E já chegamos ao mês de outubro, e nem parece que o mês de setembro passou tão rápido como foi. Já passamos da metade do segundo semestre do ano de 2023, e o ano se encaminha para sua reta final, com uma velocidade que parece tão ou até maior do que a dos bólidos de competição. Portanto, com mais um início de mês, é hora de relacionar aqui alguns acontecimentos deste mês de setembro que se foi, em mais uma edição da sessão Flying Laps, como é de praxe, sempre com alguns comentários rápidos sobre os eventos citados. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início do mês que vem, mais uma vez avançando firme rumo ao fim de 2023...
Mudanças nas equipes da Formula-E para a temporada de 2024. A Maserati, que inicialmente tinha sua dupla de pilotos atual garantida para o próximo campeonato, resolveu rescindir o contrato de Edoardo Mortara, que fazia parte do time desde os tempos da Venturi, antigo nome da escuderia. Com isso, o time sediado em Mônaco em teoria abriria uma vaga para ser o companheiro de Maximilian Gunther, que poderia ser preenchida por um brasileiro, Felipe Drugovich, que fez dois testes este ano pelo time, e surpreendeu terminando ambos com o melhor tempo do dia. Vale lembrar que Felipe também era cogitado pela Andretti, que ficava com um lugar vago com a saída de André Lotterer para competir em tempo integral no Mundial de Endurance, mas acabou optando pela contratação de Norman Nato para a posição, não confirmando o interesse de contar com Drugovich. Outro nome potencial na disputa poderia ser o de Nyck De Vries, dispensado pela Alpha Tauri na F-1, e que inicialmente já seria o piloto do time da marca italiana na F-E, quando preferiu aceitar o desafio de ser titular na categoria máxima do automobilismo, e obrigou o time a ir atrás de Gunther para a posição. Mas a escuderia já se pronunciou sobre quem será seu novo piloto, que será Jehan Daruvala, fechando então as portas Felipe Drugovich, que agora fica na esperança de ocupar a vaga de Logan Sargent na equipe Williams de F-1, apesar de a escuderia de Grove afirmar que pretende manter o estadunidense no time em 2024.
Mais uma mudança, esta até inesperada na F-E: Lucas di Grassi, que tinha contrato para permanecer na Mahindra em 2024, também rescindiu seu acordo com o time indiano, depois da pior temporada vivida pelo piloto em quase uma década competindo no certame de carros monopostos elétricos. É a segunda baixa da Mahindra no ano, uma vez que Oliver Rowland, o outro piloto da escuderia, já havia pedido para sair durante a temporada, insatisfeito com a falta de performance do carro indiano, que foi o pior do grid de toda a temporada 2023. Rowland acabou substituído por Roberto Merhi, que não ficaria no time para o próximo ano, de modo que agora, com a saída de Lucas, ficava com suas duas vagas em aberto, além da grande dúvida que é se irá conseguir recuperar a competitividade de seu trem de força para o próximo ano, se quiser ter chances efetivas de buscar melhores resultados. Só que a Mahindra não perdeu tempo, e já fechou sua dupla titular para o próximo campeonato. Edoardo Mortara, dispensado da Maserati, fará dupla com ninguém menos que Nyck De Vries, ex-Alpha Tauri na F-1, marcando então o retorno oficial do piloto ao certame dos carros monopostos elétricos depois de um ano de ausência de sua investida infelizmente fracassada na F-1.
E qual seria o destino de Lucas Di Grassi? Campeão da categoria, vencedor da primeira corrida da história da F-E, e um dos recordistas de vitórias na competição, Lucas viveu este ano seu pior momento no certame, conseguindo apenas uma pole-position e um pódio logo na prova inaugural da temporada, na Cidade do México, antes que a competitividade real da Mahindra viesse à tona, e condenasse Lucas a um ano de martírio e poucas satisfações na pista. Um dos destinos possíveis seria a ABT, time pelo qual o brasileiro já competiu quando a escuderia era associada à Audi. O time retornou este ano à F-E como equipe independente, com um acordo para utilizar o trem de força da Mahindra, e tal como o time oficial, fez uma temporada muito aquém de qualquer satisfação, e perdeu Robin Frijns para 2024, com o piloto retornando ao seu antigo time, a Envision, e contando apenas com Nico Muller como piloto para 2024. Lucas seria bem-vindo para defender novamente a escuderia, que pode ter ainda outro rompimento: o da parceria com a Mahindra, que ainda é válido para o próximo ano, mas certamente não será estendido além, com a equipe buscando um equipamento mais competitivo, e segundo alguns boatos, a Porsche poderia ser a nova fornecedora de trem de força para a ABT, o que resolveria seu problema de contar com um trem de força pouco competitivo, para a temporada de 2025. E não deu outra: a contratação de Di Grassi já foi confirmada pela escuderia, reafirmando a parceria de que desfrutaram juntos por sete temporadas na F-E, e que agora entrará em uma nova fase. Com isso, Di Grassi garante sua permanência na F-E, tornando-se o piloto mais experiente do grid, e tendo esperanças de obter melhores dias na próxima temporada, confiando que a Mahindra consiga melhorar o seu equipamento, para obter um desempenho mais aceitável. Lucas fala em acertar um passo de cada vez. E com a confirmação de Lucas na ABT, o Brasil continua com dois pilotos brasileiros no grid, já que Sergio Sette Câmara renovou com a NIO, e seguirá no time em 2024.
Enquanto aguarda a definição de seus times para compor o grid da próxima temporada, a Formula-E já sofreu uma perda para 2024: a prova de Hyderabad, na Índia, que fez sua estréia este ano no calendário da competição, estaria fora do páreo para ter uma segunda edição. O problema seria o financiamento do evento, que este ano foi promovido pela empresa Greenko, que atua no setor de energias renováveis. A Greenko teria retirado seu apoio à corrida, de forma que sem o dinheiro do grupo indiano, a corrida tem poucas chances de ocorrer novamente. O governo do Estado de Telangana também patrocinava a corrida, mas em menor escala do que a empresa do setor de energias renováveis. O cancelamento da corrida ainda não foi feito de forma oficial, mas as chances da corrida se manter no calendário ficam bem reduzidas. A F-E já havia divulgado um calendário provisório da temporada de 2024, e uma das datas em aberto era reservada para a prova indiana, mas diante do novo dilema, agora terá de ser ocupada por outro evento. Uma das possibilidades seria o retorno de Sanya, na China, onde a F-E deixou de correr nos últimos anos devido às restrições da pandemia de Covid-19, mas que poderia retornar no próximo ano, agora que o país levantou as restrições até então vigentes sobre o coronavírus...
A Indycar anunciou o seu calendário para a temporada de 2024, e as novidades são o retorno de Milwaukee, em rodada dupla na competição. Mas, se o tradicional oval de West Allis faz o seu retorno, o Texas Motor Speedway, por outro lado, ficou de fora, devido a conflitos de datas com o pessoal da Nascar. Outra novidade será a corrida All-Star, que será uma prova extra-campeonato, sem contar pontos, mas que distribuirá um prémio de US$ 1 milhão ao seu vencedor, e será realizada no The Termal Club, um circuito montado em um condomínio, e que já sediou recentemente testes de pré-temporada. Esta prova está marcada para o mês de março. Ainda não será desta vez que a Indycar terá um calendário mais amplo, continuando a iniciar-se no mês de março, e encerrando-se na primeira metade de setembro. Roger Penske vem fazendo esforços para ampliar a extensão do campeonato, com vistas a terminar a competição pelo menos em outubro, e deixar um espaço maior entre as corridas, de forma a não pressionar tanto o trabalho dos times. Pelo menos em termos oficiais, a prova da Argentina, que seria realizada em Thermas de Rio Hondo, não ocorrerá, se bem que a previsão inicial poderia ser para uma prova extra-campeonato, então sua realização ainda poderá vir a ocorrer, mas sem garantias de acontecer mesmo no próximo ano. Até porque a categoria esperava poder viabilizar uma prova no Brasil, mesmo sendo também extra-campeonato, e com isso, diluir os custos do transporte para a América do Sul, vindo participar de duas corridas, e não apenas de uma. O calendário contará ainda com 17 provas válidas, com Iowa, outra pista oval, também em rodada dupla, e a temporada será encerrada desta vez em Nashville, que terá um novo traçado urbano devido a obras numa região próxima ao traçado utilizado até então. Confiram então as datas da velocidade da Indycar 2024: 10/03 - GP de São Petesburgo (urbano); 24/03 - Corrida All-Star(extra-campeonato); 21/04 - GP de Long Beach (urbano); 28/04 - GP do Alabama (misto); 11/05 - GP de Indianápolis (misto); 26/05 – 500 Milhas de Indianápolis (oval); 02/06 - GP de Detroit (urbano); 09/06 - GP de Elkhart Lake (misto); 23/06 - GP de Laguna Seca (misto); 07/07 - GP de Mid-Ohio (misto); 13/07 - GP de Iowa 1 (oval); 14/07 - GP de Iowa 2 (oval); 21/07 - GP de Toronto (urbano); 17/08 - GP de Gateway (oval); 25/08 - GP de Portland (misto); 31/08 - GP de Milwaukee 1 (oval); 01/09 - GP de Milwaukee 2 (oval); 15/09 - GP de Nashville (urbano).
Com uma vitória na primeira corrida na etapa do Velopark, e um satisfatório 7º lugar na segunda prova, Gabriel Casagrande está firme na liderança do campeonato da Stock Car Brasil. O piloto da equipe A. Mattheis Vogel agora contabiliza 217 pontos, contra 196 de Rubens Barrichello, da Full Time, o vice-líder, que fez um 8º e um 3º lugar na etapa disputada no Rio Grande do Sul. Ricardo Zonta, da RCM Motorsport, vem logo na cola de Rubinho, com 194 pontos, depois de conseguir um 2º lugar na segunda prova do Velopark. Mas os dois pilotos não podem baixar a guarda, pois Daniel Serra, da Eurofarma-RC, está bem atrás, com 190 pontos, na 4ª colocação, mesmo deixando de ter resultados satisfatórios na corrida. A 5ª posição da classificação é de Thiago Camilo, da equipe Ipiranga, com 180 pontos, seguido de Rafael Suzuki, da Pole Motorsport, em 6º lugar, com 172 pontos. Gianluca Petecof (Full Time Sports), com 164 pontos; Felipe Fraga (Blau Motorsport), com 160 pontos; Cesar Ramos (Ipiranga), com 158 pontos; e Guilherme Salas (KTF Racing), com 155 pontos, completam o TOP-10 da classificação do campeonato, cuja próxima corrida será neste final de semana, marcando a volta da categoria brasileira a Buenos Aires, na Argentina, e ao Autódromo Oscar y Juan Galvez, que já sediou o GP da Argentina de F-1 há décadas atrás. Depois, ainda restarão mais 3 etapas na competição até o fechamento da temporada, dia 17 de dezembro, em Interlagos, São Paulo.
A organização da Stock Car, contudo, precisou fazer uma alteração na programação das corridas restantes do calendário deste ano. Como as obras no autódromo de Brasília ainda prosseguem, sem garantia de que terminem a tempo da data estipulada para a corrida no circuito, a Vicar resolveu mudar de local, para evitar ter de cancelar uma corrida do certame, caso ficasse impossibilitada de competir no autódromo. Assim, ao invés de Brasília, a Stock Car terá sua etapa de 26 de novembro, que seria a penúltima do calendário, em Cascavel, no Paraná. A direção da competição lamentou ter de sacar a capital federal do calendário, lembrando que a meta é voltar a competir no Distrito Federal, mas que o ritmo do andamento das obras no autódromo não ofereciam segurança de se poder correr lá em novembro, e um cancelamento da etapa seria prejudicial à competição na luta pelo título, de forma que optou-se por voltar ao autódromo paranaense, onde a Stock já competiu este ano, em junho, e teve boas corridas, além de que a estrutura do circuito é muito boa. Este mês de outubro, além do retorno da categoria a Buenos Aires, na Argentina, a Stock também terá nova etapa no circuito de Velocitá, em Mogi Guaçu, no dia 29, onde também já correu este ano, em agosto.
Principal categoria do automobilismo brasileiro, a Stock Car evidencia falta de opções de competição diante da repetição de locais em seu calendário. Interlagos, por exemplo, é palco de três etapas na competição, enquanto Cascavel, Goiânia e Velocitá sediam duas etapas cada um. Por mais que Cascavel tenha uma segunda corrida este ano diante da impossibilidade de se correr em Brasília, nota-se que a categoria precisa ser mais versátil e competente em buscar novos locais de competição, o que nem sempre é fácil. Mas sendo o principal campeonato do Brasil, também não deveria ser tão complicado arrumar novas etapas, ainda mais vendo opções de corridas que até foram muito bem aceitas pelo público em tempos recentes, como a prova disputada no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. E etapas em circuitos de rua também poderiam retornar à competição, ajudando a levar a Stock para outros lugares do país onde nunca esteve, mas possui muitos fãs. Um assunto a ser discutido pela organização da competição, e que possa trabalhar para oferecer novas corridas e diversificar o calendário, ajudando a popularizar ainda mais a categoria.
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