Hora
de começar pra valer os campeonatos da velocidade de 2013, e a COTAÇÃO
AUTOMOBILÍSTICA está de volta, com um pequeno apanhado do que se viu nos nestes
dois primeiros meses do ano de 2013. Como de costume, vamos às classificações:
EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa
na cor vermelho-claro). Então, boa leitura a todos, e até a cotação do mês que
vem...
EM ALTA:
Stéphane
Peterhansel: O piloto francês, que já havia vencido o rali Dakar em 2012,
repetiu a dose este ano, e ampliou ainda mais seu recorde de títulos na
competição mais perigosa de rali do planeta: foi seu 11° triunfo no Dakar. A
vitória de 2013 tem maior valor pelo fato de ter sido seu 5° triunfo na
categoria carros, superando o finlandês Ari Vatanen, um dos maiores nomes da
história do Dakar, que tinha 4 títulos na competição de carros. Peterhansel
havia igualado o feito de Vatanen no ano passado, e agora em 2013, passou à
frente. E, somado a isso, ainda tem nada menos do que 6 títulos obtidos quando
competia na categoria motos, recorde até hoje na história do rali, tendo como
maiores adversários os conterrâneos Cyril Neveu, já retirado das competições; e
Cyril Despress, que conquistou o 5° título nas motos este ano e promete tirar
de Peterhansel seu recorde nas motos. Pode até ser que consiga, mas Despress
nunca irá apagar o feito obtido por seu compatriota, que conseguiu ser
recordista em duas categorias de competição do Dakar. Mas ele bem que vai
tentar...
Sebastien
Loeb: O campeonato mundial de rali começou 2013 e nem parece que mudou nada,
pois o campeão dos últimos 9 anos, novamente ao volante de um Citroen, iniciou
o certame deste ano novamente na frente: Loeb venceu o rali de Monte Carlo e,
não fosse o fato de não disputar integralmente este campeonato, poderíamos
afirmar que o troféu do título já teria novamente a estante do francês como
local de descanso. E, apesar da vitória incontestável de Sebastien Ogier na
etapa da Suécia, Loeb ficou em 2° lugar, posição que também ocupa no
campeonato, que tem a liderança de Ogier. Muitos gostariam que Loeb repensasse
sua decisão e competisse de forma integral, mas ele diz que não mudará sua
decisão de dar um novo rumo em sua carreira. Seus rivais no WRC comemoram...
Visual
dos carros 2013 de F-1: Se no ano passado os bicos com “degraus” desagradaram a
gregos e troianos que detestaram o visual dos carros da categoria máxima do
automobilismo, os bólidos deste ano estão muito mais “atraentes” para os
amantes da velocidade. O uso de uma “tampa” que permite disfarçar o malfadado
degrau deixou os carros com uma estética muito mais harmoniosa e elegante, com
raras exceções que ainda mantiveram o declive do bico, ainda que menos
pronunciado. Resta agora que com carros mais bonitos, o campeonato seja tão
eletrizante como foi o do ano passado, que foi um dos mais equilibrados e
disputados dos últimos tempos, com nada menos do que 8 pilotos e 6 times
diferentes vencendo corridas.
Danica
Patrick: a ex-queridinha da Indy Racing League pode ser muito chata e se achar
mais do que é, mas nas 500
Milhas de Daytona, que abriram a temporada deste ano da
Nascar, na Sprint Cup, a baixinha invocada mostrou os dentes: largou na
pole-position e andou durante os líderes a maior parte da corrida. Na volta
final, contudo, acabou surpreendida por vários concorrentes e acabou apenas em
8° lugar, mas deu o seu recado: está lá para acelerar fundo. E depois, ainda
desdenhou da F-1, ao ser indagada se gostaria de correr por lá, alegando que
nunca teria na categoria máxima do automobilismo o que tem nos Estados Unidos.
E está certa, ela não precisa da F-1 para mostrar seu talento, e aos poucos,
vai marcando seu território dentro da Nascar. Ela mesmo admitiu que a
inexperiência na Sprint Cup foi seu maior adversário na parte final da corrida,
quando perdeu várias posições, mas é bom não baixarem a guarda novamente para a
garota, porque ela pode, e vai dar trabalho. Disputar o título ainda é
prematuro afirmar, mas se mantiver no restante do campeonato o ritmo exibido em
Daytona, a primeira vitória feminina na Nascar não está muito longe de
acontecer...
Nelsinho
Piquet: O filho do tricampeão Nélson Piquet inicia este ano mais um degrau na
sua escalada para chegar à principal divisão da Nascar, a Sprint Cup: Nelsinho
vai correr na Nationwide, a segunda divisão da Nascar, em todo o campeonato. No
ano passado, Nelsinho já participou de algumas provas desta divisão, mas seu
foco principal era na Truck Series, onde conquistou alguns bons resultados, e
mesmo que seus números por lá tenham sido modestos, ganhou a promoção de ir
para a Nationwide, onde correrá pela Turner Scott, onde pilotará um Chevrolet
modelo Camaro, com o número 30. Serão 33 corridas ao longo do campeonato, e na
primeira corrida, em Daytona, o brasileiro terminou na 11ª colocação. Com um
passo de cada vez, e encarando a concorrência fortíssima que a Nascar
apresenta, Nelsinho com certeza tem condições de chegar à categoria principal,
e vai tentar incluir o nome Piquet, que já foi reverenciado na F-1, no hall da
fama da Stock Car americana. É esperar para ver.
NA MESMA:
Bruno
Senna: pelo 4° ano consecutivo, Bruno Senna tem um novo “início” em sua carreira
de piloto, que até agora não conseguiu ter uma estabilidade digna de nota.
Preterido na Williams em favor de Valtteri Bottas, o sobrinho de Ayrton Senna
tentava a sorte na disputa das equipes Caterham e Force Índia. No fim, resolveu
optar pelo Endurance, onde será piloto titular da Aston Martin, um time de
respeito, na disputa de um campeonato que já no seu ano de estréia, em 2012, se
saiu muito bem. Ciente de não estar em posição de garantir uma vaga em um time
competitivo, Bruno resolveu dar outro rumo à sua carreira, e o fez bem. O mundo
das corridas não se restringe à F-1, e pelo menos irá tentar fazer sua carreira
deslanchar em outros ares. Em tempos não tão distantes, ele teria ainda chances
de mostrar serviço na F-1, mas com o pelotão intermediário tomado por pilotos
pagantes tão ou mais talentosos do que ele, e com mais patrocínios, Bruno
infelizmente se viu sem saída para continuar na F-1. Ganha méritos por
reconhecer isso e tentar reiniciar em outras paragens. Que consiga ter sucesso
em seu novo ambiente de trabalho...
Force
Índia: O time de Vijay Mallya já estava enrolado com o fato de seu proprietário
estar com várias de suas empresas em maus lençóis financeiros, dos quais o caso
mais conhecido é da Kingfisher, sua companhia aérea que perdeu sua licença para
operar na própria Índia, e tem dívidas gigantescas a saldar, estando
praticamente morta comercialmente. Agora é o grupo Sahara, para quem Mallya
vendeu parte acionária na escuderia, estar encrencado, desta vez com fisco
indiano, devido a algumas maracutaias financeiras. Claro que dizem que tudo
isso não afeta a escuderia de F-1, mas até o fechamento desta matéria, o time
ainda não havia terminado seu “leilão” de sua segunda vaga de piloto,
promovendo uma disputa entre Jules Bianchi e Adrian Sutil. Quem der mais, leva,
mas tem quem aposte que o time não verá 2014 chegar. De qualquer maneira, a
escuderia parece sempre prometer muito, mas nunca acaba conseguindo entregar
tudo o que se propõe, e não deverá ser diferente este ano...
Campeonatos
da Nascar: A Stock Car americana abriu sua temporada automobilística no seu
mais carismático circuito, Daytona, e como de costume, todas as corridas
mostraram a costumeira competição ferrenha e disputa por posições com vários
pilotos e times brigando ferozmente pela ponta, prenunciando mais um ano de
pegas e emoções no principal certame automobilístico dos Estados Unidos. E não
faltou também um acidente de grandes proporções, com direito a muitos carros
quebrados e estilhaços para todos os lados. Aconteceu no encerramento da etapa
da Nationwide, a segunda divisão da Nascar, onde vários carros se enrolaram e
bateram na última volta. Se o público se empolgou com o acidente, infelizmente
houve conseqüências para vários torcedores, que foram atingidos por pedaços dos
carros, sendo que um deles, aliás, roçou direito sobre o alambrado, de frente
para os torcedores. Se os pilotos não sofreram nada, infelizmente houve vários
torcedores hospitalizados, mas felizmente a maioria sem grandes ferimentos. Dois,
contudo, ficaram mais gravemente feridos, pegos por um pneu que voou por cima
do alambrado. O público da Nascar adora quando vê esses acidentes, mas se
esquece que podem ser pegos pelo rescaldo destas batidas, e a categoria deveria
incrementar a segurança de suas pistas, tentando incrementar as medidas de
segurança dos autódromos, para evitar que, pelo menos, o público fique mais bem
protegido nestes casos.
Equipe
Red Bull: Em time que está ganhando não se mexe, como diz o ditado, e ao que
parece, a equipe austríaca, tricampeã nos últimos 3 anos, vai novamente fazendo
uma pré-temporada onde mostra apenas que estará na briga, sem revelar
exatamente em que patamar se encontra. É cedo para afirmar que o time vai
dominar o campeonato, mas que ele estará na briga pelas vitórias, e
provavelmente pelo título, isso é certo. No ano passado, a pré-temporada da Red
Bull também não foi exatamente esplendorosa, e apesar de não ter começado o ano
exatamente como imaginava, soube reagir durante o campeonato, e especialmente
na reta final da competição, para novamente levar os canecos de pilotos e
construtores. E é bom lembrar: quem tem Adrian Newey nunca pode ser
subestimado...
Equipes
nanicas da F-1: Com a falência da Hispania, dos times que estrearam em 2010,
sobraram apenas Caterham e Marussia, times que já mudaram até de nome desde que
estrearam na categoria máxima do automobilismo, mas que nunca conseguiram
pontuar, ou se intrometer na briga por posições de maneira efetiva com os
demais times. E neste ano, fica a dúvida sobre quem ficará na lanterna do grid.
Pelo histórico e capacidade técnica, a Marussia deveria ficar em último, mas
nem tudo sai como se espera na teoria, e pelo menos nos treinos, dá para
esperar que os dois times devem ter uma boa briga para fugir da rabeira do grid.
Mas, ir mais adiante, e lutar com os outros times, parece que ainda não será
desta vez que irão conseguir. E se começa a duvidar se em 2014 eles ainda
estarão no grid, pois as dificuldades financeiras não apenas persistem, como
parecem piores do que nunca, pois se antes ambos os times ainda contavam com
pelo menos um piloto assalariado, agora ambos apostam apenas em pilotos
pagantes, um sinal de que a grana está escassa como nunca...
EM BAIXA:
Calendário
da F-1: Com o mundial de 2013 prestes a começar, a vaga aberta pelo adiamento
da prova de New Jersey para 2014 ainda não foi preenchida. E não é que faltem
candidatos para substituir a corrida. O que falta é disposição de pagar os
valores absurdos cobrados por Bernie Ecclestone, e mesmo quando há alguém
disposto a bancar o valor, aí é Bernie que não quer a corrida, mostrando birra
para com certos locais. O campeonato, aliás, por pouco não perdeu mais uma
corrida, na Alemanha, que conseguiram viabilizar para este ano. Mas que fica na
dúvida para o ano que vem. E com a ganância de Ecclestone ainda em alta, o
calendário só vai tomar jeito quando a categoria sofrer um baque muito forte
economicamente...
Equipe
Mercedes: o time de Stuttgart inicia 2013 como o ano do “vai ou racha”:
contratou novos profissionais, dispensou Michael Schumacher e Norbert Haug, e
trouxe Lewis Hamilton, e Toto Wolf, e dentro dos escalões de comando, correm
rumores de que o time pode estar na corda bamba se o investimento não se
justificar com resultados este ano. Mas o que se anda vendo mais é que o time
alemão está ficando cheio de “caciques” no meio de poucos “índios”: Niki Lauda,
Toto Wolf, Ross Brawn, etc. Já vimos este filme antes, há mais de 10 anos
atrás, quando a Ford comprou a equipe Stewart e a transformou na Jaguar, que de
tantos chefes, nunca conseguiu rugir, apenas miar, a ponto de a Ford cansar da
brincadeira e dar adeus à F-1, onde nunca mais voltou até hoje. E dos escombros
da Jaguard, nasceu a Red Bull, que soube coordenar muito melhor o material e
potencial que possuía. A Mercedes tem história na categoria com seus motores,
mas a Ford também tinha. O novo carro parece promissor, mas ninguém ainda sabe
se ele será capaz de encarar o trio McLaren/Red Bull/Ferrari, e olhe que a
Lótus ainda está firme na parada...
Luiz
Razia: o piloto baiano tanto tentou que conseguiu enfim fazer sua estréia na
F-1, ao ser contratado como piloto titular da equipe Marussia. Só que o
brasileiro pode ser o primeiro piloto do ano a acabar rifado, pois rolam
fofocas de que alguns de seus patrocinadores ainda não liberaram toda a verba
prometida ao time, e por causa disso, Razia já acabou perdendo toda a segunda
sessão de testes da pré-temporada, em Barcelona, pela falta de pagamento
prometida ao time. E isso já compromete boa parte de seu desempenho, que já não
seria grande coisa no time que deve disputar a rabeira do grid neste ano, em
uma disputa com a Caterham. Luiz foi mais ou menos no estilo “pegar ou largar”,
mas parece que ele é que vai ser “largado”, se a grana prometida faltar. Talvez
devesse ter buscado outras oportunidades de competição em 2013...
Campeonato
brasileiro da Stock Car: O certame de 2013 foi “rebaixado” na programação da TV
aberta: a Globo só irá transmitir ao vivo 3 das 12 etapas do campeonato deste
ano, enquanto as demais provas ficarão restritas a compactos dentro da
progamação da emissora. Quem quiser acompanhar o campeonato a fundo terá de ter
TV por assinatura, mais precisamente os canais do SporTV, que será o único
lugar onde se poderá assistir na íntegra as provas da categoria, que se fosse a
maravilha que a Globo prega, nunca seria “escondida” na TV paga. Mas, deste
jeito, a emissora carioca, ao mesmo tempo em que rebaixa a Stock na sua
programação esportiva, ainda a mantém sob contrato de televisionamento, impedindo
que algum concorrente ofereça melhor visibilidade, e acabe roubando a atração.
Transmitir os treinos de classificação, que também ficarão restritos à TV paga,
não é lá um grande acréscimo ao tratamento que a categoria merece. Mas, se
formos pensar bem, já que a Stock “se vendeu” aos caprichos da Globo nos
últimos tempos, ela que resolva isso por si mesma. Enquanto isso, a Fórmula
Truck deverá se tornar a principal categoria de competição nacional na TV
aberta, pois pelo menos ainda terá todas as suas provas transmitidas pela
Bandeirantes. Ah, e nem mencionei que a categoria perdeu seu patrocinador
principal: a Caixa Econômica Federal deixou a Stock Car, e vai patrocinar outra
coisa este ano, visando um retorno mais garantido...
Brasileiros
na GP2: A categoria de acesso logo abaixo da F-1, que nos seus antigos tempos
de F-3000 já teve vários brasileiros em sua disputa, com vários títulos obtidos
por nossos representantes, terá apenas Felipe Nasr no grid este ano. O
brasileiro pode ser o canto do cisne na linhagem de pilotos de monopostos que
nosso país tanto formou ao longo das últimas décadas, mas que nos últimos
tempos vem sendo extinta pelo descaso e falta de profissionalismo da CBA, uma
vez que praticamente não há mais categorias de base de fórmula no Brasil. O dia
em que ficaremos sem representantes no automobilismo internacional de
monopostos não vai tardar a chegar, e talvez venha ainda mais rápido do que se
espera...