E o mês de abril está indo embora, e as atividades de pista aumentam com as diversas competições em andamento, tanto quanto possível, apesar dos problemas e dificuldades ainda provocados pela pandemia mundial da Covid-19, que continua a provocar tragédias no mundo inteiro, enquanto a vacinação segue lenta em muitos países. Com o mês de maio próximo, é hora de mais uma edição da Cotação Automobilística, com o tradicional balanço dos acontecimentos do mundo da velocidade neste último mês de abril, com comentários rápidos sobre cada situação, no esquema já conhecido por todos: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Por hora, então, aproveitem o texto, tenham uma boa leitura, e cuidem-se todos. E, até a próxima edição da Cotação Automobilística, no mês que vem, com as avaliações sobre os acontecimentos do mês de maio...
EM ALTA:
Disputa pelo título na Fórmula 1: Depois de duas corridas com várias disputas, não é cedo para afirmar que a luta pelo título da temporada 2021 na F-1 tem tudo para ser a mais disputada desde 2016, quando Nico Rosberg levou a taça de campeão numa luta acirrada contra o próprio companheiro de equipe Lewis Hamilton. O inglês agora mede forças com a jovem estrela Max Verstappen, em um ano onde a Red Bull iniciou a competição com um carro mais competitivo que o do time alemão, e só não levou as duas corridas iniciais porque Hamilton mostra que não é heptacampeão à toa, conseguindo equilibrar a disputa para mostrar que a Mercedes ainda tem algo a mostrar com ele ao volante. Ainda que com alguns golpes de sorte, Hamilton saiu da etapa de Ímola ainda na liderança do campeonato, mesmo que por apenas 1 ponto, mostrando que terá de dar tudo de si para chegar ao seu oitavo título na categoria máxima do automobilismo, contra um Verstappen mais do que sedento para conquistar o seu primeiro campeonato, com uma Red Bull que desde 2013 não exibia força para lutar efetivamente pelo título. E tanto o holandês quanto o time austríaco não pretendem deixar passar essa oportunidade, mostrando que vão duelar a fundo em todas as corridas. A Mercedes luta para conferir um pouco mais de estabilidade ao seu modelo W12, e fazê-lo capaz de proporcionar a Hamilton melhores chances na luta contra o mais bem concebido RB16B do time dos energéticos. Da mesma forma, a unidade de potência da Honda parece finalmente conseguir tirar o sono de sua rival alemã, que dominou as temporadas desde 2014, e quer o título para se despedir oficialmente com a honra lavada neste seu retorno mais recente à F-1. A luta promete ser franca e direta, com os dois pilotos principais e suas escuderias envolvidas num duelo onde o menor erro pode colocar tudo a perder, para delírio dos torcedores, que sempre quiseram ver esta briga, e agora poderão conferir em primeira mão o que poderá acontecer. E ela tem tudo para ser mesmo empolgante, como há muito tempo não se via...
Disputa na Indycar: Com apenas duas corridas disputadas até aqui, o panorama da luta pelo título na Indycar 2021 ainda é um pouco difusa, com os postulantes de costume a ainda buscarem um melhor posicionamento na disputa, depois dos acontecimentos das corridas do Alabama e de São Petesburgo. E o que vimos são vários pilotos aproveitando as oportunidades e procurando maximizar suas chances enquanto podem, antes que a poeira assente, e os times mais bem estruturados tenham chance de reverter as expectativas. Quando todo mundo imaginava um duelo mais ferrenho entre Ganassi e Penske, vimos a Andretti arrebatar uma bela vitória na Flórida, enquanto na primeira corrida, foi Álex Palou a surpreender e conseguir o primeiro triunfo do ano para a Ganassi. Na Penske, Josef Newgarden tem de tirar o atraso do acidente que provocou no Alabama, e remar para alcançar os líderes, antes que se distanciem, ou outros resultados ruins possam complicar sua situação. E, quietos, Scott Dixon e Will Power começam dando o ar da graça e mostrando que, se não venceram, também não estão fazendo hora na competição, já se encontrando entre os líderes, e prontos para dar o seu bote. E termos 9 pilotos separados por 17 pontos nas primeiras colocações é bem interessante, lembrando que a vitória confere 50 pontos em uma corrida. Conhecida por ser bem mais competitiva que a rival F-1, a Indycar promete oferecer bons pegas e disputas na temporada, com o bônus de termos mais candidatos ao título, ao menos por hora, do que a categoria máxima do automobilismo. E com vários deles prontos para digladiarem-se de forma acirrada nas pistas em busca dos melhores resultados.
Fabio Quartararo: O piloto francês parece ter mesmo conseguido voltar a ser um piloto focado e determinado defendendo o time principal da Yamaha em 2021. Depois de sair na frente na temporada de 2020, após vencer as duas primeiras provas, Fabio desandou na parte final do campeonato, ficando longe da luta pelo título, e vendo o companheiro de equipe Franco Morbidelli terminar como vice-campeão. Desse modo, talvez ainda seja cedo para cravar Quartararo como um dos favoritos ao título, mas não se pode negar que, depois de três corridas competindo pela equipe oficial dos três diapasões, Fabio parece ter recuperado aquela pegada e concentração que exibiu em seus melhores momentos no time satélite da SRT. O piloto conseguiu vencer a segunda corrida na rodada dupla em Losail, e faturou mais uma prova no circuito de Portimão, em Portugal, depois de fazer várias ultrapassagens e duelar com vários outros pilotos, mostrando que seus triunfos tiveram que ser conquistados duramente na pista, mostrando garra, inteligência, e concentração para superar os rivais, mesmo quando estes aparentavam estar em melhor condição de equipamento em determinado momento das corridas. Os duelos foram acirrados, mas Quartararo garantiu à Yamaha o monopólio dos triunfos na temporada 2021, suplantando Maverick Viñalez, que depois da bela vitória na corrida inicial, apagou-se nas corridas seguintes. Depois de despencar na fase final da temporada final, o piloto disse que precisava recolocar a cabeça no lugar para voltar a lutar pelas primeiras posições, e até o presente momento, parece ter sido bem-sucedido em se recompor. Mas a luta está só começando, e Fabio terá de tomar cuidado para não recair no erro de 2020, especialmente se a Yamaha perder fôlego na atual temporada, onde a marca nipônica até aqui não foi exatamente a melhor equipe em termos de performance, apenas a mais constante, e isso devido ao desempenho de seus pilotos, mas em performances individuais, e não conjuntas. Assim como Viñalez acabou decepcionando nas duas corridas seguintes à sua vitória em Doha, Quartararo tem de se prevenir para evitar sofrer o mesmo. Conseguirá?
Transmissões de automobilismo na TV Cultura: A emissora da Fundação Padre Anchieta de São Paulo está conseguindo surpreender os fãs do esporte a motor neste ano de 2021. A emissora já havia feito uma grande surpresa quando anunciou que iria transmitir o campeonato da F-E este ano. Apesar de ser um campeonato quase desconhecido na TV aberta, a emissora apostou no certame, e vem fazendo uma boa transmissão, diante de sua capacidade técnica e editorial para o meio, para surpresa dos fãs. E voltou a surpreender quando anunciou que transmitiria também o campeonato da Indycar, que havia sido deixada de lado pelo Grupo Bandeirantes após este conseguir os direitos para transmitir a F-1. E com um esquema enxuto, mas competente, a emissora também vem conseguindo fazer boas transmissões da categoria de monopostos dos Estados Unidos, para felicidade dos fãs da velocidade, que curtiam a Indycar, e agora poderão acompanhar as corridas na TV aberta com um comprometimento e profissionalismo mais respeitoso para com o público do que vinha sendo feito pela Bandeirantes nos últimos anos. E os fãs da F-E também saem ganhando ao poderem ver as provas da competição pela primeira vez na TV aberta nacional, já que anteriormente as provas eram mostradas apenas pelo canal pago Fox Sports. Os índices de audiência, claro, ainda são bem modestos, lembrando que a Cultura nunca primou por protagonizar disputas de audiência, apesar das qualidades de seus programas ao longo de sua história. Por isso mesmo, pode demorar até que o canal consiga capitalizar com os campeonatos de automobilismo que está transmitindo, mas para quem já está acompanhando, está satisfeito em ver uma transmissão honesta, e que tenta entregar o melhor que pode ao fã telespectador, e não criar expectativas irreais sobre as competições. De quebra, a Cultura ainda acertou os fãs mais nostálgicos ao resgatar a música-tema da antiga F-Indy utilizada pela TV Manchete nos anos 1990, nas suas transmissões, valorizando a identidade da categoria de monopostos dos Estados Unidos, para deleite dos amantes do esporte. Que continue com seu bom trabalho, e possa melhorar ainda mais.
Lando Norris: O piloto inglês da McLaren começou bem a temporada 2021. Fez uma prova consistente no Bahrein, terminando em 4º lugar, e subiu ao pódio em Ímola com um 3º lugar que poderia ter sido um 2º, não fosse a recuperação de Lewis Hamilton após a interrupção da corrida pelo acidente forte entre Valtteri Bottas e George Russell, que permitiu ao heptacampeão recuperar a volta de desvantagem com sua saída de pista. Suplantado por Carlos Sainz Jr. nos dois últimos anos, Norris vem deixando Daniel Ricciardo, seu novo parceiro de time, comendo poeira nas corridas até agora, demonstrando muito mais velocidade que o australiano, que admite precisar melhorar e se adaptar direito ao carro de sua nova equipe, mas que não tira em nada o brilho demonstrado por Norris nas duas corridas, ajudando a McLaren a se manter como terceira força do campeonato, atrás apenas de Red Bull e Mercedes, e sob forte pressão de uma Ferrari que parece renascida o suficiente para brigar pelo posto de 3ª força na competição. O jovem inglês tem tudo para conseguir novas presenças no pódio no ano, se mantiver o alto nível de pilotagem demonstrado até aqui, e quem sabe, talvez até consiga levar o time de Woking a vencer novamente, se as circunstâncias o permitirem. Olho no garoto na temporada 2021!
NA MESMA:
Postura de Helmut Marko com os pilotos da Red Bull: Não é de hoje que o consultor do time dos energéticos divide opiniões entre fãs e profissionais na categoria máxima do automobilismo, e ele não se fez de rogado na etapa de Ímola. Criticou Sergio Perez no incidente com Esteban Ocon, onde apesar de o mexicano ter tido maior culpa no episódio, ambos os pilotos deram o caso por encerrado, assim como a direção de prova. E, claro, também aproveitou para destilar suas indiretas após o resultado ruim de Perez na corrida, onde o piloto teve um dia difícil e complicado, e sabe muito bem disso, estando ciente de que precisa melhorar, não sendo nenhum ignorante como parece ser a interpretação dada por Marko, que também desceu a lenha no até então queridinho na corrida anterior, o estreante Yuki Tsunoda, que bateu feito no treino de classificação, e precisou largar em último por causa disso, tachando o garoto de “arrogante”, quando se esquece que ele está somente em sua segunda corrida. Cobranças e pressão por resultados nunca foram novidade na F-1, mas Helmut Marko parece ter necessidade de impor ainda mais pressão sobre os pilotos dos quais ele não nutre simpatia, na prática quase todos na Red Bull à exceção de Max Verstappen, que pode fazer as maiores barbaridades que nada lhe acontece. Como ocupa uma posição de destaque na hierarquia do Grupo Red Bull de competições, e inclusive gerencia o programa de apoio de pilotos da marca, ele faz e desfaz dos pilotos, mesmo que isso signifique prejudicar todo o programa e até mesmo a Red Bull, pelo que se nota. Que não venha reclamar na hora que algum destes pilotos lhe dê o tratamento que merece por sua arrogância e prepotência...
Calvário de Valentino Rossi: No que pode ser sua última temporada nas pistas como piloto da MotoGP, o heptacampeão italiano vem tendo um início de campeonato até pior do que em 2020, onde abandonou logo na primeira corrida, mas conseguiu se recuperar nas duas provas seguintes. Em 2021, já são dois abandonos por quedas, e pior, sem um desempenho mais digno de nota. Tudo bem que a SRT, time satélite da Yamaha, perdeu rendimento em relação ao ano passado, mas Franco Morbidelli, seu companheiro de equipe, já conseguiu melhorar um pouco sua performance, enquanto o “Doutor” não conseguiu mostrar a mesma pegada, e ainda caiu na última corrida, mesmo fazendo uma recuperação razoável na prova. Valentino deve tomar sua decisão em julho, se continua ou não como piloto, mas ele frisa que ainda quer se divertir competindo, como motivação para seguir acelerando. Resta saber se essa diversão vai ser o suficiente para a SRT continuar com ele, se os resultados não vierem. Pelo seu histórico, seria bom que Rossi pudesse fazer um adeus com mais dignidade na pista, e não acabar saindo de maneira melancólica como aconteceu com Jorge Lorenzo, atropelado pelo mau desempenho gritante que teve em sua passagem pela equipe oficial da Honda por Marc Márquez. Será que ele consegue dar a volta por cima ainda, pelo menos andando no nível do parceiro Morbidelli? A conferir...
Sébastien Buemi e equipe e.dams na F-E: O piloto suíço, que já foi campeão da F-E, parece estar de volta àquela fase onde nada dá muito certo, perdendo a chance de obter melhores resultados, às vezes por culpa própria, às vezes por culpa de terceiros. Com um carro que tem se mostrado apenas razoável, o suíço até agora ocupa uma inglória 22ª colocação no campeonato da F-E, com apenas 11 pontos, situação similar à do rival Lucas Di Grassi, que também atravessa um momento complicado. E, tal como o brasileiro, Buemi tem o desprazer de ver o companheiro Oliver Rowland ir se saindo melhor na atual temporada da categoria, com o britânico ocupando a 12ª colocação, com 27 pontos. Quanto à equipe e.dams, a escuderia ocupa a 11ª posição no campeonato de construtores da competição, à frente apenas da Nio, e ficando atrás até mesmo da Dragon/Penske, um time reconhecidamente pior, mas que teve mais sorte na pista do que a escuderia francesa, que até algum tempo atrás era um dos mais fortes e competitivos na pista. Depois de ficar sem vencer nenhuma corrida no ano passado, será que a sina se repetirá novamente este ano? É o que está parecendo... Será que a Nissan e a e.dams, assim como o piloto, conseguem virar o jogo e evitar passar o ano abaixo das expectativas?
Equipe Alpha Tauri: O time “B” dos energéticos na F-1 continua mostrando ter um carro bem competitivo na temporada atual, mas não vem conseguindo converter isso em resultados tanto quanto poderia. Se na etapa do Bahrein um toque de Pierre Gasly com Daniel Ricciardo arruinou a corrida do francês, e uma classificação ruim fez com que o novato Yuki Tsunoda terminasse em 9º lugar, depois de uma corrida até combativa, o time viu suas expectativas na corrida de Ímola sofrerem um baque quando Tsunoda bateu logo no início do treino de classificação e obrigou o nipônico a largar lá de trás, reduzindo sobremaneira suas chances de um bom resultado, até porque a pista italiana é ruim para ultrapassagens. Gasly, por outro lado, apesar de fazer mais uma excelente classificação, a exemplo do que já havia demonstrado no Bahrein, com outro 5º lugar na partida, acabou tendo sua corrida comprometida parcialmente pela estratégia de usar pneus de chuva forte ao invés dos intermediários na primeira metade da prova. Isso impediu que o francês chegasse mais à frente, apesar do 7º lugar não ter sido de todo ruim, enquanto Tsunoda foi 12º colocado, sem ter tido como pontuar, apesar dos abandonos que ocorreram à sua frente, como de George Russel e Valtteri Bottas. A escuderia de Faenza tem potencial para brigar com McLaren e Ferrari pelo posto de 3ª força do grid, mas precisa acertar o passo nas corridas se quiser de fato entrar nessa briga pra valer. Por enquanto, está fazendo muito farol, mostrando potencial, mas sem conseguir completar o serviço.
Alexander Rossi: O piloto da equipe Andretti, que se esforçou para mantê-lo na escuderia, quando disputou o título há algum tempo atrás, e era assediado pela concorrência – leia-se Penske, teve um ano abaixo das expectativas em 2020, e começou 2021 um pouco na mesma tocada, prometendo vôos mais altos, com vistas a tentar voltar a lutar por vitórias e quem sabe até pelo título, mas tendo problemas e azares. Rossi até que largou bem no Alabama, na primeira fila, mas terminou a corrida apenas em 9ª, com uma estratégia e um desempenho que foi piorando ao longo da prova. E em São Petesburgo, largando de meio do grid, batalhou para chegar às primeiras colocações, mas acabou se enrolando na disputa por posições, e acabou caindo para as últimas posições. Para quem era a estrela maior do time de Michael Andretti, Alexander corre o risco de ser eclipsado pelo jovem Colton Herta, que venceu a corrida em São Petesburgo com uma atuação irrepreensível, e já havia surpreendido no ano passado, quando terminou o campeonato em 3º lugar, atrás apenas de Scott Dixon e Josef Newgarden, que disputaram o título. Rossi precisa torcer para sua maré de azar não durar muito, mas pelo visto, seus esforços até agora para reverter a situação ainda não deram resultados. Será que ele consegue evitar de ter outro ano sem brilho como foi em 2020?
EM BAIXA:
Grande Prêmio do Canadá novamente fora do calendário da F-1: Pelo segundo ano consecutivo, a corrida canadense, sempre uma das mais alegres e divertidas do calendário, pelo clima festivo com que a cidade de Montreal abraça a competição, deve ficar de fora da F-1. O motivo, claro, é a pandemia da Covid-19, que se no ano passado tornou inviável qualquer possibilidade de realização de provas no continente americano, ainda se mostra bem forte e perigosa para a realização de eventos, mesmo com a vacinação avançando a passos largos no país vizinho, os Estados Unidos. Ocorre que a imunização não está avançando assim tão rápido no Canadá, e por isso, restringir riscos parece a medida mais plausível do governo para tentar conter o número de casos e de mortes. O anúncio do cancelamento da corrida ainda não oficialmente feito, mas nos bastidores, a categoria já busca um GP substituto para preencher a vaga que ficará aberta, ou que pode até mesmo não ser substituída, dependendo das circunstâncias. É uma pena o campeonato ficar sem esta prova, mas é preciso considerar a situação da epidemia nos diversos países do mundo, de modo que algumas corridas podem mesmo não ter como serem realizadas, o que coloca provas com a prova do México e do Brasil em risco diante da situação de descalabro da pandemia nos dois países. E o Canadá apenas mostra estar preocupado de forma séria com esse momento ainda tenebroso pelo qual o mundo inteiro está passando, e preferir ficar mais um ano sem GP, a correr maiores riscos com a realização do mesmo, apesar de todos os protocolos e cuidados tomados pela organização da F-1 para poder competir mundo afora...
Corridas e resultados bagunçados na Stock Car e na Formula-E: A Stock Car Brasil e a Formula-E são duas categorias que tem muitos méritos e qualidades, sejam a nível nacional (Stock) ou a nível mundial (F-E), mas também possuem alguns pontos equivocados em seus regulamentos e posturas que, volta e meia, acabam conferindo pontos negativos a ambos os certames. No caso da categoria nacional, uma tremenda burrada inventarem de fazer corridas duplas com duração de tão pouco tempo, de modo que a segunda prova na rodada de abertura do campeonato 2021 foi lastimável, com mais tempo de safety car do que de corrida propriamente dita. E como se desgraça pouca não fosse bobagem, punições a rodo anunciadas muitas horas depois de dada a bandeirada, de modo que os torcedores foram dormir tendo visto um resultado, e no dia seguinte descobrirem que tudo estava diferente, algo que não é bem visto pelo público, diante da patuléia que várias punições tiveram como origem. Da mesma maneira, na primeira corrida da etapa de Valência, o certame dos carros elétricos, sabendo que a corrida em uma pista de autódromo poderia ter desfecho complicado pelo modo como os carros gerenciam sua energia, poderia ter flexibilizado as regras, para segurança da disputa, como garantia de oferecer uma boa corrida, mas o fez apenas disponibilizando mais alguns jogos de pneus para cada carro, e nada mais. Dessa forma, na prova de sábado, com várias intervenções do carro de segurança, a adoção do redutor de energia aos carros pelos minutos sob bandeira amarela fez quase todos os competidores terem uma “pane seca elétrica” na volta final, resultando em quase todos eles passando a se arrastar na pista, para tentarem receber a bandeirada. E, mesmo entre os que conseguiram cruzar a linha de chegada, ´varios deles acabaram punidos justamente por usarem mais energia do que o permitido, de modo que a vitória acabou ficando para quem mais sorte teve de não ficar sem bateria, num caos quase generalizado. Situações imprevisíveis e caos nas provas costumam gerar provas incomuns, com resultados mais do que inesperados, que até são bem vistos pelo público, mas não quando as regras e a direção de prova acabam “queimando” o filme do que poderia ter sido uma boa disputa, que acaba arruinada pela interpretação a ferro e fogo das regras, e a falta de bom senso dos organizadores...
Resultados da Williams em Ímola: Desde o retorno do Circuito Enzo e Dino Ferrari ao calendário da F-1, no ano passado, o time fundado por Frank Williams parece não ter tido sorte na pista onde sofreu o maior trauma de sua história, que foi a morte de Ayrton Senna em 1994. No ano passado, George Russel bateu de forma completamente amadora e abandonou a corrida, enquanto Nicholas Latifi foi apenas 11º colocado, e não pontuou, situação que marcou o time em toda a temporada. Mas este ano foi ainda pior. Latifi acabou rodado na pista úmida e ao voltar para o traçado, acabou fechando involuntariamente Nikita Mazepin, que tocou no carro da Williams e o lançou para fora da pista, colidindo com o muro e forçando seu abandono, sem que o russo pudesse fazer algo a respeito. Mas Russell, mais à frente, e já disputando posição com Valtteri Bottas, da Mercedes, acabou reagindo de forma abrupta a uma sutil defesa de posição do finlandês, colocando parte dos pneus na grama, e perdendo o controle do carro, ocasionando um forte acidente envolvendo Bottas e ele próprio, que foram parar fora da pista após a forte batida, curiosamente, na freada da nova variante da Tamburello, onde Senna sofreu seu acidente fatal em 1994, quando o trecho era uma reta. O último resultado do time foi em 2006, antes do circuito sair do calendário, quando seu então piloto Mark Webber terminou a prova em 6º lugar, marcando 3 pontos para a escuderia, um resultado que, à época, já não era muito empolgante, com o time tentando se manter competitivo depois de romper a parceria que tinha à época com a BMW até o ano anterior. Pelo visto, Ímola não traz bons fluidos para a escuderia já há tempos na F-1...
Brasileiros na F-E 2021: O ano está meio complicado para nossos representantes nacionais na categoria de carros monopostos totalmente elétricos. Depois de um belo resultado na segunda corrida em Diryah, Sérgio Sette Câmara não conseguiu mais nada de produtivo nas demais corridas disputadas até aqui com a Dragon, que mostra ainda ter uma deficiência de performance pronunciada frente aos demais times. Sérgio às vezes até consegue andar mais à frente, mas não consegue manter o ritmo na luta contra os demais pilotos nas corridas, tendo de esperar que o novo trem de força prometido pela Penske melhore a situação. Já Lucas Di Grassi também vem tendo resultados abaixo do esperado. Quando conseguiu largar entre os primeiros na primeira corrida de Roma, uma quebra no carro nas voltas finais fez o brasileiro perder uma vitória certa, enquanto na segunda corrida acabou abalroado por Sébastien Buemi, e ficou praticamente zerado na rodada dupla disputada na capital italiana. E na rodada dupla em Valência, classificações horríveis forçaram Lucas a largar do fim do grid para tentar corridas de recuperação que não renderam o que se esperava, mesmo que a sorte ainda tenha ajudado um pouco e Di Grassi tenha conseguido alguns pontos em ambas as provas realizadas no Circuito Ricardo Tormo. E ambos os pilotos estão perdendo a disputa para seus companheiros de equipe até aqui. Com 12 pontos, Sérgio ocupa a 20ª posição no campeonato, enquanto seu companheiro na Dragon, Nico Muller, é o 11º, com 30 pontos. Já Di Grassi é o 19º colocado, com apenas 13 pontos, enquanto René Rast é o 6º, com 39 pontos. Será que ambos conseguem reverter essa situação?
Nikita Mazepin: pode parecer até perseguição, mas o piloto russo da equipe Haas não conseguiu evitar de se envolver em alguma confusão em sua segunda corrida na categoria máxima do automobilismo. Depois da pífia apresentação no Bahrein, onde rodou e bateu ainda na primeira volta, desta vez o russo até conseguiu terminar a corrida em Ímola, mas conseguiu a proeza de rodar em todos os dias no fim de semana, na sexta, sábado, e domingo, durante a corrida. Mas não sem chamar atenção pela falta de ritmo: Nikita tomou praticamente 0s5 de diferença de Mick Schumacher na classificação para o grid, e só não largou em último porque Yuki Tsunoda bateu no Q1, não tendo como marcar tempo. E na corrida Mazepin terminou quase 1min09s atrás de Schumacher, uma diferença abismal para o piloto alemão, considerando o tempo da corrida apenas depois da relargada após a interrupção da prova. Até aí, vá lá, mas Mazepin ainda arrumou confusão ao disputar posição no treino de classificação com Antonio Giovinazzi, da Alfa Romeo, ultrapassando o italiano quando este abria sua volta rápida, e por pouco não provocando um acidente entre ambos. E ainda pareceu irônico ao responder à repórter Mariana Becker, quando perguntado sobre o ocorrido, de que apenas havia feito uma ultrapassagem, mostrando pouca preocupação com o que havia feito momentos antes, algo que deixou Giovinazzi extremamente irritado. Com atitudes como essa, não vai demorar até Nikita arrumar confusão grossa com alguém, e vamos ver se o dinheiro do patrocínio de seu pai continuará segurando a barra depois disso. Pode até segurar, mas o clima vai ficar bem hostil com relação à presença do russo no grid, e aí, o pau pode quebrar, mais cedo ou mais tarde, com consequências que esperamos não serem preocupantes...
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