sexta-feira, 26 de novembro de 2021

SÉBASTIEN OGIER OCTA NO WRC

Sébastien Ogier conquistou o título do Mundial de Rali de 2021, e com categoria, vencendo 5 provas na temporada, como no Rali da Sardenha, onde fez os rivais mais uma vez comerem sua poeira.

            A temporada 2021 do Campeonato Mundial de Rali consagrou mais uma vez o francês Sébastien Ogier, que chegou a nada menos do que seu oitavo título na competição, escrevendo definitivamente seu nome entre os anais da competição off-road mundial. O piloto francês, que garantiu à equipe Toyota o seu terceiro título consecutivo na competição off-road, venceu nada menos do que 5 provas na temporada, de um total de 12 etapas, e levou o título com muitos méritos, mas não sem ter de suar o macacão, em especial com competição dentro da própria equipe, tendo o britânico Elfyn Evans como grande rival na luta pelo título. Ogier chegou ao título com 230 pontos na temporada, contra 207 de Evans, que ficou com o vice-campeonato, garantindo uma dobradinha para a Toyota. Uma diferença de apenas 23 pontos, que pode parecer muito, mas não foi tanta assim, já que pode se marcar até 30 pontos por etapa, dependendo do desempenho nos treinos e fases da etapa. Qualquer revés poderia ter sido fatal para cada um deles, e estamos falando de competições off-road, onde tudo pode ser imprevisível, bem diferente das competições realizadas em autódromos, onde as condições são mais conhecidas e controladas.

            Com sete presenças no pódio cada um, pesou na conta os triunfos de Ogier, 5, contra apenas 2 de Evans. O francês acumulou também 2 terceiros lugares. Já o britânico, apesar de vencer menos, conseguiu mais constância em terminar no pódio, com 5 segundos lugares, mostrando que ele estava ali por perto para abocanhar a vitória. Algo que só não foi mais efetivo porque destes segundos lugares, 4 deles foram obtidos assistindo à vitória do piloto francês. Mas a constância de Elfyn colocou sempre pressão sobre Ogier, que não podia pisar em falso e ficar longe de resultados pontuáveis. Tanto que a pior colocação de Evans foi o 10º lugar no Rally Safari, enquanto Ogier amargou uma 20ª colocação na etapa do Rali do Ártico, a segunda etapa do campeonato, no que foi a única etapa em que Ogier não acabou classificado nos pontos.

            O feito de Ogier garante a ele a segunda posição mais alta nos anais do Mundial de Rali, com o francês ficando abaixo somente de seu rival e compatriota Sébastien Loeb, com seus incríveis nove títulos conquistados na história da competição. Curiosamente, ambos agora compartilham similaridades, e também causaram certa frustração em seus fãs. Isso porque Ogier, a partir de 2022, não pretende mais participar do Mundial de Rali de forma integral, preferindo participações ocasionais, para dedicar-se a outros projetos, atitude que Loeb também tomou anos atrás. Loeb, que chegou à incrível marca de 9 títulos no WRC, tem seu feito muito valorizado por terem sido 9 títulos consecutivos na competição, obtidos entre 2004 e 2012. Quando anunciou que a partir de 2013 não iria mais correr o mundial em tempo integral, ficou a enorme dúvida se ele conseguiria chegar ao seu 10º título, e conseguir um score perfeito de 10 títulos em 10 anos no campeonato. A dúvida ficou mais permanente porque, das apenas 4 etapas que Loeb participou em 2013, ele venceu 2 e subiu ao pódio em 2º em outra, abandonando a outra etapa. Para muitos, ele poderia muito bem ter faturado o seu 10º título, e ostentar um currículo ainda mais impressionante.

            E agora, Ogier, que por coincidência iniciou seu reinado justamente em 2013, quando Loeb desistiu de participar do WRC a tempo integral, toma o mesmo caminho, mas com um troféu de campeão a menos que seu compatriota. Todos se perguntavam se ele conseguiria igualar, e quem sabe, superar as conquistas de Loeb. Bom, sejamos justos: ele tentou. Foram 8 títulos desde 2013, mas tendo perdido a disputa em um ano, 2019, quando acabou em 3º lugar, sendo superado por Ott Tanak, o campeão, e por Thierry Neuville, que conquistou naquele ano seu quarto vice-campeonato consecutivo. O piloto belga, aliás, foi o maior derrotado nas confrontações com Ogier, tendo amargado o segundo lugar nas temporadas de 2013, 2016, 2017, e 2018, para não mencionar que este ano, ele terminou a temporada em 3º lugar, defendendo a Hyundai, recuperando um pouco o terreno perdido em 2020, quando finalizou o ano em quarto na competição. Apesar de ter vencido duas provas, o belga perdeu terreno ao ficar sem pontuar bem em alguns momentos, permitindo que a dupla da Toyota escapasse na dianteira. Mas se saiu melhor que Ott Tanak, que foi campeão em 2019, mas este ano terminou a temporada em 5º lugar, com apenas 126 pontos, contra 176 de Neuville. O belga venceu duas provas, enquanto Tanak, apenas uma. E para a Toyota, além de ter feito 1-2 na temporada, com Ogier campeão e Evans vice-campeão, também teve o finlandês Kalle Rovanperä terminando em 4º lugar, tendo vencido duas provas este ano, que somadas aos triunfos do campeão e vice, rendeu à Toyota nada menos do que 9 vitórias na temporada, sobrando as restantes 3 vitórias no ano para a rival Hyundai, que amargou uma boa derrota na competição para o time nipônico.

Como Sébastien Ogier agora pretende correr apenas eventualmente no WRC, a menos que volte a atrás em 2023, ele estaciona em seus oito títulos, tendo perdido a chance de igualar o feito do compatriota com seus nove canecos consecutivos, um feito que muitos de seus fãs, e do WRC, gostariam de vê-lo conseguir, para não mencionar aqueles que sonhavam com Ogier indo além e faturando um 10º título.

Seja na neve, no barro, ou na terra, Ogier até teve que suar um pouco o macacão este ano, mas novamente mostrou sua classe no mundial off-road.

            Mas, com menos títulos que Loeb, Ogier tem um feito a mais para se orgulhar na medição de forças com seu compatriota: enquanto Loeb venceu todos os seus campeonatos defendendo uma única equipe, a Citroen, Ogier faturou seus títulos por três marcas diferentes. As temporadas de 2013, 2014, 2015, e 2016 foram pela Volkswagen; as de 2017 e 2018 pela Ford; e as de 2020 e 2021 pela Toyota. Conquistas que não podem ser menosprezadas. Sébastien Loeb venceu 79 provas, em 180 participações, tendo subido ao pódio 119 vezes. Ogier faturou 54 provas de um total de 168 participações, com 91 pódios. Dois currículos gigantescos, que agora fazem parte da história do Mundial de Rali, com todos os méritos de seus detentores.

            Para 2022, Elfyn Evans é tido como o homem a ser batido, na ausência de Sébastien Ogier. Será que o britânico aproveitará a chance sem o vitorioso parceiro de time octacampeão na disputa? Ogier aproveitou a saída de Loeb para impor sua dinastia. Veremos outra surgir a partir daqui? A conferir no próximo ano nas trilhas off-road do WRC...

 

 

Lewis Hamilton venceu o GP do Qatar, e apimentou a disputa pelo título da temporada 2021 da Fórmula 1. O triunfo do heptacampeão reduziu a vantagem de Max Verstappen, que era de 14 pontos, para 8, e só não ficou em 7 porque o holandês da Red Bull conseguiu marcar a volta mais rápida e garantir o ponto extra, tendo terminado a prova em Losail na 2ª colocação. Hamilton marcou sua 102ª pole-position, a primeira desde a etapa da Hungria, e não deu chances para o azar. Com um carro rendendo bem, o inglês foi abrindo vantagem sobre Verstappen paulatinamente, até criar uma margem de segurança na liderança. E com uma marcação firme da Mercedes sobre a Red Bull, com o time alemão a marcar a rival austríaca, eles repetiram a mesma estratégia, impedindo que Verstappen e sua equipe tentassem surpreender na estratégia, como haviam feito em outras oportunidades, Hamilton chegou à sua 102ª vitória na carreira. Ainda que Lewis Hamilton tenha tido certa vantagem no grid com a punição do holandês, que perdeu 5 posições na largada por não ter reduzido seu ritmo sob bandeiras amarelas no fim do treino de classificação, não havia muito o que Max pudesse fazer para evitar o triunfo do adversário, preferindo minimizar os danos. Para a Mercedes, contudo, a vitória de Hamilton foi apenas o lado positivo da etapa do Qatar, já que Valtteri Bottas mais uma vez largou de forma horrorosa, e passou boa parte da corrida tendo de recuperar posições na pista, acabando por abandonar a prova. Com Sergio Perez tendo largado apenas em 11º e tendo de fazer também uma corrida de recuperação, terminando em 4º lugar, a Red Bull continua acossando a rival Mercedes no Mundial de Construtores, mas com o time rubrotaurino estando agora 5 pontos atrás da equipe alemã. O duelo para as etapas finais promete ser bem ferrenho. Para o time dos energéticos, uma preocupação foi a Mercedes revelar que Hamilton correu em Losail com o motor utilizado desde a Turquia, já com alguma quilometragem, sendo que o motor utilizado em Interlagos foi poupado para as duas provas finais, em especial a de Jedah, na Arábia Saudita, semana que vem, onde os motores serão bem exigidos nos longos trechos de retas do novo circuito no calendário.

Lewis Hamilton: nova vitória em Losail esquentou a disputa pelo título de 2021, faltando duas provas para o encerramento da temporada.

 

 

O fato de contar com uma unidade de potência mais nova e em melhor estado é motivo de preocupação para a Red Bull, com a possibilidade de Verstappen sofrer uma nova derrota na pista árabe como ocorreu em Interlagos. Como a unidade de potência da Honda não perde tanto desempenho com mais quilometragem como ocorre com a unidade da Mercedes, o time austríaco alega que uma troca do motor V-6 não renderia os mesmos resultados vistos no time rival na etapa do Brasil, mas se comenta que a Honda poderá adotar um mapeamento mais agressivo de seu propulsor, liberando mais potência, a fim de tentar neutralizar a vantagem da Mercedes. A aposta, entretanto, pode ser arriscada se a confiabilidade for comprometida, pois um abandono seria fatal para as aspirações de título por parte de Max Verstappen e da Red Bull. Christian Horner tenta manter o otimismo, afirmando que mesmo que Jedah seja uma pista favorável para a Mercedes, tudo só será resolvido em Yas Marina, e com a pista de Abu Dhabi tendo passado por mudanças em alguns trechos para permitir mais ultrapassagens, a disputa está completamente em aberto, e eles confiam em poder responder na pista à aparente retomada de performance do carro alemão. Não dá para cravar um favorito no atual momento. Se Hamilton vencer novamente, e Verstappen for 2º colocado, o holandês chega à última corrida com 1 ponto de vantagem, se Lewis não obter o ponto extra da volta mais rápida. Assim, o resultado em Yas Marina seria crucial: quem chegar na frente leva o campeonato, simplesmente, de modo que para Hamilton se garantir, o heptacampeão só tem uma meta possível: vencer as duas corridas. Algo que não é impossível, mas que vai exigir concentração total, e erro zero, tanto por parte de Lewis quanto da Mercedes. E a Red Bull vai dar tudo por tudo nestas últimas duas corridas.

 

 

E não é que Fernando Alonso vem surpreendendo em seu retorno à F-1 este ano, depois de passar dois anos fora competindo em outras categorias? Muitos achavam que o espanhol poderia repetir a sina de Michael Schumacher, que em seu retorno à categoria máxima do automobilismo depois de três anos de ausência acabou não tendo as performances que se esperava. E de início, Até parecia que seria assim, com Esteban Ocón se sobressaindo sobre o velho bicampeão de F-1 no início da temporada. Mas Alonso ameaçava: “Me deem cinco corridas que eu me entendo com esse carro”. E não é que a bravata era mesmo real? Fernando pegou o jeito do carro, e desde então, virou o jogo dentro da Alpine, superando Ocón com certa folga. E embora o francês tenha obtido uma inegável vitória na Hungria, ele não conseguiu retomar a posição perdida para o asturiano, mas longe de se desentenderem como companheiros de equipe na pista e nos boxes. E Alonso mostrou que ainda tem lenha para queimar ao terminar a prova de Losail em um belo 3º lugar, tendo largado justamente dessa posição. O espanhol andou forte durante toda a corrida, de modo que não foram apenas os azares alheios a garantirem-se esse belo resultado, que marcou sua volta ao pódio, depois de muitos anos amargando resultados inferiores. Só para lembrar, o último pódio do bicampeão tinha sido em 2014, quando ele terminou o GP da Hungria em 2º lugar, ainda defendendo a Ferrari. Desde então, Alonso passou completamente longe do pódio em sua segunda passagem pela McLaren, de 2015 a 2018. Se a Alpine acertar a mão com o carro de 2022, Alonso ainda pode surpreender na F-1, mesmo sendo o piloto mais velho do grid no próximo ano, com a aposentadoria de Kimi Raikkonen. E muitos gostariam de vê-lo com um carro efetivamente competitivo, que lhe desse a oportunidade de brigar novamente por vitórias, e quem sabe, o título. Será que o sonho do tricampeonato pode renascer? Seria muito bom para a categoria ver Alonso exibir de novo toda a sua capacidade com um carro vencedor, onde pudesse apimentar a disputa com Lewis Hamilton e Max Verstappen. Sonhar ainda é válido...

Fernando Alonso no pódio de Losail com um excelente 3º lugar. Velho, pode ser, acabado, nem um pouco. Experimentem dar um carro mais competitivo para ele para ver o que acontece...

 

 

A Bandeirantes não pode reclamar de ter abraçado a F-1 este ano. Além do excelente campeonato, com uma disputa homem a homem entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, a emissora tem sabido dar valor à categoria máxima do automobilismo, a ponto de, durante parte do Grande Prêmio do Brasil, ter assumido o primeiro lugar na audiência, superando até mesmo a Globo, a antiga emissora da F-1, ainda que com índices mais modestos. E durante a prova do Qatar, a emissora do Morumbi conseguiu chegar à vice-liderança, ficando atrás somente da Globo, mas superando as demais no horário. Resultados para lá de positivos. Tanto que já se comenta nos bastidores da Globo que a ordem seria “retomar” a F-1, e outros torneios esportivos “perdidos” ou “dispensados”, como a Copa Libertadores da América. Bem, a Bandeirantes tem contrato para exibir a F-1 também em 2022, de modo que a Globo só poderia retornar a transmitir a categoria em 2023. O ponto forte da Globo é seu cacife financeiro, e sua audiência, a maior dos canais abertos no Brasil. Mas a emissora não vinha dando o devido valor à F-1 nos últimos anos, algo que a Bandeirantes está sabendo fazer muito bem. Há pontos a melhorar, obviamente, mas o saldo das transmissões em 2021 é amplamente superior ao que se viu nos últimos anos na emissora carioca, de modo que os fãs sentem arrepios com a possibilidade da Globo recuperar a F-1 para si, e voltar a fazer novamente uma cobertura sem o devido respeito para com o fã da velocidade. Tudo está nas mãos da Liberty Media, que certamente vai pesar os prós e contras na hora de renovar com a Bandeirantes para a temporada de 2023: o que valerá mais: o cacife financeiro da Globo, ou ter uma audiência mais qualificada com a Bandeirantes, mesmo que menor? Às vezes, menos é mais, e todos esperam que a Bandeirantes siga firme com a F-1 por várias outras temporadas, pois não há garantia alguma de que voltando à sua antiga casa a Globo não voltasse a decepcionar os fãs. Fora que a Globo ainda poderia fazer pirraça, e montar um time de transmissão totalmente novo, desprezando os bons nomes do time que a Bandeirantes criou justamente com seus ex-profissionais. Não que eles sejam insubstituíveis, mas tem demonstrado esforço em sua nova casa e mostrado uma transmissão mais leve e menos engessada, ao contrário do que ocorria na Globo. Um esforço e pessoal que não podem ser perdidos a troco de picuinhas e rixas internas da emissora carioca, que adora fazer e se desfazer de seus profissionais quando lhe convém...

 

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – NOVEMBRO DE 2021


            E o mês de Novembro já está acabando, e estamos a pouco mais de trinta dias para encerrarmos 2021, um ano que continuou muito complicado, por causa da pandemia mundial da Covid-19, que apesar dos esforços de vacinação mundo afora, ainda não foi vencida, tendo agora como maior ameaça a turma dos ignorantes que rejeita a vacina, e faz com que o drama dos casos e mortes continuem em níveis bem preocupantes. O mundo da velocidade. Com altos e baixos, seguiu em frente, com suas várias competições em vários lugares do mundo, e quase todos os campeonatos já se encerrando, com poucas provas ainda no mês de dezembro. E com o fim de mais um mês, chegou a hora de termos mais uma edição da Cotação Automobilística, com o tradicional balanço e avaliação de alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade nestas últimas semanas, com comentários sobre cada situação, no tradicional esquema já conhecido por todos: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, tenham todos uma boa leitura, e cuidem-se todos. E até a próxima edição da Cotação Automobilística, no mês que vem, com as avaliações sobre os acontecimentos finais no último mês do ano, e podermos seguir rumo a 2022...

 

 

EM ALTA:

 

Sébastien Ogier: O piloto francês despede-se como competidor em tempo integral do Mundial de Rali com mais um título, o oitavo, garantindo mais um troféu em seu extenso currículo, e para seu time, a Toyota. E teria todas as condições de lutar por mais um caneco em 2022, se não tivesse decidido dar outros rumos à sua carreira profissional, algo que ele tem todo o direito. Os fãs ficarão órfãos das conquistas deste extraordinário piloto francês, assim como ficaram de seu compatriota Sébastien Loeb, anos atrás, quando o piloto também decidiu mudar de ares, deixando de competir na categoria a tempo integral. Se sempre ficou a dúvida se Loeb conquistaria um 10º título na competição (ele parou com 9 títulos consecutivos), os fãs certamente ficarão na dúvida se Ogier conseguiria igualar o número de títulos de Loeb, já que fica faltando apenas um para isso. Quem sabe Ogier não muda de idéia e permanece no WRC a tempo integral por mais algum tempo...? Seus fãs adorariam, mas seus rivais tremeriam nas bases, como tremeram todos estes anos em que fracassaram em impedi-lo de ser campeão. Vida longa a Sébastien Ogier!

 

Lewis Hamilton: O piloto inglês deu um verdadeiro show na etapa de Interlagos, mostrando um desempenho impressionante tanto na corrida Sprint quanto na corrida do domingo. Tendo duas punições técnicas para cumprir, o heptacampeão ressurgiu na luta pelo título da temporada contra o holandês Max Verstappen, que havia lhe imposto duas derrotas nas provas dos Estados Unidos e da Cidade do México, dando a entender que conquistaria com alguma facilidade o título da temporada de 2021 da F-1. Mas, como Lewis mencionou, “o jogo não terminou”, e se ele não chegar ao seu 8º título, ao menos irá cair lutando até o fim, como demonstrou também no GP do Qatar, onde conquistou outra vitória, e reduziu a desvantagem para o piloto da Red Bull para 8 pontos, colocando mais lenha na fogueira das duas provas que ainda faltam para encerrar a temporada deste ano. E Hamilton ainda expressou sua admiração por Ayrton Senna e o Brasil ao empunhar a bandeira nacional na pista de Interlagos, após vencer a corrida, e levando-a também para o pódio, lembrando o gesto do falecido tricampeão brasileiro de quem sempre foi um grande fã. Lewis vem lutando como pode este ano, no que promete ser talvez o mais suado título de sua carreira, competindo contra Max Verstappen que pela primeira vez tem um carro capaz de leva-lo ao título, e enganam-se aqueles que desmerecem as conquistas do inglês, que chegou a impressionantes 102 poles, e 102 vitórias na carreira.

 

Despedida de Valentino Rossi da MotoGP: O “Doutor” despediu-se dos fãs na pista do circuito de Valência com uma apresentação mais digna em termos de resultados nesta temporada de adeus da classe rainha do motociclismo, largando em 10º e finalizando na mesma posição. O pódio de despedida não veio, mas Valentino foi aclamado por todos no circuito espanhol, e cumprimentado por todos após a bandeirada, dando por encerrada uma era na MotoGP, após 26 anos competindo nas duas rodas, tornando-se um dos maiores ícones do esporte a motor em toda a sua história, e tendo popularizado a competição que tanto amou pelo mundo afora. Logo após a bandeirada, o piloto de Tavulia já foi incluído pela Dorna no rol das lendas do motociclismo, ao lado de outros grandes ídolos do passado, como Giácomo Agostini, o único a ter mais conquistas que Rossi na história das competições de duas rodas. O legado do heptacampeão é imenso, e a MotoGP só tem a lhe agradecer por tanta devoção à competição como teve nestas duas décadas e meia, inspirando toda uma geração de pilotos que sonharam seguir seus passos. Valentino agora passará a ocupar o lado de dentro dos boxes, no comando de seu time VR46, aplacando um pouco a saudade que seus fãs terão de não vê-lo mais acelerando nas pistas. Grazie, Dottore! Grazie!

 

Gabriel Casagrande na liderança da Stock Car: Faltando uma etapa para o encerramento do campeonato da Stock Car Brasil, Gabriel Casagrande chegará à derradeira prova como o favorito para levar o título da temporada, com 336 pontos, com 311 do vice-líder Daniel Serra, já contando os pontos de descartes da competição. Serra, já tricampeão da categoria de turismo nacional, quer o tetracampeonato, e não desanima diante da desvantagem de 25 pontos para Casagrande. Mas Gabriel tem conseguido manter a situação sob controle, e se nada de inesperado acontecer, pode levantar o caneco na prova final, em Interlagos, e conquistar seu primeiro título na competição. Mas, a vantagem na pontuação não é motivo para baixar a guarda, e o piloto certamente não vai querer dar mole para os rivais. Serra precisava ter descontado parte da pontuação na última etapa, mas os planos não correram como ele esperava, e viu o rival abrir ainda mais a vantagem na liderança. A maior esperança de Serra é que a etapa final em Interlagos será rodada dupla, e não uma prova única, com a primeira corrida oferecendo 30 pontos ao vencedor, e 24 pontos na segunda corrida, tendo um total de 54 pontos em jogo. Por isso mesmo, qualquer passo em falso pode ser crucial para a vitória ou a derrota. Quem vai levar a taça de 2021?

 

Brasileiros campeões no IMSA Wheather Tech: Felipe Nasr e Pipo Derani conquistaram o título no campeonato de endurance dos Estados Unidos, o IMSA Wheather Tech Sportscar Championship, na principal categoria, a dos protótipos. Defendendo a equipe Whelen Engineering Racing, a dupla brasileira teve 4 vitórias nas 12 etapas do campeonato de 2021, superando a dupla formada pelo português Felipe Albuquerque e Ricky Taylor, da equipe Konica Minolta Acura por apenas 11 pontos. Aliás, foi o primeiro título para Derani, que está fazendo seu nome no automobilismo norte-americano com grande desenvoltura. Para Felipe Nasr, foi o bicampeonato na categoria de endurance, já tendo sido campeão em 2018. Nasr deixa o time por cima, embarcando em novos projetos, dos quais se especula a participação de Roger Penske no programa dos Hypercarros no WEC, uma missão de grande responsabilidade, ainda mais defendendo a Penske, enquanto Derani segue na Whelen visando conquistar também o seu bicampeonato no IMSA no próximo ano. E ambos os pilotos tem tudo para continuarem brilhando em 2022, sejam em que campeonato estiverem.

 

 

 

NA MESMA:

 

Ducati vice novamente na MotoGP: Depois de amargar três vice-campeonatos consecutivos com Andrea Dovizioso, sempre derrotado por Marc Márquez, o time italiano resolveu trocar toda a sua dupla de pilotos titular para a temporada de 2021, visando voltar a conquistar um título na classe rainha do motociclismo. Mas, apesar de ter a melhor moto do grid na maior parte da temporada, o time voltou a cometer erros nos boxes, ao mesmo tempo que sua nova dupla de pilotos também demorou para engrenar, principalmente Francesco Bagnaia, que só foi obter sua primeira vitória na 13ª etapa de um total de 18. O italiano desembestou a partir dali, obtendo mais 3 triunfos, mas já tendo de correr contra o tempo frente a um inspirado Fabio Quartararo que já havia construído uma vantagem significativa, e tinha paciência para administrar os resultados. Bagnaia apenas conseguiu repetir o feito de Dovizioso, e ficar com o vice-campeonato, por uma diferença de 26 pontos para o piloto da Yamaha. Jack Miller, que teve a chance de vencer primeiro que Bagnaia, infelizmente se perdeu na segunda metade da temporada, ficando fora da briga pelo título, e fora até do TOP-3 final da temporada, sendo superado por Joan Mir, da Suzuki. Sobrou para a Ducati o título de construtores, uma conquista importante, é claro, mas apenas um prêmio de consolação quando a meta era o campeonato de pilotos, e ver que tinha tudo para chegar lá, não fossem os erros de seus pilotos e do próprio time, que não souberam, mais uma vez, capitalizar os resultados com os recursos de que dispunham... Fica a esperança de que em 2022 eles consigam se afinar e aproveitar todo o potencial que demonstraram neste ano, para preocupação dos rivais.

 

Joan Mir: Mesmo com uma Suzuki que demonstrou não ter condições de competir no mesmo nível que a Yamaha e a Ducati na temporada 2021 da MotoGP, o piloto espanhol mostrou porque foi campeão na temporada passada, tendo lutado da melhor forma como podia com o equipamento que dispunha, terminando a temporada em 3º lugar, ficando atrás somente do novo campeão Fabio Quartararo, e de Francesco Bagnaia, que fez um arranque fulminante nas etapas finais da temporada, adiando por algum tempo a conquista do título pelo francês da Yamaha. Mir voltou a mostrar senso de oportunidade e capacidade, ao subir ao pódio em 5 etapas da temporada, aproveitando todas as chances para pontuar o máximo possível, mantendo tanto quanto possível a constância de resultados, tentando se aproveitar dos azares dos adversários, o que o levou a superar os demais pilotos do grid. Mas foi impossível driblar o déficit de performance da Suzuki em vários momentos, e mesmo nas vezes em que foi ao pódio, mesmo quando terminou próximo do vencedor, eram poucas as chances de tentar vencer a corrida, diante da condição superior dos rivais em pista. A Suzuki compreendeu suas fraquezas na temporada deste ano, e centra esforços para prover seu piloto com um equipamento bem mais competitivo em 2022, para que Mir tenha chances reais de batalhar pelo bicampeonato na classe rainha do motociclismo, o que não lhe foi possível fazer nesta temporada. E ele já demonstrou que, com um equipamento competitivo, pode incomodar os rivais mais do que eles imaginavam.

 

Valtteri Bottas: O piloto finlandês, de saída da campeoníssima Mercedes para a não tão relevante Alfa Romeo, até pode estar se sentindo mais relaxado e calmo nesta reta final da temporada 2021 da F-1, mas seus resultados estão deixando a desejar na pista, ora tendo azares, ora tendo um desempenho pífio, ou não tão eficiente nas corridas, depois de assombrar nas classificações. Nas últimas etapas, o finlandês só brilhou mesmo na corrida Sprint em Interlagos, sendo facilmente superado por Max Verstappen nas corridas de domingo, e ainda tendo azares incomuns, como tendo sua corrida arruinada após ser tocado na largada por Daniel Ricciardo no GP da Cidade do México, ou sofrer problemas mecânicos na etapa do Qatar. Por mais que a Mercedes esteja priorizando Lewis Hamilton, eles também querem Bottas na briga para tentar complicar a situação para o piloto holandês nas corridas, mas definitivamente Valtteri não está ajudando como se esperava. Se deixou ultrapassar pelo piloto da Red Bull com uma grande facilidade na capital mexicana, e precisou de uma chamada do chefe Toto Wolf para começar a reagir na corrida de Losail, e até vinha conseguindo uma recuperação satisfatória, antes de ter de abandonar por problemas no carro, que disse não ser exatamente igual ao do companheiro de equipe. Mesmo assim, a situação anda complicada para o lado do finlandês, que briga para terminar o ano em 3º lugar, mas vendo Sergio Pérez chegar perto muito rápido para tentar discutir essa posição na classificação do campeonato. Que aproveite para fazer bonito nas últimas duas corridas, quando ainda é protagonista, porque depois na Alfa Romeo vai virar um mero figurante, se não melhorar...

 

Punições inconstantes da FIA: Que a F-1 está se saco cheio de certas regras referentes a punições, isso não é novidade. Por vezes exageradas, elas acabam contribuindo para a perda de popularidade entre os fãs, que não gostam de ver tantas frescuras com os fiscais e comissários enchendo o saco por causa das regras estabelecidas, que deveriam ser revisadas, ou até mesmo extintas. Mas, o pior é ver a entidade aplicando as regras de forma diferente em situações similares, e com isso despertando a ira de pilotos que acabaram punidos enquanto vêem outros não sofrerem as mesmas consequências. Outro ponto que deixa todo mundo de saco ainda mais cheio com as firulas da FIA é a demora para se tomar certas decisões quanto a punições, como foi o caso das aplicadas a Valtteri Bottas e Max Verstappen na classificação para o GP do Qatar, quando os dois pilotos fecharam suas voltas finais no Q3 quando bandeiras amarelas estavam sendo agitadas pela presença do carro de Pierre Gasly na pista. Em nome da segurança, esta é uma regra até sem muita discussão, mas a punição dos dois pilotos pelo que ocorreu no sábado só foi comunicada no domingo, e duas horas antes da largada, não havendo motivos que justificassem tamanho atraso, o que pesa contra a imagem profissional da entidade que comanda o automobilismo mundial, e aplica as regras esportivas da F-1. Já está mais do que na hora deles tomarem jeito nestas aplicações das regras.

 

Marc Márquez de novo em recuperação física após um acidente: O ano de 2020 foi o pior da carreira da “Formiga Atômica”, que precisou ficar ausente do campeonato da MotoGP depois de se acidentar logo na primeira corrida da temporada e ter uma recuperação do braço fraturado muito complicada por ter forçado a barra tentando voltar antes do que devia, e por uma das cirurgias ter sido mal-feita, o que exigiu um longo período de recuperação que se estendeu até as primeiras etapas deste ano, de modo que Marc só retornou na terceira etapa da competição da temporada 2021, e dando claras amostras de que ainda não estava plenamente em forma, algo até natural, dado o longo período de convalescença. Mas, aos poucos, o hexacampeão foi mostrando que ele ainda era o mesmo grande campeão de antes do acidente, tendo de encarar 2021 como uma complementação de sua recuperação, visando voltar apenas com força total em 2022. Nesse objetivo, o piloto da Honda conseguiu fazer uma boa temporada, conseguindo 3 vitórias, e ajudando seu time a voltar a ser protagonista, ainda que sem disputar o título ainda. Mas Márquez também continuou a mostrar sua impetuosidade em determinados momentos, o que o levou a sofrer vários tombos ao longo do ano, que poderiam ter colocado em risco sua recuperação. Mas foi em um treino off-road que o hexacampeão se machucou mais, e teve de ficar em repouso para se recuperar, ficando de fora das últimas duas etapas da temporada, com a suspeita, segundo alguns, de que Marc possa ter tido sequelas bem mais sérias do que foi anunciado, e que poderia leva-lo novamente a precisar de um longo período de recuperação, o que poderia comprometer sua participação na temporada de 2022. Verdade, ou apenas um exagero por parte de alguns? O fato é que Marc teve um ano de transição em 2021, diante dos percalços que sofreu em 2020, e também este ano, e tudo terá de ser analisado e considerado para que seu retorno no próximo campeonato possa ser feito com uma recuperação mais completa possível, evitando riscos desnecessários. A pilotagem em uma moto de competição como é a MotoGP já exige esforço e cuidado dos pilotos para tentar evitar sofrer o pior, e competir de forma física incipiente é um risco adicional que deve ser evitado. Que Márquez possa estar 100% recuperado em 2022, sem esforçar-se demasiado nesse objetivo, para evitar complicações, e possa brindar os fãs do esporte com todo o seu talento mais uma vez.

 

 

 

EM BAIXA:

 

Equipe McLaren no duelo com a Ferrari na temporada: O time de Woking teve um desempenho sólido durante a temporada 2021, lutando pelo posto de melhor time depois do duo Red Bull/Mercedes, mas decaiu nas últimas etapas, lutando para conquistar suados poucos pontos, sendo superada pela Ferrari, que vai para as duas provas finais como favorita a terminar o ano na terceira colocação. Tendo sido o único time a mudar de unidade de potência na temporada atual, quando todos os times deveriam competir com os mesmos carros do ano passado, por contenção de gastos, a McLaren até que se saiu bem, uma vez que o carro atual foi concebido para usar a unidade de potência da Renault, que equipava os carros laranja em 2020. Mas o time inglês, se é verdade que voltou a marcar pole e vencer corrida, ficou devendo no conjunto da escuderia em 2021, já que Lando Norris ficou responsável pela maior quantidade de resultados obtidos, com Daniel Ricciardo devendo em muitas corridas, enquanto a Ferrari teve uma dupla mais homogênea e equilibrada, com Carlos Sainz Jr. a se encaixar muito bem em Maranello, e até a desequilibrar o queridinho do time italiano, Charles LeClerc, que sentiu a pressão do companheiro de equipe em algumas corridas. Foi um ano de recuperação para os dois times, com a Ferrari crescendo no momento certo, nestas etapas finais, ante o declínio da McLaren, que ainda luta para voltar em definitivo ao seu status de protagonista da F-1, recuperado parcialmente com os resultados obtidos nos últimos dois anos, mas ainda precisando dar um passo a mais para ter uma recuperação mais definitiva.

 

Daniel Ricciardo: O piloto australiano repete na McLaren a performance ainda deficiente exibida no seu primeiro ano defendendo a Renault, devendo melhores resultados que jogaram contra sua capacidade como piloto capaz de vencer corridas. Se é verdade que ele teve uma atuação impecável em Monza, levando a McLaren de volta ao degrau mais alto do pódio, é bem verdade que na imensa maioria das corridas do ano Daniel ficou à sombra do novo parceiro Lando Norris, que se sobressaiu contra Ricciardo com uma facilidade até assustadora. E, no duelo do time inglês contra a Ferrari pelo posto de 3ª força da temporada, Ricciardo foi o grande calcanhar de Aquiles da McLaren, pois os resultados que ficou devendo agora estão fazendo falta ao time, superado pelos italianos, que tiveram durante o ano uma dupla mais eficiente e equilibrada. Daniel terá uma nova chance em 2022 de mostrar do que é capaz, e ele precisa aproveitar a oportunidade, para se mostrar em condições de levar a McLaren de volta às vitórias com frequência, e não deixar que Norris fique com todas as glórias da escuderia. Daniel fez um bom trabalho em seu segundo ano na Renault, reabilitando-se de uma campanha irregular no seu primeiro ano defendendo o time de Enstone. Ele precisa agora repetir o feito em Woking, e reabilitar sua imagem de piloto com potencial para ser campeão, como tinha nos tempos da Red Bull, tendo sido o companheiro de time mais duro que Max Verstappen teve até o presente momento.

 

Negociação Alfa Romeo/Andretti foi para o vinagre: Não foi dessa vez que o nome Andretti carimbou seu retorno à F-1. As negociações levadas a cabo por Michael Andretti para assumir a propriedade da equipe Alfa Romeo até que estavam bem encaminhadas, mas tudo deu para trás quando se começou a discutir detalhes que seriam sobre quem teria o controle do time, e aí, os desentendimentos teriam feito o acordo desandar. Como tudo na F-1, negociações envolvendo equipes são complicadas, e nem sempre se chega a um denominador comum que atenda a todos os interesses. Michael Andretti pode ter ficado frustrado com o fim das negociações, mas não está desistindo de retornar à categoria máxima do automobilismo como dono de equipe, indicando que pode tentar outra operação para levar o lendário nome dos Andretti de volta à F-1. Mas é inegável que depois desta negativa, é melhor colocar as barbas um pouco de molho e reorganizar suas forças para tentar novamente em um momento mais favorável, quem sabe, com a entrada de uma escuderia novinha em folha, e não apenas adquirindo um time, um caminho mais difícil, mas muito mais proveitoso para a F-1, que há anos está empacada com apenas 10 times no grid, muito pouco para o que deveria ser o rol de equipes competindo na categoria máxima do automobilismo...

 

Antonio Giovinazzi fora da F-1: E confirmou-se o que já era óbvio: o chinês Guanyu Zhou será o companheiro de Valtteri Bottas na Alfa Romeo em 2022, acabando com as esperanças de Antonio Giovinazzi seguir na escuderia e na F-1. O piloto italiano, aliás, saiu disparando contra a política de pilotos pagantes na categoria máxima do automobilismo, criticando a força do dinheiro sobre o talento dos pilotos, mas Antonio também não pode reclamar muito a respeito disso, já que sua entrada e permanência no time se deveram à Ferrari, que lhe assegurou um lugar no time suíço nestas três temporadas em que disputou a competição. Infelizmente Giovinazzi não conseguiu impressionar o suficiente para permanecer no time, que ao contratar Zhou ao menos visou um piloto de talento, que pode vir a fazer bonito na F-1, se conseguir aproveitar chance. Mas parte da crítica também é procedente, uma vez que os dólares trazidos pelo chinês, além da promoção da F-1 junto ao maior mercado consumidor potencial do mundo também entraram na conta. Não é uma situação nova, mas infelizmente persiste, e tão cedo também não será deixada de lado pelas escuderias médias e pequenas, que buscam sempre garantir suas verbas de competição temporada após temporada. Mas poucos sentirão falta de Giovinazzi no grid, embora o italiano não seja nenhum braço duro como é o caso do russo Nikita Mazepin, esse sim sem condições de merecer um carro na competição, garantindo-se apenas pelos dólares da fortuna de seu pai...

 

Alex Rins: O piloto da equipe Suzuki mais uma vez ficou devendo no duelo interno da escuderia nipônica na MotoGP em 2021. Superado por Joan Mir, que conquistou o título na temporada passada, o máximo que Rins poderia fazer era pelo menos superar o companheiro de equipe no campeonato, já que a Suzuki não demonstrou capacidade para lutar pelo título frente às Yamahas e Ducatis. Mas Alex ficou longe de conseguir manter a mesma performance de Mir na temporada, inclusive abusando dos tombos em várias etapas, que o fizeram perder muitos resultados potencialmente importantes, e com isso, fazendo-o terminar o ano em um modesto 13º lugar, com 99 pontos, contra 208 de Mir, que foi o 3º colocado. Os resultados fracos de Rins também prejudicaram a Suzuki no campeonato de construtores, deixando a rival Yamaha ficar com o vice-campeonato, mesmo com o time dos três diapasões tendo uma crise interna com Maverick Viñales, o que ajudou a Ducati a ficar com o título de construtores. Se não quiser que 2022 seja sua última temporada na Suzuki, Alex vai ter de fazer uma temporada muito mais eficiente do que a dos últimos dois anos, caso contrário terá de procurar outros ares para competir...