E já estamos no mês de outubro, com o ano de 2022 entrando em sua reta final, e felizmente, muito melhor do que como começou, com a pandemia da Covid-19 caindo bastante, e podendo retomarmos na maior parte a vida normal que tínhamos antes disso surgir, há quase três anos atrás, e bagunçar por completo o dia-a-dia de todo o nosso planeta. O dilema ainda persiste, mas já sem causar tanto alvoroço como antes, graças à vacinação, que aos poucos vai transformando o coronavírus em apenas mais uma doença com a qual teremos de conviver daqui para frente, assim como várias outras. No mundo do automobilismo, tivemos um ano já praticamente normal, com os campeonatos sendo disputados como se planejavam, e com percalços comuns. E que tudo continue melhorando cada vez mais, com todos os países, com algumas exceções, podendo retomar suas rotinas de sempre. No mundo do automobilismo, vários certames iniciam suas retas finais, com alguns deles, já tendo se encerrado, como a Indycar. Mas ainda devemos ter pelo menos dois meses cheios de disputas pela frente, antes que possamos dar o ano por encerrado, neste que é o último trimestre de 2022. E é hora de mais uma edição da sessão Flying Laps, relatando alguns acontecimentos do mundo da velocidade neste último mês de setembro, como a Stock Car Brasil, Indycar, e MotoGP, sempre com alguns comentários rápidos a respeito de cada um deles. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início do próximo mês...
A Stock Car disputou no último final de semana de setembro uma rodada dupla na pista de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Largando na pole-position, Ricardo Maurício, da equipe RC Eurofarma, liderou a corrida praticamente de ponta a ponta, segurando as investidas de Rubens Barrichello, da Fulltime, que terminou a prova na 2ª posição, com Daniel Serra, da RC Eurofarma, completando o pódio em 3º lugar, após a punição do argentino Andi Jakos em 20s por cruzar a linha de entrada dos boxes na corrida. Logo no início da prova, Felipe Massa, Cesar Ramos, e Allam Kodhair, acabaram se enroscando, com os três pilotos dando adeus à corrida, mas sem maiores consequências. Líder do campeonato, Gabriel Casagrande, da equipe Mattheis Vogel, finalizou a corrida em 4º lugar, mantendo uma boa vantagem na classificação da temporada. Bruno Baptista, da equipe RCM Motorsport, foi o 5º colocado. Nelsinho Piquet, da equipe Motul TMG, teve problemas no seu carro, que sofreu um superaquecimento, obrigando-o ao abandono.
Rubens Barrichello esteve em grande forma em Santa Cruz do Sul. Além de duelar pela vitória na primeira corrida da rodada dupla, onde terminou em 2º lugar, o ex-piloto de F-1 venceu a segunda corrida, depois que Thiago Camilo acabou desclassificado. Matias Rossi, da equipe Mattheis Vogel foi o 2º colocado, com seu companheiro de equipe Gabriel Casagrande fechando o pódio em 3º lugar. Com o resultado, Casagrande manteve firme a liderança do campeonato, com 259 pontos, enquanto Rubinho subiu para a 3ª posição, com 239 pontos, 20 de diferença para Gabriel. Daniel Serra, que conquistou a 5ª posição na corrida de domingo, está na vice-liderança da competição, com 241 pontos. Matias Rossi é o 4º colocado, com 236 pontos, mostrando que o campeonato pode ter uma boa briga pelo título entre estes quatro pilotos.
Mas o destaque da segunda corrida da Stoc Car em Santa Cruz do Sul foi, infelizmente, um acidente ocorrido dentro dos boxes, onde alguns mecânicos acabaram se ferindo no toque de alguns carros na passagem da área do pit lane. Durante a janela de pit-stops obrigatória na prova, Denis Navarro (equipe Cavaleiro) foi liberado da parada, voltando para a área de tráfego do box, e acertou Pedro Cardoso (Crown Racing), que vinha no embalo logo atrás, sem ter como desviar. O toque entre ambos fez com que o carro de Navarro desviasse para a área de pits, acertando o carro de Bruno Baptista (RCM Motorsport), que fazia sua parada, atingindo os mecânicos que lhe atendiam. Três deles acabaram envolvidos, sendo um deles atropelado e ficando prensado entre os carros. Lucas Loures foi o mais prejudicado, tendo sido levado de ambulância para o hospital com fratura confirmada na perna direita. Daniel Asensio também foi parar no hospital com fratura no joelho. Eslaeu Correia, por sua vez, deu sorte, pois teve apenas leves escoriações, e até seguiu trabalhando normalmente. A Stock Car confirmou que os mecânicos ficaram bem, felizmente, apesar do susto. Com o problema nos boxes, a direção de prova precisou acionar o Safety Car, o que demorou para fazer, causando algum rebuliço e mais preocupação nos boxes, além de provocar discussões acaloradas entre os envolvidos no acidente. O drama do acidente fez com que a festa do pódio não tivesse a tradicional comemoração de champanhe, em respeito aos mecânicos acidentados. Como resultado da liberação insegura do carro de Denis Navarro, os comissários da corrida anunciaram um acréscimo de 20s ao tempo do piloto, além de uma multa para sua equipe, a Cavaleiro Sports. O problema poderia ter sido ainda maior, uma vez que um ou outro carro acabou passando pelo local da confusão, escapando por pouco de se envolver no acidente, que felizmente só não foi mais grava pelo fato dos carros trafegarem com velocidade controlada no pit lane, o que evitou ferimentos maiores nos mecânicos envolvidos.
Além da vitória na segunda corrida de Santa Cruz do Sul, Rubens Barrichello teve outra vitória neste mês de setembro. O piloto brasileiro participou da etapa de Valleleunga, válida pelo Campeonato Italiano de Endurance GT3, pela equipe Scuderia Baldini, em parceira com outro ex-piloto de F-1, o italiano Giancarlo Fisichella, que anotou a pole-position para a corrida, e pilotou o carro na primeira parte da corrida. Rubinho assumiu o carro em seguida, e manteve o forte ritmo imposto por Giancarlo, conquistando o primeiro lugar na prova. De certa forma, foi um “retorno” de Barrichello à Ferrari, já que ele pilotou um modelo Ferrari 488, lembrando os tempos em que defendeu a marca italiana na F-1, entre as temporadas de 2000 e 2005, quando anotou 9 vitórias e dois vice-campeonatos.
A Indycar anunciou o calendário da categoria para 2023, e não houve praticamente nenhuma mudança em relação ao calendário realizado neste ano. Permanecem as mesmas 17 corridas, tendo início no dia 05 de março, com a prova em São Petesburgo, e encerrando no dia 10 de setembro, com a corrida de Laguna Seca. Texas, Iowa e Gateway continuam sendo as únicas corridas em ovais da temporada, além da tradicional 500 Milhas de Indianápolis. Confiram as datas: 05/03 - GP de São Petesburgo; 02/04 - GP do Texas; 16/04 - GP de Long Beach; 30/04 - GP do Alabama; 13/05 - GP de Indianápolis 1; 28/05 – 500 Milhas de Indianápolis; 04/06 - GP de Detroit; 18/06 - GP de Road America; 02/07 - GP de Mid-Ohio; 16/07 - GP de Toronto; 22/07 - GP de Iowa 1; 23/07 - GP de Iowa 2; 06/08 - GP de Nashville; 12/08 - GP de Indianápolis 2; 27/08 - GP de Gateway; 03/09 - GP de Portland; 10/09 - GP de Laguna Seca.
Heptacampeão da Nascar, Jimmie Johnson resolveu se aventurar na Indycar nos últimos dois anos, procurando novas emoções na carreira. Defendendo a equipe Ganassi, Johnson disputou a maioria das corridas da temporada de 2021, ficando de fora apenas das provas em pistas ovais. O veterano piloto enfrentou muitas dificuldades na adaptação ao monoposto da Indy, andando sempre do meio do pelotão para trás, o que o fez terminar o ano apenas em 26º lugar, marcando 108 pontos. Nesta temporada, ele optou por correr em todas as provas, inclusive nos ovais, onde teve seus resultados mais destacados, um 5º lugar em uma das provas de Iowa, e um 6º no Texas. Ele também melhorou um pouco sua performance nas pistas mistas e de rua, mas mesmo assim, ficou bem distante dos demais pilotos da Ganassi, terminando a temporada de 2022 em 21º lugar, com 214 pontos marcados. E agora, para 2023, o piloto declarou que não deverá mais competir na Indycar a tempo integral, optando por participações eventuais na categoria, sem especificar quais provas ele deve correr. Jimmie justificou sua decisão afirmando que “ainda tenho o desejo de competir, mas em termos de uma temporada completa, é necessário, a energia, o esforço e o tempo fora de casa, todos são comprometimentos para dar o seu melhor. Eu não estou aqui agora, e sinto que 2022 completou muitos itens na minha lista”, de modo que ele não conseguiria manter a dedicação necessária para competir em alto nível na categoria. Johnson já declarou também que gostaria de disputar as 24 Horas de Le Mans, compromisso que poderá tentar no próximo ano, ao se afastar da disputa do campeonato da Indycar. A Ganassi já indicou que está aberta para receber Johnson nas corridas de 2023 que ele quiser participar, ao lado do já confirmado trio de pilotos da escuderia, Scott Dixon, Marcus Ericsson, e Álex Palou.
A MotoGP divulgou o seu calendário provisório para a temporada 2023, e a exemplo da F-1, também terá o maior campeonato de sua história, com 21 etapas, Dentre as novidades, termos os GPs da Índia e do Cazaquistão, que deverão fazer suas estreias na competição, embora ainda estejam para serem oficialmente confirmados, necessitando de homologação das pistas por parte da FIM – Federação Internacional de Motociclismo. Portimão irá abrir a temporada, em março, com o tradicional GP de Valência fechando o ano no final de novembro. A exemplo da categoria máxima do automobilismo, o calendário inchado também preocupa a classe rainha do motociclismo, que se preocupa com a logística e cansaço que um campeonato tão longo poderá ter em seus participantes e no pessoal das equipes. Confiram as datas: 26.03 – GP de Portugal; 02.04 – GP da Argentina; 16.04 – GP das Américas; 30.04 – GP da Espanha; 14.05 – GP da França; 11.06 – GP da Itália; 18.06 – GP da Alemanha; 25.06 – GP da Holanda; 09.07 – GP do Cazaquistão; 06.08 – GP da Grã-Bretanha; 20.08 – GP da Áustria; 03.09 – GP da Catalunha; 10.09 – GP de San Marino; 24.09 – GP da Índia; 01.10 – GP do Japão; 15.10 – GP da Indonésia; 22.10 – GP da Austrália; 29.10 – GP da Tailândia; 12.11 – GP da Malásia; 19.11 – GP do Qatar; 26.11 – GP de Valência. O GP de Aragón, na Espanha, acabou dançando na programação da nova temporada, aceitando entrar em um revezamento com outras corridas realizadas na Espanha. Já a prova do Qatar, que tradicionalmente abria a temporada, ficou para o final da temporada, uma vez que a pista de Losail passa por reformas, e não estaria pronta a tempo de sediar o GP que normalmente ocorria em março. Das pistas, enquanto o autódromo de Sokol, que sediará a nova corrida no Cazaquistão é completamente inédita, o circuito de Buddh, na Índia, é o mesmo que já recebeu a F-1 há anos atrás, entre as temporadas de 2011 a 2013, e que agora receberá a MotoGP. E ainda não vai ser desta vez que a Finlândia fará sua entrada na categoria, com a etapa nórdica praticamente nem sendo mencionada no release da Dorna, o que indica que a situação da corrida finlandesa está tendo outros problemas para serem resolvidos antes que possa realmente entrar no calendário da classe rainha do motociclismo.
Marc Márquez fez seu retorno à MotoGP depois de obter liberação dos médicos em sua recuperação. A volta do hexacampeão, ocorrida na prova de Motorland Aragón, na Espanha, contudo, não foi do jeito que ele gostaria. O piloto da Honda acabou se envolvendo em dois acidentes, e teve sorte de não sofrer maiores problemas, o que não pôde ser dito dos outros pilotos que acabaram envolvidos. Ainda na primeira volta, uma súbita desacelerada da moto de Marc pegou o atual campeão, Fabio Quartararo, que vinha embutido para tentar uma ultrapassagem, e surpresa, de modo que o piloto da Yamaha atingiu a traseira da Honda do espanhol, caindo para fora da pista, e tendo muita sorte de não sofrer ferimentos graves ao ser atingido por sua própria moto. Mais adiante, com a moto sofrendo as consequências do impacto por trás da Yamaha de Quartararo, Márquez acabou não conseguindo evitar um toque com o japonês Taakaki Nakagami, da equipe LCR, o que resultou na queda do nipônico, que sofreu ferimentos nos dedos de uma das mãos, e abandonou a corrida, o mesmo acontecendo com Quartararo. Com a moto comprometida, não restou a Márquez também abandonar a prova, indo aos boxes da LCR e da Yamaha para se desculpar com os rivais envolvidos nos acidentes, explicando que seu equipamento perdeu repentinamente a velocidade, o que resultou no choque de Fabio, e depois, desequilibrada pela batida, acabou levando-o a se tocar com Nakagami. Líder do campeonato, o prejuízo para Quartararo só não foi maior porque Enea Bastianini, num duelo espetacular, roubou a vitória de Francesco Bagnaia no final da corrida, o que impediu que o italiano da equipe oficial da Ducati reduzisse ainda mais sua vantagem na liderança do campeonato, já que “Peco” vinha de quatro vitórias consecutivas nas últimas corridas, reduzindo sistematicamente a vantagem acumulada pelo atual campeão, que vê seu rival se aproximando muito rápido e colocando em risco suas chances de chegar ao bicampeonato na atual temporada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário