Depois de um intervalo de 3 semanas, a Fórmula 1 está de volta, e pronta para iniciar a fase européia da competição. Mas é por marcar o retorno da categoria ao Velho Continente, em que pese o Grande Prêmio da Turquia, cujos treinos começam hoje no belo circuito de Istambul, ser realizado em terras orientais (uma vez que Istambul está parte na Europa, parte na Ásia), que quase todas as escuderias preparam-se para mostrar um rol de aperfeiçoamentos e melhorias que não era possível desenvolver nas etapas iniciais, disputadas longe de suas sedes.
O tempo de 3 semanas desde a última corrida foi freneticamente preenchido nas sedes de todas as escuderias visando melhorar e aperfeiçoar tudo o que fosse possível. Não é exagero dizer que a F-1 costuma ser tão rápida fora das pistas quanto dentro delas, e o trabalho nunca foi tão intenso desde sempre nos departamentos de engenharia das escuderias, que este ano tiveram, e ainda estão tendo, um desafio ainda maior do que esperavam com as novas regras técnicas, entre elas os pneus, que andaram apresentando surpresas – no bom sentido para a competição, nas corridas iniciais. Munidos de todos os dados e experiência acumulados nas corridas de início do campeonato, todos os times tentam agora reverter as expectativas negativas e tentar achar o melhor caminho para sair na frente das demais.
Para muitos, é um recomeço de campeonato, para tentar enfim oferecer resultados mais condizentes com seus esforços e expectativas. Um caso patente é o da Williams, que teve seu pior início de temporada de que se tem notícia, e aprontou um novo pacote técnico com inúmeras modificações para seus carros em Istambul, que esperam, possa evitar que a crise se instale definitivamente em Groove. Quem também está em situação delicada é a Ferrari, com pressão para todos os lados, frente aos resultados considerados ruins do início do campeonato, de fato muito abaixo do que se esperava para um time que prometia ser um dos protagonistas da luta pelo título. Mas as principais novidades de Maranello ficarão para Barcelona, uma vez que o time não conseguiu resolver seus problemas tão bem como esperavam nos últimos dias.
A má notícia para quase todo mundo é que a Red Bull promete ter solucionado seus problemas com o Kers, que se revelou o ponto “fraco” do time no início do campeonato. Se não for um blefe, a situação da concorrência tende a se complicar, pois os carros das bebidas energéticas já eram os bólidos a serem batidos em condições normais. Não que os adversários tenham ficado parados neste meio-tempo, mas o problema é saber quanta diferença eles podem ter conseguido tirar de suas desvantagens de performance para os RB07 de Sebastian Vettel e Mark Webber. A vitória da McLaren na última corrida foi mais circunstancial, em virtude de erros de estratégia da Red Bull do que pela performance bruta do MP4/26. Os carros de Woking demonstraram capacidade de reação surpreendente nas provas iniciais, a ponto de serem os principais adversários da Red Bull, mas estes ainda estavam à frente de todos.
O que pode salvar a competição são as novas regras técnicas. E os pneus da Pirelli vão ter um grande desafio neste circuito: a temida curva 8, um cotovelo de várias curvas seguidas feitas a pé quase embaixo, que se nos tempos dos duráveis pneus da Bridgestone pregaram várias peças em diversos pilotos, poderá desencadear novas surpresas nos carros equipados com os novos pneus italianos. Um situação que os times ainda não podem prever como irão se debater durante a corrida. A esperança é que os treinos livres de hoje forneçam dados suficientes para que os engenheiros possam prever o que encarar na hora da corrida, e buscando soluções no que já viram nas primeiras etapas do campeonato. O que não quer dizer que novos imprevistos não possam acontecer, e isso é o que a torcida espera que aconteça, para que o campeonato ganhe mais emoção e incerteza.
E ainda temos o Kers e a asa móvel traseira, que podem ajudar a dar um tempero extra ao GP turco, com expectativa de o traçado do circuito ajude a continuar bagunçando o senso estratégico de engenheiros, pilotos e demais profissionais dos times. Mais do que nunca, é hora de um recomeço do campeonato, que começou meio morno, e vem melhorando a cada prova. Um panorama que muitos torcem para continuar sendo a tônica das próximas etapas, começando aqui por Istambul.
Não há como agradar a gregos e troianos, isso é uma verdade. E é também o retrato do que se viu no GP Brasil da Indy Racing League no final de semana passado que avançou pela segunda-feira devido à chuva no domingo ter inviabilizado a realização da corrida. Muita coisa melhorou do ano passado para cá, sem dúvida, e os tempos obtidos na pista pelos pilotos demonstram isso. Praticamente nenhum deles reclamou da pista. Tudo parecia caminhar para um evento sem problemas, mas eis que São Pedro resolveu comparecer, e mostrou que ainda há muita coisa que pode ser melhorada, em especial o sistema de drenagem, que se não impediria o adiamento da corrida, pelo menos poderia livrar a organização do vexame de ver várias poças pelo meio da pista sem apresentar um escoamento decente, e olha que o sistema foi melhorado em relação ao ano passado, mas a chuva, menos forte do que o temporal de 2010, foi o suficiente para complicar até mais as coisas em virtude de sua permanência. As opiniões de muita gente ficaram divididas: teve quem odiou o evento, e aqueles que gostaram do que puderam assistir. Já quanto àqueles que reclamam sem parar dos incômodos que a prova causou ao trânsito de São Paulo, para estes, a solução é São Paulo praticamente não realizar mais nada, pois a cidade está saturada em quase todos os pontos; não para fazer algo em determinado lugar sem afetar outro. As críticas são até justas, mas seriam mais eficazes se fossem feitas em relação aos muitos desmandos que sucessivas administrações fizeram nesta metrópole nas últimas décadas, e continuam fazendo. Kassab disse que não poderia ser culpado pelo que as administrações anteriores deixaram de fazer para impedir o caos que é o trânsito hoje em São Paulo : é uma meia-verdade, pois se ele “herdou” a situação do jeito que estava, por outro lado não está fazendo nada muito relevante para melhorar o atual panorama, pois nos últimos meses, o prefeito parece mais interessado em seu novo recém-fundado partido do que em administrar a capital estadual, e é para este tipo de situação que o público deveria dirigir suas críticas. Os inconvenientes vistos ao redor do Anhembi são apenas o reflexo de uma situação conturbada que já vem de muito longe. Algo que teoricamente poderia ter sido evitado, ou amenizado, se o povo, mais consciente, passasse a cobrar dos políticos, com feroz persistência, que eles tratassem de cuidar direito da cidade, ao invés de fazer suas politicagens. E, se fosse mais críticos e consciente, o povo não teria eleito muitos prefeitos que infelizmente, foram deixando São Paulo do jeito como está hoje. Mas o pior mesmo é que o povo ainda parece não saber exercer com consciência o seu verdadeiro poder num estado democrático. Se o fizesse, não cairia nas conversas que sempre ouve eleição após eleição, onde mudam apenas os nomes, nunca os assuntos, sinal de que tudo ainda continua na mesma...
Na São Paulo Indy 300, se teve algo a se realmente lamentar, foi a atuação dos pilotos brasileiros. Todos eles, sem exceção, deixaram os torcedores a ver navios, alguns menos, outros mais. Tony Kanaan e Hélio Castro Neves, nossas maiores esperanças, foram a nocaute logo no início da prova. Vitor Meira sucumbiu logo a seguir. Com o adiamento da corrida para segunda, Tony e Hélio voltaram à pista, mas só serviu para cumprir tabela, uma vez que as voltas de desvantagem foram insuperáveis no desenrolar da corrida. Vitor Meira, que estava menos atrasado, ficou pelo meio do pelotão. Já Raphael Matos e Bia Figueiredo infelizmente não puderam fazer nada também. Bia ainda sentia a mão ainda não totalmente recuperada, e Matos sucumbiu à pista molhada na segunda-feira. A torcida brasileira, que enfrentou as interpéries de domingo e segunda, merecia melhor resultado. Fica para 2012...
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