O ano de 2021 segue em frente, e já deixamos o primeiro trimestre para trás. Já estamos no mês de abril, e aos trancos e barrancos, ainda mais do que o habitual por conta dos problemas oriundos da pandemia da Covid-19, os campeonatos do mundo da velocidade tentam seguir em frente. E por isso, é hora de mais uma sessão Flying Laps, reportando alguns acontecimentos do universo do esporte a motor mundial ocorridos neste último mês de março, com alguns comentários rápidos a respeito. Uma boa leitura a todos, e até a próxima sessão Flying Laps no mês que vem...
A Formula-E mudou seus planos para as duas próximas etapas da temporada deste ano. Depois de conseguir realizar de forma satisfatória a rodada dupla em Diriyah, na Arábia Saudita, seguir com o campeonato se tornou mais complicado devido à pandemia da Covid-19, onde apesar de a vacinação contra o coronavírus já ter se iniciado em vários países, o processo ainda segue bem lento na União Européia, onde o recrudescimento dos casos ainda força países como a França e a Itália a impor lockdowns para tentar conter a escalada de casos da doença. Portanto, para tentar evitar ao máximo novos deslocamentos, a direção da categoria de carros de competição monopostos totalmente elétricos resolveu transformar as etapas em Roma e Valência em rodadas duplas. Isso garantiria pelo menos seus provas disputadas, enquanto tentam viabilizar as demais etapas, como o ePrix de Mônaco, que os organizadores pretendem realizar, mesmo diante das dificuldades impostas pela pandemia em uma região altamente povoada como é o Principado de Mônaco. Assim, as etapas de Roma serão disputadas nos dias 10 e 11 de abril, enquanto as de Valência, que serão realizadas no Circuito Ricardo Tormo, palco tradicional de provas da MotoGP, ficam para os dias 24 e 25 de abril. Até o presente momento, as etapas confirmadas são Mônaco, no dia 8 de maio; Marrakesh, no Marrocos, no dia 22 de maio; e a rodada dupla em Santiago, no Chile, nos dias 5 e 6 de junho. Dali em diante, tudo continua ainda sendo negociado, de acordo com as possibilidades. E mesmo estas corridas já anunciadas podem sofrer mudanças. A rodada dupla no Chile, por exemplo, vai depender da vacinação contra Covid-19 que se desenvolve no país sul-americano, que até agora é o mais ágil no processo de imunização de sua população em termos percentuais. Mas, mesmo diante do avanço da vacinação, o número de casos no país continua preocupante, de modo que os efeitos da imunização ainda não são muito notados na melhora do panorama. Quem sabe os quase dois meses que ainda temos até a data destas provas a situação já seja melhor. Mas o maior problema seja de viajar ao país, já que o Reino Unido está impondo quarentenas obrigatórias de quem vier de países em zona “vermelha” da pandemia, à qual incluíram o Chile, o que poderia comprometer o deslocamento dos times que tem sede na Inglaterra e/ou precisam passar pelo país para viajar para a América do Sul. A situação no Marrocos parece um pouco melhor no momento, com um número de novos casos pequeno, assim como de mortes, mas a própria corrida foi incluída no calendário meio que de última hora, de modo que ainda corre risco, dependendo de sua viabilidade. Todas as corridas devem ser realizadas sem público, para prevenir aglomerações. Ainda vai demorar um tempo até que se possa relaxar a guarda contra o coronavírus.
Com Audi e BMW já tendo anunciado sua saída da F-E ao fim da atual temporada, ainda que tenham informado que poderão continuar fornecendo seus trens de força aos atuais parceiros no grid, outra marca participante declarou que segue firme na competição até 2026: a Nissan. Os japoneses tem um plano ousado de eletrificação de sua linha de veículos, e para eles, a F-E é um palco muito útil para o desenvolvimento da tecnologia de motorização elétrica, de modo que a permanência na categoria é muito bem vista pela empresa. Outros participantes, como a Mahindra, DS Citroën, e a Porsche já anunciaram sua permanência na F-E.
Se lá fora a situação está complicada por causa da pandemia, o que se pode dizer do Brasil? Nosso país virou o epicentro da Covid-19, com o novo recorde de mortos e número de casos nas alturas, e uma vacinação incipiente devido às rusgas políticas em Brasília, que teima em frustrar a esperança de melhores expectativas. E por conta dessa praga que nosso país possui, muito pior que o coronavírus, as atividades devem demorar a se normalizar por aqui. E, diante da situação catastrófica que estamos vivendo, o campeonato da Stock Car, que tinha seu início marcado para o dia 28 de março, na pista do Velopark, no Rio Grande do Sul, acabou tendo de ser adiada, por motivos de prudência, devido às condições da pandemia. O início da temporada agora deverá ser, se não houverem sinais de piora ainda maior da situação, no dia 25 de abril, em Londrina, no Paraná. A corrida do dia 28 de março foi reprogramada para o dia 1ª de agosto, mas o local não foi confirmado, de modo que pode até ser no Velopark, ou em outro local que for considerado mais viável. A Vicar, organizadora da Stock Car, declarou que o campeonato deverá continuar a ter 12 provas. Por enquanto, o calendário da competição está da seguinte forma: 25/04 – Londrina (PR); 16/05 – Interlagos (SP); 20/06 – Goiânia (GO); 11/07 – Cascavel (PR); 1º/08 - A definir; 15/08 – Curitiba (PR); 19/09 – Santa Cruz do Sul (RS); 24/10 – Velocittà (SP); 21/11 – Goiânia (GO); e 12/12 – A definir. A etapa de encerramento da temporada ainda não teve o seu local definido.
Quem gostava do formato de corridas em rodada dupla na Stock vai poder continuar apreciando este tipo de evento em 2021. A Vicar acabou voltando atrás na decisão de eliminar as corridas duplas, de modo que a temporada com 12 etapas será de 24 provas. Mas a duração teve alterações, com a primeira corrida agora sendo de 25 minutos, e a segunda corrida, de apenas 20 minutos. Além disso, a segunda corrida começará logo após o fim da primeira prova, e o grid será formado com a inversão dos 10 primeiros colocados da primeira corrida. Com menor duração, a segunda corrida será disputada sem paradas nos boxes, as quais serão permitidas apenas na primeira corrida. Sinceramente, é algo bem ruim ter corridas com duração tão curta, pois em caso de haver algum acidente, e a consequente entrada do Safety Car, dependendo da gravidade do problema, toda a corrida poderá ir para o brejo, sem que se possa apreciar a disputa. Claro, dizem que as corridas mais curtas poderão tornar as corridas mais dinâmicas e com mais disputas, já que os competidores precisarão partir para o tudo ou nada logo de cara, e não ficar esperando as oportunidades aparecerem. Isso até tem sua justificativa, mas sendo a Stock Car uma categoria TOP no automobilismo nacional, fazer ela ter provas curtas assim, algo só visto em categorias menores ou de acesso, é desmerecer a competição e a importância da categoria. Ao invés de duas provas, melhor seria se tivéssemos só uma corrida com 45 minutos. Os pilotos tem se mostrado favoráveis à idéia, mas desde que a Stock impôs uma lei da mordaça em tempos recentes, proibindo críticas por parte de seus participantes, fico muito na dúvida se esta seria a opinião real dos pilotos, ou se estão apenas tentando evitar confusões com a Vicar com o novo formato de corridas, assim como seus times. Muitos fãs tem se posicionado contra esse novo formato, mas apresentando as justificativas mais esdrúxulas possíveis, afirmando que o tempo de pista reduzido é um prejuízo para os fãs que vão ao autódromo assistir às provas, entre outras besteiras. Conforme matéria do site Grande Prêmio (www.grandepremio.com.br), não há como ter público na atual temporada, diante da pandemia da Covid-19. Lamentavelmente, o pior desta pandemia é ver a situação ridícula que muitos brasileiros demonstram em relação a essa situação tenebrosa em que estamos passando, tomando atitudes para lá de condenáveis, e demonstrando idéias igualmente irresponsáveis, e raciocínios imbecis. Nosso país está ferrado, e não é somente pela Covid-19, infelizmente...
A temporada 2021 da Indycar vai ser mais “magra”. Algumas corridas passarão a ter menos dias de atividades de pista, com o objetivo de reduzir custos, e claro, tentar evitar expor seus integrantes aos riscos da pandemia. As etapas de São Petesburgo, Toronto, Nashville e Long Beach continuarão a ter três dias de atividades, mas as demais provas ficarão com atividades restritas a apenas dois dias, com exceção óbvia às 500 Milhas de Indianápolis. Outra exceção é a etapa de Gateway, que terá atividades em apenas um dia de pista, no dia 21 de agosto, um sábado. Com a redução do número de dias de atividades, as equipes esperam economizar com hotéis, e uso dos equipamentos, já que haverá menos treinos. Mesmo as etapas de Detroit e do oval do Texas, que serão rodadas duplas, terão apenas dois dias de atividades. Mais do que praticidade, a adoção da medida evidencia as dificuldades de todos os times na competição, já que a economia segue duramente afetada pela pandemia da Covid-19, e pode demorar bastante até que ela volte ao normal, e que o automobilismo também volte a poder desempenhar suas atividades com a desenvoltura de antigamente, o que significa também batalhar por patrocínios que permitam melhores condições de competição. Se com a normalização da situação mais à frente, poderemos ter novamente etapas com seus tradicionais três dias de atividades, isso é algo incerto, uma vez que a Indycar já vem adotando o formato de corridas com apenas dois dias de atividades nos últimos tempos, e acelerou sua utilização por causa da pandemia. Muito provavelmente o novo formato pode vir a ser o padrão da competição daqui em diante, mesmo quando tudo retornar à normalidade. Para os fãs, que gostam de ver as atividades de pista, será uma má notícia. Mas precisaremos esperar para ver isso após o fim da ameaça do coronavírus para vermos que rumo eles realmente darão às atividades dos fins de semana de corridas.
Forçado a tirar um ano sabático após ficar sem opções para integrar o grid da MotoGP nesta temporada, o italiano Andrea Dovizioso fará um teste particular com a equipe Aprilia neste mês, entre os dias 12 e 14 na pista de Jerez de La Fronteira, na Espanha. Inicialmente, o ex-piloto da Ducati até havia sido sondado para pilotar para a equipe na atual temporada, mas diante do retrospecto nada favorável da Aprilia nos últimos anos, ele declinou da oferta. Mas, tendo terminado na última colocação na temporada passada, a escuderia teve liberdade para mexer no seu equipamento para 2021, uma concessão que os outros times não tiveram, tendo que efetuar evoluções limitadas por contenção de gastos estabelecida pela Dorna. Os upgrades melhoraram o comportamento da moto da Aprilia, a ponto de Aleix Spargaro ter sido um dos destaques da pré-temporada, a ponto de ter terminado a corrida inicial, em Losail, no Qatar, em 7º lugar, tendo cruzado a linha de chegada menos de 6s atrás do vencedor da corrida. A boa forma da Aprilia despertou a curiosidade de Dovizioso em pelo menos testar o equipamento, para passar suas impressões e ajudar a evoluir ainda mais a moto. Mas, para muitos, a Aprilia faria melhor se reforçasse seu convite para Dovizioso assumir como titular da equipe para a temporada 2021, já que seu novo piloto Lorenzo Savadori tem sido uma negação até agora, tendo inclusive terminado a primeira corrida da temporada em último lugar entre os que receberam a bandeirada na corrida. Quem sabe se Andrea se empolgar e ver que a máquina tem potencial, ele não revê suas opções, e consegue chegar a um acordo com o time, que só teria a ganhar contando com o italiano, que foi três vezes vice-campeão da classe rainha do motociclismo? A conferir...
E a MotoGP abriu sua temporada com o GP do Qatar, e a prova teve uma boa disputa pela vitória, com a Ducati confirmando sua boa forma de início na corrida, mas acabando por serem superadas por Maverick Viñalez, que fez uma bela corrida, e conseguiu surpreender os rivais para sair na liderança do campeonato após a primeira prova do campeonato. Johaan Zarco, da Pramac, e Francesco Bagnaia, do time oficial da Ducati, garantiram a hegemonia da marca de Bolonha no pódio, apesar da frustração de terem perdido a corrida. Ainda é cedo para dizer que a Yamaha está com tudo, assim como se a Ducati continuará a mostrar força nas próximas provas. Não dá para apontar favoritos, e parece que teremos muitas disputas nesta temporada, a exemplo do que vimos no ano passado. E isso vai ser muito bom. Quanto mais briga na pista, melhor, e a MotoGP é pródiga em oferecer bons pegas nas corridas...
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