A Formula-E chega ao seu final com a decisão do título em aberto, mais uma vez, com o Excel Arena sendo mais uma vez o palco do encerramento da temporada.
A temporada da Formula
E chega ao seu final neste fim de semana em Londres. O palco, mais uma vez, é o
Excel Arena, na capital britânica, que recebe mais uma vez os carros monopostos
elétricos, para a decisão do campeonato da categoria, que elegerá seu novo
campeão, e as expectativas de uma corrida disputada, bem ao gosto do que a F-E
tem apresentado, tornam a disputa das mais imprevisíveis.
É uma rodada dupla, e portanto, as chances de pontuação são dobradas, com um total de 58 pontos em jogo, 25 pela vitória, 3 pela pole-position, e mais 1 pela volta mais rápida da corrida, desde que termine na zona de pontuação. E isso teoricamente, pelo menos matematicamente, coloca vários pilotos na briga pela taça de campeão, ainda que saibamos que, na prática, essa disputa seja bem mais restrita.
Uma disputa que, aliás, poderia ter acabado na etapa anterior, em Portland, mas que acabou revitalizando a disputa, diante do péssimo fim de semana de Nick Cassidy, da Jaguar, que tinha firme para até conseguir o título de forma antecipada, mas teve um fim de semana completamente desastroso na pista dos Estados Unidos, terminando sem pontuar, e vendo os rivais conseguirem se aproximar, talvez até perigosamente, a ponto de ser muito arriscado tentar administrar os resultados nas corridas deste fim de semana em Londres.
Cassidy lidera com 167 pontos, e vê seu companheiro de equipe na Jaguar Mith Evans logo atrás, com apenas 12 pontos de desvantagem, uma folga que até poderia ser razoável, não fosse o que o piloto viveu em Portland, onde tinha tudo para fazer uma boa apresentação, e acabou sendo um completo desastre. Pascal Wehrlein, da Porsche, está praticamente empatado com Evans, com os mesmos 155 pontos, e também pode ser uma ameaça real na briga pelo título. E, um pouco mais atrás, mas numa ascensão meteórica, vem Antonio Felix da Costa, com 134 pontos, e com condições de brigar pelo campeonato, embora dependa muito do que os rivais irão conseguir demonstrar na pista.
Mais atrás, embora ainda com chances matemáticas, temos Oliver Rowland, da Nissan, Jean-Éric Vergne, da DS Penske, e até Jake Dennis, da Andretti, o campeão da temporada passada, mas que precisariam de um milagre para chegarem ao título, algo muito difícil de acontecer, mas que podem ajudar a embolar a briga na pista entre os verdadeiros postulantes. Dennis não conseguiu extrair a mesma performance nesta temporada com a Andretti, apesar da vitória na primeira prova de Diriyah, e reconheceu a impossibilidade de renovar o título conquistado no ano passado, mas mesmo assim, se for possível, lutará para pelo menos obter o melhor resultado em Londres. Oliver Rowland teve suas chances comprometidas pela ausência forçada na rodada dupla em Portland, por problemas de saúde, e apesar da Nissan não ter tido uma boa apresentação no circuito do Oregon, ele certamente perdeu uma oportunidade de conseguir pontos que seriam cruciais para mantê-lo na disputa com melhores chances. Vergne, por sua vez, é um completo azarão, ainda buscando a primeira vitória no ano, numa temporada onde a DS Penske não conseguiu manter uma constância por resultados mais à frente que permitissem ao francês se meter na disputa pelo título de forma séria.
Mesmo assim, com quatro concorrentes potenciais, é mais um momento positivo para a categoria dos carros monopostos elétricos, pois quantos certames chegam para seu final de temporada com tantos pilotos efetivamente na briga pelo título, e mais alguns, me3smo que apenas em teoria? Todos esperam uma disputa acirrada na pista pelo título, e podemos ter mesmo isso no fim de semana.
E a corrida tem tudo para ser complicada. Não apenas pela própria natureza da F-E, cujas corridas tem sido bem mais imprevisíveis do que em outras categorias, mas também pelo palco ser um traçado complicado que é a pista montada no Excel Arena. Com apenas 2,09 Km de extensão, o traçado tem 20 curvas, e as ultrapassagens são complicadas, e os novos carros Gen3, mais rápidos, tornaram as retas da pista muito curtas para as tentativas de ultrapassagens. Largar na frente passa a ser primordial para se obter um bom resultado, especialmente para quem quer conquistar o título. O problema será conseguir combinar com os adversários, que estarão fazendo suas próprias corridas, e que querem terminar o ano com a moral em alta, especialmente aqueles que tiveram um ano abaixo das expectativas iniciais, e que ainda brigam por um lugar na competição na próxima temporada. Quem largar mais atrás precisará ser agressivo na briga para evoluir na prova, e isso implica riscos maiores, com chances de as disputas darem errado, e ferrar de vez com as possibilidades de conquista.
No ano passado, uma das provas ainda teve um complicador: a chuva. Como parte da pista fica dentro do pavilhão do Excel Arena, esta parte estava seca, enquanto o traçado de fora estava molhado, o que dificultou a situação para os pilotos. Além da competência da equipe e do piloto, dentro e fora da pista, o fator sorte também será preponderante para se obter o melhor resultado.
Quem leva o título? Jaguar e Porsche são os grandes protagonistas da temporada, em termos do campeonato de pilotos, e também do campeonato de equipes. O time britânico está na frente, com 322 pontos, mas a Porsche vem com 289 pontos, e pode virar o jogo para cima. Afinal, em Portland, o time alemão marcou 63 pontos, contra apenas 23 da Jaguar, então, podemos dizer que a briga segue muito aberta. No campeonato de fabricantes, a situação também segue apertada, mas com posições inversas: é a Porsche que lidera, com 407 pontos, com a Jaguar em segundo, com 388 pontos. Os demais times e fabricantes são apenas coadjuvantes nesta disputa, que já tínhamos visto no ano passado, e se manteve este ano.
Na temporada passada, vimos os times clientes sobrepujarem os times de fábrica na disputa pelo título de pilotos. Jake Dennis levou o título, com a Andretti conquistando a taça que a Porsche falhou em levar. Da mesma maneira, Nick Cassidy quase levou o título, com a Envision tendo tido mais sucesso que a Jaguar na disputa, ainda que por uma margem bem pequena, de apenas 2 pontos, mas ficando com o vice-campeonato. Este ano, entretanto, os times oficiais colocaram ordem na casa, e ficaram bem à frente de seus times clientes. Tendo perdido Nick Cassidy para a Jaguar, a Envision faz uma temporada errática, nem de longe lembrando o time de 2023, ocupando apenas a 7ª colocação entre os times, enquanto a Jaguar ocupa a primeira posição. A Andretti também perdeu força, e embora tenha conseguido vencer uma corrida, está praticamente fora da briga pelo título, e se encontra em uma disputa com a DS Penske pela 3ª posição no campeonato, ocupada no momento pelo time de Jay Penske, num duelo entre equipes dos Estados Unidos. Já a Porsche disputa com a Jaguar o título de equipes.
No caso dos pilotos, Cassidy está com a perda do título de 2023 entalada na garganta, quando tinha grandes chances de vencer a disputa, e uma batida na etapa de Roma fez as chances diminuírem bastante. Agora, com uma temporada que vinha sendo bem consistente e já ostentando o favoritismo para levar o campeonato, o mau fim de semana de Portland simplesmente deixou tudo imprevisível para a etapa final em Londres. Sofrer uma nova derrota, depois do que aconteceu no ano passado certamente não está nos planos de Cassidy, mas ele precisa tomar cuidado para evitar o pior. No caso de Mith Evans, a situação é parecida, e suas chances de chegar ao título no ano passado também eram melhores até o acidente de Roma, que diga-se de passagem, foi justamente com seu compatriota Cassidy. E, atualmente, tendo ele como colega de time, não pega bem perder novamente o título, especialmente para o companheiro que acabou de chegar na escuderia, enquanto ele, Evans, já é veterano na Jaguar. Ambos não chegaram a tocar rodas entre si na pista este ano, enquanto ano passado em duas oportunidades as chances foram para o espaço devido a briga de pista com Sam Bird, que acabou dispensado, e que certamente fizeram falta na briga pelo título. Mas, agora com sua dupla de pilotos ocupando a liderança e vice-liderança, nada impede que ambos acabem se pegando na pista em uma briga por posições. Resta saber como eles reagirão a esse momento, que pode tanto favorecer um deles, quanto arruinar as expectativas de ambos.
Na Porsche, Pascal Wehrlein precisa superar o estigma de começar bem a temporada, e minguar na hora da batalha decisiva. No ano passado, após um início arrasador, contudo, o piloto foi decaindo na segunda metade da competição, não conseguindo superar os problemas da equipe em relação às más posições de largada, e com isso, deixou os rivais não apenas chegarem, como o superarem, tornando-se de favorito a azarão na disputa, e vendo Jake Dennis, da Andretti, garantir para a Porsche um título de pilotos que ele falhou em conseguir. Este ano, Wehrlein está melhor na briga, mas o fantasma da derrota de 2023 ainda não foi exorcizado como deveria. Pascal novamente oscilou para baixo em alguns momentos, e para sua sorte, foi menos que na temporada passada, e contando também com os percalços da dupla da Jaguar, está ali na briga. Mas ele precisa caprichar nesta rodada final, para não apenas tirar a diferença que ainda o separa do líder Cassidy, como sair à frente dele, e de Evans também. A Porsche mostrou-se melhor que em 2023, e as vitórias consecutivas de Antonio Felix da Costa, que já acumula 4 triunfos na temporada, é a prova de que o carro é muito competitivo. Falta a Pascal ser mais incisivo na corrida, e partir para cima, como o português tem conseguido fazer. Uma nova derrota pegaria mal novamente para o piloto, mais para seu orgulho pessoal do que pelo respeito do time.
Campeão da temporada passada, Jake Dennis não conseguiu ter o mesmo desempenho e defender seu título este ano como esperava.
O fim de semana tem
tudo para ser uma disputa eletrizante, para dizer o óbvio, e não dá para cravar
quem tem o favoritismo. Pode dar o óbvio, ou tudo pode ir pelos ares, como
vimos da situação de Nick Cassidy em Portland. Quem vai conseguir levar a
melhor na pista do Excel Arena, tanto neste sábado quanto no domingo? Ambas as
provas terão transmissão ao vivo, a partir das 12:30 Hrs., tanto pelo canal
Bandsports quanto pelo canal de You Tube do site Grande Prêmio, assim como os
treinos livres e classificações, a partir desta sexta-feira.
Infelizmente, a temporada da F-E, mais uma vez, tem suas manchas que ajudam a denegrir a credibilidade da competição, com pelo menos duas decisões controversas que influenciaram na disputa pelo título. Primeiro, foi a punição ridícula que tirou a vitória de Antonio Felix da Costa na primeira corrida de Misano, por usar uma peça no carro que era permitida no ano passado, e passou a ser proibida neste ano, sem que a organização e a FIA comunicassem isso explicitamente aos times, deixando a norma apenas veladamente subentendida dentro do regulamento técnico. A Porsche recorreu da desclassificação do português, com alegações óbvias de que a peça não interferia na performance do carro, além de que a proibição de seu uso não foi devidamente informada como deveria, mas a FIA, bem ao seu estilo cretino, bateu o pé e manteve o resultado que deu a vitória para Oliver Rowland, da Nissan, o que tirou um triunfo legítimo do piloto da Porsche, que poderia estar ali embolando ainda mais a disputa pelo título
A segunda, ainda mais ridícula, foi a punição que também “garfou” o triunfo de Mith Evans na primeira prova de Portland, como consequência de um toque do neozelandês no inicio da corrida em Jake Hughes, da McLaren, quando foi Hughes quem tocou no piloto da Jaguar, o que lhe ocasionou um furo no pneu, complicando sua corrida. Evans criticou a punição que não apenas lhe tirou a vitória, mas teria lhe dado a liderança do campeonato, e vários pilotos também criticaram a decisão que puniu o neozelandês, devido à inconstância dos argumentos que a direção da categoria aplicou neste caso, em relação a outros já ocorridos. Para uma categoria de nível mundial, este é um problema sério que a direção da F-E e a FIA teimam em manter, com punições demais para situações de menos, comprometendo a imagem da competição e a seriedade com que a FIA fica punindo os pilotos, prejudicando a qualidade da competição. E sem aceitarem as merecidas críticas por não enxergarem o óbvio, e ainda ficarem achando que os fãs querem um jogo de comadres dentro da pista, quando eles querem ver briga, disputas, e alguns toques nos carros devem ser encarados como incidentes de corrida, dependendo das circunstâncias e como ocorrem.
Mas, com ou sem palhaçadas da FIA, um novo campeão há de sair neste final de semana em Londres, visto que apenas Da Costa poderia reprisar a conquista do título, feito conseguido unicamente por Vergne na história da F-E, mas cuja situação é muito difícil de reverter. Vamos ver quem terá a melhor sina ao fim desta temporada do certame de carros monopostos elétricos, e que a decisão do título seja de tirar o fôlego, privilegiando excelentes corridas e batalhas na pista.
A F-1 chegou à Hungria para o GP no tradicional circuito mais travado da temporada depois de Mônaco, o Hungaroring, e com perspectiva de como se dará a competição na pista. A Red Bull, depois de ficar sem vencer nas últimas duas etapas, traz atualizações importantes para ver se recupera parte da vantagem perdida nas últimas corridas, onde precisou depender demais de Max Verstappen para conseguir vencer do que gostaria, vendo os rivais chegarem muito perto. Quem também chega com novidades é a Mercedes, vencedora das duas últimas corridas, entusiasmada com os resultados, mas sabendo que precisa avançar mais se quiser que isso seja mais rotineiro, e não algo ainda dependente dos problemas dos rivais, como a McLaren, que poderia ter ganho as últimas corridas se não errasse na estratégia de seus pilotos, além dos mesmos também terem tido seus erros durante as provas. E, claro, a Ferrari, que de principal rival da Red Bull no início do ano, tenta recuperar o rumo na competição, tendo sido superada pelos rivais e ficando mais uma vez pelo meio do caminho, uma situação embaraçosa para o time de Maranello, que precisa mostrar alguma reação. O GP da Hungria tem largada programada para as 10:00 Hrs. da manhã deste domingo, com transmissão ao vivo pela TV Bandeirantes.
A Indycar chegou a Toronto para a única prova do campeonato fora dos Estados Unidos. É também o último circuito urbano da temporada, sendo que daqui para a frente teremos apenas pistas mistas ou ovais. E o campeonato promete mais briga depois dos resultados da rodada dupla em Iowa, que deu uma pequena embolada na competição, com Álex Palou, embora ainda na liderança, tendo perdido parte de sua vantagem de pontos na classificação. E o circuito do Exhibition Place em Toronto costuma apresentar corridas complicadas, com acidentes e intervenções do Pace Car, que podem complicar a estratégia dos times e pilotos, ajudando alguns, e prejudicando outros, dependendo do momento da confusão na pista. A prova tem transmissão ao vivo a partir das 14:00 Hrs. deste domingo, pelos canais da TV Cultura e da ESPN4, além do sistema de streaming Disney+.
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