E já estamos no mês de agosto, seguindo adiante pelo terceiro trimestre do ano de 2023. Se o mês de julho foi de férias para a MotoGP, agora é a F-1 que dá uma pequena pausa, retornando apenas no final do mês. E julho teve suas provas de vários campeonatos, com alguns dos acontecimentos sendo relacionados em tópicos rápidos aqui, em mais uma edição da sessão Flying Laps, como é de praxe no início de cada mês, sempre com alguns comentários rápidos sobre os eventos citados. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início do próximo mês, já em setembro, avançando firme pelo segundo semestre deste ano...
A Stock Car Brasil realizou neste mês de julho sua quinta etapa do campeonato, com rodada dupla no autódromo de Interlagos. Na primeira corrida, Matias Rossi, da equipe Full Time, largou na pole-position e praticamente dominou a corrida do começo ao fim, perdendo a liderança apenas no breve momento das paradas de box. Felipe Baptista, da KTF, terminou na 2ª posição, cruzando a linha de chegada apenas 2s após Rossi receber a bandeirada de vitória. Mas quem teve mais motivos para comemorar foi Felipe Massa, da Lubrax Podium, que terminou em 3º lugar, e conquistou seu primeiro pódio na categoria desde que passou a disputar o campeonato da Stock Car em 2021. Nelsinho Piquet (Crown Racing) também teve uma boa corrida, terminando na 4ª posição, após ter abandonado as últimas corridas. Na segunda corrida, Rubens Barrichello (Full Time) foi o pole-position, mas ele acabou superado logo na largada por outros rivais, acabando por terminar a corrida apenas em 6º. Quem triunfou na segunda prova, que também foi a corrida número 150 realizada pela Stock Car em Interlagos, desde a criação da categoria, no fim dos anos 1970, foi Ricardo Zonta (RCM), que travou um belo duelo com Felipe Massa, mais uma vez no pódio, agora em 2º lugar, coroando seu bom fim de semana na capital paulista. Matias Rossi, vencedor da primeira prova, fechou o pódio em 3º, tendo sido o piloto mais bem-sucedido no fim de semana em Interlagos. Nelsinho Piquet, aliás, repetiu o bom desempenho da primeira corrida, e repetiu seu 4º lugar, saindo bem satisfeito do resultado conjunto das duas corridas.
Com o resultado da rodada dupla em Interlagos, Thiago Camilo manteve-se na liderança do campeonato da Stock Car, apesar de ter sido apenas 8º e 13º colocado nas duas provas no autódromo paulistano. Camilo (Ipiranga Racing) tem 151 pontos, com Gabriel Casagrande (A. Mattheis Vogel) ocupando a vice-liderança, com 134 pontos. Daniel Serra (RC-Eurofarma) vem colado logo atrás, em 3º, com 131 pontos. Companheiro de Thiago Camilo na Ipiranga Racing, Cesar Ramos é o 4º colocado, com 114 pontos, enquanto o bicampeão Rubens Barrichello (Full Time) é 5º colocado, com 108 pontos. Com a vitória na segunda prova de Interlagos, Ricardo Zonta (RCM) está agora em 6º lugar, com 104 pontos. A próxima etapa da competição será em Goiânia, no dia 27 de agosto.
Depois de vencer as etapas de Detroit e Road America, o espanhol Álex Palou, da Ganassi, mostrou que não estava disposto a descer do degrau mais alto do pódio, e venceu sua terceira corrida consecutiva na temporada 2023 da Indycar, desta vez em Mid-Ohio. Foi seu 4º triunfo na temporada, que fez Palou disparar na classificação do campeonato, no melhor estilo Max Verstappen na F-1. Na classificação, Colton Herta mais uma fez fez a pole-position, em uma demonstração de força do time da Andretti, que também colocou Kyle Kirkwood na 3ª posição, abrindo a segunda fila. Quem também surpreendia na classificação era Graham Rahal, que largava na primeira fila, em 2º lugar, um bom presságio para a equipe Rahal/Letterman/Lanigan, que tem sede justamente ali em Mid-Ohio, tanto que Christian Lundgaard largava em 5º no grid. Só que, na corrida, quem se deu melhor foi a Ganassi, com Palou vencendo a prova, e Scott Dixon terminando em 2º lugar. Will Power, da Penske, fez uma corrida combativa, fechando o pódio na 3º colocação. Para a Rahal, sobrou a consolação de Lundgaard em 4º lugar, enquanto Graham acabou finalizando em 7º, resultado abaixo da expectativa, mas melhor do que o das corridas anteriores. Quem não teve o que comemorar foi a Andretti: depois de largar na pole, Colton Herta terminou a prova numa modesta 11ª posição, enquanto Kyle Kirkwood recebeu a bandeirada num melancólico 17º lugar. Romain Grosjean, por sua vez, largou em 14º para terminar em 13º, e já Devlin DeFrancesco tinha saído em 24º e terminado em 14º. Hélio Castro Neves, em uma corrida novamente abaixo das expectativas, largou em 19º e terminou em 21º.
Mas o destaque da etapa da Indycar em Mid-Ohio foi o espetacular acidente sofrido por Simon Pagenaud, da Meyer Shank, nos treinos. O francês escapou na freada da curva da Praia Chinesa, logo após o trecho de reta onde é dada a largada, o trecho mais veloz da pista. Pagenaud afirmou ter ficado sem freios, e seu carro escapou sem controle na curva, chegando a levantar no ar, e capotar várias vezes após tocar a caixa de brita, indo parar na barreira de pneus. O piloto, apesar de não ter se machucado seriamente, foi diagnosticado com suspeita de concussão cerebral, e vetado de participar da corrida no domingo, tendo sido substituído por Conor Daly. O acidente acabaria tirando Pagenaud das etapas seguintes, desfalcando o time da Meyer Shank também das etapas de Toronto e da rodada dupla de Iowa. Nestas provas, a escuderia optou por correr com Tom Blonqvist (Toronto) e Conor Daly novamente (Iowa). O acidente sofrido por Pagenaud foi muito similar ao ocorrido com Michael Andretti, no mesmo ponto do circuito, em 1998, quando o então piloto defendia a equipe Newmann-Hass. Na época, felizmente o filho de Mario Andretti também saiu ileso do carro após o acidente, ocorrido durante a corrida. Diferente de Simon Pagenaud, que saiu sozinho da pista, o acidente sofrido por Michael se deveu a um toque do piloto com P.J. Jones durante a volta 55 da prova, que acabou catapultando Michael para fora da pista.
A boa fase de Álex Palou na Indycar continuou na etapa seguinte da competição, em Toronto, no Canadá. O astro principal da etapa foi o dinamarquês Christian Lundgaard, da Rahal/Letterman/Lanigan, que marcou a pole, e apesar das estratégias dos concorrentes, soube reassumir a liderança e vencer a corrida com categoria, dando ao time de Bobby Rahal sua primeira vitória na competição desde 2020, quando o time venceu as 500 Milhas de Indianápolis com Takuma Sato. Palou, que largou em 15º, fez uma prova de recuperação, e contou também com a sorte para terminar a corrida na 2º posição, pois na última relargada, seu bico ficou avariado, e na parte final da corrida, ficava sempre ameaçando cair na pista, o que poderia comprometer a posição do espanhol na corrida. Colton Herta, que vinha logo atrás, precisou economizar combustível nas voltas finais, o que impediu que o piloto da Andretti atacasse o rival da Ganassi. Herta também teve que se defender de Scott Dixon, que vinha forte logo atrás, ameaçando sua posição, e isso também ajudou Álex a manter-se firme na 2ª colocação, resultado que fez o espanhol abrir ainda mais sua dianteira na classificação do campeonato. A corrida foi marcada por um enrosco de carros logo na primeira curva, que causou o abandono de vários pilotos, mas felizmente, nenhum problema além dos carros danificados. Outros que ficaram pelo caminho na etapa canadense foram Hélio Castro Neves, cujo carro levou um toque de Kyle Kirkwood; e Romain Grosjean, que mais uma vez deixou de terminar uma corrida por bater com seu carro, uma fase recente que não anda muito boa para o piloto da Andretti...
Apesar da vitória de Josef Newgarden nas 500 Milhas de Indianápolis, a Penske não vinha fazendo uma temporada muito inspiradora, tendo como melhores resultados outra vitória do próprio Newgarden no GP do Texas, e outro triunfo, de Scott McLaughlin no GP do Alabama, sendo que o trio de pilotos da escuderia estava ficando para trás em relação a Palou na disputa pelo título da competição. Mas, nunca se pode subestimar o poderio do time de Roger Penske, e na rodada dupla de Iowa, a equipe pareceu despertar para seus tempos de grande favoritismo. Will Power, o atual campeão da Indycar, fez a pole-position para as duas corridas de forma decisiva. Mas o australiano acabou atropelado na prova por seus companheiros de equipe, com Josef Newgarden, 3º no grid, a se mostrar imbatível no pequeno circuito oval, onde obteve nova vitória, se consolidando como o “rei” de Iowa. Para a Penske, foi um belo triunfo, ainda mais em dobradinha, com McLaughlin terminando em 2º lugar. Patrício O’Ward, da McLaren, também fez uma prova combativa, fechando o pódio na 3ª colocação. Power, o pole, recebeu a bandeirada em 5º lugar. Líder da temporada, Álex Palou fechou a prova em 8º lugar, resultado razoável, visto que ele largou em 7º, e até tentou se intrometer na disputa da vitória com o trio da Penske, mas acabou superado pelos rivais, inclusive pelos companheiros de Ganassi Marcus Ericsson, que terminou em 4º; e Scott Dixon, que foi o 6º. Hélio Castro Neves largou em 14º, e terminou na mesma posição, sem conseguir avançar na corrida na disputa por melhores posições com o carro da Meyer Shank.
Na segunda corrida do pequeno oval do cinturão do milho, deu Penske novamente, e mais uma vez, com Josef Newgarden, que não deu para ninguém no fim de semana. Para a Penske, foi uma repetição do resultado da primeira corrida, com a diferença de que, na dobradinha no pódio, desta vez foi Will Power a terminar em 2º lugar, enquanto Scott McLaughlin terminou em 5º. Palou, por outro lado, fez uma corrida mais combativa, mostrando que não vai largar a liderança do campeonato assim tão fácil, e terminou em 3º lugar, fechando o pódio, e impedindo uma aproximação maior do bicampeão da Penske, que com os dois triunfos em Iowa, reduziu a vantagem do piloto espanhol da Ganassi para 80 pontos, uma diferença ainda considerável, levando-se em conta que restam 5 etapas para fechar a temporada, e Álex não tem dado muita chance para o azar, permitindo uma aproximação mais efetiva dos rivais. Mas tudo ainda pode acontecer, e como a esperança é a última que morre, não se pode dar o bicampeonato por decidido, e se a Penske engrenar nestas corridas finais, tem tudo para ser um adversário perigoso, especialmente com Newgarden, ávido para ir em busca do tricampeonato na Indycar. Olho vivo...
A situação da Honda na MotoGP anda complicada. O péssimo desempenho da moto 2023 não tem agradado sua principal estrela, Marc Márquez, que na ânsia de tentar andar mais do que a moto, tem sofrido um número excessivo de quedas, diante do comportamento instável do protótipo, o que tem desencadeado rumores sobre uma possível saída do hexacampeão par algum time rival, conversa que o próprio piloto tem negado, ainda que a escuderia nipônica diga ser compreensível no momento. Mas não é apenas Márquez que a Honda corre risco de perder. Álex Rins, que compete pela equipe satélite LCR, e que venceu o GP das Américas, em Austin, dando à Honda seu único triunfo na temporada, pode estar de mudança para a Yamaha em 2024. Conversas tem ocorrido, e nada está decidido, mas seria mais um golpe para a marca nipônica, ainda mais perdendo um ativo para a rival Yamaha. Rins segue se recuperando de um acidente sofrido na prova Sprint do GP da Itália, em Mugello, onde fraturou a perna, e não irá participar da prova da Inglaterra, no próximo final de semana. Mas, como desgraça pouca é bobagem, o mais novo revés que a Honda pode sofrer é perder seu time satélite, a LCR, para a concorrência. Houve um contato entre Lucio Cecchinello, dono da escuderia, e a KTM, mas segundo ele, apenas conversas ocasionais, afirmando que não há nada no sentido da LCR deixar a Honda, e mudar para as motos austríacas. Mas isso para a próxima temporada, uma vez que o contrato com a Honda é válido para o próximo ano. Mas, e para 2025? Se a Honda não apresentar melhoras no próximo ano, não pode ser descartada uma possível debandada da LCR para competir com um equipamento mais competitivo, ainda que isso signifique encerrar uma relação com a Honda que completará 19 anos em 2024. Já vimos a Yamaha, com seu mau desempenho, perder seu time satélite RNF para a Aprilia este ano, ficando praticamente sozinha no grid da classe rainha do motociclismo. Situação totalmente oposta à da Ducati, que além do time de fábrica, conta com mais três times satélites no grid: Pramac, Gresini, e VR46. A Honda que trate de encontrar uma maneira de reagir, pois pode acabar perdendo muito mais do que imagina...
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