Mais uma de minhas antigas colunas, neste caso, escrita na segunda quinzena de dezembro de 1994, encerrando aquele trágico ano. Uma análise apenas singela do que vimos, com esperanças de que a F-1 vivesse um ano muito melhor em 1995. Então, vamos a ele...
UM BALANÇO DE 94...
Adriano de Avance Moreno
Enfim, 1994 se vai. Após um ano tão atribulado nas pistas, é um alívio ver que 1994 já está em seus últimos dias. Esperemos que 1995 seja um ano infinitamente melhor do que este que se passou.
Um ano de tragédia na F-1: perdemos Ayrton Senna e Roland Ratzemberger. Foi um duro baque. A categoria conseguiu seguir adiante. É verdade que a segunda metade do campeonato, pra variar, teve muita politicagem e punições a rodo para alguns pilotos que foram acusados de pilotar perigosamente e algumas desclassificações por infringências do regulamento. E apesar de tudo, a F-1 conseguir seguir adiante.
E o que nos espera em 1995? A F-1 vai mudar novamente, em prol da segurança. Os carros serão mais pesados, e os motores serão reduzidos a 3 litros , em vez dos atuais propulsores de 3,5 litros . Esperemos que seja uma F-1 mais segura, e acima de tudo, competitiva.
A volta da competitividade este ano foi razoavelmente boa. Algumas equipes médias voltaram a estar em evidência. As posições intermediárias do grid ficaram marcadas por diferenças infinitesimais. Até mesmo os carros mais velozes diminuíram sua vantagem para as demais escuderias do grid de largada. Sem dúvida alguma, um resultado altamente satisfatório para uma temporada conturbada, e tudo indica que o equilíbrio de forças deverá ser maior na temporada de 95. Algumas equipes acabaram tendo alguns problemas na transição para os novos regulamentos técnicos, mas estes deverão ser plenamente solucionados já no início da próxima temporada.
E a maior fofoca do final do ano é sem dúvida, qual será o destino de Nigel Mansell: Williams, McLaren ou Benetton? Por enquanto, tudo está em aberto. Mansell pode não ter nada mais a fazer na F-1, mas sua presença no próximo campeonato seria bom para a categoria, que precisa de pilotos com carisma para cativar o público, coisa de que Michael Schumacher atualmente não dispõe ainda. Sem falar nas estripulias do inglês, que muitas vezes fazem a festa da torcida. O Mansell que vimos nas ruas de Adelaide ainda precisa de um pouco mais de ritmo, mas mostrou a velha forma em ação: rodou, errou nas ultrapassagens, fritou pneus, saiu da pista, e acabou vencendo a corrida também. Que o piloto inglês permaneça na F-1 em 1995 para continuar dando um toque de carisma a uma categoria que atualmente não tem nenhum grande ídolo carismático, à exceção de um ou outro piloto, como é o caso de Gerhard Berger. Mas o austríaco, em que pese seu talento e popularidade, não tem o peso que possuía Alain Prost, Senna, ou Nélson Piquet.
Berger, aliás, depois de várias temporadas em que sempre acabou ficando na sombra de seus companheiros de equipe, deu a volta por cima em 94, e se prepara para novos objetivos a atingir em 95, ao volante de uma Ferrari bem mais competitiva.
Esperemos que Christian Fittipaldi também encontre um bom carro, pois ele merece. A Tyrrel deve ser o seu caminho, embora até o momento nada de certo esteja concretizado, ou até mesmo a McLaren, cujo mais recente boato é o de que Ron Dennis estaria pensando no jovem brasileiro para ser o companheiro de Mika Hakkinem na próxima temporada.
Devemos também ter uma nova escuderia na categoria, a Forti Corse Racing, que já tem confirmado o nome de Pedro Paulo Diniz para primeiro piloto. O segundo piloto do time, provavelmente, deverá ser Roberto Moreno. Tomara que tudo dê certo. Moreno é batalhador e esforçado, e merece mais uma chance na F-1.
E, para não fugir àquele já usual desejo de fim de ano, que todos tenham um Feliz Natal e que em 1995 tenhamos dias mais alegres e compensadores. Também na F-1...
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