quarta-feira, 26 de outubro de 2011

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – OUTUBRO DE 2011

            Mais um fim de mês, então vamos à tradicional Cotação Automobilística, com um pequeno balanço do que aconteceu de importante no esporte a motor deste mês. Como de costume, estejam à vontade para concordar/discordar, dar opiniões, sobre as avaliações apresentadas, que estão apresentadas do modo tradicional de sempre, em três classificações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Então, vamos ao texto, e até a avaliação do mês que vem...

 

EM ALTA:

Sebastian Vettel: O mais jovem bicampeão de toda a história da Fórmula 1 mostra que o sucesso não é de deixá-lo acomodado. Se foi prudente ao apenas terminar a prova do Japão em uma posição segura e garantir o bicampeonato, na Coréia do Sul Vettel tratou de partir novamente rumo à vitória, e só teve um pequeno duelo logo no princípio da corrida, quando se livrou de Lewis Hamilton, a exemplo do que fizera com Fernando Alonso em Monza. Depois, controlou a corrida com competência, andando aparentemente apenas para o gasto, e averbando mais uma vitória incontestável em 2011. Já são 10 vitórias no ano, e ainda temos mais 3 provas para fechar o campeonato. E Vettel está de olhe em vencer todas estas 3 corridas. Quem conseguirá pará-lo?

Equipe Red Bull: O time das bebidas energéticas conquistou o seu segundo título de construtores consecutivo, fazendo um retrospecto comparável apenas ao de momentos de grande domínio já exercido por outras escuderias no passado, como Ferrari, Williams e McLaren. Méritos para todos na organização, que montaram uma grande estrutura que foi sendo assentada aos poucos desde que Dietrich Mateschitz comprou a finada equipe Jaguar em fins de 2004. Muitos achavam que o milionário dono da Red Bull estava apenas se aventurando momentaneamente na categoria, mas de lá para cá, veio dando inúmeros passos na criação de uma equipe vencedora. Dinheiro não é problema; contratou Adrian Newey e lhe deu carta branca para montar o departamento técnico como desejasse. Arrumou um piloto veterano competente e ainda por cima contratou uma jovem estrela em potencial que mostrou a que veio. E o cronograma de sucesso deve permanecer por mais algum tempo, pois tudo deve permanecer no mesmo lugar dentro do time pelo menos até 2015. Resumindo, a concorrência que se vire para brecar este time de sucesso...

Jenson Button: O campeão de 2009 ainda é o mais provável candidato ao vice-campeonato, e em Suzuka, conseguiu bater Sebastian Vettel e obteve sua primeira vitória na McLaren em uma corrida sem nenhum problema com chuva. Está altamente focado e integrado no time, ainda mais que a McLaren parece estar confiando a Button a missão de definir os parâmetros de desenvolvimento do carro de 2012, o que deve dar a clara indicação de que Lewis Hamilton está com a cotação em baixa dentro da escuderia de Woking. Mesmo superado por Lewis em Yeongan, Jenson fez uma corrida firme e sem erros. Nesta tocada, será difícil superá-lo, e ajuda o fato de a McLaren ter o melhor carro da categoria depois dos Red Bulls. As maiores ameaças a Button são Hamilton, que tem o mesmo carro, mas precisa se reencontrar na pista e fora dela; e Mark Webber, que tem o melhor carro nas mãos, mas aparentemente não conseguiu aproveitar isso a contento até o momento. Claro, também não é prudente subestimar Fernando Alonso, que sempre tira leite de pedra...

Dario Franchiti: quando todos achavam que Will Power teria sorte diferente este ano, o piloto escocês da Ganassi deu uma reviravolta na classificação na etapa do Kentucky, e tinha tudo para vencer novamente o campeonato com uma corrida mais conservadora em Las Vegas. O acidente com 15 pilotos que infelizmente vitimou Dan Wheldon apenas antecipou a conquista do título para o piloto da Ganassi, uma vez que Power foi um dos envolvidos no acidente, e mesmo que a corrida tivesse continuado, já estaria fora de combate. Franchiti torna-se o maior vencedor da Indy Racing League, com 4 títulos, sendo os 3 últimos consecutivos, feito inédito na categoria. Dario só não comemorou, por razões óbvias, devido ao que aconteceu em Las Vegas, no que ele definiu como a conquista mais vazia de sua carreira, pelo terrível acidente que vitimou Wheldon. Por mais uma temporada, Dario irá estampar o N° 1 em seu bólido na IRL, e isso faz dele um nome de muito respeito na categoria, pois conquistar 4 títulos não é para qualquer um, seja qual for o campeonato que se disputa...

GPs de F-1 nos Estados Unidos: A conversa aflorou nesta última semana de outubro de que os Estados Unidos poderão voltar a sediar duas corridas de f-1 em um futuro próximo. Em 2012, a corrida deverá acontecer em Austin, capital do Estado do Texas, onde um autódromo está sendo construído, e já com alguns rolos pegando fogo sobre o uso de verbas públicas em um evento privado, algo que, ao contrário daqui, onde não costuma dar em nada, por outro lado, a se confirmarem as picaretagens por lá, pode dar uma tremenda encrenca, pois os EUA, apesar de todos os seus defeitos, costumam ser um país sério em muitos aspectos, ao contrário do nosso Brasil que a cada dia vai dando mais nojo em quem aprecia trabalho sério e responsável. E para 2013, a maior potência do mundo ganharia uma segunda corrida, que deverá ser disputada nas ruas de Nova Jérsei, ao lado de Nova Iorque, em um traçado que, assim como a pista de Austin, terá a (má) marca de Hermann Tilke. Por enquanto, apesar da confirmação oficial, fica-se na dúvida se ambas as corridas darão certo. A F-1 nunca escondeu seu desejo de fincar raízes nas terras do Tio Sam, e em um curto período há décadas atrás, tinha duas provas da categoria em seu território, mostrando que a categoria já teve melhores dias por lá. Se voltará a ter este cacife entre os estadunidenses, que preferem curtir mais seus campeonatos da Nascar às provas da F-1, ainda é cedo para afirmar, mas Bernie Ecclestone está fazendo força nesse sentido...



NA MESMA:

Lewis Hamilton: O campeão de 2008 andou colecionando mais algumas confusões na pista nas últimas corridas, mas aparentemente colocou parte da cabeça em ordem para fazer uma corrida limpa e digna na Coréia do Sul, onde marcou a primeira pole do ano de um piloto que não era da Red Bull. Hamilton perdeu o duelo logo no início com Sebastian Vettel, mas depois precisou mostrar toda a sua capacidade para assegurar o seu 2° lugar frente a um Mark Webber que vinha com muita sede. Hamilton teria muito do que comemorar em uma corrida onde relembrou dias melhores, mas aparentemente, o campeão de 2008 ainda não conseguiu encontrar toda a paz que necessita, pois esteve depressivo em todo o fim de semana do GP sul-coreano. Não comemorou nem mesmo a sua primeira pole em mais de um ano, e o resultado da corrida aparentemente não o emocionou muito. Mesmo com o astral ainda ruim, Hamilton pelo menos não arrumou nenhuma confusão nova na pista, ao contrário do que se viu em Suzuka. Ele ainda precisa melhorar a cabeça e tentar ver que a vida no automobilismo pode ser mais de frustrações do que de satisfações, algo que ele, que sempre correu em um time de ponta na F-1, ainda precisa aprender. Não adiantará ser inegavelmente mais rápido do que Jenson Button se não se reencontrar consigo mesmo.

Will Power: o piloto australiano tinha pensado que, depois do ocorrido em 2010, este ano teria tudo para fazer as coisas correrem de modo diferente. E até que estava conseguindo mostrar que poderia mesmo dar outro destino ao campeonato, especialmente depois de conseguir reverter uma grande desvantagem de pontos no campeonato em relação a Dario Franchiti, seu rival direto pelo título o ano todo. Mas os circuitos ovais ainda se mostram o maior obstáculo para Power, em que pese todo o poderio e conhecimento de sua equipe, a Penske. Mesmo concentrando todos os esforços do time para fazer de Power o campeão, uma vez que Hélio Castro Neves e Ryan Briscoe estavam literalmente fora do páreo, isso não foi suficiente para dar um destino diferente. Quase imbatível nos circuitos mistos e de rua, Power sofre muito nas pistas ovais, ao contrário de Franchiti, que se mostra muito bom nestes circuitos, mas não deixa de apresentar boas performances nos demais tipos de pista. Power precisará sanar esta deficiência se quiser realmente mudar o script que acabou sendo sua trajetória no campeonato da IRL nos dois últimos anos, com o final mostrando ele perdendo o título na última corrida por não se dar bem em um circuito oval, no caso deste ano, a pista do Kentucky, que definiu o campeonato, uma vez que a prova de Las Vegas acabou cancelada.

GP do Bahrein: Embora confirmado no calendário da F-1 divulgado para 2012, o país barenita ainda segue uma incógnita no que tange aos protestos do povo árabe, que nestes últimos dias, tiveram mais um trunfo para se vangloriar, que foi a morte do ditador líbio Muamar Kadafi. Kadafi teve o pior destino entre os ditadores que já caíram na “primavera árabe” até agora, e isso deve gerar um temor maior nos demais países que estão enfrentando manifestações populares pedindo mais democracia e liberdade, cujos mandatários poderão se ver obrigados a ampliar fortemente a repressão, com o medo de serem os próximos a caírem. Embora o Bahrein seja uma monarquia, o fato da maioria da população ser de outra divisão que não a do governo, não é impossível a situação voltar a se complicar, após ter se acalmado um pouco. Se a família Al Khalifa, que governa o pequeno país, se der conta de que precisa ser mais atenciosa com os anseios de sua população, poderá conseguir superar os problemas, mas até o presente momento, eles não deram nenhum passo significativo nessa direção. A única segurança do governo barenita é que a Arábia Saudita apóia sua manutenção do atual status quo, e um levante popular que coloque isso em risco não seria tolerado pelos sauditas. Mas claro, isso voltaria a inflamar totalmente os ânimos locais, e seria uma tremenda fria o circo da F-1 se envolver nessa encrenca. Não seria impossível a corrida ser novamente cancelada.

Mark Webber: com o título já conquistado por seu colega Sebastian Vettel, esperava-se que o australiano tentasse pelo menos mostrar maior esforço para conquistar o vice-campeonato da F-1, até por uma obrigação moral, já que pilota o melhor carro da competição. Mas o que se viu de Webber nas últimas corridas infelizmente mostra que este deverá ser um ano em branco daquele que foi, em determinado momento de 2010, o mais provável campeão potencial da F-1. Vettel, na Coréia do Sul, partiu para mais uma vitória, enquanto Webber ficou travado em uma luta contra Lewis Hamilton, que conseguiu segurar o australiano atrás de si praticamente toda a corrida. Se no ano passado Mark deixou o campeonato e o vice escaparem, desta vez a sensação de derrota pode ser até pior. O australiano parece voltar a dar moral àqueles que o chamavam jocosamente de “MARKeting” Webber, por fazer muito farol em treinos e pouco nas corridas. Ultimamente, nem nos treinos ele tem conseguido se impor...

Robert Kubica: permanecem as dúvidas sobre a possível volta do piloto polonês à F-1 em 2012. Alguns dizem que o melhor seria retornar apenas em 2013, dando ao piloto a chance de efetuar uma recuperação mais completa e firme, pois apesar de já estar praticamente recuperado, as seqüelas físicas do forte acidente sofrido no início do ano não permitiriam que Kubica pudesse pilotar um F-1 no limite, o que é fundamental para as pretensões da equipe Renault na próxima temporada. O próprio médico do piloto, Dr. Riccardo Ceccarelli, declarou que serão necessários mais alguns meses de recuperação, e como o campeonato do próximo ano começa apenas em março, ainda teríamos mais de 4 meses até lá. O problema é que a equipe Renault não pode se dar ao luxo desta espera, e se uma decisão não for tomada logo, todo o seu planejamento pode ficar comprometido. E aí, sobram ainda mais indefinições para a escuderia, que teria de definir quais serão seus pilotos em 2012. E tem muita gente na parada, incluindo dois brasileiros, Bruno Senna e Rubens Barrichello... Por mais que se queira ver o polonês acelerando novamente, creio que será necessário dar mais tempo a Kubica em sua recuperação. Se fosse pilotar um carro fechado, poderiam ser outros 500, mas um F-1 exige esforços físicos no limite, e o limite de Kubica no momento pode não ser ideal, como até perigoso em caso de um novo acidente.



EM BAIXA:

Equipe Williams: o time de Frank Williams parece estar certo de que 2012 trará dias melhores para uma das escuderias mais tradicionais da história da F-1. Mas o momento atual é de descompasso e desconcerto dentro do time: melhorias no carro parecem não funcionar de jeito nenhum, e para piorar a situação, fica a indefinição a respeito dos pilotos do time para 2012, o que gera certa insegurança não apenas nos pilotos, mas dentro do próprio corpo técnico, uma vez que podem não ter parâmetros de comparação para definirem como o carro do próximo ano deverá se comportar. Apesar de ser certa a permanência de Pastor Maldonado, a indefinição sobre Rubens Barrichello é desrespeitosa tanto para o piloto como para seus fãs. Sobre a contratação de Kimmi Raikkonen, em que pese o currículo do finlandês, seu retrospecto fora da pista, no que tange a colaborar com o time para encontrar soluções mostram que ele pode não ser a solução mais viável para tentar levar a Williams de volta ao topo. Se a aposta no finlandês é apenas para levantar dinheiro, pode ser um tiro no escuro. A Williams deveria ter mais consideração e ver que se seus pilotos não conseguem melhores resultados, a culpa maior é do péssimo FW33. Nem a Honda, que protagonizou vexame maior em 2007 e 2008, chegou ao ponto de desconsiderar seus pilotos desta maneira, em que pese ter feito papel ainda pior de construir carros tão ruins com o mar de dinheiro que possuíam...

Transmissão da IRL: A Bandeirantes, no início do ano, fez o maior estardalhaço promovendo o campeonato da Indy Racing League. O ápice, claro, foi a corrida em São Paulo, com tudo sendo apregoado às mil maravilhas. Uma cobertura pelo menos satisfatória e competente foi feita na prova do centenário da Indy500, e na prova inicial do campeonato, em São Petesburgo, foi feita transmissão ao vivo, e do local da corrida, dando o devido destaque à abertura do certame. Depois disso, transmissões apenas em canal fechado, compactos em TV aberta, até que nas últimas corridas, resolveram dar uma estabilizada transmitindo na TV aberta a prova integralmente em VT após o programa Terceiro Tempo. Um mínimo de respeito para com o fã que tenta seguir e apreciar a categoria. Mas na etapa de encerramento do campeonato, em Las Vegas, nada de cobertura do local ou transmissão ao vivo mostrou certo descaso para com a categoria. Ou será que era apenas porque não havia nenhum brasileiro lutando pelo título? Apesar dos pesares, pelo que andou falando da IRL durante todo o ano, a categoria merecia um pouco mais de respeito, especialmente pelos fãs que duramente ainda tentam acompanhar o certame no Brasil. A confusão gerada pelo acidente de 15 carros acabou sendo bom para a emissora, que assim não precisou gastar tanto tempo de transmissão ao vivo, e quando resolveu passar tudo já tinha uma situação mais definida do infeliz momento do dia. Só que boa parte dos fãs já tinha ido à internet e se informara do acidente que vitimou Dan Wheldon. Que a Bandeirantes crie vergonha na cara e apresente uma transmissão decente no próximo ano, ou que não venha reclamar que o automobilismo não dá ibope como o futebol. Talvez não dê, pelo menos neste país, onde boa parte do público parece só enxergar futebol na TV mesmo, mas com um tratamento ruim destes, quem se empolga em assistir?

Campeonato 2011 da Indy Racing League: Que o campeonato da IRL este ano esteve longe de ser uma maravilha, ninguém duvida: confusões na pista, regras estranhas e punições duvidosas e malfeitas. Mas o pior de tudo estava por vir em Las Vegas, que deveria ser o fecho de ouro da temporada, e acabou dando tudo o mais errado possível, com o maior acidente de toda a temporada, talvez dos últimos tempos, que deixou fora de combate praticamente metade do grid, e pior, matando um dos pilotos. E ironia das mais perversas: morreu justamente o piloto “convidado”, o inglês Dan Wheldon. Pior final para o campeonato, impossível, acredito. Pilotos, equipes e público estavam transtornados ao fim do dia. Vai ser uma temporada que ninguém fará muita questão de lembrar, a exemplo do que foi a Fórmula 1 em 1994.

Campeonato da MotoGP: Se os amantes da velocidade já estavam desconsolados pela morte do inglês Dan Wheldon na IRL, o fim de semana seguinte não foi dos melhores: tivemos a perda do italiano Marco Simoncelli na corrida da Malásia da MotoGP. Diferentemente de uma prova de monopostos ou de carros fechados, em uma competição de motos, em determinados acidentes, só mesmo com muita sorte para não se machucar quando se cai da moto. Não foi o caso de Simoncelli, que caiu e ficou na pista sem ter como deixar de ser atingido por outros dois colegas de competição que por muita sorte não se machucaram feio no acidente. A morte de Simoncelli foi sentida por todos, e vista como uma fatalidade mesmo. Diversos acidentes da categoria poderiam ter tido este final, pois sempre vi como a sorte por diversas vezes evitou que os demais pilotos, quando alguém caía no meio deles, conseguiam desviar do acidentado, que só poderia mesmo rezar para que ninguém o atingisse. Infelizmente, uma hora a sorte acaba, e a de Simoncelli infelizmente se foi na prova da Malásia.

Brasileiros na IRL: A principal categoria de monopostos americana já teve dias melhores para os pilotos brasileiros. Para 2012, apenas Tony Kanaan e Hélio Castro Neves estão garantidos. Vitor Meira está a caça de um lugar para o próximo ano, e para piorar, todos os times disponíveis estão exigindo uma boa cota de patrocínios pessoais só para começar a discutir a possibilidade de uma vaga. Bia Figueiredo é outra candidata ao calvário, pois sua temporada completa não foi exatamente empolgante, e mesmo quando ficou sem a concorrência de Justin Wilson após o inglês se acidentar, pegou um pouco mal ter sido superada por alguns pilotos novatos no time. Mesmo alegando que tem muito a aprender, Bia vai precisar de muito jogo de cintura para renovar seus patrocínios e garantir um lugar para competir no próximo ano. O mesmo vale para outros pilotos brasileiros que inclusive já tiveram um nocaute financeiro este ano, como Raphael Matos, Mario Moraes e Mário Romancini...

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