corria pela Ferrari, e contabilizou apenas 2 poles na carreira. E olha que Alesi estava praticamente contratado para correr na Williams em 1991, mas um acordo milionário com a Ferrari o fez mudar de idéia, preferindo o time de Maranello. Levando-se em conta que em 1991, e até 1997, a Williams praticamente ditou as normas na F-1, a carreira de Alesi teria certamente contornos muito diferentes se tivesse mantido sua palavra inicial e ido para o time de Frank. Se arrependimento matasse...


O Mundial de Rali de 2013 deu sua largada neste mês de janeiro com a etapa de Monte Carlo, e o resultado da primeira etapa não trouxe nenhuma novidade: Sébastian Loeb, que anunciou no ano passado que nesta temporada iria disputar apenas umas poucas provas na competição, venceu o rali e iniciou 2013 na mesma posição em que terminou 2012: liderando todos os demais. Apesar do bom resultado, abreviado com o cancelamento dos últimos estágios em virtude do mal tempo, Loeb liderou a competição desde o início, e no resultado final, acumulou uma vantagem de cerca de 1min30s sobre Sébastien Ogier, da Volkswagen, que foi quem mais se aproximou do piloto da Citroen, que averbou sua 7ª vitória no Rali de Monte Carlo. Loeb reafirmou que vai mesmo deixar a categoria, mantendo a decisão de disputar apenas algumas corridas do certame neste ano, mas vai que ele vence as demais corridas em que prometeu disputar e não fica empolgado em querer conquistar mais um título? O francês foi campeão da categoria nos últimos 9 anos, e seria realmente um feito se conseguisse faturar o 10º título em 10 temporadas. Seria um feito praticamente quase impossível de ser igualado, ou mesmo superado. Os concorrentes já estão ficando de cabelo em pé se Loeb começar a ter idéias neste sentido...



O campeonato da F-1 de 2013 nem começou e já teve piloto perdendo o emprego. O alemão Timo Glock acabou rifado da equipe Marussia neste mês de janeiro, e segundo o comunicado oficial, o acordo foi feito entre ambas as partes, resultando num desligamento “amigável” do piloto e time. Glock não ficou muito tempo desempregado, e já garantiu um emprego muito melhor do que ficar se arrastando pelos finais de grid da categoria máxima do automobilismo: vai correr no campeonato do DTM, e pela equipe oficial da BMW, que diga-se de passagem, foi campeã da categoria no ano passado. Enquanto Glock prepara-se para uma nova fase de sua carreira, seu ex-time contratou o brasileiro Luiz Razia para ocupar o lugar do alemão. Apesar da separação “amigável”, Glock aproveitou para criticar o abismo financeiro que existe na categoria, que não parece fazer nenhum esforço em diminuir de forma significativa e prática a discrepância que se vê entre as escuderias mais ricas e as mais pobres, afirmando que a falta de recursos obriga os times menores a constantemente sacrificarem a possibilidade de terem pilotos melhores em virtude de priorizarem mais a carteira dos pilotos pagantes. Falou o óbvio, é verdade, mas o duro é saber que isso dificilmente terá solução, afinal, times pequenos enfrentando situações de penúria e contratando pilotos mais pelo dinheiro do que pelo talento já vem de muito longe na história da F-1... Quem acabou ganhando foi o brasileiro Luiz Razia, que está levando vários patrocinadores para o time, e finalmente vai disputar o mundial de F-1 piloto titular de uma escuderia.


Casey Stoner aposentou-se da MotoGP, mas para alegria de seus fãs, não aposentou o capacete. O australiano confirmou que irá disputar o campeonato da V8 Supercars, o principal campeonato de turismo da Austrália. Stoner vai disputar a segunda divisão da V8 Supercars, a Dunlop Series, categoria de acesso à divisão principal. Serão 7 provas competindo pela escuderia Triple Eight em 2013. E aproveitou para disparar suas farpas na direção de sua antiga modalidade de competição, a MotoGP, onde foi bicampeão em 7 temporadas disputadas: reclamou da maneira como os fãs o tratavam, da direção que o esporte estava tomando, e da atitude dos demais pilotos, que para eles, estão virando marionetes. E também alegou que as pessoas não estavam gostando de sua honestidade, ao declarar abertamente o que sentia em relação aos acontecimentos. Bom, esteja certo ou não, ele tem o direito de se expressar, e de fazer o que quiser também. Que seja mais feliz em sua nova empreitada na V8 Supercars. Seus fãs esperam que ele consiga demonstrar nas 4 rodas o mesmo talento que o levou a ser duas vezes campeão nas 2 rodas da principal categoria do motociclismo...


A equipe Ganassi venceu a edição 2013 das 24 Horas de Daytona. O time de Chip, formado pelos pilotos Scott Dixon, Charlie Kumball, Scott Pruett, Memo Rojas e Juan Pablo Montoya, pilotando um BMW Riley, conquistaram o primeiro lugar na mais tradicional corrida de endurance dos Estados Unidos na principal classe da prova, a DP. Na segunda posição, ficou a equipe VelocityWW, com os pilotos Max Angelelli, Ryan Hunter-Reay e Jordan Taylor, que disputaram avidamente a primeira posição com o time da Ganassi. Em 3º lugar ficou o time de Michael Shank, com os pilotos Marcos Ambrose, John Pew, Justin Wilson, AJ Allmendinger, e o brasileiro Osvaldo Negri Júnior. Negri, que havia vencido a prova no ano passado, teve uma prova atribulada, com o time enfrentando problemas mecânicos durante a competição. Conseguiram, porém, recuperar nada menos do que 7 voltas durante o restante da prova, e ainda terminaram na mesma volta do vencedor, com 709 voltas percorridas.

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