quarta-feira, 25 de outubro de 2023

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – OUTUBRO DE 2023


E já estamos quase encerrando o mês de outubro, se aproximando cada vez mais do fim deste ano de 2023, com o tempo passando a olhos vistos. Então, com mais um mês chegando ao seu final, não percamos tempo, e vamos para mais uma edição da Cotação Automobilística, com uma pequena avaliação de alguns dos diversos e vários acontecimentos e personagens do mundo da alta velocidade que pudemos vivenciar neste mês, sempre com alguns comentários, no velho esquema de sempre: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, aproveitem o texto e tenham todos uma boa leitura, e até a próxima edição da Cotação Automobilística no final do mês de novembro, avançando firme para o último mês de 2023...

 

EM ALTA:

 

Max Verstappen tricampeão da Fórmula 1: Nada mais previsível do que o tricampeonato do piloto holandês, a bordo de uma Red Bull imbatível na atual temporada, mostrando que o momento atual é do time dos energéticos, e de Max, que vem demolindo recordes na categoria máxima do automobilismo, sem dar chances a ninguém. O restante do grid que corra atrás do jeito como puder, porque na toada atual, Max já é favorito novamente ao título na próxima temporada, onde tentará o tetracampeonato, e salvo engano, poderá repetir o feito de Sebastian Vettel na mesma Red Bull entre as temporadas de 2010 e 2013, quando o piloto alemão também faturou o título quatro vezes consecutivas. E não se pode culpa-lo por ser, no momento, o melhor piloto do grid. Os times dos rivais que trabalhem direito e deem a seus pilotos carros capazes de desafiar Verstappen na pista, ou continuarão comendo poeira do holandês, que não pretende dar brecha nenhuma para os concorrentes enquanto puder.

 

Disputa pelo título na MotoGP: George Martin continuou sua escalada implacável rumo à liderança do campeonato da classe rainha do motociclismo, e chegou até mesmo a assumir a liderança após a corrida Sprint da Indonésia, deixando o atual campeão Francesco Bagnaia cair para a segunda colocação. Mas um erro do espanhol da Pramac, e uma atuação de gala do piloto da Ducati levaram “Pecco” de volta para a liderança na corrida de domingo. Já na prova da Austrália, Martin mostrou que não vai desistir da briga, mas novamente, uma estratégia abusada de pneus acabou fazendo o espanhol perder uma corrida que tinha tudo para ganhar, e mais uma vez, foi Bagnaia quem saiu no lucro, voltando a aumentar a vantagem na liderança da competição, que ainda está longe de acabar, com quatro provas para encerrar o campeonato, onde tudo pode acontecer neste duelo entre Martin e Bagnaia, que deve incendiar a luta pelo título da temporada como não se esperava diante do esperado domínio da Ducati. Martin tem sido abusado na disputa, enquanto Bagnaia precisou recuperar o controle depois do acidente sofrido em Barcelona, quando acabou atropelado, e ficou com parte de seu desempenho comprometido. Martin ainda acabou prejudicado por perder uma chance potencial de recuperação quando a corrida Sprint da Austrália acabou cancelada devido às condições do tempo, mas promete vir com tudo nas etapas finais, enquanto “Pecco” precisará mostrar porque é o atual campeão mundial, em uma disputa que promete bastante.

 

Ducati campeã de construtores na MotoGP: E não deu outra também na classe rainha do motociclismo, com a Ducati faturando mais uma vez o título de construtores, mostrando ser a moto do momento, com nada menos que oito competidores no grid pilotando as Desmosédicis, de fábrica e dos times satélites. E sem mencionar que novamente levará o título de pilotos, uma vez que os três primeiros colocados no campeonato usam as motos italianas, e com o duelo entre os dois primeiros colocados levantando o público nas últimas etapas. Uma tremenda diferença se vermos no momento as marcas japonesas Yamaha e Honda ocupando as últimas colocações, sendo completamente subjugadas à dinastia da marca européia, e que deve se manter em 2024, até porque Marc Márquez, o nome mais importante do grid, irá defender o time satélite da Gresini no próximo ano, reforçando ainda mais as forças da marca, até porque as concorrentes mais fortes como KTM e Aprilia se mostram incapazes de frear o poderio italiano, por mais que tentem no momento.

 

Kalle Rovanperä rumo ao bi no WRC: Atual campeão do Mundial de Rally, o finlandês segue firme para conquistar o segundo título na competição, defendendo o time oficial da Toyota. Faltando duas etapas para o fim da temporada 2023, Kalle lidera a competição com vitória em três etapas, com 217 pontos, contra 186 do vice-líder, seu próprio companheiro de equipe, o britânico Elfyn Evans, o único ainda com chances na briga pelo campeonato, já que o terceiro colocado na classificação, o belga Thierry Neuville, da Hyundai, está matematicamente fora da briga, com 155 pontos. Apesar da vantagem, Kalle Rovanperä não pode se descuidar, pois ainda há muitos pontos em jogo, e qualquer problema em uma das duas etapas restantes pode comprometer a disputa do atual campeão, se Evans souber aproveitar a chance, e os rivais não complicarem a situação também. Sorte da Toyota, que vai para seu terceiro título consecutivo no Mundial de Rali, e quarto conquistado na competição, sendo dois deles com Sebastien Ogier, que não disputa mais o campeonato na íntegra, mas que venceu três provas este ano dentre as que participou, e que certamente poderia estar firme na briga, se competisse toda a temporada. Mas o momento é de Rovanperä, e cabe a ele se firmar para garantir o bicampeonato, o que pode ocorrer na próxima etapa, o Rally da Europa Central, a ser disputado na Alemanha, e chegar para o Rally do Japão, em novembro, já como bicampeão na terra natal de sua equipe, a Toyota.

 

Disputa pelo título na Stock Car Brasil: Na principal categoria de competições do esporte a motor nacional, a disputa pelo título da temporada 2023 também promete fortes emoções. Faltando apenas 3 etapas para fechar o ano, Gabriel Casagrande lidera com 249 pontos, apenas 22 à frente de Rubens Barrichello, atual bicampeão, que por sua vez tem Thiago Camilo logo atrás, com 216 pontos. Rafael Suzuki, com 207 pontos, é o 4º colocado, e Ricardo Zonta, o 5º, com 205 pontos. Com 202 pontos, Felipe Fraga é o 6º colocado, e Gianluca Petecof é o 7º, com 201 pontos. Ainda tem muito chão pela frente nas próximas corridas da competição, em Mogi-Guaçu (Velocittá) no dia 29 de outubro; em Cascavel no dia 26 de novembro, em no encerramento dia 17 de dezembro, em São Paulo (Interlagos), e a briga promete ser acirrada entre os ponteiros na classificação. Campeão em 2021, Gabriel Casagrande busca o bicampeonato, enquanto Barrichello persegue o tricampeonato, e Camilo ainda o primeiro título na competição, embora não se possa menosprezar as chances de Suzuki, e até de Zonta. A situação de Fraga e Petecof é mais complicada, mas enquanto houverem chances, eles tentarão se manter firmes na briga, e portanto, devemos ter fortes emoções na pista. Briga é o que não vai faltar, até porque mesmo quem está fora da disputa, mesmo que não matematicamente, quer tentar terminar o ano em alta, e engrossar a disputa pelas vitórias.

 

 

NA MESMA:

 

Brasil presente no grid da Indycar em 2024: Com a aposentadoria de Tony Kanaan, e Hélio Castro Neves disputando somente a Indy500, a próxima temporada do certame de monopostos dos Estados Unidos parecia o encerramento de uma era de pilotos brasileiros presentes no grid de forma mais ou menos regular, mas de forma inesperada, mas bem-vinda, eis que Pietro Fittipaldi acaba de anunciar seu contrato para defender a Rahal/Letterman/Lanigan em tempo integral no próximo ano, garantindo a presença brasileira no grid da competição. E é também uma excelente oportunidade para Pietro, que por mais “valorizado” que fosse na equipe Haas, já era mais do óbvio que o time nunca lhe daria uma chance como titular no grid, haja visto o esforço que fez para repatriar Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg ao grid na F-1, negando uma chance de Pietro mostrar efetivamente do que era capaz, obrigando-o a buscar alternativas em outras categorias para se manter ativo como piloto. A chance no time de Bobby Rahal é a oportunidade de recomeçar a fundo sua carreira, depois de duas passagens breves pela Indycar onde não conseguiu mostrar toda a sua capacidade, diante de azares sofridos na época. Agora depende apenas dele para se manter na competição, tendo à sua mão um carro que, se não é de um time de ponto, é suficiente para mostrar serviço e até tentar uma vitória aqui e ali, se conseguir aproveitar as oportunidades que surgirem, e com isso, garantir a permanência de pilotos brasileiros na Indycar por mais algum tempo.

 

Entrada da Andretti na F-1: Michael Andretti já conseguiu o primeiro passo para adentrar novamente na categoria máxima do automobilismo, com a aprovação da FIA ao seu projeto de equipe de competição, mas agora o buraco ainda permanece, diante da recusa da FOM que se resume basicamente em não quererem dividir lucros com mais um integrante no circo, mostrando toda a pequeneza e mesquinharia que estão embromando o negócio. A F-1 até mandou um contato para a GM, perguntando se eles não teriam interesse em se unir a um time que já está no grid, no que muitos poderiam entender como uma tentativa de “alijar” Michael Andretti de seu intento, já que o apoio da montadora norte-americana, através da Cadillac, é o grande trunfo do ex-piloto para ter um aporte para sua equipe na competição, como fizeram questão de exigir a turma da Liberty Media. Parece que a cada passo vencido por Andretti, eles tentam inventar alguma dificuldade para justificar uma recusa que fica cada vez mais escancarada no egoísmo e egocentrismo da categoria, que tenta se fechar em si mesma, para não deixar ninguém mais entrar, enquanto outros campeonatos se orgulham de terem mais competidores que a F-1, e não terem essa pirraça que os integrantes da categoria máxima do automobilismo estão demonstrando, que vai contra os anais do esporte, onde todos concordam que terem mais equipes no grid é uma vantagem, e não um ônus, e a FIA já fez uma avaliação criteriosa da capacidade da Andretti para tanto, mostrando não ser ela uma “aventureira” como alguns até chegam a mencionar para negar sua entrada. Essa novela ainda vai dar muito rolo, mais por parte da FOM do que de todo o resto, com suas picuinhas financeiras...

 

Quedas na Honda na MotoGP: A situação da Honda na classe rainha do motociclismo continua complicada. A moto não melhora, e Marc Márquez e Joan Mir continuam acumulando quedas nas corridas. A fábrica japonesa até tenta dar uma reação, trocando alguns nomes de seu staff, mas o pior já aconteceu: o hexacampeão rescindiu seu contrato para 2024, e vai defender a Gresini, time satélite da Ducati no próximo ano, onde já corre seu irmão caçula, deixando a escuderia oficial nipônica com um lugar vago a ser preenchido. O protótipo da moto do próximo ano não entusiasmou Marc Márquez, de modo que ele preferiu o desafio de correr por um time menor no próximo ano, e de acordo com Álex Márquez, até podendo se aposentar se a experiência não for bem-sucedida. Joan Mir vem tendo um desempenho irrisório na temporada, apanhando da moto tanto quanto Márquez, cujo resultado é a Honda ocupar a lanterna do campeonato de construtores, uma grande diferença de alguns anos atrás quando a marca era o time a ser batido na competição, graças à “Formiga Atômica”. Mas a soberba da Honda, acreditando que seu principal piloto conseguiria dar conta de tudo, cobrou seu preço, e a competitividade do equipamento caiu a olhos vistos, de modo que nem mesmo seu grande piloto tem conseguido tirar resultados nas últimas corridas, tendo no máximo um brilho momentâneo ou outro. E tem tudo para seguir assim no próximo ano, ou até piorar... Quem vai conseguir salvar a situação?

 

Disputa pela segunda força na F-1 2023: Campeonato de pilotos e construtores conquistados com facilidade pela Red Bull, a pergunta que sobra é quem fica com o vice-campeonato na competição? Mercedes e Ferrari estão na briga, com vantagem para o time alemão graças à maior constância de sua dupla de pilotos, que tem conseguido obter melhores resultados que o time italiano, apesar deste ter sido o único a vencer um GP na temporada além do time dos energéticos. A Aston Martin até poderia se manter na briga, mas o desenvolvimento do carro estancou, e o problema é que o time corre na prática com apenas um piloto, Fernando Alonso, enquanto o outro, Lance Stroll, mostra uma desvantagem de capacidade que impacta negativamente o resultado do conjunto da escuderia. A McLaren, que vem fazendo ótimas corridas recentemente, infelizmente paga o preço de uma primeira metade de temporada catastrófica, e precisa contar com muitos erros e azares de Mercedes e Ferrari para subir mais na pontuação, tendo acabado de deixar a Aston Martin para trás. Não houvesse Red Bull na competição, poderíamos ter um campeonato pra lá de disputado e bem empolgante, mas ainda assim, estamos tendo essa competição na pista, onde cada time vem se revezando como segunda força. Mesmo assim, pela pontuação, a briga fica restrita a Mercedes e Ferrari, e olha que há até a chance de Lewis Hamilton roubar o vice-campeonato de Sergio Perez, se o mexicano não se cuidar, apesar disso ter ficado um pouco mais difícil depois da desclassificação em Austin do inglês. O problema é que muita gente não está nem aí para a briga dos “derrotados” como Ayrton Senna definiria a situação...

 

Viabilidade das corridas Sprint na F-1: As etapas do Qatar e dos Estados Unidos receberam nesta temporada a realização das corridas Sprint nos sábados, e no que dependesse destas provas, as corridas curtas na categoria máxima do automobilismo não trazem nada de realmente positivo ao fim de semana, muito pelo contrário. Nos dois momentos, as provas de sábado em nada agregaram à competição, e nos Estados Unidos, foram até criticadas pela organização do GP como uma das causas pela queda no número de ingressos vendidos. Criadas como uma forma de tentar dar mais emoção e disputa ao fim de semana de alguns GPs, as provas Sprint desde o início são contestadas, e neste ano, tentando minimizar eventuais problemas que elas pudessem causar ao GP principal no domingo, elas passaram a não contar mais para a formação do grid dessa corrida, tendo uma sessão de classificação somente para a corrida curta, o que na prática transformou as atividades de sábado em um evento quase à parte, mas com o adicional de roubar tempo de treino dos times na sexta, já que passou a se ter apenas um treino livre para as equipes fazerem suas preparações para o fim de semana, prejudicadas ainda mais pelas regras de parque fechado. Com raras exceções de provas empolgantes, já se começou a discutir possíveis mudanças no formato para 2024, mas pelo que se ouve até agora, a FIA tem tudo para mais uma vez meter os pés pelas mãos, enquanto no que dependesse das escuderias, isso seria deixado de lado e riscado do mapa, com poucas vozes favoráveis à realização das provas curtas. Uma discussão que certamente ainda vai longe, podem apostar...

 

 

EM BAIXA:

 

Sergio Perez: O piloto mexicano continua pressionado pela Red Bull diante dos resultados aquém do esperado nas últimas corridas, chegando até a dizer que se ele perder o vice-campeonato estaria fora da escuderia em 2024. Sergio precisa mesmo de um momento mais positivo, mas está difícil, pois o time dos energéticos, leia-se Helmut Marko principalmente, ao invés de oferecer mais apoio ao mexicano, ainda mais agora que Verstappen faturou o título, e seria de seu interesse ter Perez como vice-campeão, só aumenta as cobranças, o que não é de todo errado, mas depois de focar apenas no holandês toda a temporada, parece não saber calibrar direito o que deseja de fato. Perez chegou a pedir para usar a configuração antiga do RB19, com a qual iniciou de forma bem mais forte o campeonato, para poder render mais na pista, mas a escuderia negou seu pedido, de forma que só resta mesmo a Sergio tentar ser forte e aguentar o tranco, que pelo histórico do time austríaco, sempre é implacável com todos os seus pilotos, à exceção de Verstappen. E com a performance de Lewis Hamilton nas últimas corridas, com o heptacampeão chegando perto, a hipótese do mexicano perder até o vice-campeonato não é de todo impossível, a menos que ele reaja, o que está difícil de acontecer.

 

Aston Martin na F-1: O time de Silverstone começou a temporada 2023 da F-1 como grande sensação, podendo até vencer corridas, não fosse a supremacia da Red Bull no campeonato, com um renovado Fernando Alonso colecionando pódios, e sendo um dos destaques da temporada. Mas, na hora de evoluir o carro, o time inglês acabou perdendo a mão e a força de antes agora não é mais a mesma, tanto que Alonso já foi superado por Lewis Hamilton na classificação, e a escuderia, franca favorita a ser a segunda força na competição, já foi ultrapassada pela Mercedes, Ferrari, e no GP dos Estados Unidos, por uma renascida McLaren, despencando para a 5ª posição no campeonato, e só se garantindo por aí porque a próxima candidata, a Alpine, está muito lá atrás e sem força para ameaçar. Fora isso, o time ainda teve alguns azares, e em Austin, mesmo com Alonso fazendo uma corrida forte, acabou abandonando com problemas no carro. Ao que parece, copiar os conceitos da Red Bull se tornou um ponto fraco para saber como desenvolver adequadamente o projeto, já que desde a etapa da Áustria o AMR23 vem perdendo competitividade no campeonato. Uma importante lição para a escuderia, a ser levada no projeto do carro de 2024, se quiser realmente se colocar como um time de ponta e forte. Mesmo assim, pode-se dizer que a escuderia ainda está no lucro em 2023, em boa parte graças a Fernando Alonso, que com seu grande talento aproveitou ao máximo o momento de boa competitividade do carro, e agora ainda luta com tudo o que tem para obter melhores resultados, enquanto Lance Stroll só é lembrado mesmo por ser o filho do dono do time, e pouca coisa além disso...

 

Mazelas da FIA na F-1: O Grande Prêmio do Qatar deste ano foi pródigo em situações inusitadas que colocaram a entidade que comanda o automobilismo mundial mais desorientada que cego em tiroteio. Sem ter feito uma inspeção digna do nome em Losail, a entidade acabou surpreendida quando viu que certas zebras colocaram em risco a integridade dos compostos de pneus usados pelos carros, resolvendo alterar o limite de pista ao invés de tentar corrigir as zebras. Mas, mesmo depois, quando viu que os pneus ainda continuavam com danos potencialmente perigosos, resolveu limitar na canetada o número de voltas que cada piloto poderia dar na corrida. O forte calor da prova, que com número de pit stops determinado pela entidade aumentou o ritmo da corrida, desgastou ainda mais os pilotos, que chegaram até a passar mal durante a prova, o que poderia ter causado até um desastre na pista. Novas confusões de punição por violação de limites de pista ocorreram, e a entidade, ao invés de admitir que precisa corrigir essa regra idiota, preferiu ameaçar os autódromos de Losail e Zeltweg, onde o problema foi mais pronunciado neste ano, com a exclusão do calendário, caso não tomem providências a respeito, tirando o corpo fora de sua responsabilidade na aplicação errática e incoerente desta regra, que só tem tirado a torcida do sério. Falta de traquejo, arrogância, e incapacidade de rever procedimentos, e depois ainda se pergunta por que a imagem da entidade anda tão sem credibilidade, o que pode afetar também a imagem da F-1 como competição, a persistirem essas picuinhas que não existiam antigamente e a competição não era prejudicada por sua ausência, ao contrário dos dias atuais. E com a FIA ainda se mostrando teimosa em tomar as atitudes corretas a respeito, isso não vai ter solução adequada tão cedo...

 

Felipe Drugovich: O piloto brasileiro parece que vai amargar ter de ficar como piloto reserva e de testes da Aston Martin no futuro próximo, depois de perder a chance de ser titular na Formula-E, além de ter recusado testes que poderiam ser bons para marcar presença na Indycar no próximo ano. A última cartada, a vaga ainda não confirmada na Williams do segundo piloto para 2024, esbarra num esforço do time inglês em tentar manter até o último momento as chances de Logan Sargent, apesar das várias corridas ruins feitas pelo estadunidense na temporada, e que depois do ponto marcado no GP dos Estados Unidos, parecem ter dado um pouco de fôlego à defesa da permanência do piloto no time de Grove. Mas, é só o primeiro ano de Drugovich na função no time de Silverstone, o que não é exatamente uma perda de tempo. Mas as oportunidades que Felipe pode ter perdido de projetar o seu nome melhor fora da F-1 podem custar novas chances no futuro, e não seria prudente ele esperar demais por uma chance na Aston Martin, como fez Pietro Fittipaldi na Haas. Ele parece ter confiado demais na boa impressão causada nos momentos que teve chance na pista, mas que no final não renderam os convites mais importantes. Que fique mais esperto em 2024 se continuar no banco de reserva do time de Silverstone...

 

Temporada das quedas na MotoGP: a classe rainha do motociclismo segue sendo pródiga em quedas e acidentes de pilotos em 2023, de modo que não tivemos uma corrida sequer sem que o grid tenha sofrido algum desfalque na sua formação original. Como desgraça pouca é bobagem, a própria organização da categoria tem relaxado em seus protocolos de segurança médica com os pilotos acidentados, liberando-os para correr em intervalos que demandariam um pouco mais de tempo para se recuperarem adequadamente, ainda mais por ser uma competição de motos, onde os pilotos ficam muito mais expostos, e onde um acidente pode ter consequências muito mais sérias, ainda mais se o piloto ainda estiver se recuperando de um acidente anterior. Vários pilotos voltaram à competição correndo riscos além da conta normal, tendo sido liberados para tal, e pode-se dizer que tiveram sorte de não se acidentarem novamente, correndo com suas lesões ainda não totalmente recuperadas, como por exemplo Marco Bezzecchi, que havia fraturado uma costela, e até mesmo o campeão Francesco Bagnaia, que tinha sido atropelado em Barcelona, e tendo lutado muito para competir na prova seguinte, mesmo sentindo muitas dores na perna atingida. Se as coisas tivessem dado errado, poderíamos ter muito mais problemas com a integridade física dos pilotos do que o aceitável. Não dá para confiar tanto na sorte, porque uma hora ela pode acabar, e aí o bicho pega, e as cobranças também, e a FIM não pode esperar algo pior acontecer para colocar as coisas em ordem. Tomara que a entidade tome consciência disso e cumpra com seus protocolos da forma correta a garantir a maior segurança a todos neste quesito, do contrário, que não venha reclamar quando algum desastre ocorrer por sua negligência no assunto...

 

 

Nenhum comentário: